Notas Importantes:

1) Essa fanfic é RA. Nela, o Voldemort não criou nenhuma horcrux, logo, morreu em 1981 em sua tentativa de matar o Harry. A realidade do Harry nessa fanfic vai ser relatada ao longo da história. Enfim, nada de câmera secreta, guerra e essas coisas. O mundo mágico está em paz.

2) A fanfic não é apenas Draco/Ginny. Eu irei trabalhar Harry/Pansy tanto quanto Draco/Ginny, e não adianta vocês reclamarem. Se não gostam desse segundo casal, recomendo não lerem essa fanfic.

3) Para quem está se perguntando: Ué, a Mila escrevendo Draco/Ginny? Mas ela falou que tinha deixado de ser shipper deles! Bem, pois é, eu resolvi escrever essa fanfic por causa de vocês. Eu recebi mensagens de várias pessoas amadas diferentes pedindo que eu voltasse a escrever com esse casal que eu não pude deixar de atender a esses pedidos lindos. Obrigada a quem me incentivou e inflou meu ego, pois essa fanfic é especial para vocês.

4) As coisas demorarão a acontecer nessa história. Então se você está esperando que eles se apaixonem em dois capítulos e jurem amor eterno, desistam. Não quero apressar as coisas. E isso é até melhor, não? Assim a história dura mais. ;)

5) Tem uma capa muito linda no meu perfil, se quiserem dar uma olhada.


Diga Que Não é Verdade

Por Mila B.


PRÓLOGO

Calíope sempre fora uma fadinha muito descuidada e desatenta. Suas primas viviam rindo de suas distrações e esquecimentos, mas ela não conseguia evitar. Era ver uma pequena borboleta ou uma pétala de rosa voando ao vento, que ela se dispersava e saía perseguindo essas pequenas formosuras coloridas da natureza.

Ela jamais contaria para as primas e amigas que acabara se perdendo naquele final de tarde, bem no dia do aniversário da titia Hespérides, a guardiã de todas as ninfas. Agora estava dentro de um castelo enorme e confuso e não fazia ideia de como fora parar ali.

Ela era tão pequenininha e silenciosa, passeando pelos corredores antigos daquele lugar, cheios de armaduras e quadros, que nenhum aluno parecia dar-se conta de sua presença. Calíope olhava-os com avançada curiosidade. Nunca havia visto humanos tão de perto.

Eles eram tão grandes e desengonçados. Além de barulhentos, ela constatou, ao ouvir duas vozes estridentes em meio a uma discussão apoquentada. Ela virou um corredor, colocando-se atrás da cabeça de uma das armaduras e espiando receosa.

Duas garotas estavam paradas frente a frente, encarando-se cheias de ódio. Uma delas tinha os cabelos cor de cenoura e a pele cheia de sardas. Calíope quase soltou uma risada, pois nunca vira um nariz tão cheio de pintinhas como aquele. A outra tinha os cabelos negros como a escuridão da noite, e muito curtos e repicados.

"Do que você me chamou, sua pobretona ridícula?" Perguntou a garota morena, olhando para a menor com desprezo. As bochechas da outra menina, Calíope reparou, estavam extremamente vermelhas, num tom mais intenso que os próprios cabelos. Pareciam estar pegando fogo.

"De riquinha metida e esnobe, Parkinson! Agora segue seu rumo, porque eu não aguento mais olhar para essa sua cara de quem tem diarréia noturna desde que nasceu." Disse a ruiva. Ela era baixinha, constatou Calíope – ao menos mais baixinha do que os outros humanos que vira passeando pelo castelo – mas o modo ferino com que ela encarava a outra compensava a falta de altura. Os olhos castanhos brilhavam ferozmente.

Mas a tal Parkinson não se deixou intimidar e avançou um passo, como se prestes a arrancar o nariz empinado e sardento da outra garota. Calíope debruçou-se sobre o elmo da armadura, na expectativa do que estava prestes a acontecer.

"Além de não olhar por onde anda, weasel, acha que pode tratar pessoas de melhor nível do que você dessa forma? Não aprendeu bons modos na toca de coelhos onde você vive, não?" Debochou Parkinson, abrindo um sorrisinho maldoso. Calíope estava espantada com a clara animosidade entre as meninas. Tão diferente do clima de fraternidade e amor onde ela vivia – apesar das palavrinhas venosas de suas primas.

"Foi você quem não olhou por onde andava, sua cobra peçonhenta!" Exclamou a weasel – Calíope se perguntou que mãe daria o nome doninha para a filha. Ela não queria julgar, mas era realmente estranho. E pobre da menina de cabelos escuros! Não se parecia nem de longe com uma cobra peçonhenta. Calíope já tivera problemas com algumas e sabia do que estava falando.

