Título: Tão seu.
Autora: Clarice/Carolina T.
Censura: K+
Observações: Fanfic para VI Challenge de Nova Geração do fórum 6v.
"Não, espera. Deixa eu respirar pelo menos um pouco." Disse colocando as mãos no peito. Já estava suada, e sentindo uma dor no peito de tanto correr.
James soprou a franja que lhe caia nos olhos, e apoiando uma perna na parede, mordeu os lábios, observando a garota ruiva respirar fundo.
Olhou para trás, ouvindo alguns passos. Puxou Rose pelas mãos, ignorando os protestos da menina, entrando em uma sala vazia e a trancando com alguns feitiços.
"Ótimo." Disse, passando as mãos no cabelo. "Agora aquele pirralho não vai nos encher e podemos voltar no que estávamos fazendo."
"No que você estava fazendo, não é? Porque eu não estava fazendo nada. Absolutamente nada."
"Não é como se você não retribuísse o beijo, não é?" James deu um sorriso maroto, passando as mãos no cabelo e andando para perto de Rose, abraçando-a pela cintura, enquanto a mesma ficava vermelha e o tentava afastar.
Eles eram primos. Primos. E o que estavam fazendo – o que James estava fazendo – era absolutamente inaceitável, porque eles tinham o mesmo sangue e fim. Era errado.
Por mais que ela não quisesse.
Afinal, ela era uma garota, e toda garota tem seus desejos. E James era o garoto mais desejável da escola.
Rose mordeu os lábios. Não, pensar em como os cabelos de James eram macios e que brilhavam tanto no sol, e que seus olhos eram de um castanho tão forte quase como um dourado, no momento em que o mesmo está a segurando pela cintura, cada vez mais forte e olhando-a com aquele olhar penetrante e aquele sorriso, não era uma boa ideia.
Sentiu as bochechas corarem, quando ouviu passos muitos próximos. Prendeu a respiração, arregalando os olhos para o primo.
"Eu coloquei alguns feitiços na porta, Albus nunca poderá nos pegar."
"Mas, James, você não ach-"
Um beijo. James Potter interrompera Rose Weasley dando-lhe um beijo.
Rose, que não sabia o que fazer, colocou as suas mãos no ombro do garoto, acariciando de leve, enquanto dava passagem para a língua de James deslizar pela sua. O garoto, por sua vez, aprofundava cada vez mais o beijo, indo da cintura fina aos cabelos ruivos de Rose.
"Sabe, Rose," começou, afastando os lábios, para poder contorná-los com o polegar. "já faz um tempinho que eu estou com essa vontade enorme de te abraçar pela cintura, poder cheirar seu pescoço, sentir o cheiro de chocolate do seu xampu. Ou só de ouvir a sua voz, mesmo quando é pra falar alguma coisa que você leu em algum livro, ou quando adverte as coisas que eu e Fred fazemos." Aproximou mais os seus rostos, passando o nariz pelas bochechas macias da menina, enquanto a mão tomava caminho novamente à cintura.
"James..."
"Olha, eu acho que te amo. Eu pedi pra minha mãe me mandar uns livros que falavam sobre isso, ai eu percebi que os sintomas batem direitinho." Disse, soltando do abraço e começando a andar para um lado e pro outro. "E eu nunca fui assim, sabe? Digo, já me amarrei em várias garotas, já dei vários beijos e até coisas mais. Só que, com você é diferente e eu não sei explicar. E talvez isso seja bom, porque eu já li uma frase de um cara trouxa lá que dizia 'Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis.' E como eu não sei explicar esse calor que eu sinto toda vez que chego perto de ti, olho pra ti, encosto em ti, e esse desejo mutuo de te tocar mais profundamente, de te beijar, de querer tornar o sonho rea-"
"O que?" Interrompeu Rose, olhando-o incrédula. "Você disse 'Já dei vários beijos e até coisas mais', do que você está falando? Você.. Não é mais virgem? Como assim, James Potter?"
"Eu não acredito que depois dessa super declaração, você me interrompe perguntando sobre a minha virgindade? Putz, eu tenho dezesseis anos! E você não é minha mãe!" James estreitou os olhos para a garota, que o olhava com certa raiva – ou ciúmes.
"Mas eu sou sua prima!"
"E? Do mesmo jeito eu não devo explicações a você."
"E tá ai o problema, James. Se, algum dia, por alguma ideia maluca ou um feitiço ou poção do amor, eu me apaixonar por você, e querer algo a mais, você deverá explicações a mim. E você, com esse seu jeito... Argh. Nunca daria certo." Rose gritou, as bochechas mais vermelhas do que o normal. James era tão... Idiota e ridículo.
"Mas ai vai ser outra história, Rose." Falou, tentando se controlar. "Olha, vem cá. Ano passado eu posso até ter feito algumas coisas com algumas meninas, mas o que acontece é que hoje eu nem sei mais aonde elas estão e eu nem ligo, sabe? Porque eu estou todo amarrado em você." Falou com mais calma, abraçando-a pela cintura novamente. "Eu me sinto... Tão seu."
Rose estranhou aquela serenidade inexplicável, mas gostou de como a voz grave soou suave em seus ouvidos, deixando-a arrepiada. Apoiou o queixo em seu ombro, e respirou fundo.
James que detestava silencio, sussurrou que conhecia uma música tão os dois, que resolveu cantar – de uma forma mais desafinada impossível.
"Baby, I'm yours" Sentiu os pés começando uma dança esquisita, sendo seguida pelos pés de James, que continuava a cantar. "And I'll be yours until the stars fall from the sky"
Não conhecia a música, mas era de uma serenidade incrível que combinava com os dois no momento.
Castanho e ruivo dentro de uma sala vazia e escura.
"And I'll be yours until the sun no longer shines" continuou a cantar, massageando a cintura da prima – prima soava tão engraçado agora -, enquanto a mesma colocava os seus braços ao redor dos pescoço do garoto. "And I'll be yours until two and two is three." E, ficaram em mais um silencio, só os sons dos pés se movendo no chão empoeirado sendo ouvido, quando James finalmente terminou a meia música, com um In other words, until eternity e mais um Baby I'm yours.
Ficaram em mais um silencio relaxante, até que uma batida na porta os despertou. Rose olhou assustada para James, que entrelaçou os dedos no da menina, e saíram da sala, encarando um Albus muito vermelho com um mapa na mão (isso fez James dar um tapa na testa, pensando que o irmão podia ser idiota, mas não era tolo, e pegar a capa e pedir para Lily deixá-lo entrar na torre da Grifinória e se apoderar do Mapa dos Marotos era algo fácil), junto com uma Lily muito curiosa e um Scorpius rindo da situação.
Os dois mordiam os lábios, vermelhos.
"Podem ir me explicando tudo, AGORA! Porque é muito raro – e engraçado – eu pegar minha prima e meu irmão aos amassos no CORREDOR!"
E ignorariam Albus e tudo que ele quisesse falar, os olhares dos outros alunos de Hogwarts para as suas mãos, das cartas dos seus pais. Ignorariam tudo e todos, porque teriam um ao outro, agora. Tão seu. Tão seus.
Baby, I'm yours
'Til the stars fall from the sky,
Baby, I'm yours
'Til the rivers all run dry,
Baby, I'm yours
'Til the sun no longer shines,
Baby, I'm yours
'Til the poets run out of rhyme,
Nota: bem, espero que gostem. A musica é Baby I'm Yours da Barbará lewis, mas eu aconselho escutar no cover de Arctic Monkeys (a voz do Alex é tão... Nossa, hahaha)
E, se gostarem, espero reviews, ok?
