Caminhos Cruzados

A luz da lua refletia pela janela iluminando a sala do apartamento, bem arejado e decorado com sofás confortáveis uma estante com aparelhos eletrônicos, porta retratos, alguns enfeites, a mesinha de centro com um bonito arranjo de flores. No momento o lugar era o palco para um casal aparentemente apaixonado. A moça fechou o livro que lia e se desencostou do namorado que fazia carinhos em seus cabelos assim que ele falou.

- Já esta tarde melhor eu ir, tenho uma reunião amanhã bem cedo.

- Certo, eu também vou descansar. - Ele se levantou e a puxou para um abraço.

- Eu te amo! - Ela fechou os olhos ao som das palavras dele.

- Ah... Eu sei. - Respondeu com a voz falhando, não conseguia dizer o mesmo.

- Eu volto amanhã quando você chegar. - Ele diz apertando mais o abraço e a beijando.

- É... Então até amanhã.

Ela fechou a porta e voltou a se deitar no sofá, com os olhos fechados puxou o ar para os pulmões na esperança de que o bolo que se formou em sua garganta se desfizesse. Na verdade sabia que era em vão, esse bolo estava lá há muito tempo e ela sabia também o que precisava fazer, só não sabia como.

- Covarde! - Dizia a si mesma.

Era assim que estava se sentindo covarde e patética, tem um bom emprego, uma vida estável financeiramente, é independente uma ótima profissional, até ai perfeito e tinha também um namorado, estavam juntos há três anos e está é a parte problemática de sua vida, Bryan Parker é a razão pela qual se sente tão mal. Bryan, alto rosto bonito, cabelos castanho claro, olhos verdes braços fortes barriga definida, pernas grosas, lindo, carinhoso - e como o via ultimamente pegajoso -, profissional bem sucedido de família influente, o namorado dos sonhos de muitas garotas, mas qual era o problema com ele?

- Eu não o amo! - Deu em resposta para sua amiga Gina, quando está chegou e a encontrou deitada no sofá do apartamento que as duas dividem em Londres

- Hermione eu não te entendo!

- Você já foi mais esperta sabia? - Hermione tinha a cabeça apoiada no colo de Gina e chorava.

- Não seja irônica você não é assim, eu falo sério, vocês estão juntos há três anos e se eu não me engano você vem empurrando esta relação com a barriga a pelo menos um, eu não entendo como consegue.

- Me desculpa. - Gina assentiu com a cabeça-. – Eu gostava dele, é gentil carinhoso divertido inteligente... Mas... Acabou eu não estou feliz.

- Mas continua com ele.

- Continuo e você não faz idéia de como me sinto por isso, é uma grande perca de tempo entende? Do dele e do meu.

- Realmente? Não entendo. Para mim é simples, eu não quero então termino, fácil.

- Queria ver você fazer isso com ele dizendo que te ama a cada dez minutos, Gina isso me mata, porque eu não consigo retribuir o que ele sente e como eu vou simplesmente falar escuta eu não te amo e não quero mais namorar você?

- Esta bem eu admito não é tão simples mais vocês não pode levar isso por mais muito tempo.

- Eu sei tenho que dar um jeito antes que ele me peça em casamento de novo.

- Como de novo ele já pediu antes?

- Três vezes. - Gina abriu a boca pasma com a noticia.

- Mas é pior do que eu pensei.

Hermione sentiu o olhar condoído da amiga sobre si e resolveu ir dormir não queria que Gina sentisse pena dela.

- Eu vou dormir, amanhã tenho plantão. - Levantou-se e foi em direção o seu quarto.

- Mione!

- Sim. - Disse virando para encarar a amiga.

- Não é nada amanhã conversamos boa noite.

- Boa noite.

Quando chegou em casa queria conversar dizer como estava se sentindo confusa, mas encontrou a amiga desolada no sofá. Gina há tempos havia notado sua tristeza, sabia que ela não estava bem com o namorado só não achou que fosse tão ruim.

Hermione tomou banho e foi se deitar sentiu que Gina tinha algo para lhe falar, mais ficou agradecida por ela ter deixado para o dia seguinte, precisava dormir, ao menos enquanto dormia ou trabalhava não se sentia tão mal.

Hermione já estava tomando café quando Gina chegou à cozinha e começou a se servir.

