Autor:
PinkPotter
E-mail:
Título:
O que sobrou do céu
Capa:
http/i6.
Sinopse:
"- E o que espera de mim? Que finja que nada aconteceu? – ela
afastou as cobertas e levantou também.
-
Claro que não! Nada poderia fazer você esquecer o que
aconteceu, e eu posso imaginar o quanto deve ser doloroso, mas... Eu
simplesmente não posso ficar assistindo você se
destruir! Não posso permitir uma atitude tão covarde!
-
Covarde? Você acha que estou sendo covarde? – ela estava
furiosa agora, sequer se importava se seus pulsos doíam mais
que nunca.
-
Sim! Está sendo covarde, e você sabe disso! Onde está
a Hermione que eu conheço? Ela não se entregaria tão
fácil... A Hermione que eu conheço não se
abateria assim... A Hermione que eu conheço e admiro morreria
lutando por justiça.
-
A Hermione que você bconhecia/b morreu no dia em que foi
estuprada por um comensal da morte – as palavras dela o deixaram em
silêncio por vários instantes".
Shipper:
Sirius/Hermione
Classificação:
M
Gênero:
Drama/Romance
Spoilers:
livro 6
Status:
Completa
Idioma:
Português
Observação:
Há alguns spoilers do livro 6, contudo, preciso que
desconsiderem a morte de Sirius no final do livro 5. Ele foi para o
Ministério, mas não desapareceu naquele véu...
Ele está vivo! D Música escolhida
O que sobrou do céu
Seus olhos estavam fechados, e ela tentou esvaziar a mente e aproveitar o som da chuva, que caia incessantemente, para adormecer. Não fora bem sucedida. Pouco conseguia dormir desde que chegara ali. E para sua infelicidade, na maioria das vezes em que conseguia, suas piores lembranças vinham assombrá-la em seus sonhos. Talvez fosse melhor mesmo não dormir.
Suspirou pesadamente, e abriu os olhos, mirando agora o teto de sua cela. Ela não sabia mais há quanto tempo estava ali. Virou-se na estreita cama de concreto em que estava deitada. As poucas cobertas que conseguira estavam gastas e não eram suficientes para bloquear a frieza daquele lugar. Azkaban era sempre fria. Porém, no fim do outono ficava pior.
-
Senhorita Granger? Fiz-lhe uma pergunta e gostaria que respondesse –
ela levantou a cabeça, mas direcionou o olhar apenas para o
dono daquela voz, o ministro da Magia – A senhorita torturou ou não
o comensal Antônio Dolohov com a maldição
imperdoável "Cruciatus"? – o rosto de Hermione era
desprovido de emoção. Confundir-se-ia com uma boneca se
não respirasse. Por vezes, ela desejou não executar
mais aquela ação vital. -
Sim. Eu o torturei – um burburinho quebrou o silêncio
esmagador que se abatera no recinto quando o ministro questionara
pela primeira vez. -
Torturou? – o ministro parecia chocado – Senhorita, eu vou
repetir a pergunta e...-
Ouvi muito bem o que me foi perguntado, senhor – disse friamente
fazendo as conversas paralelas cessarem, ganhando a atenção
de cada presente – E sou eu quem gostaria de repetir a resposta,
visto que não foi muito bem entendida. Eu torturei aquele
homem, e garanto que o mataria se não tivesse sido
impedida.-
Muito bem. Devo julgar que fora em legítima defesa, mas não
poderia ter usado outro feitiço? – o homem ainda não
estava recuperado da confissão. -
Não. Não usei a maldição no intuito de me
defender. Torturei-o porque assim o quis, porque ele merecia –
Hermione confessou, e novamente as pessoas começaram a
sussurrar. O seu olhar encontrou o de Sirius Black; ela sabia que o
deixara triste ao confessar aquilo. -
E posso saber por que Antônio Dolohov merecia tal tortura? –
o ministro questionou. -
Seus atos não eram dignos de um homem; ele não merece
estar entre nós. Assim como muitos outros – ela voltou seu
olhar para o ministro.My
wounds cry for the grave(Minhas feridas imploram por um túmulo)
My
soul cries for deliverance(Minha alma implora por libertação)
Will
i be denied? (Eu vou ser negada?)
Evanescence
– Tourniquet-
Devo lembrar-lhe que não és tu quem decide isto. Os
antigos comensais devem ser capturados e julgados pelo Ministério.
Não deve fazer justiça com as próprias mãos.-
Fiz e não me arrependo. Fiz o dever do Ministério,
porque sei que este órgão não mais se preocupa
com os comensais agora que Voldemort foi derrotado.-
A senhorita deveria medir suas palavras ou as coisas ficarão
ainda piores – o homem alertou.-
E o senhor acha que eu me importo? – ela sorriu sarcasticamente –
Eu vivo no inferno há anos, piorar não vai fazer
diferença, ministro!-
A tortura com uma maldição imperdoável é
ilegal – ele preferiu ignorar o comentário dela, embora não
desejasse proferir a sentença merecida. Conhecia aquela jovem,
sua força e coragem; entretanto, ela errou e deveria ser
punida – Por seus atos, declaro a senhorita Hermione Granger
culpada. Cumprirá pena de cinco anos em Azkaban.
Cinco anos em Azkaban. A prisão poderia não ser mais protegida por demetadores, mas nem por isso era um bom lugar para se passar tantos anos. Hermione, contudo, não se importava. Sua vida não era muito melhor lá fora. Ajeitou-se na cama, e agora poderia ver através da pequena janela a chuva que ainda caia. Vez ou outra um relâmpago clareava aquela noite escura.
Haviam
invadido Hogwarts. Ela não sabia exatamente como os comensais
poderiam ter entrado, mas agora uma batalha estava acontecendo. Harry
e Dumbledore não estavam no castelo; Hermione imaginou que o
ataque não era mera coincidência. Acabara de avisar à
Professora McGonaggal, e esta ficou incumbida de convocar os
integrantes da Ordem. Correu apressada pelos corredores; além
dos professores, apenas alguns alunos estavam duelando, e tentando
impedir que os comensais alcançassem as casas de Hogwarts.
Foi
pega de surpresa por um feitiço estuporante e seu corpo foi
lançado contra a porta de uma sala, abrindo-a. Demorou alguns
segundos para recuperar-se do susto, e sentiu uma dor aguda nas
costas. Apoiando-se no chão, sentou e viu três
comensais. Sua mão tencionou alcançar a varinha que
estava em suas vestes, mas o comensal do meio balançou a
cabeça negativamente, alertando-a do erro que cometeria se
seguisse adiante. Seu
sangue pareceu gelar ao perceber o perigo em que se encontrara.
