David Nolan, o belo xerife de olhos azuis e de muitos outros atributos também. Por que sempre David tem que roubar seus pensamentos nos momentos mais impróprios?

Por exemplo, Regina naquele momento tinha que estar concentrada na reunião com todas as autoridades da cidade, mas só conseguia pensar em David nu em sua cama, fazendo o que ele sabe de melhor.

Sexo!

Tudo tinha começado de uma forma inesperada, afinal o fetiche de ter um caso com o xerife da cidade nunca abandonava a mente fértil da morena de olhos castanhos. Ainda mais quando tudo aquilo poderia colocar o casamento de David em risco. Não era segredo para ninguém naquela cidade que Regina não suportava a esposa entojada de David. Mary Margareth era daquelas que distribuía antipatia por onde passava. Regina, aliás, havia protagonizado inúmeras brigas com a professora que devia ter como sobrenome fofoqueira, já que o que mais gostava de fazer era distribuir burburinhos da vida alheia dos outros pela cidade. Ela nem entendia o que David tinha visto nela para que começassem a namorar e entendeu menos ainda quando o loiro decidiu se casar com Mary.

David sempre despertara desejos oprimidos em Regina, os quais ela lutava para manter apenas para ela, afinal, não faria bem para sua imagem satisfazer seus desejos sexuais, ainda mais com David que era casado. Mas, de nada adiantou, quando num dia de chuva e entregas de relatórios da delegacia Regina e David ficaram presos no escritório de Regina. Primeiramente, ela não quis se entregar ao tesão que sentia só por tê-lo ali ao seu ladinho, mas o tempo passava e nada daquela chuva aliviar um pouco, ao contrário, ela só aumentava e quando Regina se deu por si, ela já havia enroscado o seu corpo com o de David.

– Regina? O que você está fazendo? - o loiro perguntou assustado, mas não conseguiu disfarçar que também ficara mexido com a atitude de Regina.

– Você não fala nada, ouviu bem? - disse num tom autoritário, ali era ela que tinha que estar no controle.

Puxou David para si e lhe deu um beijo, que era urgente e nele deixava transparecer toda a excitação de estar fazendo algo proibido. Ainda mais com o marido de Mary Margareth. Mas, ali ela não queria pensar na morena de cabelos curtos e sim, no loiro a sua frente, ao sentir o seu membro endurecer. Só de colocar suas mãos em David, o sexo da temida prefeita ficou umedecido e clamando por um contato mais íntimo.

Só que Regina não contava era que David tomaria o controle da situação e a deitaria violentamente em cima da mesa de seu escritório, espalhando pelo chão todos os papéis do orçamento que David preparara semanas preparando. A essa altura ninguém mais ligava para esse detalhe, já que os amassos haviam se intensificado. Mãos urgentes perpassando por toda extensão corporal do casal de amantes. Regina com sorriso safado no rosto traçava leves arranhões nas costas do xerife que em contrapartida lhe chupava a extensão do pescoço até os seios onde arrancava vários gemidos da morena entregue ao desejo.

Foi assim que eles se amaram em cima daquela mesa, os corpos suados, o desejo explícito em cada ato do casal e David a possuíra e pela primeira vez na vida a fizera se sentir uma mulher. Com estocadas rápidas e precisas, David fizera Regina ir à loucura e logo ela pudera sentir um orgasmo perpassando por seu corpo. Mal tivera tempo de se recuperar da primeira onda de prazer, e David fora o responsável pelo segundo orgasmo da noite. Em seguida os gozaram juntos e ficaram abraçados sem dizer uma palavra sequer.

Os encontros furtivos dos dois sempre eram da mesma maneira. Parecia uma espécie de manual que eles tinham, onde um satisfazia o desejo sexual do outro e ali terminava, sem uma palavra sequer, às vezes sem um olhar no rosto.

Mas, agora Regina dera para ficar pensando em David. Algumas vezes chegava a ver e a se perder na imensidão azul que os olhos de David proporcionavam. Ela não entendia esse fascínio que ela tinha por David, por isso sempre saíra disposta a se completar com alguém que não fosse o xerife. Conseguia? Ela não soube responder, mas começara a se envolver com Hook numa tentativa que nem ela saberia explicar.

Em sua tentativa de apagar seus desejos por David, Regina começou a sair mais, coisa que não fazia com tanta assiduidade. Chegou a se envolver, e às vezes fazia sexo apenas por fazer, mas não era a mesma coisa que sentia quando estava nos braços de David. Ela não entendia porque se sentia diferente quando o marido de Mary estava em seus braços.

Numa dessas noites Killian Jones aparecera em sua vida. Mas, em vez de se apresentar com o seu nome, optara por dizer Hook, o seu apelido. Por conta de uma brincadeira de infância, o qual ganhara esse apelido por uns colegas de escola, ele escolhera permanecer com o seu apelido por toda sua vida. Regina o encontrara em suas constantes idas aos bares de Storybrooke, e talvez por ver em seus olhos a mesma dor existente nos seus, ela optara a dar uma chance ao rapaz.

