Resposta ao desafio dos sete pecados do fórum SCI. Para representar a Gula escolhi o Claude.
OBS: Kuroshitsuji nao me pertence
Claude Faustus era um demônio guloso e foi isso que o levou à sua ruína. Ele não era guloso apenas com as almas, os outros demônios que o digam, mas foi principalmente essa gula por alimento que o destruiu, porque Claude não se alimentava apenas quando era preciso. Como outros demônios ele estava sempre atrás de almas, a diferença era que ele não se contentava com uma de cada vez, para ele, era preferível ter vários insetos na sua teia à apenas um. E dessa vez os insetos eram os Condes Trancy e Phantomhive
Talvez alguém dissesse que não era gula, que ele havia sido atraído pela pureza daquela alma. Sim, fora atraído, mas não, realmente era gula.
Lembrava-se do primeiro contato com Trancy, não se interessara por ele inicialmente, afinal, uma alma sem objetivos nada tinha a lhe oferecer. Então foi invocado uma segunda vez e, ao perceber que o garoto apenas se colocara naquela situação para poder ficar com ele, para ter uma companhia, nem que fosse a de um demônio, ele se interessou. Mas Alois não era o único que lhe interessava. Antes de fazer o contrato com ele, já estava interessado no Phantomhive.
Havia ouvido falar do menino e seu demônio pouco antes de fazer aquele contrato e achou que aquela era a alma pura que tanto procurara, ao contrário da alma corrompida de Alois.
Não, ele não mentira para Sebastian quando dissera que a alma de seu mestre também tinha bom gosto e valor, realmente tinha, mas ele não se contentaria apenas com ela, queria mais, ele sempre queria mais.
Foi por isso que incitara Alois contra Sebastian, por isso criara aquela máscara de mordomo atencioso e amoroso, por isso ficara a planejar maneiras de conseguir o que queria, por isso conseguira esconder seu desprezo pelo menino e agüentar seus caprichos: Pela gula, por sua vontade de satisfazê-la.
Porque era isso que Claude tinha, ele não sentia afeto por Trancy ou por Phantomhive, apesar de ser mais atencioso com o segundo. Ele sentia vontade, desejo de ter aquelas almas e ele queria as duas.
Foi então que ele as fundiu, eram tão parecidas e ao mesmo tempo tão distintas, que o sabor seria interessante, faltava apenas uma palavra do garoto para que conseguisse se satisfazer, mas antes que ele as dissesse aquela sucubus lhe roubou.
No final ele nada conseguira e ainda por cima perdera o que já tinha. Talvez isso tivesse acontecido porque havia querido demais. Era irônico que a gula lhe tirasse o alimento que a mesma botara em sua teia. Em meio àquele contexto e às palavras de Sebastian, ele se lembrou de reconhecer o valor da alma de Alois, desejando poder prová-la ao menos uma vez.
Se você perguntasse à ele se tinha arrependimentos, ele diria que não. Ou talvez dissesse que apenas queria ter provado seu banquete antes de morrer, mas se fosse para fazer tudo de novo ele faria, com uma diferença: dessa vez ele teria sucesso. Porque, por mais que se lembrasse do acontecido, não era da natureza de Claude se contentar. Ele era guloso, era o demônio da gula, nascera nela e nela morrera, e ele não se arrependia de ser o que era.
