Título da Fic: I love the way you lie.
Música: I love the way you lie - Eminem ft Rihanna
Gênero: Romance (?), Drama.
Sinopse: Quando se vive numa ilusão por tanto tempo, como distinguir o que é realidade? O certo do errado?
Capítulo Único. ~
— Me desculpa! – segurou com violência o meu rosto, provavelmente para ver a marca que me deixara. — Eu te amo! – olhou-me no fundo dos meus olhos.
— Que bela maneira de demonstrar! – tentei afastar sua mão.
Não queria que me tocasse! Não depois do que fez.
— Você não ve? É medo de te perder! – segurou meu rosto com as duas mãos e aproximou seu corpo. — Não me olhe com tanto desprezo. – sua testa franzida. — Eu bebi demais.
— Isso não é desculpa! – o empurrei com todas as minhas forças.
Dar as costas a ele doeu mais do que o soco que havia me dado.
— Não aja por impulso! Acabei de fazer isso e veja no que deu. – segurou meu pulso e jogou-me contra a parede. Usava seu corpo para não me deixar sair.
Passou delicadamente a ponta dos dedos ao redor do meu olho esquerdo.
— Está doendo? – parecia realmente arrependido.
— Não tanto quanto saber que foi você que fez! – fui ríspida a cada palavra.
— Controlarei mais o meu ciúme. – seus olhos claros imploravam perdão.
Relaxei o corpo.
Erros acontecem.
— Da próxima vez lembre, somos apenas eu e você! Não há necessidade de ciúmes. – segurei seu rosto a fim de passar a certeza que eu tinha em relação a cada palavra dita.
Senti às lágrimas vindo, mas estava conseguindo segurá-las, porém, uma cair era inevitável.
Ele beijou cuidadosamente o meu olho e lambeu toda a trajetória da lágrima até a minha boca, onde me beijou com voracidade. Beijava-me como se fosse nosso último beijo.
E ali mesmo contra a parede e de uma maneira nada gentil, carinhoso, nos tornamos um. Sim, era isso que eu pensava quando o sentia dentro de mim.
Não fui uma "santa", sempre pensei em aproveitar o máximo que pudesse da vida e com nenhum outro, senti o que eu sinto com ele, por ele.
Just gonna stand there and watch me burn
Só vai ficar aí e me ver queimar
That´s alright because I like the way it hurts
Mas tudo bem porque eu gosto do jeito que dói
Just gonna stand there and hear me cry
Só vai ficar aí e me ouvir chorar
That´s alright because I love the way you lie
Mas está tudo bem, pois eu amo o jeito que você mente
I love the way you lie
Eu amo o jeito que você mente
Larguei a faculdade no último ano para segui-lo. Havia conseguido um trabalho em outra cidade e que seria perfeito para nós. Começaríamos em um lugar novo onde ninguém nos conhecesse. Era a ideia. Larguei tudo para acompanhá-lo, e ao chegar à nova cidade descubro que não há emprego. Tudo conversa para que eu me afastasse de todos que conhecia.
Mas ele pensava de forma diferente. Mentiu para ajudar a nossa relação. Não havia problemas se eu não tivesse um diploma, me amaria do mesmo jeito. E mentiu, para sermos apenas ele e eu, como tem que ser.
Apesar de sua mentira, aceitei. Ela me causou felicidade e dor. Felicidade por saber que é só a mim que importa para ele, e dor, por ter mentido. Não achava necessário, teria o seguido de qualquer forma. Ele é a minha vida.
Estávamos morando em um lugar onde sala de estar, cozinha e quarto ficavam em um único cômodo. Banheiro a parte. Comecei a trabalhar como garçonete em uma lanchonete não muito longe para poder pagar as contas. Ele sempre dizia que estava à procura de empregos, mas só o via beber.
Can´t break the fall I'm about to drown
Não posso amortecer a queda, estou prestes a me afogar
she resuscitates me
ela me ressuscita
She fucking hates me and I love it
Caralho ela me odeia e eu adoro isso!
Depois de uma semana nessa vida, passei a fitá-lo com desprezo, ódio! Não mais a admiração, carinho de antes. E ele parecia não se importar, na verdade, parecia gostar!
