Título: Just like a Circus
Autor: Sakuraya Aiki
Sinopse: As vezes nada é o que aparenta ser, até mesmo suas grandes fantasias.
Beta: Procura-se e de preferência viva.
Ship: HarryxDraco
Gênero: Romance, psicológico, mistério e com uma pintada de NC-17 (futuro).
Classificação: M
Observação: Fanfic escrita para a Casa de Praia Pinhônica do fórum 6V. Musica escolhida: "Circus" de Britney Spears. Não tem muito haver com verão D: mas segue o tema da música.
Nota:A fic deverá ter no máximo uns sete capítulos, então não será tão longa assim. Nada de Harry potter me pertence e desculpe-me se o Dray ficou meio OOC, sei lá é assim que eu o vejo.
Boa leitura!
There's only two types of people in the world:
The ones that entertain and the ones that observe.
Well baby, I'm a put on a show kind of girl, don't like the backseat, gotta be first.
I'm like the ringleader… I call the shots! I'm like a firecracker...I make it hot,
When I put on a show!
Ginny observou o marido do outro lado da mesa mastigando preguiçosamente a torrada com manteiga e sorriu. Ela sabia que embora Harry estivesse encarando a televisão da cozinha desde que se sentou para tomar o café da manhã, era evidente que, na verdade, o moreno estava mais uma vez perdido em pensamentos. Olhar para aquela caixa trouxa de imagens além de ter se tornado um hábito, era um ótimo motivo para ele não ser contestado sobre seu estado psicológico.
Do outro lado da casa, ela simplesmente sabia que seu filho James encarava outra TV com a mesma cara do pai. Isso de alguma forma lhe trazia paz. Já se faziam sete anos desde que a guerra acabara e ela não podia esperar por perspectiva melhor. Afinal, estava casada com ninguém menos que o próprio salvador do mundo bruxo; O Eleito! O garoto que sempre fora, desde a época em que seu irmão Ron entrou em Hogwarts, sua mais utópica paquera. Inconscientemente Ginevra passou a mão sobre a barriga, acariciando-a de leve. Naquele momento soube que estava na hora de contar.
"Harry?" começou ela com firmeza na voz e os olhos verdes esmeralda se desprenderam da tela por alguns segundos "Eu tenho uma coisa importante para falar com você".
Ela não agüentou e abriu um sorriso de ponta a ponta ao colocar aquela cena no seu campo de visão. Harry sentiu borboletas famintas se remexendo dentro do seu estomago. Por um lado, o sorriso de Ginny sempre lhe deixou mais calmo, entretanto, pela sua própria falta de tato e por medo de magoá-la Harry sentia-se extremamente nervoso com aquele tipo de situação. Muitas vezes chegou a invejar sua esposa pelo o modo de como ela sempre fora segura sobre tudo, como se nada a abalasse.
Um silêncio se estalou entre os dois e a cada segundo que passava Harry começava a suar frio. Os olhos castanhos claros de Ginny o fitavam em aguardo e ele sabia que supostamente teria que falar alguma coisa, só que sua insegurança não o deixava decidir pelo o quê. E se a ofendesse de alguma forma?
"O que foi?" ele tentou soar natural, mas sua voz tremulou de leve.
Ginevra colocou a mão sobre a dele e enquanto acariciava-a ternamente - sem nunca parar de sorrir - Harry se debruçou sobre a mesa, tentando inutilmente passar algum tipo de apoio à esposa ao entrelaçar os dedos.
"Estou grávida."
"AAAEEEEEEE!" Berraram os aurores enquanto uma festa de explosivos e serpentina dançava sobre suas cabeças. Harry tinha sido parabenizado o dia inteiro pelo bebê, mas ninguém conseguiu ser tão barulhento quanto os seus colegas de trabalho. O som dos apitos, de explosões, dos pés pisando com força no chão num só ritmo enquanto todos entoavam uma única canção faziam-no lembrar de seus tempos em Hogwarts quando chegava vitorioso depois de uma partida de Quadribol.
"Sinceramente, se pra todo novo papai vocês fizerem uma festa dessas, o pessoal do andar de baixo vai ter razão quando reclamar" disse Harry tentando se livrar da chave de braço de Terêncio Boot. "Ok, ok, você ganhou! Pode me soltar agora?" por Merlim! Suas bochechas doíam de tanto sorrir.
"Não precisa mais se preocupar com o andar de baixo não, papipotter. Nós já demos um jeito no problema" disse Macmillan estufando o peito de orgulho "Depois de entrar em consenso geral, conseguimos juntar uma graninha para comprar aquilo!" e apontou para o canto da sala onde um elefantinho alegre de uns vinte centímetros dançava animadamente.
Harry levantou a sobrancelha não entendendo exatamente o que aquele artefato mudava no problema do barulho.
"Funciona como um abafador de sons, mas muito mais potente. É o mais novo artefato da loja Piccadilly e só produziram 200 desses até agora. De acordo com a caixa, podemos fazer um desfile de elefantes aqui que ninguém irá ouvir lá embaixo." Disse Ernesto tentando disfarçar a incredulidade na voz "Já ouviu falar da Piccadilly, não?".
"Já" verbalizou Harry, afinal já tinha mesmo.
