~Minha Matéria é Amor
Título do Capítulo: Aula sobre Homossexualidade
Autor: Mr. Devilish Blueberry (mr. DB)
Classificação: Boys Love (Yaoi) / Adult +18 (Lemon) / Romance / Angst / UA
Pares: Milo x Kamus, outros.
Status: In-Progress
Comentário: Milo possui um amor platônico: seu professor. Não houveram demonstrações por parte dele de amar seu aluno ou qualquer coisa do tipo, porém, com o tempo, as coisas mudam.
Importante: Os nomes dos personagens utilizados nesta fanfic foram retirados do anime/mangá Saint Seiya, cujo dono é Masami Kurumada. Não existe nenhum objetivo por parte do autor de lucrar em cima da obra Saint Seiya ou qualquer tipo de benefício que contradiga os direitos de patente do respectivo dono. Deixa-se claro que qualquer semelhança entre as personalidades dos personagens descritos aqui são mera coincidência, já que eles foram criados com diversas características diferentes. Em suma, são outros personagens, porém com os nomes, detalhes físicos e algumas informações do anime/manga, sendo o crédito disso direcionado aos seus respectivos proprietários: Masami Kurumada e seus colaboradores.
Como ele viria hoje? Será que com a calça jeans clara e aquela linda camisa social vermelha? Talvez. Mas estava bastante frio, provavelmente não usaria algo assim. Costumava vestir roupas de cores escuras em estações frias. Amava aquele lindo cachecol preto que ele usara naquele dia, em meio a toda aquela neve. Fora no mesmo dia em que ele lhe retirou uma dúvida nos arredores da universidade, na qual, aproximando-se um pouquinho mais, pôde sentir o cheiro dele. Seu professor tinha tão bom gosto. Perfume maravilhoso, obviamente francês. Um aroma engraçado, pelo fato de combinar de uma forma tão singular que parecia ter sido feito para ele. Amadeirado, seco, e que uma pessoa conservada como o próprio usaria. Combinava também com o tom de seu cabelo, suas longas mechas rubras.
Em meio aos pensamentos espontâneos, os quais Milo jamais conseguiria conter de tão habituais que eram, percebeu que seu professor já estava escrevendo no quadro negro. Observou-o, atento.
-Hum... Devia ter imaginado. A calça jeans preta com a camisa social azul marinho. –Observava o jovem, da primeira carteira, apoiando o queixo com a mão direita.
-Ééé... Já olhando para a bunda do professor, né Milo? –Um jovem loiro se aproxima falando baixinho, usando um short branco largo, tênis estilo "skeitista", camisa sem manga preta e despojada. Mal falou e já foi batendo o livro na cabeça do amigo.
-Afe, e você já vai chegando enchendo, né? –Olhava-o passar a frente de si e sentar-se ao seu lado, enquanto arrumava a bagunça que a brincadeira havia feito em seus cabelos.
-Huuuum... já devia estar acostumado, né Milão? –Sorriu, abrindo os livros.
-E você adora pagar de gostoso, né? Agora... só porque ta todo fortão, começou a usar essas regatas que quase mostram o seu peito todo.
-E eu lá tenho culpa de ser gostoso, meu caro amigo? As garotas da escola começaram, de repente, a me adorar, mais ainda do que já adoravam... Vai entender. Deve ser algum tipo de... perfume?
-Aioria, Aioria.... tsc, tsc. Bom, fique com esses seus casinhos. Eu só tenho olhos para... –Direcionou seus olhos novamente para o seu adorado professor. –A lousa. E os estudos, é claro.
-HAHAHA. Hoje é 7 de abril, ta atrasado!
Milo observou o amigo. Passou um tempo e conseguiu entender a piada.
-Afe, que piadinha infame. Nem curti, hein. –Levantou uma das sobrancelhas.
-Iai, realmente. Não teve lá muita graça mesmo.
-Senhores, abram na página 245. –Disse uma voz suave, porém grave, após terminar de escrever a primeira lousa daquela aula. O portador da bela voz era o tão famoso professor: Kamus. Só o simples fato de escutá-lo fazia Milo sorrir. Mais uma aula fabulosa de Antropologia com ele. Amanhã seria mais uma outra deliciosa aula de Sociologia. Se Kamus fosse professor das outras matérias, sem dúvida alguma Milo poderia morar na escola, talvez até tirar notas ainda melhores.
Felizmente, isso era praticamente impossível. O aluno mais bem sucedido do curso era exatamente o loiro. Tal posição vez ou outra trazia alguns comentários por parte de seu professor, cujo carinho por Milo era especial – apesar de muito distante do que ele realmente desejava – e imaginava o aluno ser o melhor de seus pupilos e, em um futuro não muito distante, talvez aquele que faria parte do corpo docente junto de si.
-Hoje nós aprenderemos sobre Cultura. Como podem ver, é um tema interessantíssimo. Acredito que vão desfrutar muito essa aula. –O ruivo sorriu, falando em francês, obviamente, já que o ambiente era La Sourbonne, a Universidade de Paris. –Para isso, começarei com um tema interessante... falaremos sobre Homossexualidade.
