Rua dos Alfeneiros

Em uma noite qualquer de 1981, Inglaterra...

Já era a quarta noite seguida em que um homem se sentava no jardim em frente a uma casa sem graça no subúrbio de Surrey.

Um vulto passou rapidamente pela Rua dos Alfaneiros, em frente à casa de numero 4. Um homem trajando roupas excêntricas e bem surradas, que observava atentamente a casa como se pudesse ver através de suas paredes, levou a mãe direita rapidamente a um dos bolso interior das vestes, como se procurasse algo.

- Meu caro Remus, é bom revê-lo.

A voz rouca, vinda de um senhor que aparentava ser mais velho do que qualquer um que já tenha passada por aquela rua, parece ter acalmado o outro homem.

-Boa noite professor Dumbledore.

Agora os dois homens estavam perto de um lampião e se estudavam atentamente. O homem de vestes surradas era jovem, por volta de 25 anos, apesar de alguns poucos e teimosos fios grisalhos já estarem à mostra em seus cabelos cor da areia. Tinha olhos cor de âmbar, barba por fazer e um pequeno sorriso brotara em seu rosto.

- Já é a 4ª vez seguida que você vem aqui observar Harry.

O homem mais velho trajava uma longa capa roxa, possui um cabelo longo e bem grisalho, assim como sua barba, a qual ele prendia em seu cinto. Seria impossível estimar sua idade. Possui olhos bem azuis, cintilantes, que, com a ajuda de pequenos oclinhos meia lua, parecia adivinhar o que estávamos pensando. Um nariz torto completava sua esquisitice. Apesar de tão excêntrico, e até mesmo um pouco assustador, a velho senhor emanava calma e sabedoria.

- Sim, professor. Eu gostaria de ver o filho de Tiago crescer, ele é tão parecido com o pai, com os olhos da mãe.

O homem, que se identificava por professor Dumbledore, deu uma risadinha.

-Sim, só espero que não me traga tantos problemas em Hogwarts com o pai, e como você.

O homem, que aparentemente se chamava Remus, acompanhou o velho professor em uma risadinha.

-Sim, boa época, a dos Marotos. Sinto tanta falta deles, professor.

-Também sinto falta, Remus. Mas lembra-se que aqueles que nos amamos nunca nos deixam de verdade. Agora temos que viver o presente e lembrarmos deles com carinho.

O jovem pareceu interessado demais em seus calçados para encarar o ancião.

-Professor, o senhor realmente não acha possível que eu tome conta de Harry, sabe, agora que James, Lily e Peter foram assassinados e Sirius...

A última parte foi dita com um fiapo de voz que mais parecia um miado, se não fosse pela proximidade dos dois, o velho senhor não teria escutado.

-Entendo que você se sinta responsável pelo jovem Harry, mas temos que deixá-lo crescer sem a interferência de nosso mundo. Será melhor para ele. Quando chegar a hora, vocês serão apresentados e tenho certeza que ele irá adorar ouvir todas as estórias dos Marotos.

O jovem não respondeu. Seu rosto marcado por cicatrizes era uma mascara indecifrável. O mestre, notando que Remus não estava confortável, se pronunciou uma última vez

-Acho que está na hora de irmos.

Mal acabou sua frase, e o velho senhor Dumbledore tirou um curioso objeto de seus vestes, o apertou 2 vezes e apagou o lampião. Então os dois homens desapareceram com um sonoro "CRAK".

No dia seguinte, não havia nenhum vestígio da visita deles, a vida seguia normalmente. O menino órfão com a estranha cicatriz em forma de raio, que estava sendo alvo da discussão, nem sonha com esse dialogo e continua sendo perturbado pelo primo.

N/A: Sei lá, acho que Remus não deixaria Harry sem visitinhas casuais, e também acho que Dumbledore não gostaria disso. Foi uma idéia que surgiu não sei de onde...