Disclaimer:
Os personagens de InuYasha pertencem a Rumiko Takahashi. Tomei-os emprestado apenas para escrever uma história destinada a entretenimento, sem fins lucrativos.
Ainda Há Esperança
Por Ayame N. Yukane
Capítulo 1
O Luar do Castelo em Ruínas
Amanhecera um dia terrivelmente nublado e mormacento. Estava completamente escuro quando os camponeses da região decidiram partir para o vilarejo mais próximo, em busca de melhores condições de vida. O senhor da vila, o híbrido Naraku, era desconhecido aos habitantes—ele quase nunca aparecia. Sobre o castelo, pairava uma nuvem arroxeada de miasma.
As diversas tentativas de aproximação por parte dos camponeses eram inúteis—em torno do castelo, havia uma barreira. Nos últimos meses, as colheitas atrasaram e faltou comida constantemente. O senhor não mais saiu de sua morada e não ouviu mais os pedidos e queixas dos habitantes do vilarejo.
Durante o dia, quase nunca havia movimento no castelo. Desde que seu senhor começou a se comportar daquela forma, os camponeses nunca viram os servos de Naraku. Sempre que se perguntavam se o senhor ainda estava vivo, se morrera ou se os abandonara naqueles tempos de fome, viam vultos durante a noite.
O rosto do dono do castelo não era mais do que um borrão na memória dos camponeses e dos senhores dos vilarejos vizinhos. Seu senhor fazia questão de não ser visto.
A decisão de partir da vila partira do camponês mais velho e sábio—deveriam pedir abrigo ao senhor do feudo vizinho em troca de trabalho.
O vilarejo já estava vazio quando um grupo de jovens chegou ao local, fazendo barulho para evidenciar sua presença. Entre eles, estava um meio-youkai, chamado InuYasha—de cabelos prateados, olhos dourados, o jovem continha um belo par de orelhas de cachorro no topo de sua cabeça. Sendo carregada nas costas deste, estava Kagome—uma garota de cabelos negros que pendiam em seus ombros, olhos azuis e uma enorme mochila amarela em suas costas.
InuYasha estava correndo emparelhado à youkai Kirara, um grande felino que levava na garupa uma Exterminadora de Youkais—Sango. Ela tinha cabelos e olhos negros, levava em suas costas Hiraikotsu, sua arma em forma de bumerangue e com peso de um humano.
Atrás de Kirara, sobrevoava Tanuke, carregando Miroku—um rapaz de cabelos negros, olhos azuis—, que levava consigo um bastão budista. Na frente de Miroku estava um pequeno youkai-raposa, Shippou—de cabelos ruivos e olhos verdes.
Todos corriam em direção à barreira de Naraku. InuYasha empunhou Tessaiga, que no primeiro momento, era somente uma espada enferrujada. Segundos depois, tornou-se enorme e lustrosa. Para extinguir a barreira, InuYasha fez com que ela se torna-se vermelha. O meio-youkai usou um golpe no ar e eles puderam passar.
Eles entraram nos terrenos do castelo em alta velocidade, percorrendo o mal-cuidado bosque da entrada. Quando a terra deu lugar a um piso de pedra, InuYasha parou de súbito, fazendo com que Kirara imitasse o movimento, realizando uma parada brusca—Sango teve de se segurar com mais firmeza para não perder o equilíbrio.
— O que foi InuYasha? — perguntou Kagome sem entendendo o porquê do meio-youkai ter cessado a corrida.
— Kagome, fique com Miroku e Sango.
Kirara desceu do ar para que Miroku e Sango pudessem descer, juntamente com Shippou.
— Vamos Kagome — chamou Sango, conduzindo-a pelo braço para uma área mais afastada. Miroku, Shippou e Kirara as seguiram.
No momento em que Kagome virou-se para ver InuYasha, o lugar em que o meio-youkai estava tornou-se vazio.
InuYasha correu em direção ao castelo olhando de esguelha para os amigos que deixava para trás. Não podia permitir que Kagome corresse mais perigo do que já estava em risco. Pelo menos, se ele não saísse vitorioso da batalha, a morena poderia contar com Miroku e Sango para sair do lugar antes que Naraku tentasse matá-los também.
InuYasha acelerou sua corrida, tentando arrancar de sua mente os pensamentos pessimistas. Sem que percebesse, estava em frente à porta principal do castelo.
Quando encheu os pulmões de ar para chamar por Naraku, percebeu que era desnecessário. O senhor do castelo já estava lá, esperando por ele.
O meio-youkai, ainda desnorteado, concentrou-se por alguns segundos e avançou. Tentou acertar um golpe de espada em Naraku, mas errou. InuYasha recuou um pouco e usou a "Ferida do Vento". O castelo de Naraku foi destruído, e uma fumaça roxa se espalhou pelo ambiente—era miasma.
InuYasha colocou a manga das vestes na frente de seu nariz—tentava proteger seu olfato aguçado do cheiro pútrido emanado pelo gás. Inconscientemente, recuou alguns passos.
Dos destroços do castelo, saindo por entre a neblina que envolvia o castelo, Naraku apareceu—um sorriso maldoso estampado em seu rosto.
O sorriso demente do inimigo não abalou InuYasha, que logo retomou sua postura e estendeu-lhe ataques contínuos, tentando não dar chances para o adversário atacar.
Naraku defendia facilmente os golpes—parecia não fazer esforço algum. Algumas vezes ria de deboche, o que deixava InuYasha cada vez mais fora de si.