Estava encurralada. Sentiu-se impotente, e tentou evitar imaginar o
que aqueles homens poderiam fazer. À medida que caminhavam em
sua direção, ela tentava afastar-se, arrastando-se pelo
chão. Em pouco tempo, suas costas bateram levemente contra a
parede da sala. Não tinha mais escapatória. A porta da
sala permanecia aberta, porém era praticamente impossível
transpor aqueles comensais.-
Nos encontramos novamente, Granger – um dos comensais falou, seu
rosto ainda estava coberto pela máscara – Dessa vez, não
terá seus amiguinhos para lhe ajudar. Pretendo acabar com o
serviço que comecei no ano passado... Ao
retirar a máscara, Hermione o reconheceu. Era Antônio
Dolohov, o comensal que quase a matara no Ministério. Ele
pareceu saborear o medo que se instalara na face de Hermione. Sem
mais demoras, lançou um feitiço na porta, fechando-a
violentamente. -
Não quero que me atrapalhem – ele sorriu maliciosamente, e
após fazer sinais com a cabeça para os outros dois
comensais, os homens aproximaram-se de Hermione. -
O que pensam que estão fazendo? – ela perguntou sentindo
mãos segurarem-lhe os braços – Soltem-me! Soltem-me
agora mesmo!-
Não seja mal-criada – Dolohov debochou aproximando-se
também. Os outros comensais haviam deitado Hermione e
seguravam fortemente seus braços, impedindo-a de escapar.-
Espere... Por favor – ela sentiu as mãos do homem percorrer
suas pernas. Involuntariamente, todo seu corpo tremeu de medo. Eles
não a torturariam com feitiços. -
Tenho certeza de que vai gostar – o homem colou os lábios no
pescoço dela, beijando-o. Lágrimas começaram a
rolar pela face dela, enquanto implorava para que parasse.-
Por favor... Não – ela gritou quando o comensal rasgou
violentamente sua blusa, deixando a mostra seu sutiã. Ele
sorria, curtindo cada expressão de desespero dela. Os outros
comensais também sorriam, humilhando-a ainda mais – PARE!
POR FAVOR!-
Hermione? – uma voz fez Dolohov olhar em direção à
porta – Hermione, você está aí?-
Por favor, alguém me ajude – ela implorou, chorando. -
Por Merlim, Hermione! O que está acontecendo? – a pessoa
perguntava, e seu tom de voz demonstrava preocupação.-
Por favor, por favor... – ela não conseguia dizer outra
coisa. Ouviram barulhos contra a porta, mas esta permanecia trancada.
-
Não podem nos atrapalhar – Dolohov sussurrou perto do ouvido
de Hermione, antes de morder o lóbulo de sua orelha – Você
será minha hoje.-
NÃO! PARE! – ela gritou novamente, ao sentir as mãos
do homem entre suas pernas. Seu choro desesperado parecia angustiar a
pessoa do outro lado.-
Calma, Hermione. Vai ficar tudo bem – ele tentou passar conforto,
mas ao ouvir mais um grito, perguntou-se se realmente conseguiria
fazer tudo ficar bem. -
Não me diga que sou o primeiro – ele questionou num deboche.
Ela tinha os olhos fechados, a dor física que sentia era
terrível. Quando o homem começou a se mover, já
dentro dela, toda sua vontade de gritar desaparecera. Seu choro
tornou-se silencioso... Seus sonhos e ilusões perdidos, juntos
com sua inocência. An
untuched snow turns red (Uma neve intocada se torna
vermelha)
Innocence
dies (Inocência morre)This
black page in history is not colourfast, (Esta página negra na
história não tem cores firmes)
Will
stain the next (Irá manchar a próxima)
All
that remains is just a feint of what was meant to be (Tudo o que
resta é apenas uma finta do que era pra ser)
Epica
– Feint-
Hermione? Hermione, fale comigo! – ele pediu. Podia ouvir as
risadas e até gemido masculino. Os
minutos que permaneceu naquele pesadelo pareceram durar toda uma
eternidade. Aos poucos a dor que sentia em seu baixo ventre não
lhe incomodava mais. Tornou-se indiferente aquela situação,
perdida em seu próprio desespero, cansada demais para gritar,
implorar que parassem. Somente quando o comensal estava satisfeito,
ele parou. Havia um sorriso jocoso em seus lábios.-
Como eu não sou uma pessoa egoísta, vou deixar meus
companheiros se divertirem também – disse enquanto levantava
e ajeitava suas vestes. Mais
lágrimas rolaram sobre a face dela, questionando-se quando
tudo terminaria. Uma explosão assustou os comensais, e quando
a poeira abaixou, viram que finalmente a porta havia sido derrubada.
Sirius estava com a varinha em mãos e procurava Hermione com o
olhar. Ao vê-la no chão, tremendo e chorando, respirou
pesadamente, e desejou ter conseguido salvá-la do que quer que
tenha acontecido. E ele tinha certeza de que não fora nada
bom... -
Chegou muito tarde, Black – Dolohov ainda sorria. -
Miserável – Sirius ergueu a varinha para atacar, mas com uma
das mãos o comensal pediu atenção.-
Não nos atacaria se fosse você – ele advertiu – A
garota ainda vive, não quererá que esta se machuque a
toa – o homem olhou para a figura imóvel de Hermione, bem
atrás dos comensais. -
Deixo-nos ir – um outro comensal tomou a palavra – E poderás
dar atenção à garota...-
Garanto que ela está precisando... – Dolohov debochou,
fazendo o sangue de Sirius ferver. Analisou a situação
por poucos instantes. -
Está bem – os comensais sorriram. Sirius
afastou-se da entrada, mas sua varinha ainda estava erguida.
Lentamente, os comensais acabaram saindo. Livres deles, o homem
seguiu até Hermione. A garota estava agora encolhida, em
posição fetal. Ela parecia presa num mundo distante,
seu olhar perdido no nada, chorando silenciosamente. Sirius
ajoelhou-se perto dela, e tocou-lhe levemente os ombros.-
Hermione? – ela não lhe respondera. Sequer parecia ter
notado a sua presença – Sinto muito ter demorado tanto.
Contudo, estou aqui agora, querida. Não vou permitir que
ninguém mais te machuque. Vou cuidar de você!-
Eu quero ir embora – ela sussurrou, e por pouco o homem não
ouvia.-
Não podes ir embora, precisa ir até a enfermaria... –
ele usava um tom de voz gentil e carinhoso. -
Eu quero ir embora – Hermione repetiu – Por favor. -
Ir embora para onde? -
Pra casa – ela ainda não o encarava.-
Mione... Seus pais... Você sabe... – ele respirou
pesadamente. Há dois meses os Granger haviam sido atacados, e
mortos. -
Sirius... – ela finalmente se virou. Ele pôde ver que sua
blusa fora rasgada, assim como seu sutiã. Havia marcas
vermelhas entre os seios dela. Nunca havia visto Hermione tão
vulnerável, tão frágil... – Por favor, só
me tira daqui.-
Está bem, querida – o homem deu um pequeno sorriso, enquanto
retirava seu casaco. Delicadamente envolveu Hermione nele – Nós
vamos sair daqui. Com
ela nos braços, seguiu até a sala da Professora
McGonaggal. Contudo, ao invés de levá-la para a casa
dos pais, a Mansão Black pareceu o lugar mais adequado.
Hermione concordou e juntos seguiram para o Largo Grimmauld via flu.
A mansão estava silenciosa, e com cuidado, Sirius a carregou
novamente, levando-a até um dos quartos. -
Você... Quer falar sobre isso, Hermione? – questionou após
colocá-la sentada na cama. O silêncio e as expressões
vazias dela estavam preocupando-o.-
Não.-
Será que... Há algo que eu possa fazer para
ajudá-la?-
Não, Sirius – ela finalmente o encarou – Eu só
quero tomar um banho.-
Claro. Fique a vontade, querida – disse carinhosamente, tentando
passar segurança. -
Obrigada – Hermione ergueu-se e caminhou lentamente até o
banheiro – Sirius?-
Sim?-
Eu... Não quero que saibam o que aconteceu.-
Ninguém saberá – ele garantiu. Sem mais uma palavra,
ela entrou no banheiro. Assim
que fechou a porta atrás de si, encontrou um espelho à
sua frente. Perdeu-se em seu reflexo, tentando encontrar algum
resquício da antiga Hermione no que via. Jamais seria a mesma.
Afastou seu olhar do espelho, seguindo para o chuveiro. Retirou o
casaco de Sirius e depois suas roupas. Sentia-se suja, corrompida.
