N/A: Olá pessoal.

Gostaria de fazer uma breve apresentação dessa estória. Em primeiro lugar eu tentei imaginar os Cavaleiros de Ouro em uma escola comum, com alunos comuns, porém usando a personalidade de cada um. Como eu queria reuni-los em uma só série, desconsiderei a diferença de idade entre eles. A idéia principal seria passar como eles se portariam diante do último ano escolar, no último ano de adolescência. Aioros e Dohko estão presentes na fic.

Espero que gostem da leitura!

Agradecimentos especiais ao Radamanthys por me ajudar e apoiar com a personalidade dos "dourados" e ao Palmito por me ajudar na revisão.

A Escola Do Zodíaco

Capítulo 1

O primeiro dia de aula

Às sete horas da manhã a escola estava uma loucura. Crianças e adolescentes corriam de um lado para o outro para procurar seus nomes nas listas de presença para saberem em que classes haviam caído.

Mu chegou no pátio principal e olhava para aquela confusão atônito. Como acharia sua sala de aula com todas aquelas pessoas correndo e gritando? Olhava de um lado para o outro andando devagar até que sem querer trombou com o ser mais alto de todos que havia naquele caos.

-Er... Me desculpe.. Eu estava distraído..

-Não tem problema – disse o garotão em expressão séria. – É novo aqui?

-Sim... Você não?

-Sou também. Em que ano você está?

-No terceiro. E você?

-Também. Qual seu nome?

-Mu... – disse ele um pouco envergonhado – E o seu?

-Aldebaran. Será que estamos na mesma sala?

Mu olhava para todos os cantos e não conseguia achar nada que pudesse o guiar.

-Er.. Bem.. Acho que fica mais fácil você olhar... Você é bem mais alto que eu..

Aldebaran soltou uma risada abafada. Mu olhou desconfiado. Será que ele estaria debochando dele?

-Claro... Só um segundo...- E Aldebaran se misturou com toda aquela gente. Em poucos segundos estava de volta. – Olha, tem o terceiro A e o B. Nós dois estamos na sala A. Agora temos que procurar onde essa sala fica.

-Certo...

Os dois caminharam silenciosamente pelos corredores do prédio principal e não achavam a sala. Decidiram subir então, quando alguém vem correndo e dá de encontro novamente com Aldebaran.

-Realmente hoje não é meu dia.

-Sai da frente, ô brutamontes! Eu estou procurando minha sala.

-E nós também. E vê como você fala comigo. Nem te conheço e você já sai rasgando desaforo.

-Eu falo com você do jeito que eu quiser. Só porque é grande pensa que pode. E agora eu vou indo.

O garoto deu um salto enorme e saiu correndo de novo.

-Queria saber porque essas coisas sempre acontecem comigo.

-Ah... – Mu pensou bem antes de responder – Vai ver é porque a sua estatura é um pouco ameaçadora...

-Vamos então?

-Vamos...

E os dois subiram as escadas. Mu pensava em como Aldebaran deveria ser calmo. Talvez pudessem ser grandes amigos futuramente.

Acharam a sala. Ficava no segundo andar. Os dois ficaram maravilhados com a vista das janelas. Dava para ver o Pathernon com o céu azul como nunca haviam visto antes.

Mu tratou de escolher um lugar bem à frente, Aldebaran, por sua altura, preferiu se sentar ao fundo.

-De onde você veio, Aldebaran?

-Do Brasil. E você?

-Do Tibet.

-Do Tibet, Mu? E lá é legal?

-É bem tranqüilo. Mas é muito frio...

Os dois engataram numa conversa interessante até que para o desespero de Aldebaran, entra o garoto que havia trombado com ele nas escadas, gritando na sala:

-AQUI É O TERCEIRÃO Á! Lalálálá!

Os dois ficaram olhando para aquela demonstração de entusiasmo com cara de desaprovação.

-Parla bambi... Hey! O que você está fazendo aqui? – Perguntou o garoto a Aldebaran.

-Essa é minha sala de aula.

-Ah! Hahaha quantos anos você repetiu?

-Nenhum, mas você já deve ter repetido uns três anos. E você, o que faz aqui? Achei que aqui só tivesse alunos de terceiro ano e não do maternal.

-Hahaha eu adoro piadas! Mas olha só, aqui também é minha sala! Vai ser um imenso prazer estudar aqui, com você! Aliás, quem é o cara das pintinhas vermelhinhas na testa? Combina com você sabia? Você é muito estranho.

-Mas como ele é folgado!

-Deixa ele, Aldebaran. Eu não ligo.

-Percebe-se que você não liga, branquelão. Se ligasse, não passaria por esse ridículo!

-Agora basta. Você chega aqui e começa a nos provocar gratuitamente!