Ninguém sabia ao certo de onde tinha aparecido, mas era de conhecimento geral o sucesso da empresa Piccadilly. Como se tivesse brotado do nada, a tal loja surgiu com a idéia de que o mundo mágico precisava se que acabara a guerra, ninguém tentou criar algo novo e aquilo não podia continuar. Com todo seu glamour e produtos com ar circense criou-se então Piccadill; a loja que prometia ao público mercadorias que eles nunca sonharam, viram ou ouviram falar.
'Puro jogo de marketing' Harry pensou quando ouvi aquilo pela primeira vez.
A loja, em alguns pontos, se assemelhava com as da geminialidades Weasley, mas com o foco voltado à facilitar a rotina dos bruxos além de adicionar um encanto a mais em suas vidas. O sucesso estourou como um balão de festas: Donas de casa faziam as compras pelo telefone enquanto os maridos olhavam os catálogos em seus escritórios. Antes da hora de funcionamento, formavam-se filas enormes e a loja cresceu tanto que foi subdivida em zonas destinadas a cada tipo de audiência.
"Vão abrir uma novinha no beco diagonal!" gritou Finnigan do outro lado da sala "Há rumores que o próprio mestre do picadeiro irá se mostrar e oficializar a abertura da loja!".
Harry olhou ao seu redor antes de virar-se na direção de Simas com o mesmo sorriso que não deixava suas feições há bons minutos "Obrigada pela informação!" berrou para o amigo ouvir "Nossa, fui só eu que notei ou Finnigan realmente adoraria virar um palhaço daquele circo?".
"Bem, não seria má idéia" Ernesto deu os ombros tentando esconder seu interesse "com o sucesso que aquilo vem tendo e com os 40% de desconto em qualquer objeto da loja, até eu gostaria de virar um palhaço em Piccadilly.".
As grossas sobrancelhas de Harry se vincaram e seu sorriso não conseguiu atenuar sua descrença. Potter nunca simpatizou muito com aquela loja. Não que fosse contra seus princípios, mas simplesmente não confiava em uma empresa que teimava em manter a identidade de seu proprietário em sigilo. Porque esconder? Desde que começara a sair propagandas nos jornais, Harry sempre manteve um passo atrás em relação ao fato. Não chegara a comentar com ninguém, mas muitas vezes teve a sensação de que já tinha passado por algo semelhante antes. Como se realmente conhecesse os artigos daquela loja. Aquilo não era normal e ele sabia disso. Fosse pelo hábito do trabalho ou não, o menino-que-venceu simplesmente não confiava naqueles produtos.
"Harry!" gritou Hermione em disparada pelo corredor, mas o eleito só conseguiu ver um borrão ruivo antes de ser atacado pela amiga de infância.
"Parabéns! Parabéns! Parabéns!" ela repetiu várias vezes enquanto se pendurava no pescoço dele "Ah eu fiquei tão feliz quando soube! Ginny deve estar radiante!".
Hermione tinha os cabelos avolumados presos em um rabo de cavalo e o rosto levemente corado pelo frio além daquelas paredes. Rony, atrás dela, vestia seu suéter vermelho-tijolo e uma expressão difícil de decifrar. Talvez uma mistura de preocupação com dúvida... ou quem sabe exaustão mental. O ruivo abatido agachou-se perto de Hermione e sussurrou o mais baixo que pode: "Mione, não esqueça da barriga.".
Se era estranho imaginar Hermione grávida, vê-la com uma barriga de quatro meses e pulando nos amigos daquele jeito era no mínimo traumatizante. Assim que Harry tomou conhecimento daquilo, se afastou dela tentando ser o mais delicado o possível. Os olhos verdes foram da barriga para o rosto de Hermione e do rosto de Hermione para a barriga, perguntando daquele jeito cômico se estava tudo bem. A mulher riu do mesmo jeito de quando era menina e Harry se sentiu mais calmo.
Rony estendeu a mão e os dois se abraçaram com as típicas palmadinhas nas costas, "Você não sabe como estou mais aliviado agora que você também está nessa, cara" sussurrou o mais alto enquanto sua esposa cumprimentava os outros convidados "Sério, tem dias que eu quero me afogar na pia do banheiro. Minha mãe não ajuda, na verdade, desde que as duas se juntaram eu sinto que a qualquer momento vou ter um ataque de nervos."
"Bem, pelo menos as três vão ter muito do que conversar. Elas adoram dividir tudo mesmo." O moreno colocou as mãos nos bolsos e olhou à sua volta, sentindo-se bem. "Quer sair para almoçar mais tarde?"
"E presenciar a mais nova aliada no time delas? Não temos como evitar, temos?"
Harry conseguiu ver o fio de esperança nos olhos do amigo e bateu em seu ombro consolando-o de leve "Não Ron, não temos.".
O moreno deu um pulo para trás quando de repente a gola do suéter de Ron foi puxada para cima, deixando o garoto completamente atordoado dentro da roupa "MAS QUE POR-!"
George fincou as unhas nas costelas do irmão que desatou a rir com as cócegas: "Adivinha quem é?" o mais velho perguntou com seu tom zombeteiro, depois de dar outro nó na gola do agasalho.
"GEORGE!" gritou o Ron tentando desamarrar o nó "O que você fez?"
"Parabéns Harry!" George abraçou Harry sem se importar muito com a lacraia peluda se remexendo para sair do suéter ao seu lado "Está meio desaparecido, tem alguma coisa acontecendo?" ele perguntou ao cunhado, mas não deu deste responder. O ruivo olhou sugestivamente para a direita indicando que Harry espiasse também "Por outro lado, olha só quem vem aparecendo muito".