Desejou que a água que caia em seu corpo levasse embora as
lembranças do que havia acontecido. Com
uma bucha esfregou cada parte de seu corpo, talvez mais forte que o
necessário. Sua pele ardia, e em alguns lugares estava
começando a ferir. Seu sangue misturou-se à água,
mas nada daquilo era suficiente para deixá-la "limpa". Foi
tomada pela dor e pela raiva... As lágrimas se formaram em
seus olhos e ela começou um choro desesperado. I
tried to kill the pain (Eu tentei acabar com a dor)
but
only brought more (mas só trouxe mais)
so
much more (muito mais)
I'm
dying, I'm praying, bleeding and screaming (Estou morrendo, rezando,
sangrando e gritando)
am
I too lost to be saved (Estou perdida demais para ser salva?)
am
I too lost? (Estou perdida demais?)Evanescence
– TourniquetRespirando
com dificuldade, Hermione saiu de debaixo do chuveiro, sem importa-se
em desligá-lo. Parou mais uma vez frente ao espelho. Parte de
seus cabelos molhados estava grudada em sua face; ela viu as marcas
vermelhas em seu pescoço, entre seus seios... Marcas feitas
por ele... Marcas que ela tentou arrancar de sua pele, mas não
podia. Agora, havia sangue escorrendo pelo seu corpo. Sem
poder encarar mais o próprio reflexo, levou as mãos à
cabeça e fechou os olhos. Deu um passo para trás e suas
costas chocaram-se com a porta. Sentia-se perdida, desamparada...
Tentou gritar, mas a voz ficou presa em sua garganta. Suas mãos
apoiaram-se a pia, e novamente mirou o espelho. Segundos depois,
atingiu o espelho com a própria mão, quebrando-o. -
Hermione? – era a voz de Sirius. Alguns pedaços do espelho
caíram sobre a pia. A mão dela sangrava – Você
está bem? – ela não respondeu. Seu olhar agora fitava
as diversas imagens de si mesma que o espelho quebrado produzia –
Alorromora!A
porta do banheiro foi aberta e Sirius deu um passo para trás
ao ver Hermione. Ela estava nua, encharcada, sangrando; tinha o olhar
perdido no espelho que provavelmente quebrara. Tentou se aproximar,
mas ela o repeliu.-
Não... Não toca em mim, por favor – ela pediu. -
Não posso ficar parado, assistindo você sofrer sozinha,
Hermione – o homem falou – Você não está
sozinha. Imagino que deve ter sido horrível e...-
NÃO! CALA A BOCA, SIRIUS! – Hermione gritou virando-se para
ele – VOCÊ NÃO IMAGINA NADA... VOCÊ NÃO
FAZ IDÉIA DE COMO EU ME SINTO – ela tremia enquanto gritava;
desejava despejar sua raiva, sua frustração em alguém.
-
Perdoe-me – ela ofegava, queria gritar mais, mas sabia que não
devia. Que
culpa tinha ele? Na verdade, ele até evitara que fosse abusada
ainda mais. Envergonhada, Hermione baixou a vista, enquanto abraçava
o próprio corpo. Só agora percebera como estava. Sirius
apanhou uma toalha e caminhou lentamente até ela. Após
envolvê-la, a abraçou. Hermione repousou a cabeça
no tórax dele, e correspondeu ao abraço.
Desistiu de tentar dormir e afastou as cobertas de seu corpo. Sentou-se na cama, encostando a cabeça à parede. Um pequeno sorriso brotou em seus lábios ao lembrar dele. Sirius tornou-se seu refúgio, o único que conhecia seu segredo. Era ele quem a consolava quando as lembranças a atormentavam.
O som de um trovão fez seu olhar desviar para a janela. Será que aquela chuva não passaria nunca, questionou-se. Seus pés tocaram o gelado solo da cela, quando ela levantou. Uma pequena chama era a única iluminação que sua vista podia alcançar. O silêncio imperava naquela noite, todos provavelmente dormindo. Amaldiçoou-se mentalmente por não conseguir dormir também.
Andou em círculos pelo mínimo espaço que lhe era concedido. Suspirou desgostosa, e por fim, acabou sentando novamente. Seus olhos, então, fitaram suas mãos, que estavam sobre seu colo. Levantou um pouco os braços a fim de mirar as cicatrizes que marcavam seus pulsos. Deveria ter acabado com aquele sofrimento quando teve chance.
No
dia da invasão de Hogwarts, Dumbledore fora assassinado. A
escola foi fechada, e na manhã seguinte, seus alunos
retornaram para suas respectivas casas. Hermione não precisou
voltar mais à escola; Sirius a levara para a mansão dos
Blacks no dia anterior, e aquele seria seu novo lar, pelo menos
durante a guerra. Permaneceu no quarto por horas, até a
chegada de Harry e Rony, após o enterro do diretor; eles
contaram tudo o que acontecera, e como imaginavam que seria daquele
dia em diante.Buscariam
as horcruxes, derrotariam Voldemort. Harry jurara a si mesmo, e aos
amigos. Hermione tentou mostrar-se forte; apoiaria Harry no que fosse
necessário. Ao lado deles, saiu do quarto pela primeira vez.
Seu sorriso, contudo, era forçado. Seu olhar inexpressivo,
quase sem vida. Os que estavam a sua volta, acreditavam que sua
tristeza devia-se somente à morte de Dumbledore. Apenas
Sirius não podia ser enganado. Apenas ele sabia que havia
muito mais naquelas expressões vazias de Hermione. A garota
sentou entre os dois amigos, em frente a Sirius. Sentia que ele
estava estudando-a, mas preferiu manter a vista baixa. Ainda estava
envergonhada, frágil. Ouviu o Sr. Weasley tentar puxar algum
assunto para quebrar o clima pesado que havia naquela sala. Não
queria estar ali; agora, achava a solidão estranhamente
confortante. -
Hermione, querida? – a Sra. Weasley a chamou, obrigando a encará-la
– Como você está? Minerva havia dito que se machucara
durante a invasão.-
Estou bem – mentiu. Não se sentia bem, não se sentia
segura. -
Não se preocupe, Molly – Sirius tomou a palavra – Não
foi nada grave, eu mesmo cuidei dela. Entretanto, achei mais
conveniente trazê-la imediatamente para cá. Não
sabia se a enfermaria de Hogwarts era segura. -
Entendo – a mulher ruiva sorriu amavelmente. Hermione procurou o
olhar de Sirius, e permitiu-se um pequeno sorriso. I
see your pain, I see it grow (Eu vejo sua dor, eu vejo isto
crescer)
slowly
inside you (Lentamente dentro de você)
You
cannot control it (Você não pode controlar isto)
The
hurting's ruthless, you cannot win (A ferida é cruel, você
não pode ganhar)After
Forever – Strong-
Com licença, mas... Eu estou cansada – e após dizer
isso, Hermione levantou.-
Não vai jantar? – Sirius questionou. -
Não estou com fome – e sem demora deixou a sala. Havia
pouca luz no quarto, porém, era suficiente para que ela
pudesse chegar à cama. Após sentar, seu olhar encontrou
um porta-retratos, sobre o criado-mudo. Estava ao lado dos pais, no
último verão que passaram juntos. Sentiu vontade de
chorar, mas as lágrimas não vieram. Talvez tivesse
perdido a capacidade de chorar... Uma súbita raiva a fez
apanhar o porta-retratos e jogá-lo longe, quebrando o vidro ao
chocar-se com a parede. Os
cacos caídos no chão brilharam, e um sorriso quase
insano esboçou-se em seus lábios. Levantou, seguindo
até o porta-retratos quebrado. Ajoelhou-se, e pegou um dos
pedaços de vidro. Fitou o objeto por algum tempo, um brilho
estranho no olhar. Não precisavam dela; por que então
continuar vivendo? Mirou o próprio pulso, enquanto passava
levemente o caco de vidro sobre ele.These
wounds won´t seem to heal (Essas feridas não vão
cicatrizar)
This
pain is just too real (Essa dor é bem real)
There´s
just too much that time can not erase (Há muita coisa que o
tempo não pode apagar)
Evanescence
- My ImmortalSem
hesitar mais um instante, pressionou o vidro no pulso esquerdo. A dor
a fez fechar os olhos, e ela sentiu o sangue escorrer pelas suas
mãos. Tentou ignorar a dor, e repetiu a ação no
outro pulso. Não demoraria agora... Encostou-se à
parede, seu olhar perdido no sangue que manchava suas vestes.