-Uii! Vai me bater, grandão?

-Não liga Aldebaran... Seja superior. Aliás, ainda não fomos apresentados. Qual seu nome?

-Máscara da Morte! – disse ele com grande orgulho.

-Sua mãe realmente era uma pessoa sensata... – Aldebaran caiu na gargalhada. Mu ria disfarçadamente quando Máscara da Morte interrompeu.

-E qual é o seu nome, branquelão?

-Er... Mu.

-Hahahahaha! Mu! Sabia que "mu" fazem as vacas?

Enquanto Mascara da Morte rolava de rir da cara de Mu e de Aldebaran, outro colega entra na sala com um olhar desesperado, vestindo uns trajes listrados, que com certeza não era o uniforme escolar, fazendo o primeiro parar de rir.

-Aqui é o terceiro A?

-Sim.

-A aula já terminou? Estou muito atrasado!

Os três se entreolharam e Aldebaran tentou acalmar o futuro colega de classe:

-Não... A aula ainda nem começou. Fique calmo.

-Como assim a aula ainda nem começou? O meu relógio diz que são 9:10! Este colégio também difere nisso!

-Não – respondeu Mu – São 7:15. Ainda nos restam quinze minutos...

-Vocês estão tentando me enganar, não é mesmo?

-Mas é claro que não. Eu acabei de lhe dizer que são 7:15. Por favor, queira se acalmar...

-Mas... É que... Ah não... Ah não...

-Hehehehe – Começou a rir novamente Máscara da Morte – Hahahahaha! Isso que você está usando... É o uniforme alternativo da escola?

O garoto olhou para si mesmo e fritou de tão vermelho que ficou. Na pressa de estar atrasado, acabara de esquecer de trocar de roupa.

-MALDITO KANON! VOU MATÁ-LO!

-Hei! Se acalme! Quem é Kanon? – Mu o olhou apavorado.

O garoto saiu correndo sem ao menos responder a pergunta. Dois minutos depois, o mesmo garoto entrou na sala, com um ar totalmente diferente. Era confiante e sorridente. Um sorriso irônico.

-Bom dia, disse ele aos outros três.

Os três estavam ficando cada vez mais confusos. Olhavam pra ele fixamente.

- O que foi? Nunca viram um garoto! Já sei! Estão espantados com a minha beleza!

-Não cara... – dessa vez foi Aldebaran que tomou partido – Como foi que você fez isso?

-Isso o que, cara? Pirou de vez, foi?

Aldebaran começou a pensar: "mais um folgado eu não conseguir aturar..."

-Você acabou de sair daqui! Já trocou de roupa? Como?

-Ah não! Não me diga que eu perdi isso! DROGA!

Nessa hora, ninguém entendia absolutamente mais nada. O garoto começou a sentir os olhares dos outros três e resolveu se apresentar.

-Ah! Poxa vida, eu perdi a cena que eu tanto esperava ver! Eu sou Kanon. Aquele que vocês viram foi meu irmão gêmeo, o Saga.

-Pois então, Kanon – disse Mu calmamente – O seu irmão Saga, vai matá-lo.

-Hahahahahaha... Ele sempre diz isso... Ele tem um péssimo senso de humor!

-HAHAHA – Máscara da Morte ria adoidadamente – Curti! Você é um gênio! Vamos nos dar muito bem!

-Ah é? Mas me digam, quem são vocês? Eu já me apresentei e já de quebra, apresentei o bobão do meu irmão! O que estão esperando?

-Eu sou Al...

-Deixa que eu apresento todo mundo! Aquele brutamontes é o Aldebaran e o esquisitão com pintinhas gays na testa é a Vaca! Ops... Perdão... É Mu!

-Hahahahaha adorei a apresentação!

-Eu não sou vaca nenhuma. Eu mal te conheço pra deixar você me autodenominar dessa maneira. Eu sou Mu, muito prazer, Kanon.

-Prazer vaquinha! Quero dizer... Mu! Hahahahaha! To vendo que esse vai ser o melhor ano da minha vida. Me contem, de onde vocês vieram? Eu sou daqui mesmo, da Grécia.

Os quatro começaram a conversar, ou pelo menos tentar, porque as piadinhas infames de Máscara da Morte mudavam completamente o rumo das conversas, quando mais dois garotos entram na sala. Parecia que eles já estavam bem entrosados enquanto andavam. Um tinha cabelos curtos e castanhos, e o outro era loiro de cabelos compridos.

-Bom dia! – disse o garoto de cabelos castanhos com entusiasmo.

-Bom dia. – disse o garoto loiro em tom mais sério.

-BOM DIA! – gritaram Kanon e Mascara da Morte em coro.

-Que recepção festiva. – comentou o garoto loiro.