Milo engoliu em seco. Que tema mais inoportuno. O jovem de 23 anos além de estar perdidamente apaixonado por seu professor desde a primeira vez que o viu, no início do curso há 4 anos atrás, reconhecia já há um bom tempo sua sexualidade. Não tinha problema algum com isso, tão pouco dificuldade de falar sobre o tema, entretanto ver seu professor tocando no assunto deixava-o um pouco perturbado. Nunca havia pensado nisso. Qual seria a reação de seu adorado intelectual dos cabelos cor de fogo com um tema que, como bem sabia, muitas pessoas lidavam de forma difícil ou simplesmente ignoravam?
-Bom. Comecemos com Grécia Antiga. –O professor se dirigiu à lousa e começou a introduzir uma série de ocorrências histórias em relação à História Grega. Iniciou uma análise que comentava os casos de pederastia – onde um homem de meia idade se relacionava com um adolescente – que eram vistos como algo comum. Depois mergulharam em Esparta, logo voltando um pouco mais na História chegando a Pérsia. Após devido fechamento, retornaram a Idade Contemporânea.
-Hum, então, professor, a noção de uma sociedade totalmente heterossexual foi imposta? Isso é uma conseqüência da Idade Média fortemente cristã, não?
-Acredita-se que sim. Entretanto, nunca saberemos o que, exatamente, seria da nossa sociedade sem os preceitos cristão. –Sorriu Kamus, ao responder a pergunta de Milo, que sorriu de volta. Estava feliz em ter introduzido um assunto corretamente, o da Igreja Católica. Entretanto, a conversa, perigosamente, acabou indo para outro lado. –Mas, eu iria já lhe perguntar algo. Agora que você participou, Milo, já vou perguntando... Você é grego, não é?
-Hum, sim. –O loiro observava o professor desconfiado, sem entender muito bem o que ele queria consigo.
-Bom. Não era essa a pergunta, obviamente. –Sorriu, retirando algumas risadas sutis da classe. –Mas eu gostaria de uma perspectiva grega do assunto, não só da Era Clássica... mas no atual momento da Grécia. Seu país é menos preconceituoso do que os outros ou até mais do que alguns?
Milo se espantou com a pergunta. Primeiro que falar de um assunto tão complexo – e que o envolvia particularmente – já era bastante complicado, mas com o fato de Kamus, cuja presença fazia Milo tremer e o mero pensamento causava longas noites de sonhos quentes e bastante intensos, estar conversando com ele sobre isso, acabava se demonstrando uma situação bastante inusitada.
O jovem se conteve durante alguns minutos, fingindo pensar. Entretanto estava mais era evitando trazer questões pessoais para o tal "parecer grego" desejado por seu professor.
-Ahn, bem, por que não pergunta para Aioria? Ele também é grego. –Sorrindo, olhava para o amigo, imaginando que ele responderia com uma cara feia, já que odiava ficar respondendo coisas para a classe. Não teve escolhas, preferia assim que falar sobre aquele assunto na frente do ruivo. Felizmente, apenas o amigo ao seu lado e poucos outros sabiam sobre a sexualidade de Milo.
-Hum... bom. Por que não pergunto para Aioria? Porque quero você, meu caro grego. –O professor sorriu mais uma vez, com um olhar inocente, sem perceber o que o comentário dele poderia significar. Não foi nada inocente o que apareceu nos pensamentos do grego, que corou após o comentário.
-É-é... bom, então ta. Bem, nós gregos não temos o costume de sermos preconceituosos como em muitos países, apesar de a Grécia ter alguns problemas mais sérios do que em países desenvolvidos. Geralmente, exatamente pelo fato de termos um passado reconhecido como ilustre e bastante diferente da maior parte das outras etnias, evitam-se so preconceitos. Fora é claro toda aquela coisa da Grécia Antiga, Esparta, Atenas, sobre o que nós acabamos de falar. –Milo pausou por alguns instantes, observando o professor e depois continuou. -Porém, a Grécia é Católica Ortodoxa, o que faz com que muitos considerem o fato de ser homossexual um pecado. Como os gregos costumam ser religiosos, acaba-se vendo como um defeito ou coisa do tipo.
-Hum, entendo. –Kamus observava o jovem falando, encostado em sua mesa. –Na Grécia existem bastante percursos turísticos dados como "gays", não?
-Sim, sim. Existem ilhas que são, digamos, "gays". Muitos homossexuais vão para lá. São pontos turísticos muito famosos sim. –Milo se acomodava em sua carteira, colocando as idéias devagar e com ótima dicção.
-Como podem ver, alunos... nosso querido grego conhece bem seu país. Sejam como ele, hein? Não estraguem o orgulho que tenho por vocês. Lembrem-se que, além de professor de Antropologia e Sociologia, sou francês! Vive la France, com muito orgulho, hum? –Kamus levantou a mão com uma expressão séria, imitando algum clássico revolto da Revolução Francesa. A pose e os comentários geraram algumas risadas e o professor sorriu junto.
-Hahaha... podia vir com aquela sua camisa com a bandeira francesa, iria ficar bem nessa conversa.