Sentiu-se zonza, suas pálpebras estavam pesadas. -
Você precisa se alimentar, Hermione – ouviu a voz de Sirius,
mas parecia estar muito longe. Depois, o impacto de algo metálico
no chão, a fez perceber que o homem havia entrado em seu
quarto, e derrubado algo ao vê-la – Por Merlim! Hermione, o
que você fez?Não
teve mais forças para manter-se acordada, e perdeu os
sentidos. Acordou algumas horas depois, e viu Sirius ao seu lado,
adormecido numa cadeira. Seus pulsos doíam, e ela não
entendia o que havia acontecido. Ao levantar levemente os braços,
viu que ambos os pulsos estavam enfaixados. Alguém havia
interrompido seu ato de desespero. Tentando recordar-se de algo antes
de desmaiar, a imagem difusa de Sirius veio-lhe a mente. -
Por que fez isso? – sua voz saiu rouca e grave. Foi suficiente para
despertá-lo.-
Hermione? Graças a Merlim você está bem – disse
o homem com um sorriso nos lábios. -
Você não tinha esse direito... – ele ficou sério
e a olhou bem nos olhos.-
Não podia ficar parado e assistir você morrer. -
VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO! -
Pode gritar, pode ficar brava comigo, mas não pode esperar que
eu aceite essa atitude de você! – Sirius levantou da cadeira,
irritado. -
E o que espera de mim? Que finja que nada aconteceu? – ela afastou
as cobertas e levantou também. -
Claro que não! Nada poderia fazer você esquecer o que
aconteceu, e eu posso imaginar o quanto deve ser doloroso, mas... Eu
simplesmente não posso ficar assistindo você se
destruir! Não posso permitir uma atitude tão
covarde!-
Covarde? Você acha que estou sendo covarde? – ela estava
furiosa agora, sequer se importava se seus pulsos doíam mais
que nunca. -
Sim! Está sendo covarde, e você sabe disso! Onde está
a Hermione que eu conheço? Ela não se entregaria tão
fácil... A Hermione que eu conheço não se
abateria assim... A Hermione que eu conheço e admiro morreria
lutando por justiça. -
A Hermione que você conhecia morreu no dia em que foi
estuprada por um comensal da morte – as palavras dela o deixaram em
silêncio por vários instantes.-
Tem certeza de que não sobrou nada da Hermione que eu conhecia
em você? -
Eu não sei – disse o encarando.-
É uma pena – ele caminhou até a porta, mas antes de
abri-la, virou-se para Hermione – Eu gostaria de ter salvado aquela
Hermione, mas não pude. Sentirei falta dela... – e sem mais
uma palavra, ele deixou o quarto. O olhar dela ficou perdido em algum
ponto qualquer da porta. Mas
percebo agora
Que
o teu sorriso
Vem
diferente,
Quase
parecendo te ferir.
Não
queria te ver assim -
Quero
a tua força como era antes.
O
que tens é só teu
E
de nada vale fugir
E
não sentir mais nada
Andrea
Doria - Legião UrbanaEstava
escuro e silencioso. Todos provavelmente estavam dormindo. Caminhava
lentamente pelo corredor da mansão, até que parou.
Hesitou por alguns instantes, até ter coragem suficiente para
entrar. Girou a maçaneta e entrou. O quarto estava iluminado
pela fraca chama de uma vela. Aproximou-se e viu Sirius adormecido,
com um livro nas mãos. -
Sirius? – sussurrou. Não foi suficiente para acordá-lo,
então tocou levemente seu ombro – Sirius.-
Hum? – ele começou a abrir os olhos. Demorou um pouco para
conseguir focalizar nitidamente a figura em pé ao lado de sua
cama – Hermione?-
Eu jamais serei a mesma – disse com a cabeça baixa –
Jamais serei a Hermione que um dia conheceu e admirou.-
Eu sei – Sirius deu um pequeno sorriso – O que não
significa que não posso admirar a nova Hermione que está
diante de mim. Sei que ela está machucada, despedaçada
por dentro, mas... Acredito que ela pode reverter essa situação.
Pode vencer os fantasmas que a atormentam, pode ser feliz
novamente.-
Não sei se é possível recuperar tudo que me foi
levado – o olhar dela finalmente encontrou o dele. -
Tudo não, mas certamente o suficiente para ganhar minha
admiração – ela deu um pequeno sorriso. -
Obrigada, Sirius. -
Não me agradeça. Eu não fiz nada – Hermione se
aproximou da cama dele, e depositou um beijo em sua testa. -
Você fez mais que imagina – ele sorriu – Boa noite.
Sorriu de si mesma... Não, não podia tentar acabar com a própria vida novamente. Não depois das palavras dele. Aquelas palavras a machucaram, porém, foram necessárias para abrir-lhe os olhos. Não podia desistir de lutar... E seguindo o conselho dele, ela continuou. Lutou durante a guerra, ajudou a procurar comensais após a queda de Voldemort. Ganhou novamente a admiração de Sirius.
Seu olhar percorreu a cela que a envolvia... Se tivesse conseguido se controlar ao reencontrar Dolohov, talvez não estivesse naquele lugar. Contudo, ao ver novamente aqueles olhos, aquele sorriso... Sentiu-se no inferno novamente; o pouco de paz que recuperara desaparecera. A dor invisível, jamais esquecida, que a consumiu por quase quatro anos despertou sua raiva. E ela o torturou... Torturou porque queria que ele sofresse antes de morrer... Sofresse, como ela havia sofrido. E o mataria... Mataria se não tivesse sido impedida por Harry. "Você não é uma assassina, Hermione", ele disse, obrigando-a a parar.
Não se arrependeria se tivesse conseguido matá-lo. Aquele homem destruiu parte dela no passado... O frio a fez tremer de leve, e Hermione sorriu ao lembrar que Dolohov também estava em Azkaban. Diferente dela, entretanto, ele jamais deixaria a prisão. Talvez não matá-lo tivesse seu lado bom... Ele sofreria mais envelhecendo naquele lugar...
Um barulho estranho chamou sua atenção, fazendo-a olhar através das grades para o corredor da prisão. Tentou enxergar alguma coisa, mas a fraca iluminação do local não permitia. Balançou a cabeça, e tentou convencer-se de que era apenas sua imaginação. Talvez até estivesse começando a enlouquecer. Riu de si mesma, antes de deitar na cama. Fechou os olhos, para mais uma tentativa de adormecer.
Mais uma vez, seus ouvidos perceberam sons que quebravam o silêncio da noite. Agora, os sons persistiam ficando mais audíveis a cada segundo. Passos... Eram passos que ouvia; passos que traziam alguém à sua cela. Levantou imediatamente, e finalmente pôde ver uma figura aproximar-se. Não conseguiu identificar quem era o visitante até que ele parou bem em frente às grades mágicas que a prendiam.