"Quem?" Pergunta Ronald cansado de tentar se livrar do nó.
No início do corredor, logo depois de saírem do elevador, vinha caminhando o próprio ministro da magia e acompanhando este; um homem esbelto de cabelos loiros platinados vestido completamente de preto de nariz empinado. Ambos estavam afastados o suficiente para a conversa não ser ouvida, mas o segundo parecia falar de forma vivaz com Kingsley.
"De novo?" sugeriu Hermione que tinha acabado de voltar "Ele apareceu ontem mesmo na central de obliviação".
"Ah, aquilo não significa muita coisa" disse Harry sem ao menos desgrudar os olhos do corpo esguio do homem de preto "Blaise Zabini faz parte da equipe de obliviadores do departamento os dois sempre almoçam juntos, o problema era que ontem ele não pode comparecer e pediu desculpas ao..." Harry fez uma careta ao tentar imaginar Draco e Blaise como amigos. Agitou a cabeça rapidamente quando algo muito mais sujo que uma provável amizade invadiu sua cabeça "...dito cujo" foi o que conseguiu dizer enquanto seu estômago revirava.
"Quem?" indagou Rony novamente.
"E não é só isso, aparentemente as visitas dele ao nível cinco do ministério também aumentaram." Disse George antes de pegar uma bebida que Susan Bones estava servindo entre os convidados "o que ele tanto faz lá é um mistério. Ei, aquilo ali é das lojas Piccadilly?" perguntou ele apontando para o elefantinho no canto da sala. Harry girou os olhos e assentiu com a cabeça, desde que a loja se espalhou pela Londres bruxa George teve suas vendas diminuídas consideravelmente.
"QUEM?" enfatizou Ronald pela ultima vez antes de Hermione desfazer o feitiço em sua roupa.
"Draco Malfoy" silvou o moreno quando discretamente o outro retribuiu o olhar sorrindo como se tivesse sido pego numa travessura e gostado.
Harry conseguia perceber um pouco daquele mesmo sentimento que o dominou durante todo o sexto ano - quando o loiro esnobe tentou sem sucesso atentar contra a vida de Dumbledore -crescer dentro dele. Ele tinha certeza: tinha algo muito estranho no jeito em como Draco Malfoy de repente tinha ressurgido do anonimato. Como se tratava de um Malfoy, desde o primeiro até o ultimo fio de cabelo eram suspeitos.
Durante seis anos Draco permaneceu anônimo na sociedade. Os jornais já não publicavam mais o seu nome e mesmo assim ele permaneceu no escuro. Num dia como qualquer outro o nome de Lucius Malfoy apareceu na lista de óbito do profeta diário. Na manhã seguinte, Draco retirou toda herança dos Malfoy de gringotes e sumiu. Dois anos depois, o que a principio era uma visita casual, se tornou uma conduta: A fuinha começou a aparecer diariamente no ministério e na maioria delas sempre conversando com o ministro.
Era quase impossível que aquilo não gerasse fofocas. O que eles conversavam? Porque o reaparecimento? Será que Malfoy estava armando algo? O ministro estava sendo vítima de Impérius?
"ouvi dizer que os dois estão tendo um caso" Harry se lembrou de ter ouvido duas velhas bruxas falarem no atrio e aquilo quase fez o eleito cuspir regurgitar o seu almoço. Cenas asquerosas de Draco e Kingsley dividindo a mesma cama fizeram o mundo de Harry girar. De onde elas tinham tirado aquilo?
Em poucas semanas era como se Draco tivesse dormido com todo mundo bruxo com quem trocara mais do que algumas palavras. No entanto, o pseudo destruidor de lares parecia não se importar e sempre desfilava com o nariz em pé pelo ministério, como se fosse dono do local. O ato fazia as estranhas de Harry se remexerem de desgosto. Draco nem ao menos trabalhava ali uma vez que não podia aparatar no local, então o que ele tanto fazia no nível cinco? O que ele queria com o ministro?
Malfoy definitivamente estava aprontando alguma coisa.
"Potter!" pronunciou Gawain Robards depois de um ataque de tosse "Você poderia passar no meu escritório? Preciso de você um pouco" os olhos cansados do chefe dos aurores zapearam a sala por alguns segundos "E vocês poderiam fazer um pouco menos barulho? Não quero receber reclamações do andar de baixo novamente.".
Antes que Macmillan pudesse se pronunciar, Harry pediu licença entre os amigos e foi até o encontro do chefe. Uma vez dentro do escritório, o moreno teve que esperar outro ataque de tosse acabar para ser convidado a se sentar. Robards parecia extremamente cansado e quando este pôs os cotovelos sobre a mesa e a cabeça apoiada nas mãos, Potter teve a imprensão de que talvez o cargo estivesse ficando pesado demais para os velhos ossos de Gawain agüentarem.
"Creio que na altura do campeonato você já tenha ouvido falar das lojas Piccadilly, certo?" Por estar na frente do chefe, o moreno sabia que não podia simplesmente girar os olhos e responder tediosamente que sim. Limitou-se à assentir com a cabeça. "Recebemos um pedido especial ontem à noite. Aparentemente o proprietário da rede Piccadilly realmente deseja se mostrar à imprensa, mas diz que necessita de um guarda-costas. Ele pediu especificamente você." Os olhinhos miúdos de Robards encararam os óculos de Potter em aguardo.
