Febre
Capitulo 1
(Narração de Kurama)
"Oh, Shuichi! Você tem visitas!" A voz de minha mãe ecoou nos meus ouvidos como a canção de um pássaro enquanto eu estava deitado em minha cama, me sentindo exausto.
Hoje fazem dois dias que eu tenho estado doente, e aquela era a primeira visita que eu recebia.
"Oi! Kura-er-Shuichi!" berrou Yusuke enquanto ele e os outros entravam no meu quarto. "Se sentindo melhor, cara?"
Eu sentei quando eles se aproximaram. O meu sorriso mole e falço não foi o suficiente para esconder a dor dentro de mim. Eu estava com febre, o que tem de mais nisso?
Mas essa não era qualquer doença. Essa febre é comum em youkais, e é conhecida por sugar as forças de quem a pegar, Então, o que eu sentia era uma fraqueza, não exatamente dor.
"Ei, obrigada por terem vindo me visitar..." Eu estava rouco. Minha voz saiu quase como um rosnado. Droga de doença.
Eu olhei as pessoas em volta da minha cama. A minha direita estava Yusuke, ao seu lado Keiko. Então, Yukina, Kuwabara no meio, Shizuka, Hiei e...e...o que?
Botan não estava la! Onde ela poderia estar? Eu realmente queria vê-la...
Não que eu não estivesse agradecido pelos meus amigos vindo me ver quando eu estava precisando, mas...
Tudo isso por causa daquela certa noite na cozinha. Sorvete no feezer...Botan...conversa...risadas...nos nos beijamos...meu primeiro beijo...
Não vi Botan muitas vezes depois disso. Estaria ela me evitando? Será que estava com raiva pelo que eu fiz? Oh Deus, o que eu fiz...?
Então eu adiantei:
"Então...onde esta a Botan?"
Yukina levantou a mão como uma criancinha na escola.
"Botan-chan ainda esta trabalhando. Ela disse que ia nos alcançar se pudesse."
Um sentimento de miséria caiu sobre mim. Era óbvio para mim que ela estava realmente me evitando.
Eu comecei a lembrar daquele dia na cozinha e suspirei.
"Qual é o problema Kurama? Não está feliz de ver a gente?" perguntou Kuwabara.
"Também, com uma cara como a sua...quem ficaria feliz por te ver? rosnou Hiei.
"Como é que é?"
Os dois começaram a se bater enquanto os outros riam. Eu quase ri também. O pesado sentimento de culpa ainda machucava meu corpo. Ninguém mais sabia o que havia acontecido na cozinha algumas noites atrás, e certamente ninguém entenderia.
O meu tempo ia passando, meus amigos ainda me distraiam com suas besteiras hilárias. Por um curto tempo eu me diverti de certa maneira. O dia virou noite, nenhuma Botan apareceu e meus amigos tinham que ir embora. Assim que eles saíram eu me permiti dormir um pouco.
Durante meu sono, senti uma mão quente e macia acariciando meu rosto. Senti cheiro de flores. Então, como uma criancinha, eu me senti protegido. Era a mamãe, com certeza. O conforto que ela me deu me fez dormir pesadamente. Foi de algum jeito, relaxante.
Uma semana se passou e eu me sentia melhor a cada dia. Meus amigos vinham me ver todo dia e me faziam sentir melhor, e toda noite, minha mãe vinha cuidar de mim enquanto eu dormia. Mas eu ainda não estava bem.
Certa noite eu não consegui dormir. Flagrei-me pensando nela novamente. Porque nossa amizade teria que terminar assim? Eu me odiava por isso. Então, quando estava quase dormindo, sentia a mão de minha querida mãe acariciando meu rosto de novo. Ah, mãe...só você me poderia me entender se eu contasse tudo...!