- Sente-se melhor hoje?

- Bem melhor obrigada, foi bom conversar ontem.

- Temos tido pouco tempo pra por a fofoca em dia não é mesmo?

- É sim acho que tenho feito muitos plantões, mas você queria me contar alguma coisa o que é?

- Não é nada sério.

- Então não vai se importar de almoçar comigo hoje pra me contar.

- Não pode ser no jantar?

- Eu tenho plantão hoje.

Hermione é a chefe de uma equipe medica do hospital onde trabalha.

- Quem foi que disse que tem que fazer menos plantões?

- A partir de amanhã eu diminuo. - As duas riram.

- Tudo bem no almoço então.

Gina é editora chefe do jornal do pai de sua amiga Kristen é conhecida por se negar a publicar matérias sensacionalistas, só publica matérias que tenha o intuito de manter as pessoas informadas da verdade e não se deixa intimidar, adora denunciar abusos.

*************************

Harry e Rony se conhecem desde os cinco anos, quando Rony foi levado para o orfanato que Harry vivia desde que seus pais foram assassinados quando ele ainda era um bebe de apenas um ano de idade, Rony foi levado para o orfanato após receber alta do hospital onde foi abandonado muito doente e ninguém sabia como havia ido para lá. E desde então eram como irmãos. E moram em um apartamento no centro de Londres desde que saíram do orfanato aos dezoito anos.

- Potter você definitivamente esta apaixonado!

- De onde tirou esta idéia? - Perguntou ao receber o copo com uísque que o outro lhe entregava.

- Dessa cara de bobo que você anda ultimamente e nem vem dizer que estou vendo coisas até o tapado do Filth zelador do orfanato teria percebido. - Falou o ruivo enquanto caminhou com um copo com uísque na mão, sentou no sofá do outro lado da sala e apoiou os pés na mesinha de centro.

- E o que te leva a crer que tem alguém?

- Olhos vagos, brilhando, sorriso bobo sem contar às vezes que fico falando sozinho porque você só esta de corpo presente à mente vaga sabe se lá onde.

- Você acha que me conhece muito bem não é? - Provocou e logo depois levou o copo à boca.

- Levando em consideração que te conheço desde os cinco anos. - É acho que te conheço, sem essa! Fala logo.

Sabia que o amigo não desistiria até saber a verdade então resolveu contar de uma vez apesar de não ser nada de mais, pelo menos por enquanto. - Tenho almoçado com ela quase todos os dias á um mês.

- Cara um mês é um recorde, se bem que você precisa mesmo arrumar uma namorada.

- Olha só quem fala, não consegue nem se lembra o nome da mulher que esteve com você na ultima sexta feira e ela não é minha namorada Rony, nós só conversamos um pouco durante os almoços.

- Qual é Harry normalmente elas estão na sua cama depois de uma hora. - Harry bufou, mas não resistiu e acabou rindo de certa forma o amigo tinha razão nunca foi de perder muito tempo conhecendo as mulheres com quem saia. - Acho é que você está perdendo o jeito.

- Ah Cala a boca! -Rony gargalhou. – Me fala você vai mesmo pedir o cancelamento das férias?

- Vou. E não vem com aquela de que eu sou suicida, é um seqüestro Harry, a família do cara não tem dinheiro, se eu não voltar e tirar ele de lá eles podem matá-lo a qualquer momento. E você não é a pessoa mais indicada para me dizer o que é ou não arriscado, vivi se metendo em casos bem mais perigosos que este.

Eles continuaram a discussão até tarde, cada um defendendo o seu ponto de vista.

*************************

- Batimentos cardíacos instáveis.

- Pressão arterial?

- Subindo.

- Temos que retirar a bala agora, bisturi, por favor.

*************************

- O senhor Precisa se acalmar logo nos teremos noticias. - A enfermeira tentava de todo jeito tranqüilizar o homem ele estava a ponto de quebrar tudo de tão nervoso.

- Me acalmar? Eu não vou me acalmar tem mais de uma hora que ninguém me diz nada. - Ele andava de um lado para o outro tentando se controlar. – E acho bom alguém me dar uma resposta logo ou acabo entrando naquela sala.

- O senhor Não pode entrar lá tem que aguardar aqui até que a cirurgia acabe.