Harry sentiu pela segunda vez naquele dia que ele tinha de dizer alguma coisa. Limpou a garganta duas vezes até se sentir engolido novamente pela mesma insegurança de mais cedo. Não via nada demais na demanda do chefe. Talvez um pequeno incomodo pela pessoa fazer questão de escolhe-lo quando o próprio não se sentia muito à vontade com assuntos relacionados à rede Piccadilly, mas nada que fosse afetar seu procedimento profissional. Alguns minutos de silencio se passaram até Robards soltar um longo e pesado suspiro.
O mais velho se virou e se pôs a encarar fixamente a janela do escritório, pensativo "Vou me aposentar semana que vem e gostaria que você ficasse no meu cargo" ele soltou de repente.
"Eu..." começou Potter atordoado, sem saber exatamente o que dizer "uhum" Foi que o moreno conseguiu proferir, atônito. Ele sentiu as bochechas queimarem e não conseguiu encarar novamente o chefe quando este retirou os olhos da janela.
Chefe dos aurores.
Harry se tornaria chefe dos aurores.
"Essa missão servirá como parâmetro para minha decisão. Tente não fazer nada de errado." Robards tossiu mais uma vez, tão forte que parecia que seu pulmão iria sair pela boca. Harry tentou apartá-lo, mas o mais velho simplesmente levantou a palma da mão, não deixando que o menor se aproximasse.
"Você sabe quem ele é senhor?" tentou soar profissional, sentando-se novamente, enquanto sentia varios fogos de artifícios explodirem dentro de seu corpo "O mestre do Picadeiro?".
"Ele disse que estaria esperando por você enfrente ao banco de Gringotes, hoje, às duas horas. Nada mais." Harry pediu licença e se levantou, curvando a cabeça em respeito ao chefe que retribuiu o cumprimento. "Ah sim, meus parabéns pelo bebê" um sorriso fraco se formou no rosto de Gawain e Harry sorriu de volta o mais largo de seus sorrisos.
"Obrigada, senhor".
"Chefe dos aurores?" o moreno não tinha gostado muito do tom que Hermione tinha colocado na sentença "Harry, você só tem 24 anos! Tem certeza que com tudo isso ocorrendo, seria a melhor decisão? Não acha muito cedo para um cargo tão..." a garota frisou as sobrancelhas tentando buscar palavra melhor "Exigente?".
"Pode até ser Mione..." começou ele tentando soar o mais compreensivo que podia "mas você também tem que admitir que isso é uma ótima oportunidade. Se eu conseguir o cargo poderei até quem sabe proporcionar uma vida melhor para os meus filhos, não acha?" ele sabia que era mentira, mas não queria mais prolongar aquela conversa com a morena. Levar um sermão não era exatamente o que ele tinha em mente quando resolveu contar para os amigos.
"Harry James Potter, o senhor deve estar na lista dos bruxos mais ricos da década e quer me convencer que está com problemas financeiros, agora, assim, de repente?" Hormônios, Harry repetiu como um mantra em sua cabeça. Porque as mulheres tendem a ser tão suscetíveis a eles? Potter olhou disfarçadamente a expressão de Rony e sabia que ele também já não agüentava mais ouvir Hermione falando do mesmo assunto. Contudo, assim como ele, não queria irritar ainda mais a fera.
"Hermione" Começou Harry lentamente enquanto andava pelo corredor do átrio. "Obrigada. Eu vou pensar muito bem no que você me disse antes de tomar essa decisão." Ele encarou os descrentes olhos castanhos da amiga antes de prosseguir "mas eu ainda tenho que concluir essa missão, então por agora, nós não podemos somente ir nos encontrar com Ginny e refletimos sobre essa questão depois?" e sorriu daquele jeito como se quisesse se desculpar por ter se esquecido de retirar os sapatos enlameados antes de entrar em casa.
A garota retribuiu o olhar intensamente, mas Harry sabia que tinha ganhado daquela vez quando ela sorriu. Rony suspirou enquanto entoava o coro de aleluia em sua cabeça e passou o braço pelos ombros da esposa: "Vamos para onde então?".
De repente Harry levou um empurrão que o desequilibrou momentaneamente. Uma mão apertou seu ombro e quando o moreno se virou para a pessoa, sentiu seu sangue esquentar.
"Desculpe-me, Potter, não tinha lhe visto parado aí" Os lábios finos de Malfoy se curvaram num falso sorriso de desculpas, mas seus olhos não conseguiam esconder seu próprio divertimento.
"O que você quer Malfoy?" Rony já tinha o rosto completamente vermelho de raiva e fechava as mãos forte, tentando se controlar.
"Nada, só queria parabenizar Potter pela promoção." Os olhos de Potter faiscaram e Draco sabia que tinha conseguido mexer com o moreno "ah, também soube que outro coelho - digo - Weasley irá nascer em breve. Meus parabéns. Não é o caso de não termos mais espaço, certo?"
"Seu verme ingrato" murmurou Hermione com ódio "Não sei por que pensei que depois de todos esses anos você teria mudado".
