N/A: OOOOOOOOOOOOOI geeeeeeeente! Faz tempo que não atualizo nada, não é? Mil desculpas! Assim que puder, atualizo Cops e Monocromia, prometo :33 Por enquanto fiquem com essa drabble aleatória, espero que gostem!
"Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não."
- Manoel Bandeira
Ela é como aroma de flores, brisa leve e café gelado.
É mar, ondas que vão e vêm. Embaralhado de azul, espuma e abalones.
É palpitação desimpedida, suor de mãos e voz trêmula.
Ela é poesia.
Ela se senta ao seu lado em um corredor vazio e observa o tempo com olhos sonhadores de criança e uma expressão satisfeita em seu rosto. Você a observa, contando as constelações de suas pálpebras e acompanhando o bater de seus cílios levemente avermelhados.
Seu coração bate forte – tudum, tudum, tudum – e sua respiração parece pesada, como se o peso do mundo estivesse nas palmas de suas mãos.
Ela observa as estrelas pela janela e você tenta acompanhar qualquer pseudo poesia de seu cérebro adolescente e idealista.
Ela era, afinal de contas, uma romântica incurável.
"É lindo, não é?" Ela diz, sua voz um pouco mais alto que um sussurro, como uma aura leve de verão.
"Essa seria a parte que eu olharia em seus olhos, acariciaria seu rosto macio e diria 'Não mais do que você?' com uma voz cheia de emoção e, talvez, paixão?" Você murmura, apoiando o antebraço no joelho e a encarando de lado.
Ela ri levemente, como uma música breve, e acaricia sua mão.
Cada célula e átomo de seu corpo fervem ao seu que.
"Tão clichê." Diz ela. "Pergunto-me onde foi parar o verdadeiro romance."
"Depende muito da sua definição de romance."
Ela demora a responder, mas você não se importa. Inferno, essa garota poderia fazer-lhe esperar a eternidade por qualquer coisa e você não se importaria. Afinal, suas dívidas estavam pagas e por mais estranho que pareça, ela é infinita para você.
Ela é exatamente como um livro, porém difícil de ler. Paciência sempre foi sua inimiga, mas para ela você abriria exceções.
Ela te conhece tão bem, tão bem quanto você conhece a si mesmo.
"Romance é poesia." Ela finalmente diz e você franze o cenho. "Romance é o som de pássaros cantando, flores de primavera e chá quente no inverno. É contar estrelas imaginando nelas a brecha para outro mundo. É nuvens brancas que passam nuvens brancas. É queimar um beijo e rimar à primeira vista, olhares não anônimos. Romance é morar à beira mar e contar o tic tac do relógio."
Você sorri ao som de sua voz. Respira fundo e conta o tic tac do relógio na parede. Ouve o som da risada dela, do cheiro do seu cabelo e do chá gelado deixado por ela ao lado da cabeceira da cama. Conta as estrelas nas estrelinhas de seus lábios. Queima um beijo em seu rosto e rima sem saber rimar, a olhando nos olhos sem anonimato.
De repente você se lembra do verde.
A cor verde dos olhos dela.
O mais verde que existe, a cor mais alegre, a cor mais triste.
"E o que é poesia de verdade?" Você pergunta e ela o encara com um misto de adoração e deleite.
"Diga você." Murmura. "Já que sabe que nem tudo na água é margem, nem tudo é motivo de escândalo, nem tudo me diz eu te amo."
"Talvez isso seja um teste para que eu diga 'eu te amo', huh?"
Ela ri.
"Acho que te amo." Então sussurra, e ela fita suas mãos entrelaçadas nas suas, fecha os olhos suspirando e diz:
"Acho que estou te amando."
Ela é como aroma de flores da primavera, brisa leve e chá quente no inverno.
É oceano, ondas que vão e vêm. Embaralhado de azul, espuma e abalones.
É palpitação desimpedida, suor de mãos e voz trêmula.
Ela é romance.
