DGM não me pertence, porque se me pertencesse a Mimi não seria filler, fikdik.


Nostalgia


Mesmo se esse coração se findar,

Mesmo se esse coração se quebrar,

Me prenderei àquele dia

(Nightmare – Nothing you lose)


O toque era frio (como a morte seria) como gelo, mas ela não reclamava. Lulubell gostava de sentir o frio se desprendendo da mão da pequena akuma enquanto esta lhe fazia as unhas, tarefa que a serva não sabia, mas era totalmente desnecessária já que Lulubell sempre colocava luvas depois.

Ela gostava de preservar a beleza daquilo que lhe pertencia

Os olhos eram cinzentos como um dia de chuva. Eram diferentes dos olhos claros que Lulubell sempre escondia com óculos, por isso a Noé gostava de observá-los. Talvez por isso ela escolhera aquela akuma dentre tantas outras, porque os olhos dela eram cinza.

Cinza Noé

A pele era pálida e fria, tão fria que nenhum humano se aproximaria demais. O que era bom, porque Lulubell não gostava de dividir aquilo que lhe pertencia. E Mimi era sua desde o primeiro momento em que a vira.

E nada ficava entre Lulubell e seus pertences

Mimi era uma composição de coisas tristes e frias, coisas que qualquer pessoa consideraria feias, mas Lulubell não era qualquer pessoa nem gostava de coisas felizes. Uma rainha não precisa ser alegre para ser bela. Mas Mimi não era uma rainha, nunca fora. Pelo menos não por dentro.

Uma alma condenada á eterna escravidão

O sino entoou sua última nota em um dia chuvoso. E estava frio, tão frio que nenhum humano deveria estar lá. Mas eles estavam porque apenas Lulubell sentia aquele frio terrível. Era um frio que não era bom como o toque de Mimi. Nem o cinza era bonito como os olhos dela. Nada ali era bonito como ela.

Porque não existe beleza na dor quando é você quem a sente

Lulubell olhou pela última vez para a pedra. O sino continuava ali depois de tanto tempo. Talvez ela devesse levá-lo de volta, afinal fora um presente do Conde, mas ela não via mais motivos para usá-lo, não existia mais ninguém que apreciasse o pequeno som que ele fazia.

Quem disse que você poderia me deixar?

Estava na hora de voltar, o Conde precisaria dela em breve e como uma boa serva Lulubell atenderia á qualquer capricho dele. Ela também era uma alma condenada á eterna escravidão, ela também entendia como era se sacrificar por alguém.

Mesmo que esse alguém não preste atenção em você

Pela primeira vez em muito tempo Lulubell sentiu aquele aperto no peito. Ela guardava uma lembrança remota do que aquilo significava, uma das poucas coisas que restara da época em que ainda era humana. Lulubell abandonou o lugar sem se despedir porque dizer adeus para um sino seria a mesma coisa de reconhecer que era humana, e isso era algo que ela nunca faria.

Pela primeira vez em muito tempo Lulubell sentiu saudade.


N/A: Ni~Ya é um poeta e essa é a música mais bonita de todo o álbum! (Falar da fic pra que?)

Set: Outono

Tema: 12 – Saudade