Essa drabble foi escrita muito de mim para mim. Mas se você for ler, aconcelho que leia ouvindo a música "Slow, Love Slow" do novo álbum do Nightwish, Imaginaerum.
Devagar, amor
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No começo ele estava sozinho. Até que ela chegou. Depois do beijo tudo ficou tão embassado. Enevoado, inebriante. E o perfume de suor, de secreção. Eles dividiam um quadro, apreciando e se deleitando. Ela era a tela. Sempre sob a promessa de que um dia ele acordaria e ela não estaria ali. Sempre sob a promessa de estar sozinho novamente. Devagar, amor. Devagar...
E ele se embebedava, intoxicado por um acorde maior da harpa triste. A dúvida eminente iminente. Eu te amo, ou amo a idéia de te amar?
Eles gemiam, eles se arqueavam sob o meridiano azul, e depois de abaixar a guarda e ouvir vários euteamos e tantas rimas ao pé do ouvido, ela só se afastava de toda aquela sensação bucólica. Porque, gradativamente, aqueles quadros se tornaram degradantes. E quando ela se encheu do cheiro de terebentina, ela saiu porta a fora. Fugiu do castelo de anjos, deixando-o com vontade de dormir um sono mais profundo do que o tempo. E ele ficou em sua gaiola, com seus anjos. Porque só os fracos não estão sozinhos, ele foi deixado pensando assim.
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Escrito pra mim e para alguém que não vai ler.