"Como se só eu tivesse permanecido com antigos hábitos, Granger. Na verdade estou até surpreendido de Potter ainda não ter usado sua capa de invisibilidade para me espionar." O prata se encontrou com o verde por alguns segundos "Você simplesmente não consegue ficar longe de mim, não é?".
Potter avançou na direção de Draco, mas não conseguiu segurar aquele pescoço em mãos ante de ser surpreendido por uma fumaça negra que bloqueou sua visão: Pó escurecedor instantâneo do peru. Urrou de raiva e tossiu descontroladamente até a fumaça finalmente conseguiu enxergar, Draco não estava mais lá.
'Desgraçado' foi a coisa mais branda que o moreno pensou naqueles poucos segundos.
"Como ele conseguiu descobrir?" repetiu Harry pela terceira vez, ainda descrente. "Quer dizer, quem poderia ter contado à ele?"
"Kingsley talvez, afinal, ele tem que ser informado de tudo, não?" Rony deu os ombros "Eu ouvi dizer que ele estava tentando se aproximar do ministro para ser um inominável." Cochichou, tentando dar um passo mais lento enquanto caminhava no beco diagonal.
"Não" Harry disse com tanta certeza que assustou o ruivo um pouco. O humor do colega ainda não tinha se recuperado desde a ultima intervenção da fuinha albina saltitante "Para se tornar um inominável a pessoa tem que ter pelo menos uma ficha limpa e ser de extrema confiança. Acho que mesmo apelando para o ministro, Kingsley não teria poder suficiente para indicar um ex-comensal da morte. Além do mais, Malfoy gosta dos holofotes em cima dele. Não é do tipo que fica no fundo do palco."
Os dois ficaram em silencio cômodo enquanto pensavam em suas próprias teorias. Hermione e Ginny andavam de braços cruzados rindo alto não muito à frente deles e fofocando sobre alguma coisa, que se tratando dos acontecimentos recentes, provavelmente seria sobre mais alguma parafernália da Piccadilly.
Começava a esfriar em Londres. As brisas ficavam mais geladas com o cair da noite e Harry já não podia se esquecer de pegar um cachecol no cabideiro perto da porta antes de sair, se não, no mesmo dia seria atacado por uma maldita infecção de garganta. Ali não nevava como em Hogwarts e Harry sentia certa falta da neve. Lembrou-se de Hagrid lutando contra a tempestade branca enquanto arrastava o maior pinheiro da floresta proibida até o castelo para se juntar com outros maiores ou iguais e decorar o grande salão para o natal.
"Você já sabe o nome?" perguntou Rony aparentemente também dividido entre o mundo real e suas lembranças "Que vai dar para o bebê?".
Uma brisa fria passou entre eles e Harry se encolheu contra o cachecol azul "Não, ainda não." Disse ele alguns segundos depois "Nem sabemos o sexo do bebê, mas muito provavelmente será como fizemos com o James. Se for menino eu escolho se for menina ela escolhe.".
"James é um bom nome" Ron - que parecia mais um pingüim de dois metros - parou e se curvou para frente para amarrar o cadarço "ah, desamarrou de novo. Só um instante.".
"Claro" e Harry deteu-se logo em seguida "cadarços desamarrantes. Isso não é do seu irmão, é?"
"Deve ser... Só ele para inventar uma coisa dessas"
"Haha, o George não muda" e deu uma leve risada, tremendo quando o frio bateu em suas orelhas.
Os olhos de Potter passearam ao redor e ele notou quanto beco diagonal mudara. Desde que Voldermort caíra e o Ministério impôs a extinção de comércio na travessa do tranco, O beco diagonal se expandiu literalmente. As ruelas se tornaram ruas, as calçadas se alargaram, sem citar o processo de restauração fenomenal imposto pelo governo. Era como estar em um lugar amplo e saudável, mas ainda permanecendo a sensação original do beco onde as instalações meio curvadas pareciam que iriam cair a qualquer momento.
Um pouco mais adiante deles, estava um dos raros lugares que ficou sem mudar uma única pedra: Gringotes. Este permanecia exatamente o mesmo desde quando Harry tinha onze anos. Muito provavelmente os duendes trataram de arrumar o local depois de tudo que acontecera e claro, conseguiram reerguer com perfeição o banco. Em alguma parte dentro de si, Harry suspeitava que aquele de fato sempre fora Gringotes e que nada nunca desestabilizou aquela fortaleza.
"Vamos?" disse Ron ao se levantar, mas Harry parecia não ter ouvido.
O moreno encarava fixamente a porta maciça do banco se abrir e de dentro dela sair o mesmo homem de cabelos loiros que eles viram mais cedo. Harry franziu o cenho enquanto Ron olhava para o amigo. Uma carranca se formava no rosto de potter e Ron se pegou tentando descobrir se este estava pensando o mesmo que ele.
"Não faz sentido." Draco se despedia de um homem grande e bigodudo que podia se passar tranqüilamente pelo professor de poções Horácio Slughorn. Este estava acompanhado de uma mulher que teria idade para ser sua filha, mas o moreno não perdeu muito tempo neles dois. Harry tentou se concentrar um pouco e então foi atacado por uma idéia perigosa: e se aquele fosse o tal do mestre do picadeiro e Draco tivesse descoberto? O que ele faria com essa informação? O loiro segurava uma enorme maleta prateada nas mãos e olhou em seu relógio. Depois de descer magistralmente a escada, olhou em volta e saiu andando apressado. Fosse o que fosse, a resposta estava dentro daquela maleta. "Ron, encontre com as meninas no restaurante e peça pra Ginny ir pedindo o meu prato, ela já vai saber o que é".