- Sirius... – o nome dele saiu num sussurro. Ela pôde ver o sorriso dele.
Estava acordado, apesar de ser muito tarde. O ataque surpresa no dia seguinte não lhe saia dos pensamentos. Revirou-se na cama, e fechou os olhos, mas era inútil. Não tinha sono. Ouviu o barulho da porta se abrindo, e um sorriso se formou em seus lábios; era ela. Aquelas visitas noturnas tornaram-se quase um hábito. Há cinco meses conviviam naquela casa; e desde que chegara ali, Hermione tinha problemas para conseguir dormir. - Está acordado? – questionou ao se aproximar. Sempre que o encontrava adormecido, ela retornava para seu quarto. - Sim – ele sentou na cama, Hermione na cadeira ao lado – Teve algum pesadelo? – ela balançou a cabeça negativamente. Muitas vezes ela apareceu em seu quarto, angustiada; assustada com um sonho ruim, no qual suas lembranças vinham atormentá-la. Conversar ajudava-a a esquecer os sonhos. Outras noites, apenas a falta de sono a levava até ele. - Apenas... Não conseguia dormir.- Está preocupada com a batalha amanhã, não está? – questionou gentilmente. Hermione baixou a cabeça.- Não sei se preocupada é a palavra certa, Sirius – ela ficou calada por quase um minuto. Respirou fundo, e finalmente o encarou – Acho que estou com medo.- O que você teme exatamente? - Encontrá-lo – Hermione respondeu – Não sei como reagirei quando o ver novamente.- Não precisa ir para a batalha – ele lembrou. - Não quero sentir-me inútil.- Hermione, você ajudou a planejar o ataque... - Não quero sentir-me fraca – seus olhares se encontraram mais uma vez.- Você não é fraca – ele afirmou. A garota ficou de pé, e se afastou. Ficou, então, de costas para Sirius.- Eu fui fraca naquele dia – Sirius afastou as cobertas e colocou os pés no chão. Não estava gostando daquela conversa.- Não! Eu não permito que se culpe pelo que aconteceu.- Se eu estivesse mais atenta... – o homem levantou da cama e caminhou até ela – Mas estava tão nervosa... Eles tinham invadido o castelo e...- Mione... – parou em frente à garota. - Eu sou uma fraca – Sirius segurou a face dela com ambas as mãos e a forçou a encará-lo. - Não, você não é – ele a olhou bem nos olhos por algum tempo. O brilho que existia nele jamais voltou. Beijou-lhe suavemente a testa, depois a abraçou. Não era a primeira vez que a via naquele estado... Não foi a primeira vez que desejou ter o poder de mudar o passado. Passou uma das mãos nos cabelos dela, acalmando-a. Podia notar que a respiração dela estava se regularizando. Afastou-se apenas o necessário para fitá-la. Hermione tinha expressões tristes, mas nem sinais de lágrimas. Tocou-lhe a face, fazendo-a fechar os olhos.- Não tenha medo – ele sussurrou – Eu estarei com você amanhã. Um pequeno sorriso se esboçou nos lábios de Hermione, o suficiente para demonstrar que ela confiava nas palavras dele. Ainda sentindo o toque de Sirius em sua face, abriu os olhos; ele fitava cada detalhe do rosto dela. O polegar do homem contornou os lábios dela. A batalha interior que travava consigo mesmo há algum tempo o enlouqueceria. Hermione era apenas uma menina. Deveria afastar-se. Deveria... Entretanto, não conseguiu. Aproximou sua face ainda mais, seus lábios tocaram levemente os dela. Hermione não o repeliu. Afastou-se um pouco, e a viu de olhos fechados, sentiu-se encorajado a continuar. Beijou-lhe novamente a boca, dessa vez mais intensamente. Ela correspondeu. A mão que antes tocava o rosto dela desceu até sua cintura e a trouxe para mais perto de si. Jamais se sentira tão bem. Ela é apenas uma menina, afaste-se... Não conseguia obedecer a seu lado racional. Suas mãos começaram a acariciar as costas dela; foi então que Hermione se afastou. Ficou de costas para Sirius, ele pôde ver que sua respiração estava irregular.- Perdoe-me. Não deveria ter feito isso – ele se desculpou. Sentiu-se envergonhado. Hermione poderia perder a confiança nele, não desejava isso. - Ainda... É difícil pra mim – Hermione disse, deixando-o confuso.- C-como?- Eu não estou preparada para ser tocada novamente. Às vezes, questiono-me se um dia irei sentir-me preparada – ela se virou, encarando-o. - Então... Você não está brava comigo por ter te beijado? – Hermione sorriu da expressão de preocupação dele.- Você realmente quis me beijar? Você... Sente algo por mim? – as bochechas dela coraram ao perguntá-lo.- Eu sei que não deveria... – ela se aproximou novamente – Você tem idade para ser minha filha e...- Shh... – Hermione deu um pequeno sorriso – Posso entender como um "sim"? – ele balançou a cabeça positivamente – Então não precisa se desculpar, pois eu desejei o beijo tanto quanto você. Eu só... Não me sinto preparada ainda. - Eu posso esperar... – ele tocou a face dela mais uma vez.
- Mione – havia um sorriso enorme nos lábios dele.
- O que está fazendo aqui? – perguntou completamente chocada. Ela não recebia visitas. Muito menos no meio da noite.
- O que acha? Te salvando – Hermione sorriu.
- Eu não quero que tenha problemas por minha causa – disse tristemente. Podia ver a felicidade estampada no rosto dele.
- Não se preocupe com isso.
- Há quanto tempo estou aqui?
- Quatro meses – ele disse – Tentamos durante esse tempo recorrer e diminuir sua pena, mas não conseguimos... Então, resolvemos tomar medidas drásticas...
- "Resolvemos"? Quem mais está aqui?
- Harry e Rony – a mulher sorriu - Não podíamos te deixar aqui, Mione – ela se aproximou da grade, e sentiu o toque de Sirius em sua face – Você não merece estar nesse lugar...
-
Eu pensei que iria para a Toca com os outros – Hermione comentou ao
ver Sirius parado em frente a porta de seu quarto. -
Não. Dei os parabéns à Molly mais cedo – ele
entrou no quarto. Hermione estava lendo um livro qualquer para passar
o tempo. Embora Harry e Rony tenham insistido por horas para que ela
os acompanhasse à Toca, onde haveria uma pequena festa de
aniversário para a senhora Weasley, a garota preferiu ficar –
Você deveria ter ido...-
Não estava animada para festas – ela sentou ao lado dele, na
cama. -
Então... Pretende passar uma noite tão linda como essa
trancada dentro de um quarto? – ela confirmou balançando a
cabeça – De jeito nenhum!-
Sirius... Eu não vou para a Toca...-
OK! Vamos para outro lugar, então!-
Como assim?-
Estou lhe convidando para sair – ele sorriu.-
Isto é um encontro?-
Talvez... Vamos! – Sirius segurou a mão de Hermione e a fez
levantar.-
Espera... Eu deveria me arrumar! – ela disse.-
Não precisa. Você está linda – ele sussurrou
perto do ouvido dela, fazendo-a corar. A
noite estava realmente linda. Uma lua cheia estava presente no céu
negro de Londres, e diversas estrelas brilhavam ao redor dela. Sirius
caminhava ao lado de Hermione, conversando sobre assuntos banais, mas
conseguindo arrancar dela algumas risadas. Aquilo já era o
suficiente para alegrá-lo. Seguiam
sem um rumo especifico. Sua intenção era apenas tirá-la
de casa, distraí-la um pouco. Caminhavam agora por um parque
bem cuidado. Seus jardins possuíam flores de todas as cores.
