Título: Sem nome, sem razão.
Autora: Nanda Magnail.
Censura: T.
Nota: Fanfic escrita para a primeira edição do projeto Around The World, Paris, com a seguinte citação "só se ama verdadeiramente quando se ama sem razão", de Anatole France. Não tenho previsão de quando postarei o próximo capítulo de NS, então esse é o meu presente pra vocês. Feliz ano novo, amores, e espero que gostem.
SEM NOME, SEM RAZÃO
Por Nanda Magnail
A campainha toca e é ela. Empurra-me, entrando em meu apartamento, jogando suas verdades na minha cara. Diz que não me ama, que armei para ela, que as fotos são meras montagens, que Weasley nunca faria isso, que me odeia tanto que poderia sufocar com o próprio ódio, que morreria com prazer só para não ter que olhar nos meus olhos e perceber as mentiras ditas. E é nisso que vejo o quanto está quebrada, arrasada ao ter que confrontar a vida.
E esse é o meu fim.
Seguro seu rosto e junto nossos lábios, ignorando suas lágrimas e seu desespero. Sinto que a amo nesse momento, quando ela me aperta e me afasta de seus braços. Morde meu lábio, arranha minha nuca, puxa o meu cabelo e eu sinto que poderia morrer feliz.
Ela chora traída, e finjo que ignoro. Recebo o seu tapa com resignação, e a tomo novamente. Chora em meu ombro, agarrando-se a mim como se me precisasse tanto quanto eu a preciso. Seus soluços embalam nossos corpos e a abraço apertado, tentando afastar sua dor.
Acaricio seus cabelos revoltos e levo-a comigo até a cama, sem segundas intenções. Ela chora até os olhos ficarem vermelhos e me encara por sob os cílios. Ela está linda assim. Ela sempre está linda.
"Por quê?", ela pergunta.
"Eu não sei."
Ela encosta a cabeça em meu ombro, e sinto que poderia morrer feliz.
.xxx.
"Eu estou cheia de cicatrizes."
"Eu sei."
.xxx.
"Eu ainda o amo, mesmo depois daquela palhaçada."
"Eu sei."
.xxx.
"Meu sangue continua sujo, Draco."
"Eu sei."
.xxx.
Ela acorda no meio da madrugada. Caminha no escuro, abre a porta, liga a luz da cozinha e bebe sua água. Continuo fingindo que durmo quando ela volta. A cama ondula com seu peso e ela se aconchega em mim, respirando fundo.
"Draco?"
Resmungo algo incompreensível. Ela sorri no escuro e me cutuca com o indicador, esperando alguma reação. Desiste, e logo descansa em meu peito, tendo como canção de ninar os batimentos do meu coração. Abro os olhos e a encaro. Ela está linda. Ela sempre está linda.
Passo meus braços em sua cintura e a puxo ainda mais contra mim. Ela murmura durante o sono e ameaça acordar, mas beijo sua testa e sussurro palavras que ficam apenas entre nós dois.
"Por quê?", ela pergunta.
"Estou cansado de suas perguntas. Que tal você só aceitar que é assim e ponto?"
"Como quiser, Draco, como quiser..."
Ela ri e me beija antes de voltar aos seus sonhos. No entanto, continuo bem acordado, segurando meu amor em meus braços e protegendo-a de todos os nossos demônios.
Observo-a dormir até os olhos inevitavelmente começarem a pesar.
Ela ainda ama Weasley e seu sangue continua a ser lama perante meus olhos, mas apenas vê-la dessa maneira, vulnerável e adormecida em minha cama – nossa cama, nossa casa –, faz com que me esqueça de todos os seus defeitos. Hermione me conquistou pela essência, e agora eu estava completamente cativo.
Eu a amava, e não havia mais volta.
N/A: Merece reviews? Nanda.
