A história é um universo alternativo. Uma ficção feita por mim, uma mera fã dos atores, sem fins lucrativos e nem intenção de ofender os atores que aparecem nela. Respeito a todos eles. Mais uma vez, é uma ficção feita por fã. Se quiser ler algo mais profundo, ou achar que nada aqui é coerente, aconselho ler um livro, com certeza deve ser melhor que o meu texto.

Não estou querendo ser rude, ou ofender alguém. Só estou avisando que não sou nenhum autora de best-sellers.

Esta fanfic é um presente para a minha linda Claudia Ackles. Espero que goste do seu presente.

Beta: SweetMissReckless

Boa leitura!


Jensen chegou cansado em seu apartamento, tirou a jaqueta de couro que usava e a jogou em cima do sofá da sala. Estava vindo de mais um encontro com seu agente e amigo Misha Collins que lhe deu a noticia que não conseguiu nenhum trabalho para o loiro. Essa era uma coisa que ele vinha escutando muito ultimamente.

Jensen Ackles, loiro de olhos verdes, um belo corpo e um sorriso sedutor, sua profissão é modelo ou, pelo menos, costumava a ser. Profissão que já lhe rendeu muito dinheiro, muitos trabalhos, fotos, revistas, desfiles, publicidade e sucesso, sua carreira estava indo muito bem. Mas tudo mudou quando ele se juntou com pessoas que não devia, o que lhe levou a ruína. Na verdade havia sido apenas uma pessoa, a quem ele confiou cegamente e depois lhe veio a lhe trair, roubando seu dinheiro e manchando sua carreira, que estava despontando rumo ao estrelato.

E o que lhe restou foi seu imenso apartamento decorado com grandes fotos da época que estava no auge da carreira nas paredes, belas fotos. Jensen Ackles era muito requisitado pelo seu sorriso que virou sua marca registrada. Em todas as campanhas que faziam, todos queriam ter o famoso "Sorriso Ackles" ligado aos seus produtos.

O loiro se jogou sobre o grande sofá, uma perna esticada e a outra para fora do sofá, apoiada no chão, um braço sobre a barriga e o outro cobrindo-lhe os olhos. Sentia-se frustrado por não conseguir outro trabalho. Em um mês era um modelo famoso, que todos queriam, com uma carreira brilhante que só aparentava aumentar, trazer mais sucesso e, agora, ele estava jogado às traças, sem trabalhos, sucesso ou dinheiro. As pessoas pareciam tê-lo esquecido com a mesma rapidez, tudo havia ido embora tão rapidamente que parecia a cabeça olhando para a mesinha de centro e viu contas jogadas por cima dela, contas que viriam a atrasar se não conseguisse dinheiro urgentemente.

Soltou um grande suspirou e se levantou, andando pela sala, sentindo toda a decadência que aquele lugar lhe transmitia. Pegou uma garrafa de whisky e serviu-se num copo com uma grande dose, bebendo todo o liquido em apenas um gole. Olhou para o copo em suas mãos e depois a garrafa de whisky na outra mão, pensando no que deveria fazer, que rumo deveria dar a sua vida. Pensou que não poderia ser mais decadente do que isso ao ter que pensar sobre a sua vida com uma garrafa de bebida na mão.

- Foda-se! – Disse, jogando na parede o copo que estava em suas mãos. – Já estou fodido mesmo, o que mais pode acontecer pra ficar pior?– Jensen levou a garrafa até a boca e bebeu o liquido diretamente do gargalo. Abriu um grande, frio e vazio sorriso que, nem de longe, mostrava felicidade.

Levou mais uma vez o gargalo da garrafa a sua boca e voltou a beber o liquido contido nela. Sentiu seu corpo esquentar e abriu os botões de sua camisa, foi até o som, colocou uma musica animada e começou a dançar pela sala enquanto bebia. Logo a garrafa em suas mãos estava vazia e, num ataque de fúria, Jensen a arremessou de encontro a parede, acertando uma de suas fotos e a derrubando no chão junto aos cacos da garrafa quebrada.

O loiro pegou mais uma garrafa de whisky e voltou a beber, andou em direção à parede em que havia arremessado a garrafa vazia e olhou para o seu quadro que, agora, se encontrava caído no chão. Era assim que se sentia, caído, fracassado. Foi até o quadro e o pegou, colocando-o em baixo do braço e tomou mais um gole de sua bebida, indo em direção ao sofá. Jogou-se desleixadamente ao móvel, colocou a moldura da foto em seu colo e olhou para ela. Ali, ele estava com um sorriso encantador, era fácil sorrir naquela época. Jensen chorou ao olhar para a foto, chorou refletindo na atual situação, decadência, de sua vida e no que ela havia se transformado. Um choro de desespero que há muito tempo estava entalado em sua garganta e, entre seu choro, ele continuou bebendo. Acabou dormindo no sofá, com a moldura de sua foto ao seu lado.