- Nos de licença July eu vou conversar com ele. - A enfermeira assentiu aliviada pela chegada da medica. – O senhor me acompanhe, por favor!

Pânico é a palavra que descreve com perfeição como Harry estava se sentindo, ele e Rony são oficiais da Scotland Yard e trabalhavam no serviço secreto, Rony estava infiltrado em uma quadrilha de seqüestradores, mas seu disfarce foi descoberto no momento em que ele retirava o homem do cativeiro, durante a fuga foi atingido por um tiro no pescoço, no entanto eles conseguiram fugir e Rony foi levado para o hospital e desde que entrara na sala de cirurgia ele não tinha noticia do estado do amigo.

Olhar a medica andando a sua frente escrevendo no que lhe pareceu ser um prontuário o deixava ainda mais apavorado, quando seus pais morreram, ele era um bebe, cresceu com um grande vazio no peito a falta dos pais sempre foi evidente na maioria das vezes se sentia sozinho, mas a dor que estava sentindo agora era cruel estava tomado por um medo devastador, Rony era como o próprio tinha dito na noite anterior a única família que tinha e a mera possibilidade de perdê-lo era inominável.

- Qual é o seu nome? - A medica perguntou assim que entraram na sua sala. O lugar era bem arrumado uma pequena mesa ao centro um fichário do lado esquerdo e um armário com alguns remédios do outro lado.

- Potter! - Respondeu e sentou-se na cadeira que a medica indicou.

- Muito prazer senhor Potter eu sou a doutora. Granger.

- Doutora Granger eu preciso saber como esta o Rony!

- Me desculpe senhor Potter, só podemos dar informação para a família.

- Eu sou toda a família que ele tem! - Respondeu exasperado.

- Me desculpe não sabia na ficha dele diz solteiro não achei que vocês fossem...

- Irmãos! Ele a cortou não acreditando na confusão.

- A sim claro irmãos é que...

- Não se preocupe doutora, apenas me diga como ele está. - O semblante constrangido da medica logo se tornou serio, seguro e foi em tom bem profissional que ela falou.

- No momento o senhor Stwart está sedado ele perdeu muito sangue, mas nós retiramos a bala e ele já esta fora de perigo.

- Então ele está bem?

- Ele não corre mais risco, não se preocupe mais senhor Potter o se irmão ficará bem.

- Muito obrigada doutora. Granger. - Ele se levantou e estendeu a mão para ela que também se levantou e segurou a mão dele.

- Por nada, vou ver se já o levaram para o quarto e deixarei o senhor entrar para velo por alguns minutos, mando te chamar assim que estiver tudo em ordem.

Apesar de ser um hospital o lugar era agradável às paredes pintadas de um tom gelo, ao lado esquerdo da cama junto à porta um armário com portas de madeira cor marfim para guardar cobertores e pertences dos pacientes do lado direito um grande e confortável sofá para as visitas na parede de frente para cama tinha também uma televisão pendurada.

- Com licença. - Harry estava na porta do quarto de Rony.

- Entre senhor Potter.

Parando ao lado da cama pode observar, o amigo tinha o rosto um pouco pálido respirava por um tubo, havia um curativo no pescoço e na mão direita um escape por onde lhe era aplicado o soro e outros medicamentos.

- A febre esta baixando pedi para que suspendam os sedativos, assim vou poder dizer melhor sobre o estado dele quando acordar.

- O fato de poder haver seqüela me preocupa.

- A bala não atingiu as cordas vocais e nenhum nervo, então não há nada que possa comprometer a fala ou os movimentos dele.

- É, mas só vou ficar tranqüilo quando o ouvir desfiando impropérios outra vez, se bem que ele de boca fecha não é nada mal. - Ele e a Doutora riram do comentário.

- Com licença senhor Potter, tenho que ver outros pacientes. - Harry acenou com a cabeça e Hermione saiu do quarto.