Um lugar belo e tranqüilo. Continuaram andando, até que
alcançaram um banco, bem em frente a um pequeno lago. -
Eu disse que estava uma noite linda demais para ficar em casa –
Sirius comentou. -
Agora, eu concordo – Hermione sorriu, mirando o reflexo da imensa
lua nas águas negras do lago – Houve momentos que imaginei
estar morta por dentro; incapaz de sentir ou admirar qualquer coisa
ao meu redor.-
Você só precisa de tempo, Mione. -
Apenas tempo não seria o suficiente – ela o olhou bem nos
olhos – Eu também precisava de você. Aliás, eu
ainda preciso. Ele
sorriu emocionado ao ouvir aquilo. Tocou-lhe a face e a viu sorrir
também. Sentia-se ainda mais feliz agora, ela finalmente
estava conseguindo deixar os fantasmas do passado de lado. Hermione
fechou os olhos, convidando-o silenciosamente a se aproximar e a
romper a barreira que ela construíra ao seu redor há
mais de um ano. Sirius, então, pôde sentir novamente os
lábios que tanto desejara. I
can't run anymore (Eu não posso correr mais)
I
give myself to you (Eu me entrego a você)
In
all my bitterness (Em toda a minha amargura)
I
ignored all that's real and true (Eu ignorei tudo que é real e
de verdade)
All
I need is you (Tudo que eu preciso é você) Evanescence
– October
- Afaste-se das grades – ele aconselhou.
- Não vai conseguir destruí-las!
- Vou sim. Harry descobriu o feitiço para eliminá-las – o homem deu um sorriso maroto.
- Vocês são loucos! Terão problemas por minha causa! – a mulher fez o que Sirius disse, e se aproximou da parede da cela.
- Nós vamos conseguir – ele piscou – Vou tirar você daqui e nós os encontraremos na entrada da prisão. Harry e Rony estão "limpando" a memória de todos os guardas que nos viram!
Sirius gritou um feitiço que Hermione desconhecia, e após uma pequena explosão, as grades desapareceram. Sem nada mais para separá-los, Sirius entrou na cela e se aproximou de Hermione. Seus braços a envolveram num abraço apertado.
- Não sabes quantas vezes sonhei com esse momento – ele disse, agora acariciando a face dela. Hermione apenas sorriu, antes de sentir os lábios dele nos seus. Ela também sentiu falta daquele contato – Precisamos sair daqui!
Ela balançou a cabeça, concordando com o homem. Suas mãos se entrelaçaram e ambos correram através dos corredores parcialmente iluminados de Azkaban. Ele buscou o rosto de Hermione e sorriu. Não poderia perdê-la novamente.
Sirius
estava debruçado na janela de seu quarto. Uma garoa caia lá
fora, deixando a noite bastante agradável. O barulho da porta
tirou-o de seus devaneios, mas não era necessário
virar-se para saber que era ela. Podia sentir seu perfume,
acostumara-se aquele cheiro suave. Por vezes, acreditou que aquela
fragrância o acalmava. Sentiu braços envolverem sua
cintura. Ela recostou a cabeça em suas costas. -
Vim desejar boa noite – ela murmurou de olhos fechados. Sirius
sorriu para si mesmo. -
Vem aqui... – gentilmente, ele a puxou para seu lado. Agora, ela
encostou a cabeça no ombro dele. -
Como você está?-
Bem. Por sorte o feitiço não me atingiu completamente –
ele disse. -
Fiquei preocupada – Hermione procurou o olhar dele.-
Não foi nada, Mione – ele tentou acalmá-la. Numa
batalha no dia anterior, Sirius fora ferido, e perdera a consciência
– Não vamos falar sobre isso, já passou.-
Está bem – ela deu um pequeno sorriso. A chuva fina começou
a molhá-los.-
Melhor sairmos daqui – ele sugeriu. Sirius fechou a janela,
enquanto Hermione se aproximou da cama e sentou. O
homem a mirou por vários segundos, antes de sentar-se,
finalmente, ao seu lado. Beijou-lhe os lábios por um breve
momento. Mantinham um romance secreto por quase um ano e meio. Não
sabiam como os outros reagiriam. Entretanto, não se
importavam. Apenas... Preferiam manter aquele sentimento só
para eles. Livre de críticas, de brigas, de acusações.
A grande diferença de idade que existia entre eles seria alvo
de discussões, as quais eles preferiam evitar, pelo menos por
enquanto. We
might kiss when we are alone (Nós podemos nos beijar quando
estivermos sozinhos)
When
nobody's watching (Quando ninguém estiver olhando)
We
might take it home (Nós podemos ir para casa)
We
might take it out when nobody's there (Nós podemos fazer
amor quando ninguém estiver lá)
It's
not that we're scared (Não é que estejamos com
medo)
It's
just that it's delicate (é que simplesmente isto é
delicado)Damien
Rice – DelicateSirius
afastou uma mecha de cabelo dela que lhe caia sobre os olhos. Sorriu,
antes de beijar-lhe novamente, dessa vez mais intensamente. Com
cuidado, foi deitando-a na cama. Ela finalizou o beijo, e ele sorriu
mirando a face dela. Não conseguia explicar com palavras o que
sentia por Hermione; o quanto a admirava, o quanto a queria bem. Seus
lábios beijaram as bochechas dela, uma de cada vez, bem
demoradamente. Depois, mais uma vez, voltou-se para os lábios
da moça. Sentir
as mãos dela percorrendo suas costas foi quase uma surpresa.
Geralmente, elas ficavam restritas à sua nuca. Parou para
encará-la e encontrou um sorriso novo nos lábios dela.
Um sorriso que lembrava a antiga Hermione. Era como se finalmente,
ela tivesse voltado a ser feliz completamente. -
Eu pensei que viveria no inferno para sempre desde aquele dia – ela
sussurrou – Mas aos poucos... Eu fui encontrando vestígios
do céu ao meu redor. E agora... Toda vez que estou com você,
eu consigo me isolar do passado que me atormenta, e que jamais
poderei apagar de mim. -
Nada poderia me deixar mais feliz que ouvir isso de você –
Sirius beijou a testa dela.-
Eu amo você.-
OK. Ouvir isso me deixou ainda mais feliz – ela sorriu – Agora,
realmente não me falta mais nada. Eu também te amo.
Ela
o trouxe para mais perto de si, enquanto o beijava nos lábios.
Uma das mãos dele percorria a cintura dela, e descia em
direção a sua coxa esquerda. Ela tremeu levemente,
fazendo-o parar. Sirius pararia a qualquer momento, se ela assim
desejasse. Seus olhares se encontraram, e embora ela estivesse
ligeiramente corada, não demonstrava desejo de parar. O
homem ajeitou-se sobre ela, tomando cuidado para não
machucá-la com o peso de seu corpo. Pegou uma das mãos
de Hermione e começou a distribuir beijos, até chegar
as cicatrizes que havia em seus pulsos. Mais que nunca agradeceu
mentalmente por ter chegado a tempo e a salvado. O sorriso tornara-se
uma presença constante nos lábios de Hermione. Seus
olhos pareciam ter ganhado um brilho novo e especial. Os
lábios de Sirius tocaram o pescoço de Hermione,
distribuindo beijos naquela região. Ela suspirou com aquele
contato, e fechou os olhos. Uma das mãos de Sirius acariciou a
barriga de Hermione por baixo da blusa que ela vestia. Com a ajuda de
Hermione, ele tirou a blusa dela, deixando-a apenas de sutiã.