As duas humanas eram tão bonitinhas e airosas! Como não viam isso uma na outra? Além disso, elas deveriam evitar aquelas expressões furiosas. Deixavam-nas até mesmo um pouco assustadoras. A menina cenoura abaixou-se para juntar alguns livros que só agora Calíope percebia que estavam jogados no chão. Porém, inesperadamente – e a fadinha levou uma mãozinha aos lábios ao ver a cena –, Parkinson empurrou a garota com o pé, fazendo-a cair de bunda no chão.

Weasel voltou a se levantar, com a expressão ainda mais furiosa e ultrajada do que antes e, num movimento mais rápido do que de uma tigresa selvagem, atacou os cabelos curtos de Parkinson.

"AAH, sua cabeça de cenoura estragada!" Gritou Parkinson, também enchendo as mãos com os cabelos vibrantes e coloridos da outra menina. As duas começaram a puxar as mechas uma da outra, enquanto soltavam os piores palavrões que Calíope já tivera o desprazer de ouvir.

Era um absurdo deixá-las naquela situação. Elas estavam cegas em seus preconceitos e dessa forma nunca descobririam que poderia ser grandes amigas. Sim, porque um dos muitos poderes de Calíope era sentir a aura de qualquer criatura viva. E elas não sabiam que poderiam ajudar muito uma à outra. Jamais saberiam.

A não ser que... Mas era uma ideia brilhante! Calíope abriu um imenso sorriso, bateu as asinhas e pousou graciosamente sobre o elmo, endireitando o corpo e erguendo sua pequena e delicada varinha de condão. As garotas continuavam se agredindo, agora ajoelhadas, os rostos contorcidos de fúria e ódio. A fadinha sentiu-se muito benevolente pela boa ação que estava prestes a fazer.

Sim, sim, deixaria as meninas por alguns dias sob efeito de seu encanto, pensou, enquanto balançava a varinha e murmurava as palavras mágicas, e depois voltaria para desfazer o feitiço. Com um girinho no ar e um último movimento preciso de sua mão, um forte clarão envolveu as duas meninas, que soltaram um gritinho surpreso antes que a luz ofuscante se dissipasse.

Calíope olhou-as atenta. As duas pararam o ataque, as mãos ainda presas nos cabelos embaraçados uma da outra, enquanto se encaravam boquiabertas, como se não conseguissem acreditar no que viam.

Dera certo! Pensou, exultante. Sentia as auras em corpos diferentes, logo o feitiço fora um tremendo sucesso. Ela estava ficando cada vez melhor nesse tipo de coisa. Tão boa que também lançara um feitiço poderoso que impediria as meninas de falarem sobre a troca para outras pessoas. Hespérides ficaria muito orgulhosa.

Hespérides! Lembrou-se assustada. Precisava achar o caminho de volta para a festa da prestigiosa guardiã, ou então certamente seria castigada por dias, tendo que cuidar sozinha do enorme Jardim da Grande Mãe. Não que ela não gostasse de cuidar do jardim, mas sem a ajuda das outras fadas, o trabalho tornava-se extremamente exaustivo.

Mal se lembrando do que acabara de aprontar, Calíope saiu voando em disparada pelo corredor e desapareceu pela primeira janela, perdendo os gritos que as duas garotas soltaram ao mesmo tempo, em completo assombro, após o choque inicial.

"O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU CORPO?"


Nota da Autora: Sim, sim, esse é o prólogo, pequeninho e na visão da fofa da Calíope. Ela não é um amor de fadinha? E ela é tão esquecida... Será que ela se lembra de voltar em poucos dias e desfazer esse feitiço? HAHA.

Então, seguinte, eu estava pensando em escrever essa fanfic inteira antes de começar a postá-la, mas andei reparando que o pessoal que lê Draco/Ginny anda morto, e comentando quase nada em nenhuma fanfic. Bem, eu não sou de escrever uma longfic inteira para depois não receber quase nenhum comentário – sim, eu gosto muito de reviews e admito mesmo, sou mercenária –, então resolvi ir escrevendo e postando conforme o retorno. Se o feedback for bom, eu sigo com a história. *.*

Eu sei que abandonei duas fanfics Draco/Ginny antes (ao menos elas estavam bem no início), mesmo recebendo uma quantidade legal de reviews, mas foi porque, como muitos sabem, me apaixonei por Harry/Draco e aquelas fics desandaram. Porém eu estou muito animada com esse plot, e realmente quero escrevê-lo! Se eu tiver incentivo, juro que vou até o final.

Logo, sejam amores e REVIEW ! :*