Quem sabe daria alguma chance a um relacionamento? Talvez fosse mais fácil esquecer o xerife estando com outra pessoa. Assim ela queria pensar e da mesma forma ela fora parar na cama de Hook. Como definir uma noite com ele? Obviamente ele tinha pegada, afinal ele sabia o que fazia. Ele tinha um olhar malicioso e dava para se ter a impressão que ele constantemente te comia com os olhos. E lá estava Regina prestes a iniciar um relacionamento com homem. Afinal, ela teria menos dificuldade estando com uma pessoa descompromissada do que com David, que era casado e cheirava a problema.

Regina acordara no dia seguinte nos braços de Hook, ela nem se lembrou de como haviam chegado aos pormenores, talvez fosse o excesso de bebidas, junto com a vontade de esquecer David. Quando viu ela já estava envolvida numa grande teia de aranha, e por onde tentasse andar ela era envolta por um fio invisível e não conseguia mais ter o controle de sua própria vida. Ela se sentia sem rumo, mas optava mesmo assim seguir essa vida dupla, onde sempre lhe restava uma fragmentação e um grande vazio existencial.

Regina não soube por quanto tempo ficou perdida no labirinto emocional que sua vida se tornara nestes últimos meses, mas com certeza somente o seu corpo estava ali naquela reunião da cidade. Já que logo alguém fez questão de chamar a atenção da prefeita para um assunto que Regina não fazia ideia de qual era.

– Prefeita? - chamara Albert Spencer, que era o promotor da cidade. - Prefeita? - ele chamara por uma segunda vez e finalmente Regina conseguiu sair de seus devaneios.

– Sim, promotor Spencer. - respondeu Regina com frieza e indiferença em seu rosto. Ela não soube se conseguiu atingir seu objetivo, mas a primeira coisa que tinha visto depois que viajou em suas lembranças fora David e seus belos olhos azuis e Mary Margareth, insuportavelmente vestida com sua roupa de professora primária que se fazia de santa para todos ao seu redor. Às vezes Regina pensava como seria sua vida se não existisse um casamento de David com Mary, mas logo tratou de afastar esses pensamentos. Não poderia iniciar uma nova viagem em lembranças perdidas. Tinha uma reunião importante para conduzir.

– O que diz do relatório da promotoria? - perguntou Spencer dialogando junto com os braços como se estivesse no meio de uma audiência. - Não concordo com o corte de gastos que são essenciais para o bom funcionamento da ordem da cidade. Você concorda comigo Xerife Nolan? - perguntou o promotor desviando sua atenção para o loiro a sua frente.

David que também parecia estar disperso da reunião logo teve que encontrar palavras para rebater as críticas do promotor, porque Spencer considerava o orçamento para a polícia da cidade um desperdício de dinheiro público.

– Eu não sei quanto ao senhor promotor, mas para qualquer caso passar por seu tribunal tem que passar antes pela delegacia. A ordem da cidade é mantida por patrulhas que mantém a ordem e a boa convivência em Storybrooke. - concluiu o rapaz com cara de poucos amigos.

– Bem, ainda faltam alguns pontos a serem discutidos sobre a tabela orçamentária, mas creio que por hoje já está tarde. Em outro dia retomaremos estas questões e chegamos a uma conclusão mais satisfatória. Declaro que a reunião está encerrada. - disse Regina e logo todas as pessoas começaram a se dispersar e comer o lanche preparado pelo bufê cuidadosamente preparado pela assessoria de Regina.

Regina tomava uma taça de cidra de maça quando sentiu duas mãos a envolverem pela cintura. Logo pensou em David, e já viraria disposta a começar uma discussão com ele por não saber o momento apropriado para eles se beijarem. Mas, quem estava ali era Hook com um sorriso galanteador no rosto. Puxou Regina para um beijo, apesar da insistência da mulher, e ela não pode fazer nada a não ser retribuir. David de longe acompanhava toda a cena e uma raiva fora do comum adentrou o corpo do rapaz. Ele não poderia fazer nada, senão Mary poderia desconfiar de algo e assim o seu estável casamento chegaria ao fim. Mas, ele não imaginava o que viria a seguir.

– Regina, eu estou aqui na frente de todos da cidade para declarar algo que eu estava com medo e que geralmente não acontece comigo. Mas, aconteceu e eu fiquei com medo por algum tempo. Cogitei fugir de tudo, porque é sempre o que faço quando algo foge ao meu controle, mas eu não consegui fugir e te deixar aqui sozinha. A verdade é que eu te amo Regina. Eu não posso mais viver sem você.

Regina quase não era capaz de respirar e pelo canto dos olhos reparava a reação surpresa de todos da cidade. Ninguém sabia que Regina estava tendo caso com alguém e nem que era sério a ponto de ter algum tipo de declaração. Um leve rubor subiu por sua face, ela imaginava o que ele perguntaria a seguir.

David já sentia raiva de Hook por ele poder ser livre e declarar seu amor por Regina. Amor? Espera aí, amor? Era isso, David chegara tarde demais à conclusão de que amava Regina Mills. E logo veio a frase que ele menos queria escutar.

– Regina, meu amor, você aceitaria namorar comigo? - pergunta Hook olhando na direção de Regina.