-Quem são vocês? – Perguntou o garoto de cabelos castanhos.

Antes de qualquer piadinha, Aldebaran se apressou:

-Eu sou Aldebaran, este é Mu, aqueles dois são Kanon e Máscara da Morte.

-Mas que nome... Mais estranho...- disse o garoto loiro. – Eu sou Shaka e este é Aioria.

-Prazer Shaka e Aioria – disse Mu sorridente.

-Prazer! – Disse Aioria estendendo a sua mão.

Mu pensava, que apesar da "dupla do barulho" talvez fosse interessante estudar naquela sala.

O resto da sala começou a chegar. Várias meninas, entre elas estava Marin, uma ruiva de olhos azuis, muito vistosa, que já estava interagindo com as outras garotas.

E o sinal tocou finalmente, para começarem as aulas no terceiro A. E é claro, sem a presença de Saga.

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A fila no pátio principal realmente estava insuportável. Era um empurra-empurra de todos os cantos. No meio dessa confusão estava Miro, tentando ver onde estava seu nome no meio daquelas listas intermináveis. Quando finalmente encontrou a letra "M" foi empurrado com tudo para frente, de modo que deu bem com a sua testa no mural de vidro.

"Pah!" - O vidro se estraçalhou com tudo.

-QUEM FOI O RETARDADO QUE FEZ ISSO COMIGO?

Nesse momento, todo mundo se calou. Ainda de costas, gritava:

-BANDO DE INÚTEIS! NÃO TEM PACIENCIA ALGUMA PARA ESPERAR! A LISTA NÃO VAI SAIR DO LUGAR!

Quando virou, um garoto de cabelos castanhos escuros e olhos azuis, olhava fixamente para a sua testa.

-Está sangrando! Você se cortou... Me desculpe, mas eu também fui empurrado e...

-NÃO QUERO SABER! FOI VOCÊ QUE FEZ ISTO COMIGO!

-Calma, calma, por favor. Eu juro, eu não tive culpa!

Os murmúrios começaram novamente e Miro foi saindo da multidão junto com o garoto moreno.

-Quero que aceite minhas desculpas. Eu realmente fui empurrado. Qual o seu nome?

-Não sei se aceito suas desculpas! Todo mundo parece louco. Querem ver tudo na mesma hora. Meu nome é Miro. E o seu, qual é?

-Aioros. Você está bem? Vou te levar até a enfermaria, aí eles te fazem um curativo na testa e você poderá assistir à aula normalmente.

-Que curativo o que! Ta ficando besta, é? No primeiro dia de aula, eu, Miro, vou entrar com um esparadrapo no meio da testa? Quer me matar de vergonha?

-Claro que não! Não é essa minha intenção! É somente te ajudar por uma fatalidade.

-Eu vou ao banheiro e resolvo isso.

-Eu... Eu vou com você.

-Você realmente é doido. O que vai fazer junto comigo no banheiro? Endoidou de vez.

-Você bateu com a cabeça. Não vou ficar bem se acontecer algo com você. Estou preocupado.

-Mas que papo mais gay é esse cara! Se liga. E fique aí mesmo.

-Miro... Hei Miro! Miro!

Miro saiu andando furioso que nem notou que tinha esquecido a sua mochila ali no chão. Aioros olhava para a mochila sem saber o que fazer. Não queria deixar o garoto mais nervoso ainda do que já estava. Por outro lado, só sabia o nome dele.

-Ah, quer saber? Vou atrás dele. Ele que pense o que quiser sobre mim. Eu só quero ajudá-lo! – Disse para si mesmo.

Aioros saiu carregando as duas mochilas e chegou até o banheiro. Ficou esperando do lado de fora. Depois de uns cinco minutos, Miro saiu de lá de dentro com a sua franja toda molhada e metade de sua camiseta encharcada.

-Ah! Que ótimo! Tem alguém que precisava ver a cena do circo. Não falei pra você NÃO vir atrás de mim?

-Cara, você deixou a sua mochila no meio daquela bagunça. Não ia deixar ela lá. Trouxe ela pra você.

-Quanta demonstração de afeto. Obrigado. Agora pode ir.

-Er... Miro... Você sabe em que classe você está?

-E você acha que eu consegui ver enquanto estava com a cara colada no vidro daquele maldito painel?

-Acho que não.

-Então!

-Você quer que eu veja pra você?

-Aioros, não precisa. Eu vejo sozinho. O vidro não me cegou. Olha, eu já estou ótimo. Encharcado, mas ótimo. Pode ir. Bom dia pra você.

-Ok...

E Aioros saiu caminhado em direção ao prédio.

Miro voltou aos murais e aí sim conseguiu achar sua sala. Saiu em direção ao prédio principal quando alguém lhe deu uma cotovelada.