Já havia amanhecido e era cedo quando Misha chegou ao apartamento onde Jensen morava, uma das poucas coisas que ainda eram do loiro. Abriu a porta com a chave cópia que ele tinha e o que viu lhe fez soltar um grande suspiro, o apartamento estava uma completa zona. Quadros caídos, cacos de vidros em todo o lugar, bebida espalhada pelo chão e, dormindo no sofá com uma garrafa vazia em cima de si, estava Jensen.

Com os ombros caídos e mais um longo suspiro, Misha se dirigiu ao loiro jogado no sofá. Jogou sua maleta em cima do outro sofá que havia na sala e ficou olhando para Jensen, totalmente estirado no sofá. Jensen era seu amigo há muito tempo, bem antes de o loiro despontar como modelo. Misha sempre esteve ao lado dele, até mesmo quando a sua carreira deu uma virada e Jensen passou, de repente, do estrelato ao anonimato. Misha viu como seu amigo ficou firme durante todo esse tempo, com todas as perdas que ele sofreu e estava admirado de o loiro ainda não ter tido um surto com tudo que lhe aconteceu.

Mas pelo jeito a hora chegou. Jensen perdeu a cabeça e quebrou seu lar enquanto enchia a cara de álcool. Misha sentiu vontade de acordar o loiro e dar-lhe um abraço, mas não o fez. Se Jensen perdeu o controle, ele, Misha, teria que manter o seu e continuar firme. Firme para não deixar seu amigo cair mais ainda.

- Jensen, acorda. – Misha chamou sacudindo o loiro pelo braço. Mas Jensen apenas resmungou algo que o moreno não entendeu e continuou a dormir.

- Acorda, Jensen! Porra! – Misha gritou e deu um forte tapa na nádega do loiro, que abriu os olhos e sentou rapidamente no sofá, levando, logo após, a mão a cabeça sentindo que ela poderia explodir, ainda mais com o movimento brusco que ele fez.

- Porra, Misha! Será que você não pode ser mais delicado ao acordar os outros? – Jensen perguntou com a cabeça baixa enquanto massageava o seu pescoço.

- Eu tentei, Jensen. Mas você não acordava de jeito nenhum. E é só dar uma olhada em volta pra saber o porquê de você não acordar. Francamente, Jensen, eu não esperava uma coisa dessa vinda de você.

- Misha, eu não estou com saco para ouvir sermões há essa hora. – Jensen voltou a deitar-se no sofá, colocando o braço sobre os olhos.

- Jensen, você é uma pessoa forte e determinada, não deveria desistir assim tão fácil, meu amigo. Você é bom. – Misha continuou a falar, não dando ouvidos à reclamação do loiro.

- Só que não sou bom o suficiente para conseguir mais nenhum trabalho, Misha. Nada... Eu não consigo mais nada.

- É aí que você se engana meu amigo, porque você conseguiu um.

- O que você está falando, Misha? Só pode está brincando, né? – Jensen tirou o braço de cima dos olhos para encarar o moreno.

- Não estou não. É justamente por isso que estou aqui tão cedo. Ontem eu recebi uma ligação de um produtor querendo contratar Jensen Ackles, ou seja, você. Mas é claro que você sabe que seja você, né? Não deve ter bebido tanto ao ponto de não se lembrar nem de quem seja.

- Misha, cala a boca. Ou melhor, explica essa coisa aí direito porque eu não estou entendo nada. Acho que minha cabeça ainda não está funcionando direito depois de ter bebido tanto.

- A única coisa que você precisa saber, Jensen, é que você tem um trabalho. E agora você precisa levantar, tomar um belo banho e se arrumar para ficar bonito e causar boa impressão, não esse trapo de gente que está na minha frente.

- Misha... – Jensen tentou falar, mas o moreno o cortou.

- Levanta de uma vez, Jensen. – Misha o puxou do sofá, pondo-o de pé. – Agora vai tomar banho, e não me volte aqui até estar bem apresentável. – Misha o empurrava em direção ao quarto do loiro.

- Mandão! – Jensen sussurrou enquanto ia fazer o que Misha lhe mandou.

Misha se jogou no sofá onde, antes, o loiro estava. Olhou ao redor e soltou um suspiro, constatando em seguida que isso já estava virando um hábito. Levantou-se e resolveu limpar a bagunça que seu amigo havia feito. Quando Jensen voltou à sala, de banho tomado e devidamente arrumado, encontrou a sala em ordem e limpa. Misha estava sentado preguiçosamente no sofá com a cabeça encostada no apoio do mesmo e de olhos fechados.