— InuYasha, que pensamento fútil o fez pensar que sairia daqui bem-sucedido? — zombou Naraku em meio a uma risada fria.
InuYasha concentrou-se na odiada voz do outro meio-youkai e conseguiu acertar um soco no adversário, enquanto este estava distraído defendendo os golpes de Tessaiga.
— Cale a boca e lute, idiota! — exclamou InuYasha.
O desejo do fim de Naraku se estendia à orla da pequena floresta do terreno, na qual Miroku, Sango, Shippou, Kirara e Kagome assistiam a luta dos dois meio-youkais. Aos poucos, deixaram-se tomar pela frustração de não participarem da luta, de não ajudarem InuYasha a vencer.
Kagura encontrava-se na mesma situação do grupo—não agüentava mais só ficar assistindo, queria lutar. Na realidade, seu desejo era acabar com a vida de seu mestre Naraku, mas como não tinha força suficiente, mantinha-se fingindo lealdade a seu senhor. Por dentro, seu maior desejo era mandá-lo para o inferno e finalmente possuir sua liberdade.
A mestra dos ventos, ao ver o grupo distraído e fora de formação de ataque, atacou-os. Usou a Dança das Lâminas do Vento com seu leque. Mas logo o monge Miroku pegou o pequeno filhote de kitsune, Shippou, no colo, se esquivando do ataque direcionado a eles. Sango foi levada por Kirara, juntamente com Kagome para alguns metros de distância do local atingido.
InuYasha olhou preocupado para o local. Suspirou aliviado ao ver que estavam todos bem. Mas ao olhar para eles, deu um curto espaço de tempo para Naraku atacá-lo.
Naraku usou uma de suas patas de aracnídeo para atacá-lo. Quando InuYasha estava se preparando para defender o golpe que o atingiria em cheio no estômago, Naraku desviou o ataque para Tessaiga.
A espada feita de um canino do pai de InuYasha voou muitos metros da mão do meio-youkai. A arma rodou um pouco no ar e fincou-se no chão, voltando a sua forma inicial.
Kagome não teve dúvidas—libertou-se de Sango e pegou seu arco. Alcançou uma flecha e mirou em Naraku. Em seguida, uma flecha purificadora cortou velozmente o ar, indo na direção de Naraku. O senhor do castelo se esquivou a tempo, mas arregalou os olhos em surpresa. Neste momento, InuYasha aproveitou o pouco tempo que tinha e pegou sua espada de volta.
— Kagome! — gritou Sango desviando de um ataque de Kagura. — Fique aqui! Nós logo estaremos de volta!
Kagome não gostou muito da idéia de ser deixada para trás novamente enquanto seus amigos lutavam, mas não protestou ao perceber que não tinha escolha. Sua vontade não interferiria na decisão de Kagura—mesmo se ela não quisesse ficar, a youkai os atacaria de qualquer forma.
Naraku olhava periodicamente para Kagome, como que para ter certeza de que mais nenhuma flecha o pegaria de surpresa. Tornou-se óbvio que ele temia a garota. Sua segunda maior ambição era vê-la morta, mas parte de seu coração queria a moça para ele.
A batalha entre os dois meio-youkais prosseguia cada vez mais acirrada. Desta vez, a situação se invertera—Naraku atacava e InuYasha defendia.
Um dos ataques de Naraku finalmente não foi em vão—acertou em cheio o tórax de InuYasha. O meio-youkai de cabelos prateados foi lançado para trás.
— InuYasha! — exasperou-se Kagome.
O meio-youkai não emitiu reação alguma—simplesmente continuou estirado no chão.
Vê-lo estirado fazia com que o corpo de Kagome se movesse involuntariamente para frente, adiantando-se em direção à luta. InuYasha não gostaria nem um pouco daquela sua reação, tão pouco Sango. A morena não via muitas alternativas—queria correr até o rapaz de cabelos prateados, verificar se ele estava bem, mas a razão a barrava. Humana e fraca, o que poderia fazer por ele?
Naraku se aproximou de InuYasha para desferir o golpe final, um sorriso mórbido se formando em seus pálidos lábios, o semblante se iluminando momentariamente.
Kagome decidiu que poderia, sim, agir de alguma forma para ajudar durante a luta. Uma flecha passou colada ao rosto de Naraku.
— Não se atreva! Juro que a próxima eu não erro! — ameaçou a morena.
Com uma expressão indefinida, Naraku encarou a garota. Tinha que tomar alguma providência—aquela garota do futuro era capaz de estragar tudo.
Ele caminhava decidido em direção a ela quando a voz de InuYasha ecoou no terreno do castelo.
Naraku virou-se bruscamente na direção em que estava estirado no chão o meio-youkai InuYasha. Ele não estava mais lá—agora estava frente a frente com Naraku, retirando Kagome de seu campo de visão.
A batalha recomeçou.
Não muito longe do local, até visível pela vista de Kagome, estavam quatro corpos estirados no chão.
— O que você acha, Kanna? Quanto vai demorar para ela chegar aqui? — perguntou Kagura inpaciente.
— Ela não vai demorar — disse como resposta uma voz fria e sem emoção.
C.O.N.T.I.N.U.A.
N/A: Olá!! Estou de volta com uma reformulação de Ainda Há Esperança! Sobre a publicação, eu só postarei um novo capítulo quando tiver mais dois prontos—assim que eu me organizo melhor. Vai ser uma fic de Romance/Drama/Angst, os primeiros capítulos só vão mostrar como a situação toda surgiu. Espero que tenham gostado!
Muito obrigada a todos! Espero reviews!
Beijinhos!!
AyaNayru