-Mas será o Benedito? Além de cortado, vou chegar todo roxo na sala de aula. Nunca pensei que o primeiro dia de aula fosse uma batalha aqui nesse colégio!

-Ah! Olá! – Disse um garoto com sorriso maroto, cabelos castanhos e pele morena – Eu estou meio apressado, não sei onde fica o terceiro B. Me desculpa por ter batido em você.

-Quantas pessoas terão de ser perdoadas por hoje? Acho que a escola toda. Tudo bem. Estou indo para lá. Vamos juntos.

-Seu nome...?

-Miro. E você?

-Dohko.

Os dois procuraram e acharam a sala. Ficava no segundo andar, da janela podia-se se ver toda a arquitetura grega nas montanhas. Era uma visão deslumbrante. Ao entrar na sala Miro não pode acreditar no que vê.

-Miro! Você é da minha sala!

-Vocês já se conhecem?

-Nos conhecemos na hora do incidente do mural...

-Ah...

-Oi Aioros.

-Quem é esse ao seu lado?

-Olá! Eu sou Dohko. Muito prazer.

-Muito prazer! Eu sou Aioros. Por que vocês não se sentam aqui ao meu lado?

-Obrigado Aioros. Eu prefiro sentar na primeira carteira.

Dohko começou a perceber o clima chato que Miro deixara e começou a por panos quentes na situação, mudando de assunto:

-Vocês são gregos mesmo?

-Sou.

-Sim, eu sou!

-Percebi.

-Como? – Perguntou Aioros.

-Vocês têm o mesmo sotaque. Eu vim da China.

Quando iam começar a bombardear Dohko com perguntas aparece um ser com cabelo bem escuro, olhos pequenos e bem escuros também chutando a porta da sala.

-Nossa, mas quem é esse ser extremamente educado? – Perguntou Miro ironicamente.

-Sabia que você vai ficar com uma cicatriz muito feia nessa sua testa enorme?

-Ei! Quem é você pra me dirigir a palavra desse jeito?

-Eu sou Shura. Saiba que sua aparência para um primeiro dia de aula está lamentável.

-Olá Shura, eu sou Dohko, tudo bom? Não acho que essa seja a melhor maneira de se apresentar a alguém.

-Eu não falei com você. Aliás, de que "cafundó" você saiu? Com esse jeito de falar tão esquisito.

-Eu vim da China.

-Claro, só podia ser da China.

-Oi Shura! Eu sou Aioros! Muito prazer!

-Olá. Você tem jeito de ser bem metido.

-Por que está dizendo isso?

-Porque eu não falei com você e você já está vindo pra cima de mim.

-Ah... É normal... – Diz Miro com cara de desdém.

-E eu também...

Uma nova discussão ia começar quando alguém bate na porta.

-ENTRA! – Grita Shura.

-Nossa... Er... Olá... Tudo bem com vocês? Eu gostaria de saber se esta sala é a do terceiro ano B? Estou procurando há horas essa sala e não a encontro e todos se recusam a me responder... É aqui?

Os quatro entreolharam-se assustados. Quem era aquele ser, vestido impecavelmente, com cabelos muitos bem penteados e falar tão correto?

-É aqui mesmo – Disse Dohko – Seja bem... Vindo...

-Oh! Muito obrigado mesmo. Eu realmente não entendo porque as pessoas me olham de um jeito tão estranho e se recusam a falar comigo. Vocês foram muito gentis comigo. Vou recompensá-los de alguma forma.

-Não, obrigado. – Disse Shura com expressão de pânico.

-Mas eu faço questão!

-Qual seu nome?

Todos aguardavam a resposta ansiosamente.

-Sou Afrodite. E vocês, caros rapazes?

Todos ficaram meio receosos em responder. Miro estava com vontade de sair correndo daquela sala. Shura estava imóvel e Aioros parecia ter visto um extraterrestre.

-Ahn... Deixa que eu os apresento. Aquele é Miro, este é Aioros, e aquele é Shura.

-E você?

-Ah! Nossa, eu me esqueci... Hehehe... Eu sou Dohko.

Afrodite estendeu a mão para Dohko que ficou sem reação. Porém, para não magoá-lo apertou a mão dele firmemente. Até estranhou a força na mão de Afrodite.

-Muito prazer. Espero que sejamos bons amigos.

Todos muito sem jeito, sorriram. Afrodite se sentou na terceira carteira, encostado na parede e sorriu também. Depois da sua chegada, o assunto cessou instantaneamente, porém, não demorou muito para o resto da sala chegar. Shura, que tinha escolhido o fundo, brincava com um lápis quando alguém sem querer bate em sua carteira.

-Perdão... Não queria desconcentrá-lo.