Quando saiu do quarto se sentia um pouco mais aliviado e mesmo assim não tranqüilo, queria ter certeza que Rony ficaria bem. Riu ao imaginar o mau humor do amigo se tiver que ficar muitos dias no hospital, apesar de que o conhecendo tão bem sabia que iria fazer a maior farra pra chamar a atenção das enfermeiras e talvez da médica mesmo que esta por sua vez não demonstrasse nenhum sinal de que gosta de brincadeiras, consultou o relógio já passara a hora do almoço, não veria sua baixinha hoje, se Rony soubesse o que ele estava pensando riria da cara dele, já estava chamando de sua uma mulher que até agora só vinham almoçando juntos há um mês ele fez questão de frisar, e se tudo desse certo jantaria ainda está semana.

******************

Havia se passado quatro dias desde que Rony chagara baleado no hospital. Não corria mais risco só que contrariando as expectativas de Hermione, ela não poderia lhe dar alta no tempo que havia imaginado, ele delirava durante a noite e o que mais a intrigava era que quase não tinha febre, ele dizia coisas desconexas durante o sono. Hermione conversou com Harry sobre o fato, contou-lhe que ele chamava pela mãe, pedia para que o levassem para casa, dizia que queria ver a irmãzinha, mas não falava nomes, Harry lhe contara que ele nunca mencionou os nomes dos parentes, quando era pequeno e perguntavam a ele o nome da sua mãe ele respondia que era mãe e pai era pai falava dos irmãos mais não citava nenhum nome alem do dele que sabia ser Ronald, porem também não sabia sobrenome, por este motivo os donos do orfanato deram a ele o sobrenome deles - ele era meio lento sabe - Harry falou rindo.

Foi no segundo dia quando Hermione estava verificando o curativo que ele acordou pela primeira vez na presença dela, e a partir daí ela não conseguia mais parar de pensar nele, o modo como ele a olhou, a intensidade que os orbes azuis dele a fitavam lhe pareceu tão familiar que a assustava.

Chegou a comentar com Bryan sobre o assunto, mas como este nunca se interessou pelo seu trabalho disse que ela só devia estar impressionada por conta da historia dele e que devia para de pensar em trabalho.

- Porque não pede uma licença e vamos viajar?

- Eu tenho responsabilidades Bryan não posso pedir licença agora.

- Você se preocupa demais com estes "doentes"! - Ela se desencostou dele e levantou do sofá.

- Foi para cuidar destes "doentes" que me formei medica, acho que já deveria saber disso. - Não estava com animo pra aturar o desrespeito dele quanto a sua profissão este seria um bom motivo para por um fim em tudo, mas Hermione era correta demais para fazer isso, bem nem tão correta assim já que sustentava um namoro sem futuro mantendo assim as ilusões de Bryan.

- Tudo bem Hermione eu não quis te ofender!- Fez mensão de puxá-la de volta, ela se esquivou. - Me desculpa ta legal? Minha intenção nunca foi te ofender. - Ele levantou e foi na direção dela que atravessou a sala.

- Não, Bryan, não esta legal e eu acho melhor você ir embora.

- Ir embora? Nós íamos jantar e eu queria te levar...

- Íamos. Não vamos mais, e quem quer agora sou eu, quero que você vá embora, por favor!

- Tudo bem eu vou porque você esta nervosa. - Caminhou até ela levantou seu rosto para dar-lhe um leve beijo nos lábios ao que ela virou acabou beijando-lhe a bochecha e saiu.

Depois de Bryan ter ido embora, Hermione estava lendo em seu quarto quando ouviu Gina chamar, foi até o quarto da amiga onde a encontrou parada de frente ao espelho e mesmo estando muito bonita não parecia satisfeita, Hermione riu ao reparar que a cama da amiga estava cheia de roupas, provavelmente ela havia provado tudo que tinha no armário, foi depois de mais ou menos meia hora de muitos comentários do tipo - Esta blusa não ficou bem com esta calça ou essa saia é horrível não sei onde estava com a cabeça quando comprei – que Gina deu-se por satisfeita, simples, confortável e linda, vestia uma calça jeans clara, uma blusa verde que deixavam suas costas a mostra e uma bota preta, usava pouca maquiagem e os cabelos caiam soltos como uma cascata de fogo pelas costas.

- Esta linda mais leve o casaquinho. - Gina riu encarando a amiga pelo reflexo do espelho.

- Como quiser Molly.

- Melhor não reclamar se sua mãe estivesse aqui você estaria usando touca e luvas, mesmo sendo primavera e o tempo estando bem agradável.

