O TEMPLO HIGURASHI
Um velho templo guarda lembranças de um outro tempo. O templo Higurashi já não desfrutada as glórias do passado, a casa era única que parecia resistir a ação do tempo. Uma jovem subia as longas escadas que dão acesso ao templo, ao final das escadas a jovem de longos cabelos castanhos presos por um laço se deteve perante a uma antiga árvore cujas pétalas de suas flores cobriam todo o chão. A jovem usava uma saia jeans curtíssima e uma linda blusa bordada laranja, nas mãos trazia uma mochila verde; suas roupas modernas indicavam que ela não pertencia aquele lugar velho e castigado pelo tempo. Uma senhora com cabelos curtos e grisalhos aparece na porta da velha casa, e abre um largo sorriso ao ver a jovem garota:
-Kaname – diz a velha senhora com empolgação na voz.
A garota retribui o sorriso da velha senhora
-Vovó.
A senhora se aproxima da jovem garota
-Que bom que está aqui- diz a velha senhora pegando a mochila da garota - deve estar cansada da viagem, venha eu fiz um chá.
-Claro! – diz a garota sorridente.
A velha senhora fica admirando a garota que estava a sua frente tomando chá.
-Algum problema vovó?- pergunta a garota incomodada com a situação
-Não, é que você tão parecida com ela. E agora que completou 15 anos está mais parecida ainda – a garota a olha repreensiva, não gostava destas comparações que a cada anos se tornavam mais frequentes - Não vamos falar mais sobre isso – continuou a velha senhora - Por que seu pai não veio com você?
-Ele tinha uma reunião importante e precisava preparar o material da reunião com antecedência, mas ele pediu desculpas e prometeu que viria o mais breve possível.
-O Souta é assim desde pequeno, sempre foi muito responsável; já ela era tão diferente...
-Vovó, disse que não falaria mais sobre isso! – Kaname estava irritada.
-Desculpe, não consigo evitar – disse a velha senhora abrindo um sorriso maroto.
O telefone soou alto pela casa, a velha senhora se levantou para atende-lo. Kaname seguindo os passos de sua avó levantou-se e pegando sua mochila, subiu as escadas em direção ao antigo quarto de sua tia, que se localizava no segundo piso da casa.
O quarto estava limpo e arrumado e sob a cama havia um antigo uniforme escolar, era o uniforme de sua tia. Kaname colocou sua mochila no chão e carinhosamente pegou a blusa do uniforme.
-Estava arrumando as roupas da Kagome – disse a velha senhora que estava na porta do quarto da garota - Querida, vou precisar sair esta noite; uma amiga está no hospital e vou passar a noite por lá, está tudo bem?
Kaname colocou novamente a blusa do uniforme sobre a cama.
-Pode ir, eu vou tomar um banho e depois vou dormir; estou cansada da viagem.
-Se precisar de alguma coisa, deixarei o número do hospital sobre a mesa próxima ao telefone.- e dizendo isso saiu.
O sol ainda não tinha baixado no horizonte, a tarde quente era convidativa a um banho frio.
Ao sair do banho enrolada em uma toalha, Kaname se dirigiu ao quarto de sua tia Kagome, onde costuma a dormir sempre que vem a casa de sua avó. Sentou-se na cama, o cabelo estava todo bagunçado, ela se olhou no espelho e com o cabelo solto notava-se ainda mais a semelhança com sua tia; ainda que quando os outros a comparassem com ela logo se irritava, não sabia porque o fato de ser parecida com sua tia a irritava tanto. Pegou a escova que estava sobre a penteadeira e começou a escovar seus longos cabelos castanhos; ao lado da penteadeira havia um porta-retrato com a foto de sua tia Kagome quando esta ainda estava no colégio, na foto Kagome aparentava ter a mesma idade de Kaname. A jovem garota colocou a escova sobre a penteadeira e pôs a vestir a antiga roupa de colegial da tia. Numa virada rápida para ver-se no espelho, notou que estava idêntica a foto; qualquer um que a visse naquele momento pensaria que a garota da foto era Kaname.
-É somos mesmo parecidas, hein! – a garota esboçou um sorriu enquanto se olhava no espelho.