Ele já ia dar uma resposta atravessada quando se deparou com os mais belos olhos que havia visto. Era Shina, uma garota de olhos e cabelos esverdeados.

O sinal bateu e logo já estavam preparados para assistir a sua primeira aula no terceiro B.

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Quando todos estavam já sentados depois do sinal ter tocado, um professor alto e magro entra na sala do terceiro A.

-Bom dia queridos alunos e alunas – E dá um belo sorriso – Eu sou Kim, darei aula de Biologia para vocês. Nosso sistema de notas serão duas provas, cada uma no valor de 10 pontos. No final, somam-se as notas e dividiremos por dois para obter a média. O conteúdo será acumulativo, ou seja, o que cair na primeira prova, cairá na segunda também.

O professor mal terminou de falar e Máscara da Morte já ergueu a mão no fundo da classe.

-Pois não?

-Ah não profe... O senhor tem que facilitar pra gente ô! Acumulativa? Cara, quando é que eu vou jogar bola com meus amigos?

-Ora, ora.. Qual é seu nome?

-Máscara da Morte!

-Pois então, Mascara da Morte. Utilize suas férias para jogar bola com seus coleguinhas. Estamos na escola para estudar.

Mu e Aldebaran trocaram olhares nesse momento. Acharam a resposta do professor magnífica. Mascara da Morte se calou por completo e ficou emburrado.

-Professor!- Levantou-se Kanon – Eu sou Kanon, muito prazer!

-Muito prazer, Kanon.

-O que nosso amigo Mascara da Morte quis dizer é que, além da sua matéria, teremos outras, não é justo o senhor pegar pesado, pois precisamos nos dedicar as outras matérias também... Então...

-Meu caro Kanon, não continue. Essa sempre foi a minha forma de trabalhar em sala e sempre deu certo. Peço a você, e ao resto da sala, que não questionem as minhas formas de avaliação.

Kanon se sentou e também ficou emburrado. Mu e Aldebaran gostariam de soltar gargalhadas depois dessa resposta do professor.

-Professor, e quando serão essas provas? – Perguntou Aioria com um tom preocupado.

-No fim do mês que vem e no final do semestre. As outras duas serão após as férias e no fim do ano letivo.

-E além das provas, teremos que fazer algum trabalho, pesquisa? – Shaka queria anotar tudo para não se atrapalhar depois.

-Isso nós iremos resolver durante o ano. Não se afobem. Não é tão difícil quanto pensam que é. Mais alguém tem algo a reivindicar? Não? – A sala ficou em silêncio – Bom... Então podemos começar.

E a aula transcorreu bem. Mu se deu muito bem. Respondera todas as questões feitas por Kim corretamente e conquistou a simpatia dele.

Quando Kim estava saindo da sala, dando adeus aos alunos foi lançado ao chão junto com tudo o que carregava.

-Mil perdões ao senhor! Mil perdões! – Disse um garoto completamente vermelho. Não dava para perceber se eram os cabelos azuis ou se eram suas maçãs do rosto que se sobressaiam mais.

-Está tudo bem... – Disse o professor se levantando – Mas você está atrasado. A primeira aula acaba de terminar.

-Tive uns problemas e tive que voltar para minha casa... – E o garoto lança um olhar fulminante a Kanon, que já estava quase caindo da cadeira de tanto rir junto com Mascara da Morte.

O professor saiu e o garoto entrou completamente na sala, caminhando com passos duros, que davam parar sentir no assoalho de madeira, em direção a Kanon. Os outros alunos olhavam curiosos para ele.

-Maldito seja você! Perdi a primeira aula por sua causa! E você! Nem me conhece e está rindo de mim!

-Hahahahaha, claro que eu te conheço Saga! Hahahaha todos nós sabemos quem é você!

-Vou te matar Kanon!

-Hahahaha você é o bobalhão de pijama! Já tenho um apelido pra você Saga! Hahahaha Banana de pijama! B1! Hahahahaha!

-HAHAHAHAHAHA! Boa Mascara da Morte! Boa!

E os dois comemoraram a chacota que estavam fazendo de Saga.

-Hei, Saga! Sente-se aqui ao meu lado. Há um lugar sobrando. – Chamou Mu.

Saga, todo constrangido foi até ao lado de Mu. Não sabia onde enfiava a cara. Havia aparecido de pijama na escola, trombado com o professor, e ganhado um apelido. O que mais faltava em sua vida? Ele queria mesmo esganar o irmão.

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A sala do terceiro B encontrava-se uma bagunça. Shura estava rabiscando a lousa enquanto Dohko e Aioros falavam sobre as suas origens. Miro colocava o nome das matérias em seu caderno de modo frenético. Afrodite se olhava no espelho e ajeitava seus cabelos que já estavam impecáveis. Os outros estavam falando tão alto que não ouviram o professor chegar.

