A Missão
Orotimaru olhava pela gigantesca janela a paisagem grosseira da floresta que adornava aquele lugar obscuro. Já era tarde e sol já havia sumido deixando no ar um nebuloso desconforto que se expandia pelo céu adornado de nuvens negras. Ele saboreava o vento norte que trazia com sigo um sabor indefinido, mas sutil. Parecia sentir o cheiro de Sasuke aproximando-se pela densa floresta que um dia fora campo de batalha dos antigos Hokages.
-Há uma guerra lá fora! –diz Nagato olhando as pálidas mãos de Orotimaru
-Há uma guerra bem mais interessante "aí" dentro. –sorriu maliciosamente com a mesma crueldade de sempre e com aquela velha mania de desvendar a fragilidade alheia
Nagaro desviou o olhar e seguiu para o outro lado da sala principal e serviu-se do chá que estava no luxuoso balcão da entrada do local. Estava inquieta, mas depois do primeiro gole olhou-o novamente e deixou um leve sorriso percorrer seus lábios.
-O que quer dizer com isso?-aparentava calma, no entanto, seu coração já estava sufocado a ponto de perder o rumo dos próprios pensamentos
-Você sabe do que estou falando. – ainda sorria e sua voz agora estava carregada de mais maldade
Nagaro preferiu calar-se diante daquele monstro a quem chamava de mestre. Já havia falado de mais e isso com certeza não era bom. Seus sentimentos por Kakashi eram paradoxais. Ela estava do lado certo da guerra. A decisão já havia sido tomada há anos e isso bastava... Bastava? Mordia os lábios e com as mãos fechadas buscava desencontrar-se com as próprias lembranças...
-Como ainda pode nutrir sentimentos tão patéticos?- Orotimaru gargalhava sarcasticamente como se triunfasse num jogo sádico que só os loucos apreciam
-Esses sentimentos patéticos não me pertencem mais!-tremia, mas continuou encarando-o
-Creio que ainda tenha muito que aprender... - voltou-se novamente para a paisagem
-Nem todos são como você!-arriscou a própria sorte ou seria azar?
-Realmente, muitos não são como eu! Se fossem, não estariam mortos ou prestes a morrer...!-agora a olhava profundamente com a seriedade dos sábios. -Quem é fraco não merece viver!- numa breve pausa aproximou-se dela. -Você é uma das minhas ferramentas preferidas e sabe disso: suas mãos já tiraram muitas vidas e seus poderes aniquilaram muitos dos nossos inimigos; você tem um coração frio e isso me agrada, mas ainda assim possui muitas fraquezas!-passava as mãos em seu delicado rosto. -Ferramentas são descartáveis e fraquezas acarretam falhas, por isso não me decepcione!- com calma Orotimaru voltou para a janela à procura do vento norte que despertava nele algo que nem mesmo os deuses supunham...