Harry começou a seguir Draco, tentando manter-se a uma distância sem perder de vista o alvo. Porque Malfoy estava em gringotes se ele tirou toda sua fortuna de lá? Não fazia sentido. No entanto, como ele teria descoberto a identidade do mestre do Picadeiro? O que tinha na mala? Dinheiro, talvez? Muito provavelmente. Dinheiro que não podia ser seu, uma vez que ele não tinha nenhum centavo no banco. Um calafrio percorreu a espinha de Harry como um mau pressentimento, afinal poderia ser algo muito mais obscuro dentro daquela maleta. Como ele tinha conseguido? Imperius? Fazia sentido. Se ele conseguiu amaldiçoar alguém com sucesso aos 16 anos sem ser notado, agora com 23 seria muito mais fácil.
Malfoy andava tranqüilamente pelas ruas mais movimentadas do beco, se desviando com facilidade, como se sempre passeasse por aqueles lugares. Entrou em uma ou duas ruas mais vazias, mas sem nunca olhar para trás. Enquanto Draco andava, suas botas faziam um ritmo continuo quando ele pisava no chão semelhante a um compasso e até com aquilo Harry se irritou. Os olhos verdes fuzilavam a nuca do outro. Ele sabia que tinha alguma coisa ali, tinha que ter.
Depois de um período caminhando ele não conseguiu mais precisar exatamente quanto tempo escoltou Malfoy. Os dois andaram muito e não chegavam a lugar nenhum. Algo então começou a se remexer na cabeça de Harry. Ele sentia que de alguma forma Malfoy sabia que ele estava ali assim como também sabia que estava sendo seguido. Draco dobrou a esquina outra vez e Potter se sentiu como um rato num labirinto. Não estava reconhecendo os arredores e se não fosse pelo grupo de garotinhas fofocando enquanto uma delas jogava algo no Nintendo D.S. Harry não teria percebido que tinham deixado a Londres Bruxa para trás.
Potter trincou os dentes. Eram somente ele e Malfoy andando naquela rua, mas ele sabia que não podia usar magia para não correr o risco de quebrar o sigilo de sua própria existência. Segundos depois, o moreno sentiu algo tocar em seu bolso, mas tinha certeza de que não possuía um celular.
O som foi aumentando e para não ser descoberto, atendeu o aparelho tentando controlar sua voz "Alô?".
"Olá Potter, como você está?" a voz arrastada ecoou em seu ouvido e Harry novamente ouviu o monstro em seu estômago rugir "andando muito?".
"Malfoy, me dê um bom motivo para eu não azarar você daqui mesmo" Harry trincou os dentes ao se lembrar de que estava em área trouxa. "Como esse celular foi aparecer no meu bolso? De quem ele é?"
"Meu, mas se quiser pode ficar com ele, afinal acabei de comprar um novinho. Já está com o meu numero nele, assim você não precisa mais me escoltar para saber onde eu vou, é só me perguntar." E riu provocativamente "Alias, não lembro de ter feito nada de errado para ser vigiado tão intensamente por um auror. Você podia me repassar as ultimas noticias?"
"Você está segurando uma propriedade que não é sua." Harry tentou soar profissional, mas foi só draco rir do outro lado da linha que o moreno não conseguiu mais se conter "Por esse motivo eu posso te seguir e até te prender se for preciso.".
"E o que te leva a pensar que o que tem nessa maleta não é meu?" Draco balançou o objeto displicentemente, só para irritar o outro "Sabe Potty, nós podemos ficar andando assim até escurecer. No entanto eu preferia estar sentado agora. Não podemos entrar em um restaurante e conversar?".
"Malfoy, eu sei que você retirou todo o dinheiro de gringotes há alguns meses atrás e não tente desconversar. Diga-me agora, de quem essa maleta é pertencente e se você usou imperius sobre aquele casal para consegui-la."
Draco fingiu um muxoxo no celular e Harry apertou ainda mais o aparelho contra o ouvido "Eu não sei. Porque você não pergunta para aquela metade de um Weasley? Ele parece saber muito da minha vida. Se os negócios dele vão de mal a pior e isto o deixou com muito tempo livre não é problema meu." Draco riu zombeteiro "Aliás, porque a minha vida pessoal lhe interessa tanto? Eu já disse que sou só seu amor, não precisa ficar com esse teatrinho de namorada ciumenta.".
"EXPELIARMUS!" Berrou Harry com as bochechas coradas de raiva e o feitiço acertou o celular de Draco em cheio. "Essa maleta é sua ou não, Malfoy?"
"Alguém acaba de se meter em encrenca" Draco girou os calcanhares, escondeu as duas mãos atrás do corpo e deu os ombros "Fazer o quê, não é? Antigos hábitos são difíceis de desfazer.".
"Responda a pergunta!" a raiva estalava dentro da cabeça do moreno e ele sabia que muito provavelmente seu rosto estava tão vermelho quanto o de tio Valter ficara tantas vezes.
"Porque não apimentamos mais esse nosso reencontro?" Um jato de luz vermelha acertou a mão de Harry e sua varinha voou longe "Se você conseguir me alcançar, eu lhe respondo tudo o que quiser. Aparatar é contra as regras".