Sirius beijou a região entre os seis dela por algum tempo,
fazendo-a arfar. Sorriu contra a pele dela, satisfeito com a reação
que estava causando.Delicadamente
retirou sua saia. Agora, apenas duas peças de roupa o impedia
de vê-la completamente despida. Notou a face dela ruborizada e
sorriu. Retirou a própria camisa, e sentiu as mãos de
Hermione acariciarem seu tórax. Ela estava nervosa, mas queria
agradá-lo também. Sentiu o contato dos lábios
dela em sua pele, e leves mordidas. Fechou os olhos para aproveitar
ainda mais aquele momento tão íntimo. Sirius
a deitou novamente, e retirou a peça que cobria os seios dela.
Carinhosamente, beijou aquela região de Hermione. A respiração
dela estava ficando descompassada. Ela afastou-o gentilmente,
obrigando-o a encará-la. Com um sorriso tímido,
Hermione o avisava de que estava pronta. Sirius a despediu
completamente, e após retirar suas últimas peças
de roupas, ajeitou-se sobre Hermione. A
garota pôde sentir a excitação dele. Corou ainda
mais. Sirius beijou-lhe os lábios, a fim de distraí-la,
então, a penetrou. Imóvel, dentro dela, parou para
encará-la. Ela tinha uma expressão de desconforto, mas
seu sorriso o convidou a continuar. Então, lentamente, ele
começou a se mover. Aos poucos, a dor foi se dissolvendo, e
ele podia ouvir os gemidos abafados de prazer em seu ouvido.
Beijavam-se,
mas também se encaravam enquanto estavam se amando. Ela
parecia querê-lo ainda mais perto de si. Sentiu as pernas de
Hermione o envolverem, seus movimentos cada vez mais rápidos.
Ela sussurrou seu nome, quando chegou ao orgasmo. Sirius continuou se
movendo dentro dela, até que também foi atingido por
uma onde elétrica que percorreu todo seu corpo. Ainda
ofegante, deitou-se ao lado de Hermione.Puxou
as cobertas, ao mesmo tempo em que Hermione ajeitava-se em seus
braços. A cabeça dela repousou sobre seu tórax,
e ele começou a passar as mãos pelos cabelos dela. Aos
poucos, as respirações foram se regularizando. Ambos
tinham sorrisos nos lábios. Não era preciso dizer mais
nada. My
only hope (Minha única esperança)
All
the times I've tried Todo esse tempo eu tenho tentado
My
only peace (Minha única paz)
To
walk away from you Me afastar de você
My
only joy (Minha única alegria)
My
only strength (Minha única força)
I
fall into your abounding grace Eu cai na tua abundante graça
My
only power (Meu único poder)
My
only life (Minha única vida)
And
love is where I am E amor é onde eu estou
My
only love (Meu único amor)Evanescence
– October
Correram até chegar a uma imensa porta metálica, a qual estava aberta. Uma sirene começou a soar assim que Hermione ultrapassou a porta. A marcação em seu braço acionara o alerta de fuga. Seguiram, mas já podiam ouvir vozes e passos se aproximando. Um feitiço desconhecido atingiu Sirius, derrubando-o. Hermione parou abruptamente e voltou para socorrê-lo. Dois guardas se aproximaram.
- Você está bem? – ela perguntou preocupada.
- Fiquem parados! – um dos guardas ordenou.
- Tome... – Sirius entregou sua varinha para Hermione.
- Eu disse para ficarem parados...
- ESTUPEFAÇA! – ela gritou e os dois guardas voaram alguns metros. Tratou de petrificá-los, então se voltou mais uma vez para Sirius – Precisamos sair daqui!
- É melhor que vá sem mim... – ele levantou com dificuldade, e Hermione viu que ele estava sangrando.
- Por Merlim! Que feitiço ele usou?
- Não importa! Vá agora!
- Eu não vou sair daqui sem você – ela passou o braço dele envolta de seu pescoço e o ajudou a chegar perto de outra porta. Mais passos foram ouvidos. Ultrapassaram mais uma porta, e Hermione tratou de trancá-la com um feitiço. Quando se virou viu vários guardas caídos, inconscientes. Um sorriso se projetou em seus lábios quando viu Harry e Rony.
- Mione! Sirius! – Harry se aproximou. Sentiu vontade de abraçar a amiga, mas ao ver o estado de Sirius se assustou – O que houve?
- Ele foi atingido por um guarda! Precisamos sair daqui agora mesmo – Hermione explicou.
- Não há mais ninguém por aqui – Rony disse – Pelo menos não consciente.
- Então, vamos antes que consigam derrubar a porta! – Harry falou. Ele e Rony tomaram o lugar de Hermione e ajudaram Sirius. Havia sangue escorrendo de um ferimento do lado esquerdo do abdômen do homem.
A chuva ainda caia incessantemente do lado de fora da prisão. Só agora Hermione questionara-se como iriam realmente sair dali. Viu Harry apontar a varinha para uma direção qualquer, mas não conseguiu ouvir o que ele disse, porque o barulho da chuva e do vento impedia. Não demorou, entretanto, para entender como sairiam dali. Três vassouras se aproximavam velozmente.
- Vamos de vassoura? – ela precisou gritar para que Harry pudesse ouvi-la. O moreno não pode evitar um pequeno sorriso.
- Não tínhamos alternativa, Mione – Harry disse. As três vassouras pararam perto deles – Sirius não poderá ir sozinho.
- Ele vai com um de vocês, e eu vou na vassoura dele – a morena ia pegar uma das vassouras.
- Claro que não – Sirius fez uma careta de dor, mas continuou – Você não conseguiria voar com um tempo desses! Eu vou na minha vassoura!
- Quietos vocês dois! – ambos olharam para Harry – Rony e Sirius vão em uma vassoura; Mione, você vem comigo.
- E a minha vassoura? Não... Eu vou voar sozinho e... – Sirius comentou, mas foi interrompido por Hermione.
- Incendio! – a vassoura de Sirius pegou fogo. Os três homens olharam abobalhados para Hermione.
- Você queimou minha vassoura! – ela sorriu.
- Sim. Vamos sair logo daqui – Hermione não deu importância às expressões chocadas dos amigos.
- Você queimou a vassoura dele? – Harry olhou para a amiga.
- Queimei! E queimaria sua Firebolt se você fosse um teimoso e insistisse em voar, estando ferido! – a mulher quase gritou, irritada. Eles trocaram olhares, e decidiram que seria melhor ficarem calados – Agora... Vamos sair daqui!
Ela conjurou algumas ataduras e enquanto ajudava Sirius, ela o ouviu reclamar; "Não precisava ter feito isso, Hermione", ele disse. Ela fingiu que não ouviu e apenas continuou a enfaixá-lo. Quando terminou, Harry a ajudou a montar na Firebolt.
- Segura firme – ele avisou, e decolou. Hermione gritou ao mirar a imensa altitude em que estavam.
- Estamos muito alto – a mulher gritou, a chuva castigava sua face.
- Se não nos mantivermos nesse nível, seremos pegos pelos rastreadores que provavelmente foram acionados – o moreno falou. Ela soltou um muxoxo, e apenas fechou os olhos e o abraçou forte. Desejava estar em terra firme o mais rápido possível.
Voaram por quase uma hora. O destino era a casa dos gritos, em Hogsmead. Após desceram, Hermione foi até Sirius a fim de ver como estava seu ferimento. O sangue parou de escorrer, mas aquela ferida precisava de tratamento ou poderia infeccionar. Pelo que pôde perceber, o feitiço que o atingiu apenas servia para machucar levemente quem o recebesse.