Disse para ir procurar emprego após duas semanas vendo-o fazer nada além de beber. Que não era sua babá e que tinha que ajudar na casa. Queria um futuro para nós, então que ele ajudasse também! Não podia tudo ficar nas minhas costas.
Ele ficou violento com a minha atitude e voltou a me bater, mas dessa vez não no rosto. Ao ver-me caída no chão, chutou no meio das minhas costas.
Sim, a dor era grande. Deixei que batesse o quanto quiser, queria acordar desse pesadelo que estávamos vivendo. Mas ele não me bateu mais.
Agachou-se e ajudou-me a sentar. Parecia arrependido. Por um momento vi aquele homem pelo qual me apaixonei. Queria abraçá-lo! Me sentir segura novamente em seus braços, entretanto lutei contra essa vontade.
— Bella me desculpa, vou parar de beber! – tentou tocar-me, mas me esquivei. Arqueei-me com a dor.
— Não me toque! – disse cheia de fúria!
Arrastei-me até uma cadeira e com sua ajuda, consegui ficar de pé.
"Wait! Where you going?"
"Espere! Para onde você vai? "
"I'm leaving you!"
"Eu estou deixando você!"
"No you ain't. Come back!"
"Não, você não vai. Volte!"
— Para mim chega! – arrastava-me a passos lentos até a porta.
— Para onde você vai? – não precisava olhar para reconhecer seu tom preocupado.
— Estou deixando você! – quando toquei na maçaneta, mais uma vez senti uma pressão no meu pulso.
Agarrou e puxou-me bruscamente para trás. Gemi com a dor do movimento.
— Você não pode me deixar! – estava realmente nervoso. Senti a palma da sua mão suando. — Eu te amo, somos apenas eu e você! Lembra?
— Quem não lembra é você! – gritei.
Era difícil lidar contra as lágrimas, a vontade de correr para seus braços e fingir que isso tudo não passava de um pesadelo.
— Me perdoe! Você está certa. – dizia com certo desespero. — Não devia ser a única a trabalhar. Somos nós dois e ambos têm que contribuir para que a relação dê certo. – sim, voltou a ser o Edward de sempre. O Edward que amo. — Me dê mais uma chance. – aliviou a pressão no meu pulso e olhou-me profundamente.
Senti que estava despindo a minha alma. Eu não tinha mais barreiras.
O abracei com força e comecei a chorar. Ele não me abraçou com tanta força, pois não queria me machucar ainda mais, porém, com aquele abraço e suas palavras, voltei a sentir segurança ao seu lado.
Naquela mesma noite ele me levou ao médio e eu disse que havia caído das escadas. Havia fraturado uma costela, mas ficaria bem. Ele passou a noite cuidando, velando por mim.
No dia seguinte me pediu para pensar unicamente em repousar e que ele iria avisar ao meu chefe o que havia ocorrido, meu acidente nas escadas, e que arranjaria um emprego. Eu deveria ficar completamente despreocupada.
Antes do anoitecer ele chegou com o jantar e disse que tinha conseguido tudo que havia dito. Falou com o meu chefe e arranjou um emprego. Trabalharia na mesma lanchonete que eu. "Não é perfeito?", foram suas palavras.
We're running right back
Nós estamos correndo de volta
Here we go again it's so insane
Aqui vamos nós de novo, é tão louco
Tudo estava ótimo até, três semanas depois, ele cismar que o caixa estava afim de mim. Disse que era coisa da sua cabeça e mesmo que fosse verdade, não importava, pois eu só tinha olhos para ele. Mas as palavras não foram o suficiente.
Sim, voltou a me bater e em seguida pedir perdão. Não sei em que momento eu aprendi a gostar das suas mentiras, a acostumar-me a elas. Dizia que nunca mais levantaria o punho contra mim e quando senti-se essa vontade que o ódio causava baseado no ciúme, bateria na parede. Seria na parede que ele descontaria sua frustração, não em mim. Na verdade, nem próxima vez existiria, pois iria aprender a se controlar.
Next time
Da próxima vez
There will be no next time
Não haverá próxima vez
I apologize, even though I know it's lies
Peço desculpas, embora eu saiba que é mentira
Nossa relação tinha altos e baixos e após um ano, eu queria apenas gritar. Ainda o amava, mas precisava de ar.
Aproveitei que estava dormindo e dirigi nossa caminhonete até o bar mais próximo.