"Não somos mais crianças Malfoy!" O zumbido de sangue correndo em sua cabeça estava deixando-o louco.
"Ah o que é isso? Eu até te dou uns dez segundos de desconto." O loiro inclinou a cabeça pro lado como uma criança "1...2..."
Ainda tentando se acalmar, Harry rastreava a varinha rapidamente. Quando a avistou, Draco ainda estava no numero sete, mas como sempre, ele tinha que queimar a largada.
"MALFOY!" Assim que percebeu Harry desatou a correr atrás do outro.
"Pegue-me se puder, TESTA-RACHADA!"
Os dois desceram a rua inteira correndo, Harry pensou em azarar o outro, já que muito provavelmente seria chamado à atenção pelo expeliarmus de antes. Potter nunca foi de obedecer às regras mesmo, então balançou a varinha e um raio vermelho chicoteou no ar. O feitiço não chegou a alcançar Malfoy, mas chegou bem perto. Depois de perceber o ataque, Draco deu uma guinada na corrida e abriu uma porta de um armazém abandonado somente com o floreio da varinha, entrando em disparado no local.
Rony não precisava ser um gênio para perceber que o humor de Ginny estava por um fio de virar do avesso. A cadeira ao seu lado estava vazia e o prato de Harry já tinha esfriado há algum tempo. Ela tamborilava os dedos impacientemente sobre a mesa e já devia ser a quarta ou quinta vez que trocara a posição das pernas.
"Harry disse que chegaria mais tarde, mas não disse por quê? Digo, já se fazem duas horas que ele saiu." Ela tentou soar descontraída mas as sobrancelhas crispadas não enganaram ninguém "Será que ele foi logo para a missão e não disse nada? Porque se sim, é uma extrema falta de cortesia da parte dele."
"Eu não sei Ginny, estávamos logo atrás de vocês quando ele disse que tinha que resolver uma coisa em Gringotes e já iria nos alcançar... de repente e fila estava grande, sabe como são os bancos nessa época do ano, não?" Ron tentava contornar a situação, mas não acreditava nem em si mesmo enquanto pronunciava aquelas palavras "Ele deve estar preso fazendo alguma coisa, quem sabe o jornal o pediu para falar sobre a nova temporada de quadribol e..."
"Ronald Weasley, eu conheço o meu marido e sei muito bem o que poderia ter acontecido com ele, afinal ele é um homem facilmente reconhecido. No entanto, não somente eu sei, mas acredito que todos nós sabemos que Harry não gosta de dar entrevista ou cultivar sua fama nos jornais." Ginny cruzou os braços e já não se preocupava em esconder a irritação "Se Potter não estiver aqui porque foi atrás daquele loiro mimado que ele acha que está aprontando alguma coisa eu não preciso de mais explicação nenhuma. Isso que ele está fazendo é uma tremenda falta de respeito e nada justifica essa estranha obsessão por aquela fuinha."
"Ginny..." tentou Hermione "da ultima vez que Harry suspeitou do Malfoy nós também não acreditamos, mas no final ele tinha razão. Sei que ele pode parecer meio extremo agora porque não tem provas sobre sua desconfiança, mas eu confio no Harry. Também acho que Draco está escondendo alguma coisa, você só precisa ter um pouco mais de paciência."
"Você está falando do que aconteceu no sexto ano de novo, não está? Naquela época, mesmo com tudo acontecendo nós achamos um tempo para nós, não achamos?" Ginny olhou para Ron no exato momento em que ele tinha sussurrado 'hormônios' para ele mesmo e foi o suficiente para a ruiva se levantar vermelha de raiva "Hormônios, Senhor Weasley? Foi isso que você disse? Bem, então me desculpe por estar grávida e reclamar porque meu marido não está aqui e sim correndo atrás de um completo babaca." A garota se levantou e colocou um punhado de moedas sobre a mesa, pedindo desculpas à Hermione em seguida.
Nesse exato momento um homem baixinho, corpulento que podia ser facilmente confundido com um duede entrou no restaurante quase desmaiando de cansaço. As pessoas em volta dele conseguiram o levantar e um dos bruxos lhe ofereceu um copo d'água. Quando o pequeno homem conseguiu formar uma frase o lugar inteiro ficou mudo.
"A nova loja... Piccadilly... O mestre... vai aparecer... daqui a pouco... A Imprensa já está toda... lá..."
"Invasão de estabelecimento!" gritou o moreno na porta por onde Malfoy tinha entrado "DRACO MALFOY! O senhor está preso!" Harry sentiu a garganta seca lhe trair e a falta de ar lhe assaltar sem dó. Ficou algum tempo apoiado no batente da porta tentando normalizar a respiração, enquanto sentia as gotas de suor descerem pelo rosto.
Do outro lado da porta estava um escuro quase total e Potter sabia que estaria em desvantagem lá dentro. A única luz que iluminava o local era da própria entrada e Draco aproveitando disso já deveria estar escondido. Harry sabia que o certo a se fazer era trancar a porta e chamar o resto dos aurores, mas a incerteza de que Draco podia conseguir fugir o fez xingar alto e olhar para rua deserta. Aparentemente nenhuma testemunha à sua volta. Ele girou a varinha na mão, entrou na residência e fechou a porta, esperando ser engolido pelo breu.