-Bom dia!

-Bom dia – respondeu Miro.

O resto da sala continuava conversando.

-Bom dia!

E nada...

-BOM DIA! – gritou o professor nervoso.

Todos pararam e aos poucos foram se sentando em suas carteiras.

-Pelo visto essa sala vai me dar trabalho. De 25 alunos, apenas 1 me responde. Boa maneira de começar. Posso me apresentar ou vou precisar esperar vocês terminarem o assunto de que estavam falando?

-Pois é professor, já vai se preparando porque esse pessoal não é fácil. – Disse Miro desprezando os outros.

-É você que não é fácil! – Gritou Shura da última carteira.

-E já percebi também que há briguinhas entre vocês, mas não há tempo para isso. Meu nome é Eugeu. Vou ensinar Grego para vocês. E já adianto que não será fácil. O esquema da escola prevê 4 provas durante o ano, mas eu gosto de aplicar testes surpresas durante esse percurso, portanto, precisarão se dedicar ao máximo se quiserem passar.

-Professor?- Aioros levanta a mão para perguntar.

-Sim?

-Esses testes surpresas serão com um aviso meio prévio, não é mesmo?

-Com quem estou falando?

-Aioros.

-Bom, Aioros, já vi que o senhor deve ser um aluno relaxado e que não gosta muito de estudar. Não, não darei avisos prévios. Se o teste é surpresa é porque não direi a data deles. Fica bem claro assim?

-Não me entenda mal professor, eu só gosto...

-Eu entendo muito bem do que está falando, rapazinho. E de agora em diante, em todas as aulas farei perguntas direcionadas a você.

Aioros congelou. Não queria que o professor tivesse essa falsa impressão dele.

-Hahahaha – Ria Miro de seu lugar – Ninguém mandou fazer perguntas idiotas!

-E você que está rindo? Qual seu nome?

Miro empalideceu.

-Er.. Miro.

-Talvez você fizesse uma dupla excelente com seu colega de classe Aioros durante essas questões.

-Não professor! Não é bem assim!

-Não? Então já posso considerar a sua nota como 9?

-Não! – O pânico tomava conta de Miro.

-Então vou considerar como 8 e chega de papo. Vamos começar com a matéria. Peguem papel e lápis, vou começar a ditar.

Dohko e Shura riam desfarçadamente enquanto Afrodite não perdia tempo em anotar tudo o que o professor falava.

A aula foi massante para todos. Ele realmente iria pegar pesado e não ia aliviar para ninguém.

Batido o sinal, todos aguardavam ansiosamente a segunda aula.

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As outras aulas seguiram normalmente, tanto na sala A quanto na sala B. Na segunda aula, foi a vez da turminha A conhecer Eugeu. Não seria nem preciso narrar que Kanon e Máscara da Morte terminaram a aula com média 7, também foi a vez da turminha B conhecer o professor Kim.

Dado o sinal, todos saíram aliviados para o intervalo.

-Putz cara... Eu não imaginava que esse cara fosse um manézão!

-Ah Máscara da Morte, fique sossegado que a gente vai da um jeito. – Disse Kanon em tom confiante.

-Beleza... o que você acha da gente ir tomar uma coca-cola na cantina?

-Ótima idéia.

E os dois foram juntos caminhando em direção a cantina.

-Esses dois vão ser terríveis juntos... – Comentou Mu com Aldebaran que assentiu com a cabeça.

-Ele sempre foi assim... – Uma voz tímida chegou por trás dos dois – E nunca deu ouvidos aos meus conselhos!

-Nós estamos percebendo – Disse Aldebaran em tom confortante para Saga – Er... Que tal a gente sair para conhecer o colégio ao invés de ficar falando desses dois?

-Claro! – Disse Saga com entusiasmo.

Os três se puseram a caminhar quando ouviram:

-Aonde vocês vão? – Era Aioria perguntando. Shaka estava ao seu lado.

-Vamos conhecer o colégio, querem vir com a gente?

-Sim sim. Nós já conhecemos o solarium. Nós os levaremos...

Os cinco estavam se divertindo muito e rindo bastante quando alguém deu um empurrão muito feio em Aioria.

-Hey! Olhe por onde anda!

-Olha você, palhaço! – Gritou Shura.

-Ah não... Outro Máscara da Morte... – Disse Aldebaran desanimado.

-Não liga pra ele, Aioria – Shaka ia empurrando o amigo, enquanto ele olhava com cara feia para Shura que já estava quase entrando na sua classe.

-Ele está no outro terceiro...

-Ainda bem, não é? – Saga estava mais aliviado. Já estava imaginando aquele menino se juntando ao seu irmão e a Mascara da Morte.

