Capítulo I
Um dia diferente
Kagome gostaria que aquele dia fosse como os demais onde se arrumaria e desceria apenas para atender as mesas. Mas não, infelizmente a partir daquela noite ela seria como as demais, se tornaria uma prostituta.Estava sem escolha, se não cedesse à ordem de Naraku com certeza teria que se separar de seu irmão e nunca mais o veria. Não tinha forma alguma de se fazer qualquer coisa contra ele, se tentasse, Naraku mexeria os seus pauzinhos e conseguiria afastá-la de seu irmão.
Querendo ou não ele tinha muita influência e ela não poderia fazer nada contra ele. A casa de prostituição era um bom exemplo, com várias irregularidades e ainda assim funcionava e não poderia ser o contrário se até grandes autoridades o apoiavam.
Duas batidas na porta são ouvidas, sem esperar resposta esta se abre revelando uma mulher de olhos vermelhos e negros cabelos presos em um coque.
- Kagome, Naraku quer que você desça agora. - Disse a mulher da porta mesmo, se virando logo em seguida para ir embora.
- Espere Kagura. - Pediu Kagome e a outra voltou-se e passou a encará-la. - Estou tão nervosa não sei o que fazer, se ao menos minha irmã estivesse aqui... - Disse ela olhando para a sua imagem refletida no espelho da penteadeira à sua frente.
- Não sou Kikyou, mas posso dizer que talvez não seja tão ruim quanto você pensa. Você pode dar sorte de encontrar um bom homem na sua primeira vez. - Kagura parou de falar, ficou um tempo parada como se hesitasse mas depois entrou e fechou a porta atrás de si, pegou as mãos de Kagome e puxou para que se sentasse junto dela na cama da garota. - Na minha primeira vez eu também estava muito insegura mas apareceu um rapaz muito bom, à princípio ele me tratou friamente, porém ele voltou nas noites seguintes e foi se abrindo comigo, ele chegou a prometer que se casaria comigo. - Nesse momento Kagura interrompeu a narrativa e de seus olhos saíam algumas lágrimas.
- E o que deu de errado? - Perguntou Kagome ao ver que a outra se calara, apesar de hesitar.
- A família dele o obrigou a se casar com outra mulher. Ele relutou, mas eu mesma disse para que ele fizesse o que a mãe queria. - Disse Kagura limpando as lágrimas que teimavam em sair de seus olhos.
- Mas porquê? - Questionou Kagome, estranhando a atitude de Kagura.
- Eu não queria que ele perdesse o apoio da família, na época ele era um advogado em início de carreira e todos os casos que conseguia eram por causa de seu famoso sobrenome e, além disso, se seus clientes descobrissem o meu passado isso poderia prejudicá-lo. - Explicou Kagura sem mais poder conter o choro.
- Kagome a abraçou, não eram o que se podia dizer amigas, mas Kagura não era má pessoa e desde que Kikyou havia ido embora estava ajudando-a como podia, até tentou fazer com que Naraku não a obrigasse a se prostituir.
- Vamos, Naraku nos espera. - Disse Kagura se soltando do abraço e se levantando. - Eu tenho certeza que você terá ainda mais sorte que eu, por isso não perca a esperança, nós vamos conseguir sair daqui. - Disse Kagura sorrindo para Kagome.
- Muito obrigada. - Disse Kagome sorrindo de volta enquanto Kagura ampliou seu sorriso em sinal de entendimento e era como se dissesse "Não há de qu".
As duas saíram do quarto e enquanto Kagura foi consertar a maquiagem que borrou por causa do choro, Kagome desceu para o salão.
Logo o seu sorriso se apagou, a casa estava cheia e todos aqueles homens sedentos de desejo lhe causavam uma grande repulsa.
Kagome sentou-se em uma mesa que estava um pouco escondida num canto do salão e onde mais havia iluminação, pois mesmo não entendendo porquê, sabia que os clientes preferiam a penumbra. Talvez não quisessem que as prostitutas vissem logo de cara o quanto velhos, gordos e asquerosos a maioria deles eram.
Seu plano parecia estar dando certo, os clientes passavam direto sem repararem nela.
Ela olhava distraída para os lados, quando uma mão pousou sobre um de seus ombros. Na hora seu coração sobressaltou-se, mas logo se acalmou ao encarar o dono da mão, ou melhor a dona.
- Sango, você me assustou! - Reclamou a jovem.
- Ah! Me desculpe. - Disse a outra sorrindo.
- Tudo bem. - Desculpou a outra sorrindo também, pois aquele terrível pesadelo parecia estar se esvaecendo.
- Pelo visto ninguém te abordou ainda, né? - Perguntou Sango.
- Não.
- Kagome, como eu queria poder te ajudar, mas o que eu ganho é tão pouco que mal consigo sustentar eu e o Kohaku. - Disse Sango com muito pesar na voz.
- Sango, eu sei que você não me ajuda por que não pode. - Disse Kagome com um doce sorriso.
Sango era uma jovem de dezenove anos que como Kagome tinha um irmão, mas ela não se prostituía. Como maior de idade tinha a guarda do irmão e Naraku não podia tirá-lo dela, o máximo que fazia era ficar pressionando-a a se prostituir também. Além de trabalhar à noite servindo mesas, trabalhava durante o dia em uma lanchonete.
Enquanto conversava com Sango, Kagome não imaginava estar sendo observada por um dos clientes. Este estava sentado em frente ao balcão de bebidas quando se virou para dar uma olhada pelo salão avistou Kagome, se interessando por ela no mesmo instante.
Essa é a 9ª fic de Inu-Yasha que escrevo, mas é a primeira que eu tenho coragem de postar. Já tem um tempão que eu estou querendo postá-la mas eu sempre fui adiando, eu comecei a escrevê-la no dia 17/05 deste ano.
Espero que não tenha outra história com o mesmo tema, eu não sei por que não leio todas as histórias que tem por aqui, qualquer coisa me avisem por favor, não quero ser chamada de plagiadora.
Já falei demais, espero que tenham gostado, não está muito boa mas com o tempo espero melhorar. Deixem reviews se possível.
Beijos