- Poxa, Misha! Cara, não precisava fazer tudo isso. – Jensen falou ao se aproximar do amigo.

- Sei que não precisava, mas eu fiz. E você vai ficar me devendo uma. – Misha abriu os olhos e olhou para Jensen, que estava de pé a sua frente. – Agora pegue isso aí e beba. – Misha apontou para um comprimido e um copo com água que estava em cima da mesinha de centro.

- O que é isso? – Jensen perguntou.

- É para a dor de cabeça que eu sei que você está sentindo por causa do porre que tomou ontem. Anda, Jensen, bebe que vai te ajudar a melhorar.

- Obrigado, Misha. Você é mesmo um amigão. – Jensen falou pegando o comprimido e ingerindo-o junto com a água.

- Às vezes eu me sinto mais como se fosse o seu pai. – Misha sorriu. – E não coloque o copo aí, seu idiota, eu acabei de limpar essa droga toda. Vá colocá-lo na pia. – o moreno falou ao ver Jensen colocar o copo de volta na mesinha.

- Acho que você parece mais é a minha mãe. – O loiro disse, indo colocar o copo na pia.

- Vamos, Jensen! Eu não quero chegar atrasado!

- Ou quem sabe você poderia ser a minha esposa – Jensen falou ao voltar para perto do amigo.

- Você pode ser bonito, mas eu não me casaria com você. – Misha falou sorrindo. – Agora vamos logo.

- Sim, querida, já estou indo. – Jensen seguiu o moreno para fora do apartamento.

- Sabe, Misha? Você tem razão. – O loiro falou ao entrarem no elevador do prédio em que morava. – Eu sou uma pessoa forte, sempre fui. E eu vou conseguir superar essa, eu vou agarrar a primeira oportunidade que aparecer para eu sair dessa merda toda que a minha vida se transformou.

- Isso, amigo. Assim que se fala, levante a cabeça e siga. – Misha bateu no ombro do loiro e saiu do elevador assim que a porta se abriu. – Mas, por hora, siga para o meu carro porque temos um compromisso.

A viagem de carro não demorou muito tempo e foi feita em silencio pelos dois. O local marcado era um prédio comercial comum com o tamanho mediano, havia uma placa com o nome "Estúdio Beaver". Jensen olhou para a placa e depois para o seu amigo que olhava para o mesmo lugar.

-Estúdio, Misha? Que tipo de trabalho foi esse que você me arrumou?

- Eu não sei, Jensen. Na ligação me pediram para vir até aqui falar com o Beaver, e me pediram para você vir junto.

- Que tipo de agente é você que não pesquisou alguma coisa sobre isso?

- O tipo que ficou tão feliz por seu amigo conseguir um trabalho que se esqueceu de fazer uma parte do trabalho dele só porque estava contente pelo amigo ingrato que ele tem. – Misha respondeu aborrecido.

- Desculpa, Misha. Foi mal, cara. Eu...

- Tá bem, Jensen. Agora vamos logo entrar. – Misha empurrou Jensen para frente de uma forma brusca e logo depois entrou. Dirigiu-se a recepção onde havia uma mulher jovem e loira.

- Com licença! Eu sou Misha Collins e...

-Ah, sim! O agente. – A loira o interrompeu. – O senhor Beaver está esperando por você. E você, com certeza, é o Ackles. – A loira falou virando-se para Jensen. – O senhor Beaver é mesmo um homem muito inteligente, com certeza ele vai vender muito com esse novo projeto. – Jensen se sentiu incomodado pela forma como a loira lhe olhava.

- Podem subir, a sala do senhor Beaver fica no ultimo andar. – Misha e Jensen foram até o elevador, o moreno apertou o botão para o ultimo andar do prédio. Estavam ansiosos com a situação, já fazia muito tempo que Jensen não conseguia um bom trabalho e, a julgar pelo o aspecto do local, com certeza Jensen sairia dali com um bom contrato de trabalho. A porta do elevado se abriu e, do outro lado, estava um homem barbudo com cara de mau, esperando pelos dois. Jensen e Misha saíram do elevador e olharam cautelosamente para o homem a sua frente que ainda mantinha a cara fechada para os dois, mas logo mudou para um sorriso cordial.

- Você é o agente com quem eu conversei ontem a noite, não é? Eu sou Jim Beaver, o dono desse estúdio aqui. - Beaver estendeu a mão para Misha, que a apertou.

- E você é o famoso Jensen Ackles. O modelo com o sorriso sedutor. – Beaver se virou para Jensen e estendeu a mão para ele. – Irei adorar ter você trabalhando pra mim, rapaz.

- E qual seria o trabalho que você tem para o Jensen, senhor Beaver? – Misha perguntou usando seu tom profissional.