- Você tem razão mamãe é paranóica. - Gina pegou o casaquinho preto das mãos de Hermione e vestiu se olhando novamente no espelho. – Como estou?

- Perfeita. Tenho certeza que ele ira adorar.

Durante o almoço que as duas tinham marcado – E que foi atrasado por duas horas, pois Hermione teve uma emergência. - Gina lhe contou que conheceu um rapaz muito interessante e que eles vinham almoçando juntos quase todos os dias á um mês, disse que era muito bonito moreno de cabelos espetados, mas não por uso de gel ou qualquer outra coisa, pareciam rebeldes de natureza, riu com ela ao ouvir o comentário sobre os braços fortes dele e o que mais a impressionou a intensidade que os olhos da amiga brilharam quando ela lhe disse como os olhos dele são verdes e que a forma com que ele a encara a assusta e cativa na mesma medida, disse que não sabia direito como agir, estava confusa. Ao ver a preocupação da amiga com a roupa que usaria para um jantar percebeu Gina esta se apaixonando, ela não era de se envolver fácil, por isso a confusão. Hermione voltou para o seu quarto após Gina garantir que lhe contaria com detalhes como foi o jantar, mas só o jantar.

**********

Já era fim de tarde quando Harry chegou ao hospital, ele encontrou o ruivo meio recostado na cama que tinha a cabeceira um pouco levantada ele estava assistindo e já respirava sem os tubos.

- Desenhos são bastante informativos. - Harry cassou do amigo.

- Ficar assistindo sobre crimes nos noticiários não é nada excitante se levado em consideração que só posso levantar dessa cama para ir ao banheiro.

- Houve alguns roubos relevantes por estes dias que talvez você gostasse de investigar.

- É roubos seriam tranqüilizadores.

- Roubos definitivamente não são tranqüilizadores. - Harry achou o termo fora de propósito.

- Você não me entendeu, roubos sim são tranqüilizadores se forem só com o que eu tiver que me preocupar.

Entendendo onde o ruivo queria chegar e achando que ainda não era chegado o momento para tal discussão, Harry tratou de mudar de assunto e apontando para o pescoço do amigo achou algo que talvez o distraísse.

- A cicatriz vai ficar a mostra.

- Nada que afete o meu charme, tem mulheres que gostam. - Ele deu uma piscadela marota e o moreno riu.

- Você é muito pretensioso mesmo.

- Que isso, eu faço o que posso. Mas me diz como anda os teus almoços com a tal garota?

- Esta semana só nos vimos duas vezes, mas vamos jantar esta noite.

- Muito bem, Potter, seu melhor amigo hospitalizado e você vai a forra. - Harry conhecia bem o amigo sabia que só estava brincado, mas não pode evitar que seu tom saísse um pouco mais agressivo do que pretendia.

- Nem vem com essa, se você esta hospitalizado a culpa é toda sua, porra Rony, você pediu cancelamento das férias por esta caso – Rony revirou os olhos não ia discutir seu motivos outra vez. – Alem do mais só vamos jantar. - Agora Rony ria.

- Um jantar e uma esticadinha, você esta certo quem dera se uma das enfermeiras se condoesse de mim.

- Esticadinha, não acredito, aquela ruiva é tão teimosa quanto você, não foi fácil convence-la a jantar, teimosia deve ser algum tipo de característica básica dos cabeças de fósforos.

- Você a chama assim, cabeça de fósforo? - Rony gargalhou ao ver a expressão de falsa indignação no rosto de Harry.

- Essa sua pergunta não merece resposta. E eu tenho que ir me arrumar vou buscá-la as oito.

Uma enfermeira entrou no quarto trazendo a dose noturna dos medicamentos de Rony, Harry aproveitou se despediu do ruivo e foi como havia dito para casa se arrumar, queria deixar uma boa impressão não que precisasse de esforço era muito bonito e sabia disso, mai uma roupa legal e um bom perfume não fariam mal algum, a ruiva não é cabeça de fósforo como dizia de Rony, era muito mais que isso, ela é brasa e ele estava louco pra se queimar.