- Temos que levá-lo a um hospital, é apenas um ferimento superficial, mas precisa de cuidados – Hermione comunicou aos amigos.
- Seria arriscado se o levássemos ao St Mungos – Rony disse.
- Poderia ser um hospital trouxa.
- Está bem – Harry ia ajudar Sirius, quando este o impediu.
- Não temos tempo a perder! Precisamos seguir o plano original e garantir que Hermione saia da Inglaterra em segurança – ele disse.
- Sair da Inglaterra? Para aonde irei? – ela questionou confusa.
- Austrália – Rony contou – Conseguimos uma casa lá, você viverá como trouxa. Iremos sempre te visitar, Mione.
- Seria pega facilmente se permanecesse na Inglaterra – Harry a encarou – Além de estar em outro país, fizemos diversos feitiços de proteção. Somos os únicos capazes de lhe localizar.
- Vai ser melhor para você – Sirius tocou levemente a face dela.
- Aqui está a chave-portal que preparamos – Rony abriu um pequeno armário empoeirado que havia ali, e tirou de lá um chapéu – Você aparecerá bem em frente de sua casa.
- Obrigada – ela agradeceu a todos, mas seu olhar voltou para encarar Sirius – Obrigada por tudo que fizeram por mim.
- Queríamos ter feito mais – Harry abraçou a amiga – Sentiremos sua falta.
- Também sentirei saudades de vocês – ela falou, agora abraçava Rony. Quando soltou o amigo, viu Sirius com um pequeno sorriso. Caminhou até ele e o abraçou, mas com cuidado para não machucá-lo no lugar que estava ferido.
Sua vontade era de não deixá-lo novamente. Também sentia vontade de beijá-lo, mas o relacionamento ainda era um segredo deles. Às vezes, Hermione achava que Harry desconfiava, mas o moreno jamais comentou sobre o assunto. Afastou-se de Sirius, e sentiu o toque dele em sua face.
- Não quero que chore – ele sussurrou perto do ouvido dela.
- Eu te amo – Hermione disse num tom de voz audível apenas para Sirius. Ele sorriu, antes de beijar-lhe carinhosamente a testa – Espero que não tenham problemas por minha causa – ela disse, agora olhando para todos os amigos.
- Não precisa se preocupar! Tomamos todas as precauções – Rony disse.
- Seriamos os principais suspeitos, então os gêmeos e Carlinhos tomaram poção polissuco e estão andando pelo Beco Diagonal com nossas aparências. Ninguém tem provas de que fomos lá, e se nos questionarem, inós/i teremos testemunhas de que não estávamos ajudando em sua fuga – Harry concluiu com um sorriso orgulhoso.
- Estou orgulhosa! Planejaram tudo isso sozinhos? – Hermione perguntou.
- Na verdade... Nossa idéia era apenas te resgatar – Sirius contou – Remo quem deu a idéia da Austrália e da poção polissuco.
- Está tudo bem – ela sorriu – Agradeçam a Lupin também.
- Claro – Harry disse. A mulher preparava-se para partir, quando parou subitamente – O que foi?
- Não acredito! – Hermione falou consigo mesmo, ao perceber os olhares confusos sobre ela, falou o que passara por sua mente – O Ministério pode não ter provas de que foram lá, mas pelo menos alguns guardas viram o Sirius.
- Como? – o ruivo questionou.
- Enquanto fugíamos... Ao passar pela primeira entrada, minha marcação acionou o alarme! Guardas vieram, Sirius foi ferido, lembram? – ela disse – Não acredito que não apagamos a memória deles!
- Não apagaram? Mas Sirius, deveríamos apagar a memória de todos os que nos vissem – Harry olhou para o padrinho – Agora você é um foragido também.
- Eu esqueci... – suas expressões não demonstravam arrependimento – E também, Hermione não quis sair do prédio sem mim. Não podia perder mais tempo, estava ferido e não iria poder protegê-la se mais guardas viessem!
- E agora? Iremos todos para Azkaban? – Rony perguntou, incerto.
- Não, claro que não – Sirius disse – Você e Harry não foram vistos. Podem suspeitar, mas ninguém pode afirmar que ajudaram. O único que corre o risco de ir para Azkaban sou eu.
- Mas você não vai – Hermione não conseguiu evitar um pequeno sorriso – Não poderia permitir isso. Vamos juntos para a Austrália.
- Seria uma boa alternativa – Harry comentou e olhou para o padrinho. A possibilidade pareceu alegrá-lo – Então... Melhor irem, não têm tempo a perder.
- Vou sentir muito a falta de vocês – ela abraçou os amigos novamente. Sirius também os abraçou.
- Cuide bem dela – Harry murmurou para o padrinho – Ou esqueço que é meu padrinho – em seguida, piscou para o outro.
- Pode deixar, Harry – ele sorriu.
- Quando estiver tudo mais calmo, iremos visitá-los – Rony disse. Ambos acenaram, e sem mais demora acionaram a chave portal – Acha que vão ficar bem?
- Tenho certeza – o moreno piscou.
Cinco anos depois...
A neve já estava caindo quando Harry terminou o banho. Faltavam apenas dois dias para o natal. Procurava algo para vestir quando ouviu um barulho em sua janela. Avistou uma coruja acinzentada, e sem demora abriu a janela para ela. Havia um pergaminho endereçado a ele, e após agradecer-lhe, a coruja partiu. Abriu o envelope e sorriu ao reconhecer a letra bem caprichada da amiga.
"Querido
Harry,Será
maravilhoso se puder mesmo vir passar o natal conosco. Prepararemos
uma ceia especial e certamente ficaremos felizes em ter você
entre nós mais uma vez. Queria estar contigo e com os outros
amigos mais vezes, diga-lhes que sinto saudades.
Entretanto,
seria impossível reclamar da minha vida agora. Nunca estive
tão feliz. Serei eternamente grata a todos que me ajudaram.
A
pequena Amy está ansiosa com sua chegada, diria que ela
praticamente venera você. Não vê a hora de chegar
o natal e rever o padrinho. Sirius acabou de levá-la a um
parque que tem aqui perto. Acho que o lado infantil dele despertou
depois do nascimento de Amy. Às vezes, ele fica impossível.
Mas continuo a amá-lo, mesmo após algumas desavenças.
Você
sempre soube, não é? Eu suspeitava, mas tive certeza
quando vi sua reação ao anunciar que havíamos
casado. Rony quase desmaiou, mas você apenas sorriu. Sorriu
como se dissesse "Eu sabia que acabariam casando". Sei que Rony
demorou um pouco para aceitar, mas ter o apoio de vocês foi
importante para mim. Eram a única família que eu tinha
naquela época... Eu não construí uma nova
família com Sirius, apenas a aumentei.
Amo
muito você, Harry. Por favor, não deixe de vir.
Com
carinho,
Hermion
Black".
FIM!
N/A: Bom... Ainda não saiu o resultado do challenge, mas como eu não pude atualizar minhas outras fics esse fim de semana, resolvi postar essa song para "compensar" xD Não está muito boaa... Lembre-se, plis, que é a minha primeira S/H, sem falar que acabou ficando dramática demais e o final ficou um desastre ¬¬ Então... Sei que não está muito legalz, mas torço para que gostem, ao menos um pouquinho. Mais uma vez, desculpas caso a fic não esteja mui legalz! xD Agradeço a todos que lerem, comentarem e votarem! D Grande beijo! PinkPotter : )
