Eu a olho.

Ela não percebe.

Ela não percebe nada.

Ela nunca perceberia.

Ou entenderia.

Ou veria.

Eu continuo encarando-a, mesmo assim.

Seus cabelos estão um pouco desarrumados.

Seu sorriso é majestoso.

Suas risadas são sinceras.

Suas roupas são simples, mas a dão um dom especial.

Ela é linda.

Sempre foi.

Mas ela tem um defeito.

Aquela coisa que me agonia.

Um único defeito.

Porque eu não encontro outro:

Ela não é minha.

Isso me faz parar de olhá-la.

Passo a admirá-la.

Como alguém tão fraca pode se tornar tão forte?

Como alguém tão linda e preciosa não pode ser minha?

Finalmente ela percebe.

Ela sorri.

Eu sorrio.

Ela pergunta algo baixo.

"O que é?"

Eu não sei o que fazer.

É a primeira vez que eu não sei o que fazer na presença dela.

Eu murmuro um nada.

Ela assente, e volta para o namorado.

Mas ela percebe que eu ainda estou olhando.

E não faz nada.

Acho que nem eu saberia o que fazer.

O namorado dá um beijo em sua bochecha.

Ela dá risadinhas.

Risadinhas.

Ela nunca deu risadinhas para mim.

Eu fecho a mão direita em um punho.

Ele está fingindo.

Sei que está.

Está óbvio, na cara.

Mas, também, ele foi uma das poucas pessoas que não a causou algum tipo de mal.

Eu deveria ignorar tudo por causa disso.

Porém, tenho certeza que ele entrará na lista daqui a pouco.

Nisso, não tenho dúvidas.

Então por que a preocupação?

Ela vai ser sua.

Um dia.

Um dia que parece ser distante...

... E quase impossível.

Ele notou o punho.

Porcaria.

Seus olhos riem de mim, como se dissessem:

"Você nunca a terá, seu idiota."

Eu sei que pode ser verdade.

Eu sei.

Desejo não saber.

Ela é linda.

Ela é simples.

Ela é maravilhosa.

Ela é adorável.

Mas é dele.

Dele.

Ele.

Evan.

Traidor.

O nome não parece completar o adjetivo?

Ele nunca a traiu.

Nem pretende trair.

Eu sei.

Isso tudo na minha cabeça são falsas esperanças.

Criadas por algo chamado ódio.

Ou inveja.

Ou...

... Amor.

Não.

Só...

... Não.

Amor.

Amy.

Soa errado.

Soa estranho.

Soa como se eu estivesse quebrando uma lei.

Soa...

... Imperfeitamente perfeito.

Eu relaxo a minha mão.

A encaro mais uma vez.

Ela olha discretamente.

"Espero por você."

Eu penso.

Ela não lê mentes.

Que bom que não lê.

Seus olhos encontram os meus por alguns instantes.

Eu juro que vi algo...

Dúvida? Algum indício de ser tudo uma grande piada sádica?

Mas aquela impressão desaparece tão rápido quanto surge.

Amy volta para o seu namorado.

Eu decido ir embora.

Ela pode não ser minha ainda.

Entretanto, estava destinada a ser.

E aquela dúvida não existiria mais...

... Certo?

Inacreditável.

Isso é uma doença.

Sem cura.

Seu fim é a morte.

A morte da sanidade.


Quero agradecer a Dani, por ter me passado aquele trecho que muitos devem ter percebido. Não estou com o meu terceiro livro.

Enfim...

FanFiction tá parado, certo?

HEHE.

~CaahT39C