De alguma maneira eu adormeci profundamente. Um ar relaxante entrou no meu quarto e fez com que eu me sentisse bem. E a luz do luar, batendo no meu rosto, dava a impressão que minha mãe ainda estava lá comigo. No meio da noite, algo tocou minha mão e me despertou de meu sonho profundo. Era quente e macio...Através do escuro da noite, eu tateei para descobrir o que tocara minha mão. Poderia ser um daqueles balões que meus amigos deixaram? Ou talvez um daqueles bichinhos de pelúcia que Keiko trousse. Seja lá o que for, atrapalhou meu sono. E logo agora que eu sonhava com ela...
Eu ainda enxergava embaçado. Logo que minha visão voltou ao normal, a lua me deu a luz que eu precisava. Eu olhei a minha esquerda e lá notei longas mechas de cabelo, braços e...bem, alguém apoiado neles. Era uma garota! Inconscientemente, a mão dela caiu sobre a minha. Quem poderia ser?
Eu me concentrei por um minuto. Ela se mexeu um pouco, ate que eu finalmente percebi quem era. Era Botan! Ela ainda dormia ao meu lado. Isso quer dizer que não era minha mãe que vinha toda a noite acariciar meu rosto ate eu dormir. Era ela! Meu coração bateu mais forte. Eu senti como se ele pudesse sair pela boca de tanta felicidade! Então, ela realmente havia vindo me ver.
Essa descoberta fez com que eu me sentisse melhor. Eu rolei para a direita para que pudesse vê-la melhor. Ela sentava no chão, debruçada sobre minha cama, dormindo apoiada nos braços. Durante toda a noite eu olhei seu rosto várias e várias vezes.
No dia seguinte eu acordei feliz esperando vê-la ainda dormindo ao meu lado, mas ela não estava mais la...
Será que foi tudo um sonho? Talvez fosse, não tenho certeza. Então, antes de perceber se estava realmente acordado, a voz de minha mãe ecoou novamente.
"Shuichi, seus amigos estão aqui!"
"Oi Kura-er-Shuichi!" berrou Yusuke enquanto ele e os outros entraram no meu quarto na mesma ordem de antes. "Se sente melhor, cara?"
"Nunca estive melhor!"
Então, quendo a noite chegou eu deitei na minha cama e finji estar dormindo. Eu esperei e esperei, fazendo o possível para não dormir. Um pouco mais tarde, eu senti a mão dela acariciando meu rosto de novo. Quando ela parou eu abri os olhos para ver um rosto perplexo na minha frente.
"Botan! Estou feliz que você veio!"
Ela deu um passo para trás. Eu sabia que isso a chocaria. Eu sentei e tentei conversar.
"Kurama...! Eu-eu...ouvi que...bem, você estava doente e..."
"Eu sabia que você vinha!" Eu sorri para ela. Estava mentindo, mas...
"Eu ouvi falar que esse tipo de febre e muito ruim em youkais...então eu..."
Durante todo o tempo ela tentava não olhar nos meus olhos. O que estava errado?
"Botan...você esta com raiva de mim..?
Minha pergunta foi como um tapa. Ela parou, sem reações por um momento.
"Botan..."
"Eu queria cuidar de você como os outros..."
Ela ainda não respondera minha pergunta.
"Botan, se você esta com raiva de mim pelo que aconteceu, eu..."
"Não é isso!"
Seu olhar era sincero.
"Me prometa que você vai ficar bem! Não quero escoltar você para o Reikai como eu fiz com Genkai..."
Ela balançou a cabeça tentando espantar as lembranças daquele dia. Era isso que a incomodava? Eu segurei sua mão. Ela olhou para mim e então nossos olhos se encontraram. Estávamos cara a cara.
"Eu prometo que vou ficar bem..."
(Continua no Capitulo Dois)
URAAA!! Finalmente,depois de uma ano (o.o) Primeiro capitulo on!
Só lembrando que essa história é a continuação de "O Dilema de Kurama", é bom ter lido ela antes para entender essa \o/
Bjus, até o capitulo 2
Lu .''
