Escrita dia 11/07
Ignorem os erros gramaticais XP
Sátiros
Dionísio era um bom deus. Mesmo que todos os outros dissessem o contrário, Dionísio era um bom deus.
Afinal, quem mais viria ao enterro de um sátiro?
Ele achava toda aquela cerimonia ridícula. Sátiros não tinham que encarar Hades. Morria e encarnavam em flores, árvores e plantas no geral.
O falecido Frank parecia ter sido um sátiro bem popular entre as garotas, ninfas choravam lágrimas verdes de clorofila diante da rosa que ele virara.
Dionísio poderia lembrar-se dele se fizesse um esforço. Fora um sátiro até que franzino. Mas não valia a pena forçar a memória para um pouco mais de informação.
O deus do vinho não sabia o que lhe dera na cabeça quando aceitou velar o pobre Frank. Mas lá estava ele.
Entediado, é claro. Com raiva de todos aqueles sátiros bajuladores que o cercava.
Tudo era detestável.
E já que tudo era detestável para ele, deveria ser para todos.
-Ei – chamou a atenção de todos. O sátiro que discursava o quanto Frank havia sido um amigo leal não ousou dar um olhar aborrecido. – Conhecem aquela piada? Aquela que diz assim: "Joãozinho chega para a mãe e diz: - Mãe é verdade que na nossa família todo mundo morre de repente? Mãe... Mãe... Manhê!" – e riu estrondosamente, acompanhado por risos baixos e trêmulos dos sátiros – Ah – Dionísio falou aborrecido –, podem continuar – fez um gesto de descaso com a mão e se recostou no trono.
A próxima a falar foi uma ninfa. Estava falando o quanto Frank a perseguira. Todos estavam muito emocionados com seu relato. Então Dionísio achou que era um bom momento para interromper.
- Tem essa também: - ele falou pensativo, atraindo novamente a atenção de todos - "O avô e o Joãozinho estavam passeando na rua, quando o avô diz: - Vem ai seu professor. Se esconde que hoje você não foi à aula. No que João respondeu: - Não vô. Quem tem que se esconder é você, por que fui ao seu funeral hoje." – dessa vez ninguém riu. Dionísio os fitou aborrecido. –Ora, vamos lá. Hades adora essa piada. Ri tanto que só vendo. Vocês poderiam rir um pouquinho. Tenho certeza que o pobre Franco, agora uma bela rosa, adoraria um pouco mais de animação em seu funeral.
Os sátiros continuaram olhando-o impassíveis. Dionísio suspirou entediado e pediu para que continuassem o velório.
Esses sátiros não tinham a inteligência necessária para entender suas piadas.
N/A: Sempre quis escrever uma fic com o Dionísio! :sorrindo muito feliz:
