• Ragione •
(Reborn...?)
Ela não estava lá, havia só fumaça e um vazio incômodo, aquela sensação de que algo não estava certo – de que Reborn não estava próximo – e que faltava algo, algo tão importante quanto o ar que respirava. Seus pulmões sempre foram tão...Inúteis?
(Reborn! Reborn!)
Há aquele peso em algum lugar, naquele seu peito esquerdo, mas não é culpa ou medo. Talvez seja saudade do que nunca teve ou talvez fosse apenas aquela preocupação absurda e mais inúmeros sentimentos que seus olhos refletem.
Ele continua correndo, os olhos nunca foram tão atentos. O choque do tênis contra a calçada é só uma vã tentativa (falha) de produzir som para seus ouvidos.
Junto aos seus gritos.
(Reborn, cadê você...?!)
Era como um dia nublado; ou talvez a aura depressiva fosse invenção da sua cabeça. Ele não gostava de dias sem sol, dias cobertos por nuvens o faziam lembrar de sua vida antes de Reborn, agora todo aquele sofrimento lhe parecia distante. Estava mal acostumado, viciara-se naquela confusão, naqueles olhos negros.
(Reborn!)
Ele precisava achá-lo, sentia que podia congelar. Nunca sentira tanto frio, tanta ânsia por luz e chamas. Precisava achá-lo.
Em sua mente, a visão de seus amigos – sua família! – se dissolvia aos poucos, o coração pareceu falhar. Despedidas doíam mais do que ele se lembrava. - E ele só conquistara tudo aquilo com a ajuda de Reborn, com seu brilho agora meio fraco, uma memória antiga.
Agora ele sabia que não poderia perdê-lo, não era nada sem ele. Precisava, definitivamente, achá-lo. Ou tudo voltaria a ser daquele jeito sem graça, sem nada.
E ele seria só Tsuna. Só o velho Tsuna-Serve-Para-Nada, sem brilho, sem calor.
Sem nada.
(Reborn!)
Por isso, ele iria se esforçar como se fosse morrer, iria lutar contra aquelas nuvens pesadas que o sufocavam. (Pareciam névoa) Ele não saberia enfrentar suas tempestades sem ajuda, sem sol.
Ele o encontraria, procurá-lo era quase um último desejo.
(Porque agora ele entendia que o céu não era nada sem o sol.)
E ele tinha um motivo, um motivo para continuar ali, esforçando-se para aparecer por detrás das nuvens.
(Reborn.)
Nota da Autora:
Vergonhosamente para Srta. Abracadabra T.
Porque ela e somente ela é a culpada por esse meu vício. Sem contar que eu precisava dar algum presente para ela. Só para compensar as vezes em que eu a perturbo animadamente e ela sequer me manda para um lugar nada simpático. Ô, mulher paciente!
Claro que isso daqui é uma vergonha, não deveria ter saído do meu caderno de Literatura, mas eu tinha que improvisar qualquer coisa. Esse daqui não é seu presente oficial, Abra, mas eu juro bem juradinho que te entrego um bem melhor daqui a algum tempo. Ou eu mudo de nome, beleza? 8D
Quem quer me fazer feliz? Heim? Heim?