Estava lotada. Fui até o balcão e pedi uma dose do que mais forte ele tivesse, não queria saber o que era! Não demorou um minuto para a minha bebida chegar. Virei em um único gole e pedi outro.
Era muito forte e é disso que eu estava precisando. Queria poder voltar a ser feliz. Queria tudo ao lado dele! Sim ainda o amo! Aprendi a viver em uma mentira e não sei se o que sinto é real.
Quando se vive numa ilusão por tanto tempo, como distinguir o que é realidade? O certo do errado?
Não adianta, estou presa a ele. Errei ao ter dado a primeira chance, mas agora não há o que fazer. Tenho que me conformar ou fazer algo... Algo. Mas o quê?
Um moreno de olhos escuros sentou-se ao meu lado e começou a puxar conversa. Tentava prestar atenção no que ele dizia, mas da sua boca não saía som. Via seus lábios se movendo, mas era só isso.
Ele sorriu para mim e eu o retribuí. Tentei demonstrar sinceridade ao esboçá-lo, mas não passou de esforço em vão.
Do nada aparece alguém puxando o moreno pela camisa e lhe acerta com um soco certeiro. Não acreditei ao ver quem era esse "alguém"!
Saí do bar com raiva da minha vida. Não podia nem "conversar" com alguém que ele iria fazer alguma cena. Ou na frente dos outros ou quando só estivéssemos nós dois, eu saio humilhada em ambos os casos.
Quando abro a porta da caminhonete, ele me empurra violentamente para dentro e puxa as chaves da minha mão.
— O que você estava fazendo? – perguntou completamente transtornado enquanto nos tirava dali.
Mas não respondi. Apenas fiquei fitando a estrada.
— Você está me traindo não é? Saiu sorrateiramente de casa para se encontrar com aquele homem não é? De onde o conhece? Quem ele é? – apertava com força o volante. — Me responda! – provavelmente me bateu com todas as forças que tinha perto da minha clavícula.
Tossi e procurei ar ao mesmo tempo.
— Eu não o conheço! – queria ter gritado, queria gritar! Mas só conseguia tentar respirar. Já estava acostumada a dor física.
— Não minta para mim! – chegamos em casa.
Puxou-me para fora da caminhonete e levou-me até o banheiro onde abriu o chuveiro. Gritei com a água gelada.
— O que você está fazendo? – tentava sair do caminho do jato de água, mas ele colocava-me no meio novamente.
— Lavar o seu corpo. Pensar que ele te tocou...
— Nem um aperto de mão nós trocamos! – gritei o interrompendo. Queria ser ouvida!
— Eu queria confiar em você, nas suas palavras, mas não consigo! Você saiu escondido. – desligou o chuveiro e virou-me para ele.
— Fala por experiência não é? Já que todas as suas desculpas são mentiras, você pensa que as minhas também são!
— Bella! – suas mãos seguravam os meus braços um pouco acima do cotovelo. — Por que você está fazendo isso comigo? – continuava transtornado e impaciente.
— Vai bater em mim? – minha voz estava segura. O desafiei com confiança.
Senti suas mãos apertando os meus braços com mais força.
— Desculpa, Bella! – deu-me um abraço apertado. — Eu te amo! Ajo do jeito que ajo por medo de te perder. – afastou-me para poder encontrar o meu olhar. Para poder me seduzir com aquele par de olhos dourados penetrante. — Se você diz que não o conhece e que nada aconteceu... Eu confio em você! – estava controlando a raiva dentro de si.
De tanto passar por isso, por momentos como este, eu passei a não sentir mais nada. Mas gostava de ouvir suas mentiras, de alguma maneira eram reconfortantes. Ainda me faziam criar a ilusão de que tudo não passava de um pesadelo e a qualquer momento eu pudesse acordar e reencontrar aquele que uma amiga – qual eu não lembro mais o nome – me apresentou. Aquele que em algum momento, percebemos que era apenas, eu e ele.
— Somos apenas eu e você, rã? – mordi o lábio. Sim, fiz a minha escolha.
Essa atitude vai me corroer por dentro, mas escolho agir!
— Apenas eu e você. – e beijou-me como se fosse à primeira vez. Começou delicado e foi intensificando. Senti meu coração acelerar.