-É, mas vocês sabem, as aulas de educação física serão com as duas turmas juntas.

-Como é que é, Shaka?

-Sim, foi o que você ouviu Saga.

E assim foram caminhando até o solário. No meio do trajeto toparam com um garoto, que parecia ser muito simpático.

-Olá, vocês sabem onde fica a secretaria?

-No prédio azul, o principal.

-Ah! Obrigado! – Dohko agradeceu e foi em direção ao edifício.

Logo depois o sinal tocou e os garotos voltaram para suas salas.

O resto do dia foi tranqüilo. Conheceram os professores Pitágoras de Matemática, Socrates de Filosofia, Aristóteles de Geografia e História, Platão de Literatura, Ptolomeu de Mitologia e Galileu de Física e Química.

Shaka, assim como Miro, se saíram muito bem nas aulas de Matemática. Aioria demonstrou um grande conhecimento em Filosofia medindo forças com seu irmão Aioros da outra classe e apesar de tudo, Kanon respondeu corretamente a todas as perguntas feitas por Galileu durante a aula de Física e fez várias perguntas muito inteligentes que a classe toda ficou espantada, inclusive o professor. Na turma B, ninguém havia chamado a atenção de Galileu assim como Kanon havia feito. Dohko brilhou na aula de Mitologia e já ganhou um ponto na média no primeiro dia de aula por ter relatado com tanta precisão a Lenda do Minotauro.

-Brilhante!- Exclamou Ptolomeu.

Na hora da saída, os grupos já estavam formados. Aldebaran e Mu pareciam amigos de infância, assim como Aioria e Shaka. Saga ficava no meio termo. Parecia ser amigo dos quatro mas somente superficialmente. Kanon e Máscara da Morte pareciam irmãos.

Na outra turma, Dohko parecia se dar bem com todos, diferentemente de Aioros que queria ser amigo e não era tão bem sucedido. Miro e Shura preferiram ficar isolados, enquanto Afrodite era alvo das meninas.

Todos voltaram para suas casas cansados, porém felizes. O dia seguinte prometia.

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Mu chegou em casa eram quase duas horas da tarde e morrendo de fome. Era nessas horas que ele sentia falta da sua casa. Ele já havia partido há um mês de Lhasa, no Tibet, justamente para se acostumar com sua nova morada, mas as lembranças o perseguiam. Morava sozinho em um pequeno chalé próximo ao centro de Atenas. Era um lugar calmo, assim como havia escolhido. Não gostava de agitação, porém as brigas com seus outros cinco irmãos nessas horas deixavam saudades.

"Como eu gostaria que mamãe estivesse aqui... O almoço já estaria pronto."

Resolveu deixar a preguiça de lado e começou a cozinhar. Queria dar uma revisada na matéria durante a tarde.

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Aldebaran abriu a porta de sua pequena casa próxima da escola. Diferente de Mu, não levou tanto tempo para chegar em casa. Aldebaran gostava de estar sozinho, isso lhe dava confiança de que tinha tudo sob controle. "Apenas cumpra suas obrigações e me mostre sua nota nos finais dos bimestres. Me dê orgulho!" – Foram às palavras de seu pai. E ele ia se esforçar ao máximo para ser o melhor de todos.

"Vou mostrar para todos do que os brasileiros são capazes. Não foi a toa que vim parar aqui."

Jogou sua mochila em cima da pequena poltrona e foi para cozinha. Quem visse Aldebaran, não acreditaria em como aquele garoto enorme era bom cozinheiro.

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Máscara da Morte chegou fazendo alarde em casa. Cantarolava tão alto que com certeza estava incomodando os vizinhos. Seus pais tinham ido para Grécia junto com ele a fim de se assegurarem de um local apropriado para seu filho. Saíram de Sicília, Itália, só para isso. Escolheram um apartamento de cobertura de vista para o Mar Mediterrâneo. Era um trato feito com ele. Se conseguisse uma vaga para estudar na Grécia, ganharia o apartamento. Dito e feito. Encontrou a empregada varrendo a sala e não perdendo a oportunidade, fez questão de humilhar a serviçal e a mandou diretamente para o fogão. Queria comer depressa para tirar um belo de um cochilo durante à tarde.

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Saga e Kanon, obviamente, moravam na mesma casa. O pai deles, um senhor de idade avançada, ordenou que Saga tomasse conta de seu irmão Kanon, pois esse sempre dera muito trabalho, desde que nasceram. Saga sempre foi uma pessoa direita, sempre muito popular, bondosa e responsável. Kanon era o inverso. Aprontava muito, se colocava em apuros, com uma índole questionável, porém dono de uma inteligência fabulosa.

