sobre merope


No início, havia amor. Havia beijos delicados e palavras doces sussurradas em seus ouvidos. Havia carícias suaves em sua pele e risadas que ecoavam em seus ouvidos. Havia felicidade e sonhos. Tudo isso misturado em um estado de devaneio que parecia aumentar ainda mais todas as sensações boas... Era bom não se preocupar com mais nada. Eles não tinham muito dinheiro, mas aquilo não importava, pois tinham um ao outro. Eles não tinham a melhor reputação do mundo, mas aquilo pouco fazia diferença, pois eles tinham amor. Ele não tinha a sua família, mas aquilo não era importante, pois tinha Merope...

E Merope era a fonte da falicidade. Ele não tinha idéia de quando aquilo acontecera, de quando a garota passara a ser o seu mundo, a sua vida, mas ela era e aquilo era o que importava. Perdê-la era sinônimo de morrer, pois sabia que não conseguiria sobreviver por um dia sequer longe dela. Ele a amava e tal sentimento era mútuo e assim seria para todo o sempre, não importava o que os vizinhos, seus pais e aqueles que se diziam ser seus amigos dissessem. Eles não entendiam o que era amor de verdade, pois aquilo que sentia por Merope Gaunt era amor na sua mais pura forma, não havia nada mais bonito e genuíno do que aquele sentimento.

Como alguém poderia dizer que eles não eram feitos um para o outro? Ela era a única que o via como ele era verdadeiramente, a única que o amava com tamanha força, a única que sempre seria fiel à ele... Merope sempre dizia isso, sussurrava-lhe tais verdades em seu ouvido todas as noites antes de eles irem dormir. Seus pais apenas queriam que ele mantesse a reputação da família, ela dizia. Cecília – ou era Célia o nome dela? Ou Cecélia? – apenas queria o seu dinheiro, Merope o assegurou disso. Seus amigos apenas queriam a sua influência, a garota explicou. Mas ela? Ela apenas queria o seu amor e, em troca, entregaria-lhe toda sua própria paixão à ele.

Merope era tudo em sua vida: era o seu céu, as suas estrelas,, o seu ar, a sua alma... E ele faria de tudo para tê-la por perta e para protegê-la. Nenhum Orion chegaria perto de sua Merope para tomá-la de si, ninguém a isolaria do mundo, ninguém a machucaria. Merope era sua e ele era dela, de corpo e alma, e ninguém nunca mudaria isso.