ESSÊNCIA
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Sensação de vazio.
Era a única coisa mais próxima a sentimentos que ele possuía, uma vez que nunca os tivera de verdade.
"Minha vista foi ofuscada assim que eu te vi, Feiosa."
Sakura estava corada e, ao mesmo tempo, incrédula.
"A luz do sol refletiu nessa sua testa oleosa e quase me cegou."
Era bom demais para ser verdade.
"Ah, claro. Sabia que você era incapaz de elogiar alguém."
"Eu elogio apenas se tiver uma qualidade que mereça ser elogiada."
Uma discussão com muitas que ela tivera com Sai.
Depois da missão no covil do Orochimaru, Sai tentou ser mais amável.
Após algum tempo, pareceu ter desistido da ideia.
Tornou-se ainda mais frio.
E seus comentários, mais cruéis.
"Está dizendo que não possuo nenhuma qualidade?"
"Até que enfim caiu a ficha."
"Cala a boca ou vou quebrar todos os seus dentes!"
"Violenta como sempre, por isso nunca conseguiu conquistar o Sasuke-kun."
A última palavra foi dita propositalmente para machucá-la.
"Também não vejo nenhuma qualidade em você."
"Saiba que eu tenho várias fãs que pensam exatamente o oposto. Diferente de você, não preciso implorar o amor de ninguém."
"Sai, você pode até ter muitas fãs, mas sabe que se elas te conhecessem melhor, também o enxergariam o mesmo que eu."
"Impossível. Muitas delas fariam qualquer coisa para ter uma noite de amor comigo."
"Então, por que não para de encher e vai transar com a primeira puta que você encontrar?!"
Vômito de palavras, Sai sorriu em deboche.
"Porque aí, teria que ser com você, Feiosa."
O comentário gerou alguns pontos na cabeça, um braço quebrado e vários hematomas pelo corpo do moreno.
"Sakura, não acredito! Quando te ensinei o segredo da minha força não esperava que você a usasse para espancar pessoas na rua."
"A culpa foi dele."
"Não quero saber de quem foi a culpa! O rapaz terá outra sessão de cura daqui a dez minutos e eu quero que você o atenda."
"Mas, shishou..."
"Você o deixou naquele estado, então você irá curá-lo!"
Não teve como contestar.
"Presta atenção, Sai. Você não faz nenhuma gracinha eu termino o serviço e estamos liberados da presença um do outro."
"Minha companhia é tão ruim assim?"
Não.
"Sim."
"Vê se me cura direito."
Meia hora sem dizerem uma palavra.
"Sai, desculpe por ter batido forte demais..."
"Não tem problema, já me acostumei."
Mentiu, na verdade, percebeu que ela batia cada vez mais forte desde que levara a primeira surra.
"Dizem que amor e ódio andam de mãos dadas. Essa é a prova concreta de que está perdidamente apaixonada por mim."
"Claro que não, seu idiota."
"Estranho... Eu achei que fizesse o seu tipo de príncipe encantado."
"Nem de longe. Tenho nojo de você."
Nojo? É isso o que sente?
Veremos.
Sai aproxima-se e rouba um beijo de Sakura.
Agarra-a pelo pulso para que não possa reagir.
Não soube explicar, talvez tenha sido apenas uma questão de orgulho...
"Sente nojo do calor de meus lábios junto aos seus?"
"Sente nojo da minha língua saborear o gosto da sua?"
...Ou um desejo reprimido.
Por um instante, Sakura sentiu-se completa."
Até despertar para a realidade.
Um beijo ardente...
... Seguido de um potente soco no estômago.
"Sakura!! Um médico deve ajudar o paciente a se recuperar e não piorar seu estado de saúde!"
Esta fic já é bastante antiga, e só postei agora porque EU TINHA ESQUECIDO COMPLETAMENTE DELA! Outro dia, encontrei um caderno meu com páginas já amareladas e tinha esta fic e muitas outras escritas nele. Quem sabe eu não posto tudo depois?
