Discramer: Saint Seiya não me pertence. Foi uma ideia brilhante do Masami Kurumada. A marca pertence a ele, TOEI, BANDAI e outras empresas ai. Eu não ganho um centavo escrevendo fanfics.

Avisoooo: fic YAOI, ou seja: homens se agarrando. Se você não gosta, sai daqui q eu não vou aceitar review reclamando ou eu chamo o Camus para te colocar em um esquife de gelo u.u

Naquela festa...

"A única coisa que desejo fazer estando bêbado ou sóbrio"

As palavras ecoavam em seus pensamentos repetidamente como um mantra. Recomeçavam antes mesmo de acabar, torturando-o. Suas pernas estavam bambas, a respiração falha, o coração atormentado. Descia as escadas se escorando nas pilastras antigas e incompletas. Apoiava-se para não cair diante de sua confusão e espanto. Já havia esquecido para onde estava indo. Sabia que tinha que descer todas as escadas, sair das doze casas, ficar o mais longe possível da última.

- Shun?

Ouviu uma voz o chamando e, por alguns segundos, não pode reconhecê-la. A confusão interna embaralhado seus sentidos.

-Shun, você está extremamente pálido! Se sente bem?

Observou a garota se aproximar e colocar a palma da mão sobre sua testa. Foi com aquele toque que voltou a si. Tentou sorrir, sem sucesso, antes de responder:

-Não sei como me sinto... – sua voz baixa a espantou como a ele próprio.

-O que aconteceu? – perguntou preocupada.

"O que aconteceu? O que aconteceu?" esbravejava em pensamento. Suas mãos começaram a ficar suadas. Um suor frio de insegurança e nervosismo.

Foi transportado para alguns momentos atrás. Casa de Peixes. A festa improvisada. A música alta.

A bebida.

Era óbvio, constatou resignado, que aquela combinação não poderia ter bons resultados!

O uísque. Cuspira a bebida que lhe fora dada. Não a apreciava. Bebida rude, forte, indelicada! Ele não queria ser fresco, mas algo mais suave era o que gostava. Se era para beber – algo que não tinha o hábito de fazer – que fosse algo "discreto" por assim dizer.

Não era Máscara da Morte ali a diante cantando em uma espécie de karaokê? Por Atena, aquela festa estava indo longe demais! A voz desafinada do cavaleiro de Câncer fazia sua cabeça doer. Colocou o copo com uísque de lado. Havia pedido "espanhola", não havia?

Foi quando ele veio cambaleando em sua direção. Os quadris no ritmo da música. Um copo quase vazio na mão. Parou a sua frente com um sorriso amigável nos lábios. Virou o que restava do líquido e colou na mesa a qual Shun se apoiava, sentado de lado.

-Não vai ficar ai a noite toda, vai? – lhe perguntou Hyoga.

Podia perceber que o amigo não estava muito bêbado, mas com certeza não estava sóbrio.

- A música não me agrada. Alta demais. Minha cabeça dói. – respondeu simpático.

Hyoga o encarou por uns instantes sem dizer nada, o que Shun achou muito estranho. Talvez ele não tivesse ouvido a resposta por causa do cavaleiro de Capricórnio que agora era quem cantava desafinado no karaokê. Ia repetir o que dissera quando Hyoga pegou a cadeira vazia a seu lado, a colocou de costas para ele, e sentou-se nela virado para ele, os braços cruzados no encosto.

-Duvido que Afrodite abaixe o som, mas podemos discretamente fazer isso.

Shun sorriu divertido.

-Não, sério, não quero dançar, obrigado!

Hyoga não pareceu desapontado. Sorriu para ele em resposta.

-Então vamos beber. – ele propôs.

-Acho que você já bebeu demais. – observou Shun.

O loiro tentou fazer uma imitação barata da expressão de piedade que o próprio Shun utilizava quando queria que Ikki fizesse algo – e que sempre funcionava, alias – mas foi sem sucesso. Shun começou a rir e Hyoga acabou o acompanhando.

- Você parece solitário aqui. – o loiro observou. – Não está gostando?

-Sim, a festa está animada. Gosto de ficar olhando.