-Ah, vejam só... Ainda lembram da primeira aula. Que bom. Lembra tão bem assim, Milo?
-Lembro. –Milo sorriu. –Lembro perfeitamente. O senhor estava realmente muito bem e... –Parou por um instante. Seu olhar ficou meio perdido, ainda na direção do professor, e depois desceu para o chão. Suspirou, um pouco assustado. "O que diabos estou fazendo?" –Pensava.
-Hum... –Kamus corou por um momento - o que Milo não deixou de notar - ao retornar a observá-lo querendo ver se ele ainda permanecia com os olhos sobre si. Estava ainda mais lindo, realmente. Era interessante: professor e aluno, ambos corados. A cena começou a chamar a atenção dos outros alunos, que riram com a situação engraçada. –Fico muito feliz com o comentário. Mesmo, senhor Milo. –Sorriu, se apoiando melhor na mesa, observando o aluno que agora o olhava meio tímido, fugindo dos olhos do professor. O loiro sentia-se um tanto confuso. Já era um homem e havia possuído muitas vezes outros homens, assim como sido possuído por eles, mas perto do professor se sentia tão infantil. Era como um ídolo para ele. Sua admiração era completa: não vinha só do corpo torneado e esbelto de Kamus ou de seus olhos verdes escuros, quase opacos, num tom que jamais vira. Tão pouco de suas singelas sardas, um tanto quanto graciosas, e seu nariz empinado, bastante "francês".
Obviamente tudo isso o fazia suar frio, suspirar, e, durante momentos mais particulares, realizar atos sexuais cheios de volúpia com esses pensamentos, contudo, realmente, não era só por isso. O homem que sonhava em ter como seu era extremamente inteligente, um dos intelectuais mais respeitados da Sourbonne e, consequentemente, da França. Havia escrito uma série de livros muito bem conceituados, fora as várias agências de pesquisas mercadológicas que pagavam extremamente bem para que o intelectual fizesse um estudo completo e atualizado da sociedade, cujo trabalho influenciava amplamente uma série de futuros projetos de marketing e publicidade do país.
Para Milo, o professor era como o Olimpo, das conversas que há pouco tiveram, que, misteriosamente, se encontrava no mundo mortal, cheio de defeitos. Kamus, obviamente, era um dos deuses. Apolo, senhor do fogo e das Artes, em seus traços lindos, cabelos em chamas e... Não. Era melhor não pensar mais no quão quente poderia ser seu professor.
-Milo? –Chamou o ruivo, retirando o pobre, e excitado, rapaz de seus pensamentos.
-Ó, senhor, desculpe-me... É-é que... o assunto me fez refletir.. Hehehe. –Deu um sorriso amarelo, coçando a cabeça.
-Fico feliz. Era exatamente essa a intenção. –Sorriu, já se dirigindo para sua mesa.
-Será...? –Falou baixinho.
-O que disse? –Kamus voltou-se novamente para o aluno, imaginando que ele tivesse alguma dúvida.
-Nada não. Falando sozinho. Hahaha... –Dessa vez o sorriso, além de forçado, estampava perfeitamente o quão o garoto estava totalmente perdido.
-Hum... tudo bem então. Alguém tem dúvidas? Não deixem de perguntar, ok? –Um silêncio se manteve durante algum tempo, para depois ser desfeito pelo sinal. –Bom, espero que esteja tudo certinho em suas cabeças... –Os alunos começavam a arrumar seu material. –Tenham um bom dia, senhores. Bom almoço e juízo, hein? Até a próxima aula.
Uma série de "tchaus" foram dados ao professor, que se dirigiu para sua mesa. Começou a anotar alguma coisa em sua agenda, sem se preocupar muito com a saída dos alunos. Aioria já tinha arrumado tudo e estava bolando alguma coisa para deixar seu amigo bem embaraçado. Quase teve que falar em público por sua culpa. Apesar de o loiro de cabelos cacheados e olhos verdes claros, bem expressivos, ser extremamente cara-de-pau com os amigos e possíveis amigos, sentia-se extremamente envergonhado frente a uma multidão.
Após arrumar suas coisas, Milo foi indo na direção do amigo. Quando foram se despedir do professor, já com ambos perto da porta, o professor observou um dos jovens e chamou por ele. Milo, o rapaz de olhos azuis escuros e longos cabelos loiros claros, fora chamado por Kamus. Observou o amigo, que não sabia o que dizer, e deixou a mochila com ele. Dirigiu-se, ansioso, na direção do professor, com as mãos suando frio novamente. O que a fonte de seu tormento queria com ele em particular?
Continua...
Mr. DB: Inham-Inham. Cheiro de fanfic nova no ar, não? Pois saibam que já elaborei duas outras novas fanfics huahuau. Espero, sinceramente, que gostem. Logo logo as outras duas saem também. Por enquanto fiquem só com essa nova fanfic. Temos uma fanfic média, que provavelmente vai continuar em outra fanfic... Essa daqui vai dar o que falar, porque o final é um pouco imprevisível. Vamos ver o que vão achar dela. Olha lá, hein? Não esqueçam dos reviews! Obrigado desde já ^~