Kaname então se abaixou e retirou de dentro da mochila um diário de capa azul aveludada. Ao abrir o diário havia uma dedicatória na primeira página "A todos aqueles cujas lembranças permanecerão eternamente em mim"
Kaname começou a folhear o antigo diário, e riu ao lembrar do seu conteúdo.
"Quanta bobagem, poder chegar a era feudal atravessando um poço" pensou a garota enquanto se ajeitava melhor na cama.
-E a jóia de 4 almas é o chave que liga os dois mundos – disse com desdem – pena que a jóia está perdida para sempre "Ao anoitecer sob a sombra de um amor perdido a jóia de 4 almas se encontra protegida por sua guardiã." Sabe tia – disse dirigindo-se a foto – se eu soubesse onde a jóia está eu iria até a Era Feudal ver seus amigos – Kaname riu do próprio comentário.
Num impulso Kaname se levanta da cama, e sem querer esbarra no vidro de perfume que estava sobre a penteadeira, o vidro se quebra ao chocar-se com a borda da penteadeira, e o líquido respinga sobre sua roupa.
-Que droga era o meu perfume favorito – Kaname se abaixa para recolher os cacos que haviam se espalhado pelo chão e quando se levanta olha através janela; naquele momento algo se tornava claro a garota.
Da janela Kaname podia visualizar a velha árvore sagrada
- "Ao anoitecer sob a sombra de um amor perdido a jóia de 4 almas se encontra protegida por sua guardiã." Será que...
Kaname desce as escadas correndo, e vai em direção a antiga árvore. Ao chegar até a árvore para e começa a racionar
-"Ao anoitecer sob a sombra de um amor perdido a jóia de 4 almas se encontra protegida por sua guardiã." Vamos ver se essa história é ou não real: a sombra é da árvore sagrada, amor perdido porque foi nesta árvore que a Kagome conheceu seu grande amor; protegido por sua guardiã, a Kagome ficava olhando da janela do quarto para a árvore. Então a jóia está sob a sombra da árvore. Ai, como eu sou esperta!
Kaname começa a cavar com mãos, o local onde estava a sombra da árvore; embrulhada num lenço branco a jovem encontrou uma pequena bola de vidro rosa.
-Não pode ser verdade, são apenas histórias que cresci lendo, não podem ser verdadeiras – a garota ria como uma criança na manhã de natal que havia encontrado seu presente deixado pelo Papai Noel
Kaname custava a acreditar que havia encontrado a jóia de 4 almas. Junto a jóia de 4 almas estava um papel dobrado, Kaname colocou o papel no bolso e se dirigiu ao velho poço. Ao chegar ao poço notou que sobre a borda deste estavam estendidas finas linhas com pedaços de papeizinhos grudados nelas, essas linhas se entrelaçavam bloqueando a entrada do poço
-Bom tia prometi que se encontrasse a jóia eu ia até a era feudal ver seus amigos. Vamos testar essa bolinha.
A jovem garota delicamente retirou aquelas linhas que estavam estendidas sobre a entrada do poço, e, então, apoiou suas mãos na borda do poço inclinando-se sobre este a fim de verificar se havia algo no fundo, como estava escuro e esta não consegui enxergar nada.
-Ah, isso ta muito escuro. – Kaname encheu-se de coragem - Vamos lá é só pular, o que pode acontecer de errado? – disse tentando animar-se - E se eu conseguir atravessar? – Kaname colocou os dois joelhos sobre a borda do poço – Mas se tiver algum inseto no fundo do poço – Sem coragem para saltar Kaname decidiu abandonar a idéia de atravessar o poço, e começou a descer da borda do poço - Quanta bobagem, é impossível esse velho poço ser um portal para...
Kaname sentiu sua mão escorregar da borda do poço e esta desequilibrou-se caindo no poço. Antes que pudesse perceber o que estava aconteceu sentiu-se flutuar pelo ar, até aterrissar de cara no chão duro do fundo do poço..
- Ai! – Kaname sentou-se no fundo do poço – Que desajeitada, e agora como eu vou conseguir subir...- Kaname olha para o alto do poço e fica paralisada a contemplar o céu permeado pelos últimos raios de sol do dia.
Não pode ser, eu consegui atravessar – a garota estava incrédula com tal façanha.