-Já sei, está esperando Ikki?

Shun deu risada antes de responder:

-Nem sei se ele vem. Na verdade, estou esperando a June.

O outro pareceu surpreso por alguns instantes.

- Pensei que amazonas não pudessem vir. – observou parecendo pouco a vontade subitamente.

- Afrodite disse que não se importa por isso a chamei.

Hyoga se levantou para pegar o uísque esquecido de Shun em cima da mesa. O movimento foi tão repentino que o outro se assustou um pouco. O loiro deu uma olhada no conteúdo do copo antes de toma-lo em um gole só.

- Preciso de mais. – falou colocando o copo vazio de volta a mesa.

-Você já bebeu demais e nem está acostumado a...

-Não seja chato, Shun. Vou beber sim. – o interrompeu zangado.

Hyoga se levantou bruscamente olhando para os lados, a procura do que beber. Estava nervoso. "June, June, June." Pensava zombeteiro. Sempre aquela garota intrometida!

Shun ficou preocupado com o estado do outro. Aquele não era o Hyoga gentil e relativamente calmo que ele conhecia. O seguiu com o olhar enquanto este se afastava nervoso. Resolveu ir atrás dele, se esquecendo completamente de June.

O alcançou a tempo de retirar um copo de Amarula de sua mão. Recebeu um olhar ao mesmo tempo confuso e zangado em resposta ao ato. O puxou para um canto mais afastado, sob protestos.

-Me solta, caramba!

Shun atendeu ao pedido. Hyoga pareceu ligeiramente contrariado, como se Shun tivesse feito o oposto do que ele queria.

-O que você tá fazendo, Hyoga? Você não é assim.

-Estou bebendo ok? Porque me parece uma boa ideia no momento. – respondeu zangado. – Vá esperar a sua namorada e me deixe em paz.

Shun se espantou com o tom e com o que o amigo tinha dito. Parecia bravo com ele. Essa constatação deixou-o magoado.

-Qual é o seu problema? – perguntou.

- Você é o meu problema.

Shun arregalou os olhos, surpreso. O que ele havia feito a Hyoga? Talvez ele estivesse se referindo ao fato dele estar atrapalhando seu intento de se embebedar...

-Como? – resolveu se certificar.

-Você é o meu problema. – repetiu se aproximando perigosamente. – Não pode ser tão ingênuo a ponto de não perceber.

"Perceber o que exatamente?" já ia inquerir quando foi pego de surpresa: Hyoga o empurrara de súbito contra a parede. O impacto o incomodou, mas não o machucou.

Hyoga olhava para si como que hipnotizado. Shun achou que, por mais absurda que a ideia parecesse, iria receber um soco ou algo parecido. No entanto, o que recebeu foi algo inimaginável: um beijo.

Hyoga se aproximara dele e sorrira malicioso antes de lhe tomar os lábios.

Era um beijo urgente, intenso, firme. Shun começara a corresponder segundos depois, sem saber se deveria fazer aquilo. Sua cabeça rodava, ele pensara em várias coisas ao mesmo tempo. Deveria fechar os olhos, certo?

Sentiu as mãos firmes do loiro apertando sua cintura e teve um arrepio involuntário. Se surpreendeu com a sensação e empurrou o outro de leve. Este interrompeu o beijo e o observou com os olhos enuviados.

- A única coisa que desejo fazer estando bêbado ou sóbrio.

-Shun? Ei! – June o chamou com insistência diante do silêncio prolongado. – Você está ficando ainda mais pálido!

Shun a olhava, mas não a via perdido em meio às lembranças. Quando ela o chacoalhou, porém, ele se deu conta de onde estava e com quem falava. Desviou o olhar envergonhado ao reviver a cena do beijo. Tinha empurrado o outro com força, para longe, deixando-o confuso, e foi embora da festa.

- Eu... Falo com você amanhã, June. Preciso ir.

-Mas você não parece nada bem! Não quer que eu vá com você?

-Não, obrigado.

Antes que ela pudesse protestar, Shun se apressou a continuar descendo as escadarias das doze casas.

Continua...

Deixem reviews, sim? Aproveitando para agradecer Amanda pela inspiração, sua gata!rs