*************************

A sala era muito confortável, ao fundo uma estante de madeira com livros, do lado direito um barzinho cheio de vinhos e uísques caros, no centro da sala uma mesa grande de madeira que continha uma cadeira na ponta e mais quatro a cada lado, todas as cadeiras de encosto alto tinham uma letra talhada na parte superior da madeira, era justamente em uma delas que ele estava sentado neste momento, a sua vontade era de descarregar a sua arma no peito do dono daquela casa que conhecia bem, desde pequeno via seu pai servindo de bom grado de capacho para ele o pior é que seu pai se achava muito importante, um verdadeiro "Otário" em sua opinião. Estava cansado daquela vida, não podia negar que enquanto era garoto gostava e se aproveitava da situação era divertido na época zombar dos meninos cujos pais tinham menos dinheiro e poder que o seu, importunar os bolsistas do seu colégio era um dos seus maiores passa tempo, durante a adolescência levava vantagem com as garotas por conta dos carros e dinheiro não que precisasse disso, já na adolescência era muito bonito o que não basta quando as garotas são todas fúteis. Agora um adulto Draco Malfoy chama muita atenção, alto, loiro olhos de um azul quase cinza os lábios rosados e músculos bem definidos por todo o corpo.

Foi quando completou seus vinte anos e tomou conhecimento das armações do pai e da forma como era adquirido o dinheiro de que sempre se gabara por ter, que começou a reavaliar seus conceitos e foi ai que começaram seus problemas, a principio discutiu, brigou e se negou a fazer o que o pai queria, mas como não estava adiantado se opor, optou por fazer as coisas de outra forma, seu pai é um homem influente, mas o homem para quem trabalha é ainda mais poderoso, ou melhor, dizendo perigoso. Então percebeu que se rebelar não o ajudaria e há quatro anos fingia acatar as ordens deles, porem sempre dava um jeito de os planos darem errado, só que desta vez algo deu errado com o seu plano e teria que em alguns minutos se explicar não só para o pai como também para ele, sua vontade real era de acabar com o crápula, mas atirar em Tom Riddle na casa dele não era uma boa idéia, estaria morto antes que apertasse o gatilho duas vezes e não havia duvidas que até seu pai atire nele pelo desrespeito com Riddle.

- Espero que tenha uma boa explicação para o que aconteceu hoje Draco!

Sentindo o ódio o corroer por dentro quando ouviu a voz do homem que acabara de entrar na sala e passar por ele sentando na cadeira a ponta da mesa não evitou a provocação mesmo sabendo que não seria inteligente.

- Talvez eu não tenha!

- Não brinque comigo moleque. - Riddle bateu na mesa com o copo de uísque que estava em sua mão mostrando assim que estava sem paciência.

- Talvez você tenha percebido que eu não sou mais um moleque. - Respondeu com tanta ironia e petulância que seu pai interveio na discussão.

- Chega Draco, já que não se acha um moleque, então não haja como um. - O olhar que lançou ao pai que estava sentado a sua frente foi de puro desprezo, mas resolveu parar de provocar já estava bastante encrencado no momento.

- A menina não apareceu mais aos lugares de costume e a casa esta vazia.

- O que mais me intriga Draco, não é o fato de eles terem sumido e sim, o de terem visto a tia da garota entrando no seu carro. - Riddle estava se controlando mais a raiva era evidente em sua voz.

- Agora tenho que me preocupar se as mulheres que eu saio têm ou não parentesco com alguma das crianças que vocês pretendem roubar?

- O mínimo que pode fazer é não se envolver a ponto de que as vagabundas que leva para cama não atrapalhem os meus negócios.

- Se desconfiam que eu esteja interferindo, porque ainda não me tiraram dos negócios?

- Porque para te tirar teríamos que te matar Draco. - Lucio Malfoy disparou sem o menor resquício de remoço na voz.

- E a minha cunhada Narcisa não ficaria feliz e nem de boca calada se por acaso o lourinho dela aparecer morto. - Riddle completou com o mesmo tom.

- Se tranqüiliza vocês ela não é tia da menina, só trabalham no mesmo lugar e eu não comprometeria os teus planos. – Tentou soar o mais confiante possível.

- Vou ficar tranqüilo quando meus clientes receberem a encomenda, mais é bom para você que pense assim e, espero que cuide para que o serviço seja feito. - E com isso Riddle indicou a porta para Draco pondo fim a conversa.