- Vamos até a minha sala, venham. – Beaver os guiou até a sua sala. O espaço era amplo e decorado de maneira bem formal. Jim sentou-se atrás de uma grande mesa e indicou as cadeiras a frente para que Jensen e Misha sentarem.

- Então, senhores. Vocês com certeza devem estar se perguntando o que um dono de um estúdio estaria interessado num modelo. – Beaver cruzou os braços em cima da mesa.

- Na verdade, senhor Beaver, é justamente isso que eu estou pensando. – Misha falou.

- E eu lhe respondo, meu caro agente. Eu quero fazer um filme com o seu agenciado.

- Mas ele é um modelo e não um ator.

- Eu sei disso, ele não vai precisar fazer uma grande cena de drama, nem nada parecido. Na verdade nenhum dos filmes que eu produzo precisam disso. Nenhum deles vão ganhar o Oscar. – Beaver gargalhou com o seu comentário.

- Eu não estou entendendo. Você poderia ser mais claro, por favor? – Misha falou para o homem a sua frente.

- Tudo bem, meu rapaz. Vou ser mais claro e direto com você, ou melhor, com vocês. – Beaver se recostou a cadeira e olhou para os dois. – Eu trabalho com filmes adultos e quero que Jensen Ackles trabalhe para mim. – Ele falou despreocupadamente.

Jensen e Misha arregalaram os olhos em direção ao homem barbudo a sua frente que tinha um sorriso no rosto. Jensen levantou-se bruscamente e passou a andar de um lado para o outro, passou a mão pelo rosto.

- Você ficou louco? Eu nunca faria uma coisa dessas. – O loiro falou alto para Beaver.

- Senhor Beaver, eu acho que o senhor se enganou, o meu cliente...

- Eu não me enganei, Collins. – Beaver o interrompeu. – Eu sei quem o Ackles é e por isso que eu propus isso a vocês que, por sinal, deveriam aceitar, o pagamento é bom.

- Eu não dou a mínima pra porra do seu dinheiro! – Jensen gritou.

- Deveria reconsiderar, Ackles. – Beaver falou mansamente. – Antes de ligar para o senhor Collins, eu mandei pesquisarem sobre você. Modelo decadente no fim de carreira que não consegue nenhum trabalho decente na sua área há muito tempo, endividado. Você tem o nome manchado nessa área de modelo, Ackles. Você nunca voltará a ser como era antes, nunca. Aquele Jensen Ackles morreu, sua carreira morreu. Você nunca mais vai conseguir manter-se como antes, mas eu estou dando-lhe uma oportunidade de começar de novo.

As palavras de Beaver acertam em cheio na estima de Jensen, e o que o velho barbudo a sua frente disse era verdade. Ele nunca mais voltaria a ser o modelo que um dia já foi, seu nome estava manchado e isso iria perseguir-lhe em todos os trabalhos que ele tentasse nessa área. Mas aceitar o que Beaver estava lhe propondo...

Ele lhe disse que era uma oportunidade única, começar de novo. E isso era tudo que Jensen estava precisando naquele momento, começar de novo e dar um novo rumo a sua vida. Mas não era aquele rumo que ele queria, não era aquele ramo que ele pretendia trabalhar.

- Jensen, você não precisa disso. Vamos embora e eu procuro outro trabalho para você. – Misha falou para o seu amigo.

- Você sabe que não vai conseguir, Collins. Não iluda o garoto. – Beaver abriu a gaveta de sua mesa e pegou um cigarro, o acendendo soltando a fumaça por suas narinas. - Eu estou lhe dando uma oportunidade de ouro, Ackles, pense bem. O dinheiro que vou lhe pagar é uma quantia que você não ver em muito tempo.

- Jensen, vamos logo, cara. – Misha se levantou e foi até o seu amigo que tinha o olhar perdido.

- Vamos combinar uma coisa. – Beaver falou levantando-se e indo para frente do loiro. – Você pensa a respeito e depois me dá a sua resposta. Uma coisa dessas não se pode se acertada na hora ,não é mesmo, filho? – Beaver botou a mão no ombro de Jensen.

- Obrigado por atender-nos, senhor Beaver, mas não estamos interessados na sua proposta. – Misha falou e logo após foi até Jensen, que ainda estava atordoado, e o conduziu para fora da sala de Beaver.

- Pense bem, Ackles. Você sabe que estou certo, filho. – Beaver falou para Jensen antes de ele sair de sua sala sendo levado por Misha.

- Com certeza esse aí vai voltar. – Jim Beaver sentou na sua cadeira, no rosto um sorriso debochado.

Continua...


Espero, sinceramente, que tenham gostado. E se gostarem que comentem, eu vou adorar saber a opinião de vocês.