Ficou alguns minutos parados no mesmo lugar, esperando os olhos se adaptarem. Quando finalmente conseguiu ver alguma coisa, notou que do teto caiam vários tecidos, alguns presos nas paredes, outros soltos. Longos, pendiam do teto que de tão alto o moreno não conseguia ver seu fim naquelas condições. À sua volta, o contorno de bancadas e mais bancadas cobertas lhe surgiam aos olhos. Deu um passo atrás do outro, tentando não encostar-se em nada. O silencio deixava seu coração bater mais rápido, tão alto que ele se perguntava se mais alguém podia ouvir. Perguntou se draco podia ouvi-lo.
Um raio de luz cortou o ar e Harry conseguiu ver a silhueta de Malfoy por alguns segundos antes do escuro voltar. Seu sangue ferveu.
"Já desistiu, Potty? Cadê aquele leão grifinório que não desiste de nada?"
Um outro raio de luz serpenteou e quase acertou Malfoy. Com um sorriso de soslaio, Draco desapareceu no ar.
"Aparatar é contra as regras, NÃO SE LEMBRA?" Gritou o moreno para o nada.
"Na verdade não!" outro jorro de luz e Harry virou sua cabeça para a direita, onde o loiro estava "Eu disse isso?" foi a vez de Harry desaparecer.
Os dois apareciam se desapareciam de repente em pontos aleatórios da loja. Draco ria alto e Harry cada vez chegava mais perto. Às vezes no total escuro, outras com o brilho dos feitiços raspando em suas cabeças. Quando finalmente alcançou Malfoy o prensou contra a grande Porta de madeira do extremo oposto de onde eles tinham entrado e Harry sentiu sua respiração pesada se completar com a de Malfoy.
"Peguei você" disse Harry segurando a gola da manta de Draco, mantendo seu olhar pregado no dele.
O loiro sorriu "Pegou?" e encostou a testa na testa de Harry olhando para os lábios dele durante alguns segundos antes de levantar o olhar e sorrir com a confusão no rosto do moreno. "Tem certeza?" Draco levou a mão livre até a nuca de Potter e puxou sua cabeça para conseguir sussurrar-lhe diretamente no ouvido "Eu acho que peguei você primeiro.".
A porta de mais de três metros de altura se escancarou e nesse momento Harry foi cegado por milhares de flashes em seu rosto. Draco se virou para o amontoado de pessoas à sua volta como se nada tivesse acontecido e se direcionou até o palanque um pouco mais além de onde ele estava. Quando Harry conseguiu ver alguma coisa se sentiu novamente com quinze anos, quando abraçado por Dumbledore, enfrentou a mesma matilha de repórteres loucos para descobrir o que tinha acontecido.
Sua cabeça estava zumbindo e mal conseguiu ouvir direito o que Draco dizia sobre os vários microfones reservados a ele. À sua volta, os fotógrafos não paravam um único segundo enquanto os repórteres se amassavam no meio entre estes e Draco. Além de toda imprensa, vários bruxos e bruxas se aglomeravam perto da loja, curiosos e surpresos. Harry tentou se acalmar, já que ficar desesperado não ajudaria em nada.
"E peço também uma salva de palmas para meu sócio, Harry James Potter." Os aplausos se intensificaram quando Harry ouvi seu nome dito tão pomposamente por Draco "Afinal, sem o apoio, força e liderança de um leão nato, esse circo nunca teria chegado aonde chegou."
Harry congelou ao ouvir aquelas palavras e olhou à sua volta. As pessoas lhe sorriam e aclamavam seu nome, mas ele não podia estar mais confuso. Quando reconheceu os cabelos ruivos da esposa se sentiu tão espantado quanto ela, mas não sabia o porquê. Do que Draco estava falando?
O olhar verde procurou abismado pelo prata e quando se encontraram, Draco sorriu daquele jeito que só ele podia fazer e mexeu os lábios sem fazer um único ruído: "Bem vindo ao circo".
N/A: Olha quem voltou? :D ~ Tô me sentindo tão cara de pau. O-o Se eu contar o que aconteceu em todos esses meses que eu desapareci vocês vão tipo me cozinhar viva e comer as entranhas mas enfim, eu voltei :DDD e agora tenho tempo de sobra uma vez que EU PASSEI NO VESTIBULAAAAAAAAAAAAAAAAAAR \ÒWÓ/!
Bem, enfim, tô com seis meses sem fazer nada e resolvi voltar a escrever porque a minha mão já estava coçando e minha cabeça estava tão cheia de coisa que fiquei com dor de cabeça direto. Dessa vez eu resolvi entrar no forum 6V apesar de não entender bulhufas de fóruns. 8D~ Para dar uma guinada na produção resolvi pegar esse projeto para já entrar em forma com a Enjoy The Show depois. Sim gente, eu vou continuar ela, mas queria infelizmente lhes contar que ela foi reescrita e que muita coisa vai fazer mais sentindo depois de vocês lerem a versão 2.0
Alias, durante todo esse tempo que eu não escrevi eu comecei a ler várias outras escritoras e cara, o-o tipo, queria parabenizar todas elas e sei lá, eu super recomendo a fic "A soma de todos os medos" para quem ainda não leu. Babo litros, fatão *w*~ Não preciso nem comentar as fics da Amy Lupin, preciso? xD''
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