Depois de sair da agradável reunião de família, dirigiu por algum tempo e só se deu conta de onde estava quando parou o carro em frente ao prédio que ela trabalha, havia se tornado uma constante quando menos esperava estava em frente aquele prédio ou a casa dela, se envolveu tanto que sentia uma falta sufocante da presença dela, mesmo que fizesse apenas poucas horas que haviam se visto precisava da força que ela lhe passava para poder continuar, era como recarregar as baterias. Dependência? Talvez. Com certeza seu porto seguro e sua força. Toda inocência, simplicidade e nobreza que não teve enquanto garoto encontrou nela.

Sentia muito medo também, o seu mundo era tão completamente diferente. Não era por sua vontade mais estava cercado por um mundo sem nada de inocente ou de nobre, mais vinha fazendo o possível para mudar isso, infelizmente precisava ir devagar, pois era arriscado de mais para ele e sabia que para ela também e por este motivo se achava um tanto egoísta, mesmo sabendo do perigo não podia e nem se quisesse conseguiria abrir mão de seu único e verdadeiro balsamo. Alem de que ela nunca aceitaria é corajosa de mais para desistir de qualquer coisa por conta de riscos, mesmo neste caso o da própria vida, já foi muito difícil convencê-la de manter a relação dos dois em segredo. Draco é tão importante para ela quanto ela para ele por mais que essa fosse uma relação que ninguém nunca podesse ter imaginado.

Estava voltando da sala de edição após dar uma ultima olhada no que seria publicado no dia seguinte quando uma mão lhe tapou a boca e outra a puxou para dentro do banheiro, teria ficado assustada se não fosse pelo perfume que conhecia muito bem. O dele. A mão que lhe tapava a boca deu lugar para a boca dele e foi virar a chave trancando a porta, eles não seriam interrompidos. Os papeis que estavam em sua mão já se encontravam caídos e ela sentiu os pés abandonarem o chão quando ele a suspendeu e colocou sentada na pia de mármore.

- Aqui é onde eu trabalho sabia? - Perguntou assim que recuperou o fôlego, suas mãos continuavam a acariciar os macios cabelos loiros dele.

- O que eu sei, é que você trabalha muito. - Ele tinha uma das mãos entre seu pescoço e rosto, com o dedo acariciava sua bochecha.

- E você veio pra me impedir de fazer hora extra?

- Não vim para garantir a minha sanidade mental, já estava ficando louco tanto tempo longe.

- Já pensou no que diria Zabini se te ouvisse dizer que sua sanidade mental depende da presença dessa loira?

- Acho, admitiria que tenho bom gosto, mais certamente diria que sofri algum tipo de lesão na cabeça, só que a opinião daquele idiota pouco me importa.

- Às vezes eu acho que te aconteceu alguma coisa como bater a cabeça e que a qualquer momento vai se dar conta da loucura que é isto – ela fez um sinal apontando de um para o outro – vai sumir e nunca mais voltar.

- Droga Kristen, você mais que qualquer outra pessoa sabe que não sou mais aquele garoto da época do colégio, assim como você também não é a mesma, então não fale como se não me conhecese de verdade. - Ele tentou se afastar mais ela enlaçou as pernas na cintura dele.

- Me desculpe esta bem? - Agora me fala o que aconteceu pra você vir até aqui?

- Eu já disse estava com saudades – Ela lhe sorri da forma que ele mais gosta com os olhos.

- Eu sei que esse não é o único motivo, mas fico lisonjeada, você não falaria assim se só quisesse uma transa.

- Kristen. Cala a boca!

- Sabia que a sutileza não ia durar...

Ela é a pessoa que ele mais ama na vida, mas não pode negar que é irritante às vezes. Ele a calou com outro beijo este mais intenso, era sempre assim ao mínimo toque eles perdiam o juízo não se lembravam mais que estavam no banheiro do Jornal e nem que tinham um assunto serio pra conversar. Draco encontrou uma brecha pela blusa dela e subiu a mão até um dos seios enquanto a outra subia por baixo da saia dela fazendo uma leve pressão na perna, sabia que ela gostava quando ele a tocava assim, sentiu a mão dela apertar sua nuca ao mesmo tempo em que ela se afastou inclinando a cabeça para trás a apoiando no espelho dando livre acesso para ele, agora não tinha mais volta e que ninguém quisesse entrar naquele banheiro pelo menos nos próximos quarenta minutos. Conversariam sobre os problemas depois.