Ele ainda tirar o meu fôlego mostra que o sentimento é real!
— Estou com frio. – passei a mão por de baixo da sua camisa úmida para sentir sua pele quente. — Me esquenta, Edward. – não deixávamos de trocar olhar. Nossas bocas estavam a um centímetro de distância. Era ótimo sentir sua respiração quente contra a minha pele.
Apesar de tudo, tínhamos uma vida sexual ativa. Mas desta vez foi diferente, havia alguma emoção, não era pura luxúria ou somente por fazer. Não foi a primeira vez que houve sentimento. São momentos como este que me fazem acreditar que realmente nos amamos. Realmente pertencemos um ao outro.
Pode ser considerado doentio, mas é o jeito que nos amamos.
Agora, estamos deitados debaixo da coberta, eu em seus braços. Abraçava-me de forma protetora, carinhosa, enquanto trocávamos beijos.
— Eu te amo, Edward. – fui completamente sincera enquanto olhava aquele mar claro e expressivo que eram os seus olhos.
O abracei com toda força que tinha. Queria guardar o seu cheio, a textura da sua pele na minha memória.
— Também te amo. Amo tanto, minha Bella! – sim, ele estava sendo sincero.
— Para sempre e somente sua. – fato!
— Sempre. – sorri com vontade.
Esse era um exemplo de como tínhamos bons momentos também. "Tínhamos"... Não teremos mais.
— Vou pegar água para mim, você quer também?
— Sim. – beijou minha testa e deixou-me sair de seus braços.
Meus analgésicos ficam em cima da geladeira, os peguei. Amassei cinco e coloquei no seu copo com água.
— Vou botar um pouco de limão no meu, você quer também?
— Pode ser, mas não muito!
— Certo.
Limão disfarçará qualquer possível "sabor" adicional.
Dei-lhe o copo com água gelada e ele deixou dois dedos. O coloquei sobre a pia e voltei a deitar-me ao seu lado. Não demorou muito para que adormecesse, e pelo tanto que o chacoalhei, em um sono profundo.
I'm tired of the games
Estou cansado dos jogos
I'mma tie her to the bed and set this house on fire
Eu vou amarrá-la na cama e tocar fogo na casa
Just gonna
Só vou
Comecei a jogar gasolina por cada canto daquele cômodo. Eu iria sair apenas com a roupa do corpo.
— Por não ser de uma forma literal como acontecerá com você, não significa que o fogo também não me queimará. – agachei-me ao seu lado e joguei para trás o seu cabelo de uma forma gentil.
Escolhi a opção de fazer algo, agora vou até o fim. Mas olhá-lo dormindo tranquilamente não me ajudava. Engoli a seco e tentava controlar a minha respiração.
— Com você vivi em um mundo de mentiras, sofrimento. Acostumei-me e por isso, viverei sem você, mas ainda sim em um mundo de ilusões, dor. Dor por saber que matei aquele que um dia amei... Não, não é verdade. Que amo! – lhe beijei pela ultima vez. — Espere por mim!
That´s alright because I love the way you lie
Mas está tudo bem, pois eu amo o jeito que você mente
I love the way you lie
Eu amo o jeito que você mente
Dormindo você não sentirá dor alguma, meu amor.
Após uma ligação para os bombeiros, da porta o olhei pela a última vez.
— Sei que um dia voltaremos a estar juntos, e você dirá que me ama. Que somos apenas eu e você. E se age do jeito que age é por medo de me perder. E eu acreditarei na sua conversa, pois amo o jeito que mente. – sorri sem vontade e peguei a lágrima que caía do meu olho.
Joguei um fósforo acesso no inicio da trilha de gasolina e saí da casa. Entrei na caminhonete e não olhei para trás.
Fim. ~
weew, olha eu aqui de novo, novamente com mais uma estória baseada em uma das músicas da Riahanna.
Então, dando o mesmo recado (sou chata D:'), se tiverem gostado da one e não estiverem a fim de deixar um cometário então entrem na minha comu (ou caso queiram conhecer mais estórias de minha autoria), me deixariam igualmente (até mais) feliz :)'
http:/*www.*orkut.*com.*br/*Main#Community?cmm=103629130
(não esqueçam de tirar os "*")
Bom, é isso. Espero que tenham gostado :3'
