Cap.1 Elixir do Envelhecimento

Já eram 10h45min h de uma quarta-feira, a manhã estava fria e ventava bastante. Os Marotos corriam apressados pelos corredores de Hogwarts na direção das masmorras; pois é, eles estavam atrasados, novamente, para a aula de poções. Chegando à masmorra mal iluminada e fedorenta em que o professor Slughorn lecionava, James Potter e Sirius Black entraram empurrando a enorme porta de madeira, como se não estivessem atrasados e como se ninguém os seguisse com os olhos, os dois sentaram em seus lugares enquanto Lupin se desculpava com o professor pelo seu atraso, e Peter, o obeso e medroso amigo dos três, foi quase rastejando até o seu lugar.

O excêntrico professor de poções sacudia um pouco a cabeça e volta a falar com os outros alunos, que arqueavam as sobrancelhas para os recém-chegados, e agora voltavam à atenção ao professor à medida que os Marotos iam chegando a seus lugares.

"Quero que todos leiam os ingredientes necessários para a poção de envelhecimento e o seu modo de preparo na página 69 de seus livros" Comandou, com sua voz arrastada, o professor "Acho que vocês já têm a capacidade de executar essa poção... Se bem que ano passado houve poções catastróficas... Mas enfim! Isso é apenas um detalhe" falou o professor, querendo disfarçar os incidentes causados pela turma do ano anterior ao executar tal poção.

Instruções dadas, e os alunos abriam seus pesados livros na página mandada para ver o que era necessário para realizar a poção do envelhecimento. James e Sirius, que sentavam juntos na aula de poções, quase no fundo da sala, deram uma breve, realmente breve, lida no modo de preparo da poção, e se levantaram em direção ao lado oposto da masmorra, à uma estante onde deveriam pegar o material necessário.

A essa altura a dupla Marota não era os únicos a se levantar para pegar os ingredientes, vários alunos de todos os pontos da sala seguiam para mesma direção, e, como sempre muito populares entre todos, Sirius E James eram parados algumas vezes no meio do caminho para serem cumprimentados pelos colegas, de todas as Casas, exceto é claro, os sonserinos.

Enfim, chegaram à estante e em pouco segundos já haviam coletado todo material necessário para a poção. Sirius já virava de costas para voltar ao seu lugar ao ver que o amigo ainda fuçava na estante, percebendo que James pegara algumas folhas de tom roxo com algumas bolinhas amarelas, e colocara dentro dos bolsos das vestes, ele riu.

"Para que os fungos coça-coça, Pontas?" perguntou Sirius, disfarçando a risada pela feição de reprovação que o professor lhe lançara.

"Ora, e para que seriam, Almofadinhas?" sorriu marotamente James Potter "É claro que vai ser útil em alguma de nossas brincadeiras com o Ranhoso."

Sirius logo se empolgou com a idéia do amigo e recolheu algumas plantas também, com o cuidado de não encostar-se às manchas que causariam a sensação insuportável de coceira. Planos maléficos à parte, no meio do caminho de volta a seus lugares os garotos se olham:

"Você está pensando o que eu estou pensando, caro amigo Pontas?" perguntou Sirius.

"Só se você estiver pensando no que eu estou pensando, Almofadas" respondeu James.

É. Eles pensaram na mesma coisa. E ao perceber que James pensava o mesmo que ele, Sirius pegou uma das folhas que causavam coceira de um de seus bolsos e foi em direção à mesa de Snape, o garoto da Sonserina, junto com James. Chegando na mesa, Sirius coloca com cuidado a folha na poção e vai saindo junto com o amigo, mas os dois são parados pelo professor que os viu do outro lado da sala.

"Ora, ora. O que os senhores estão fazendo aqui?" pergunta o professor, Snape que havia saído do seu lugar por um instante, voltou e observou sua poção, que aparentemente, não havia sido tocada.

"Nada, professor" - fala em tom irônico Sirius "a gente veio pedir um ingrediente emprestado para o Snape, mas não precisamos mais" os garotos iam saindo devagar para seus lugares quando ouvem uma pequena explosão vindo de logo atrás deles.

Pois é, o barulho de explosão veio do caldeirão de Snape. Com o ingrediente acrescentado pelos Marotos, não foi o suficiente para mudar sua composição, apenas a fez reagir mais rápido.

Todos os alunos olharam para o local nesse momento, a fumaça que a pequena explosão causara foi sumindo aos poucos e foi possível que todos conseguissem ver claramente, Snape estava velho, barbas brancas até sua cintura e havia também rugas que enfeitavam seu rosto cheio de rancor e desprezo.

Até mesmo James e Sirius se assustaram por um momento com o que viram, mas logo acharam a situação divertida e começaram a rir, como toda a turma.

"P-pelas barbas de Merlin!" berrou o professor "vocês dois BEBERAM? Devem ter bebido, ou a fumaça da poção afetou o cérebro de vocês! Dois bruxos com a capacidade de vocês... Tem mesmo a necessidade de fazer isso?" Sirius foi fazer que sim com a cabeça, mas o professor interrompeu - Nem responda Black, nem responda!

"Ah, professor!" começou James "também não é para tanto, é? Foi apenas uma brincadeira, a enfermeira vai dar um jeito nisso em menos de um minuto, pode acreditar, a gente já fez coisa pior com o Ranhoso... digo! Com o Snape" tentou se justificar o garoto.

"Pois é! A gente faz cada coisa com o Snape. Precisa de tanto drama por causa de uma poçãozinha do envelhecimento...?" Sirius esboçou um sorriso arrogante desajeitado.

"É verdade... E poxa! O Snape é nosso alvo preferido, todos sabem. É tão... Divertido brincar com ele, não sei por que os professores reagem assim, francamente..." comentou Potter.

"Ah meu Merlin" a ruiva Lílian Evans, aluna também da Grifinória, havia se levantado "será possível que vocês dois nunca vão deixar o coitado do Severo em paz? Uma brincadeira atrás da outra. FRANCAMENTE, digo eu, Potter, seu arrogante."

"Caaaaalma ruivinha!", agora James foi até a garota " eu não quero te deixar brava, você sabe que eu gosto de você, não sabe? É que você foi ser bem amiga do nosso alvo preferido, aí não dá né!"

O professor pigarreia de onde estava o que chamou atenção de todos os presentes a ele novamente. Enquanto Severo Snape saiu furiosamente, sem dizer nenhuma palavra, até a Ala Hospitalar, o professor retoma:

"Potter e Black, detenção hoje às 19h, aqui mesmo" fala o professor em tom cansado, desgastado "Estão liberados agora, a aula acabou mais cedo hoje. Só não fiquem vagabundeando pelo castelo" completou Slughorn.

Ao falar isso, todos os alunos arrumam suas coisas o mais rápido que podem e abandonam a masmorra, em direção à alguma parte do castelo que pudessem vagabundear até a próxima aula do dia.