Ósculos e amplexos
Para que complicar o que é simples?
Disclaimer: Acho que eu não preciso ficar repetindo, mas pra aliviar minha consciência, vou dizer de novo: Saint Seiya não me pertence, caso contrário, Kamus e Milo seriam os personagens principais e Seiya teria morrido, ou melhor, nem existiria e o anime teria que ter outro nome…
Outra coisinha: fic "M", portanto pode conter alguns assuntos que você não se sinta a vontade, tudo bem? Se não gostar, procure alguma outra fic e divirta-se! E se gostar, obrigada por ler!
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Foi a última vez que o vi chorar. Para falar a verdade também foi a primeira. E para minha grande surpresa ele desatou a falar:
— Me prometa — como já disse, ele me pegou desprevenido — me prometa que se até o dia do meu aniversário de trinta anos, pelo menos um de nós estiver com a pessoa certa, vamos pular da ponte que corta essa maldita cidade… esse lugar que tirou tudo de mim.
Aquilo me chocou.
Não sei se pelo fato de perceber que ele é um romântico.
Se pelo fato de vê-lo tão desiludido.
Se pelo fato de pensar que eu conhecia aquela pessoa que pela primeira vez deixava eu me aproximar para um carinho mais íntimo (se não mencionei eu estava alisando os fio daquela cabecinha confusa que estava no meu colo)
Ou por notar o pior de todos os malditos fatos: "essa terra que tirou tudo de mim".
E eu?
Pode soar extremamente egoísta, mas eu achava que valia alguma coisa para esse projeto de ser humano aninhado em mim.
Ok, ok, ele tem lá seus motivos. Ele tem bons motivos, os pais acabaram de falecer e parece que ele anda as turras com a namorada.
Na verdade eu acho que esse namoro não devia nem mesmo ter começado, para começo de conversa.
Opa! Voltando, eu tenho essa mania de começar a falar de coisas que não têm nada haver.
Estávamos falando do meu melhor amigo, o qual nunca eu vi chorar, que estava me propondo um suicídio duplo para daqui a mais ou menos quinze anos.
O que eu vou fazer? O que eu respondo?
Ah! Aqueles olhos estão me encarando, pedindo uma resposta. Posso parecer duro na queda, mas na verdade meu coração é de manteiga e eu nunca consigo negar nada quando ele me olha desse jeito.
— Tá, Kamus, eu prometo! Mas não me olha assim!
Para meu desespero, ele continuava a me olhar como se estivesse lendo a minha alma. Ele sabia que eu tinha dito da boca para fora, mas com ele as coisas eram extremamente preto no branco.
— Kamyu, eu não sei…
— O que você tem a perder?
— Não tenho agora, mas posso ter um dia.
Ele ameaçou chorar mais ainda, pelo visto ele estava completamente desiludido e, falando sério, o que eu tinha a perder? Eu era (com o perdão da palavra) um merda!
Sim, não tenho nada, nem vou ter nada muito a mais do que tenho hoje.
— Tudo bem, Kamus, eu juro! No seu aniversário de trinta. — Pequena pausa — Não acha que é cedo demais para ter esse tipo de crise? —Eu tinha que solta uma piadinha no final! Que tipo de idiota eu sou?
Me derreti todo, o tipo de idiota que conseguiu fazer o amigo sorrir por um milésimo de segundo, eu amo fazer isso.
Pelo menos ele parecia um pouco mais aliviado, ele me conhecia, sabia que eu falava sério. Só que eu precisava contar algo a ele, se ele confiava em mim a ponto de pedir uma sandice desse tamanho, o mínimo que eu podia fazer era confiar nele também.
— Francês, eu — outra pausa — não estou muito certo que eu posso arranjar uma mulher para mim até os trinta. Eu, eu…
— Milo, seu tonto, eu disse pessoa, não me importa quem seja, só que você ou eu estejamos bem acompanhados.
Pronto! Cinqüenta por cento mais leve. Meu amigo, melhor amigo, diga-se de passagem me aceitava do jeito que eu era.
Não sei porque esse medo e bobo. Alguns amigos nossos já tinham se declarado gays ou bissexuais e o Kamus (que estava adormecendo ao meu lado) nunca tinha se manifestado contra… nem a favor.
A opinião dele era extremamente importante. Eu nunca disse a ele, nem diria, que ele era a pessoa mais significativa para mim. Vai ver que é por isso que eu ocultei.
Espera aí! Calma!
"…não me importa quem seja, só que você ou eu estejamos bem acompanhados"
O que isso quer dizer afinal? Será que…
Ah! Ele adormeceu como um anjo
Eu não vou perguntar. Para quê? Ele viria com dez pedras em cada mão, como sempre que perguntamos algo íntimo a ele.
Eu não vou perguntar. Eu não vou perguntar. Eu não vou.
Mas será? Não! Logo ele?
De jeito nenhum!
Isso me traria uma chance.
Não! Não! Não! Eu não vou perguntar e esse assunto morre aqui!
Com um beijo no alto da testa, eu o deixo dormir em sua cama.
O assunto morre aqui.
— Milo, por favor, fica.
Ai, minha Virgem Ártemis! Ele tava dormindo num tava?
Ele estava tão…
MORREU! MORREU! MORREU!
— Claro, Kamye.
Continua…
-o.O.o-
Ósculo e amplexos são a mesma coisa que beijos e abraços, respectivamente.
Notas da Ilía: Queridas (os) leitoras (es), não se espantem com meu jeito. Eu sou sádica e adoro fazer meus personagens sofrerem, principalmente o Kamus(u.u), por quê?… Não sei! Só gosto XD, mas digam pra mim, amor sem sofrimento tem graça? Não, não tem…
Beijos as minhas amiguxas que me ajudaram e tiveram paciência de agüentar os meus surtos: Yumi Sumeragi e Anushka-chan!