Agora que estariam morando sozinhos, pois se mudaram de Thessaloniki para Atenas, a preocupação do pai aumentara. Saga prometeu estar, sempre que possível, enviando notícias sobre a escola para a família.

Diante disso, adivinha quem sempre fazia o almoço, limpava a casa, e pagava as contas?

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Aioria e Aioros eram irmãos típicos, daqueles que possuem uma relação familiar espetacular. Aioros era um ano mais velho que Aioria, mas como tinha feito um ano de intercâmbio no Japão, tinha perdido um ano na escola e por isso estava se formando junto com seu irmão. Os pais deles confiavam muito em seus filhos e não tiveram nenhum tipo de problema ao deixarem os cuidados de seus filhos nas mãos do destino. O espírito hospitaleiro e de aventuras de Aioros causava motivação e empenho em Aioria, além do mais, Aioros já havia morado sozinho em seu intercâmbio, portanto sabia se virar.

Os dois se davam muito bem, portanto não havia problemas em morarem juntos. Dividiam as tarefas todas as semanas e iam criar o costume de sempre estudarem juntos.

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Os Cinco Picos localizados entre o Tibet e a grande China eram o lar de Dohko. Sua avó cuidou dele com muito cuidado, ensinando-lhe valores muito importantes como o da amizade, compreensão e altruísmo, por isso Dohko era um rapaz muito calmo e equilibrado. Seu jeito cativava as pessoas ao seu redor e era muito prestativo. Por sempre morar em um lugar calmo, escolheu um chalé, que por coincidência era perto de Mu, não localizado no centro de Atenas. Morar sozinho não era problema para Dohko já que o garoto vivia em constante estado de meditação.

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Miro é o tipo de pessoa que adora badalação, então, pra ele, estar longe dos pais e morando na capital grega era a união do útil ao agradável. Considerava a Ilha de Milos um lugar parado e totalmente sem graça.

"Vou fazer valer a pena ter vindo estudar aqui. Vou provar a todos daquela escola que eu serei o melhor e professor de grego nenhum vai me derrubar." – Dizia ele para si mesmo enquanto trancava a porta de seu apartamento próximo ao Mercado Municipal de Atenas.

Era muito estudioso e esforçado. Sempre com notas muito altas, altas mais por ambição do que de conhecimento propriamente dito. Era o tipo de pessoa que precisava mostrar a todos que ele comandava. E sabia fazer isso.

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Shaka conheceu muita pobreza em sua infância e por isso se tornou um rapaz humilde e muito justo. Estava morando em uma pensão enquanto não conseguia o que queria. Almejava em arrumar um emprego para poder pagar um lar melhor. Sempre se esforçou ao máximo para conseguir seus objetivos e gostaria muito de fazer um curso de medicina e depois voltar para a Índia, sua terra natal, e seguir com voluntariado, para ajudar seu povo tão sofrido. Quem sabe assim ele poderia arranjar a cura para tantas doenças que assombravam seu país. Encarava o fato de estar estudando na Grécia uma oportunidade única dada por Buda, a quem era devoto e portanto, não iria fazer feio. Quando chegou a pensão, o almoço estava sendo servido. Não perdeu tempo e comeu depressa. Quanto mais tempo ele estudasse, mais perto estaria de realizar o seu sonho.

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Fazia apenas um dia que Shura havia chegado na Grécia por isso a sua casa encontrava-se um verdadeiro caos. O garoto havia tido problemas em Barcelona uma semana antes de viajar e teve que adiar a mudança.

Sua casa encontrava-se de frente para o Mar Mediterrâneo e saindo de seu pequeno jardim já dava para sentir a areia tocar seus pés. O mar lembrava muito seu pai, que faleceu velejando. Shura gostava de estar sempre perto do Oceano desde então.

"Onde quer que esteja, papai, eu vou te dar orgulho e te provar que possuo um cérebro, diferentemente do que o senhor pensava de mim".

-Vou precisar de uma companhia se eu não quiser enlouquecer.- Disse Shura para as paredes.

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Quem passava por aquela pequena travessa ficava encantado pelo perfume que o pequeno sobrado de esquina exalava. Rosas de todos os tipos e de todas as cores enfeitavam o jardim de entrada. A casa branca e extremamente limpa foi alugada por Afrodite, um garoto de aparência peculiar e impecável. Além disso, era muito organizado e sabia cuidar de uma casa. Sua mãe tinha lhe ensinado tudo o que sabia e doía em seu coração partir de Estocolmo, na Suécia, deixando-a sozinha em casa no estado que estava. Afrodite teve uma infância difícil. Seu pai maltratava-o e sua mãe também, portanto, cresceu com um grande trauma e preferiu se espelhar em sua figura materna, por isso tinha um jeito estranho de agir.

Não via a hora de poder buscar sua mãe e trazê-la para Grécia.