*************

Gina deu uma ultima olhada no espelho do hall antes de sair e fechar a porta do apartamento, Harry chegou na hora marcada para pega-la, quando desceu do elevador ela o viu parado ao lado do balcão da portaria do prédio, estava lindo calça preta, camisa vermelha por cima de uma camiseta branca que ela via por conta dos dois botões que ele deixou abertos na camisa, o comprimentou um pouco sem jeito, era diferente quando almoçavam um sempre já estava no restaurante quando o outro chegava ai só sentavam na mesma mesa, agora não, isso era um encontro e Gina sentia–se um pouco desconfortável ainda não entendia o motivo já tivera inúmeros encontros com outros homens e nunca ficou tão nervosa.

Caminharam até o carro onde ele só entrou depois de muito cavalheiro abrir a porta para ela entrar. Quando chegaram ao restaurante o lugar muito bonito com quadros pendurados nas paredes de cor salmão as mesas com toalhas brancas e pequenos arranjos com flores. Já conversavam animados, tudo acontecia naturalmente não tinha mais desconforto e o jantar segui no mesmo clima de descontração, falavam amenidades riam de acontecimentos engraçados que o outro contava, estavam se divertindo.

Saíram do restaurante e foram para um barzinho bastante agradável com musica ao vivo que Gina conhecia.

- Dança comigo? - Harry estendia a mão para ela uns quarenta minutos depois que eles chegaram.

- Você disse que não dança. - Ela ficou surpresa com a rapidez que ele levantou da cadeira e se postou ao seu lado.

- Nunca havia tido uma oportunidade que realmente valesse a pena tentar.

- Então você achou esta uma boa oportunidade pra pisar no meu pé? - Gina falou ao aceitar a mão que ele estendia pra ela.

- Digamos que eu ensaiei em casa, não vou pisar no seu pé. - Ele a conduzia para pequena pista de dança em frente à banda que toca aquela noite.

- Você não ensaiou em casa.

- Não, eu não ensaiei em casa, mas não vou pisar no seu pé – Harry a enlaçou pela cintura e falou baixinho ao seu ouvido assim que a sentiu o envolvendo pelo pescoço – Eu não daria motivo para você fugir de mim.

- Talvez esmagar os meus dedos não seja um motivo forte o suficiente para eu fugir.

- Fico muito feliz por isso.

Gina sentiu o cheiro do perfume dele e se viu pensando que esse era o melhor cheiro que já sentira até aquele momento, descobriu que seu corpo pequeno se encaixava perfeitamente ao dele, só não podia imaginar que o moreno pensava exatamente a mesma coisa.

De volta a portaria do prédio Harry se segurou pra não beija-la, queria o consentimento dela primeiro, e este veio assim que seus olhos encontraram os dela e eles refletiam decepção quando ela entrou no elevador. Ele não pensou mais, com passos largos alcançou o elevador antes da porta se fechar e colou seus lábios nos dela. Gina sentiu as costas batendo de encontro o fundo do elevador mais não ligou o importante no momento eram os lábios do moreno a beijando avidamente, ela chegou achar que ele não a beijaria e, estava grata por ter feito. Um leve solavanco a trouxe de volta a realidade.

- Desvantagem de morar no quarto andar.

- Vou te ver de novo? - Ele sabia que sim, mas queria ter certeza.

- Sempre que quiser.

- Boa Noite! - Ele disse e a beijou mais uma vez antes de deixá-la sair do elevador.

- Boa Noite!

Sim, ele estava certo quando pensou que ela era brasa e agora tinha queimaduras de terceiro grau por todo corpo.


N/A. Esta não é a primeira fic que escrevo, mas a primeira que postei, já a tenho postada em outro site, e agora vou fazê-lo aqui também, a fic esta em andamento e já tem até o quinto capitulo postado, aqui vou posta-los devagar, um por semana até o quinto e então atualizarei simultaneamente nos dois sites. Os dois primeiros capítulos estão sem betagem, por favor, tenham um pouco de paciência comigo, a partir do terceiro capitulo eu ganhei uma Beta: Livinha que me da a maior força. Bem não sei muito que dizer, então espero que gostem e que comentem.

Beijos e até.

Kelly**