» Descrição: Universo Alternativo; romance.

» Classificação: Livre.

» Shipper: Bella & Edward.

» Disclaimer:

- Twilight pertence a Stephenie Meyer;

- Eu não sou Stephenie Meyer;

- Logo, Twilight não me pertence.

» Disclaimer²: Nenhuma marca citada no fic também me pertencem, por isso, nem adianta me pedirem presentes de Natal.

» Aviso: Fan fic feita de fã para fãs, sem fins lucrativos.

» Aviso²: A personagem Ninna foi feita em homenagem a uma de minhas melhores amigas cujo apelido é o mesmo.

The boy next door

(O garoto da casa ao lado)

I'm feeling nervous

Trying to be so perfect

'Cause I know you're worth it

You're worth it

Things I'll never say - Avril Lavigne


1. Show de vizinho.

Bufei, desgostosa, enquanto fechava com mais força do que o necessário o livro de capa colorida em minhas mãos. Joguei-o em cima da escrivaninha de madeira envernizada em um canto no meu quarto, sem me importar com as dobras e amassos que causara nos outros papéis que estavam ali. Deixei minhas pernas cederem, e meu corpo cair num choque mudo em meio aos meus travesseiros e almofadas de penas em minha cama. A história que eu acabara de ler se passava em minha mente, como um filme.

Todos esses romances adolescentes, por mais que não acabem na frase clichê "E eles viveram felizes para sempre", sempre acaba em final feliz. Não que eu não goste, pelo contrário. A maioria das pessoas já sabe o casal que saíra no final só de ler a sinopse, mas a graça está em saber como eles ficam juntos.

Eu sempre adorei ler, principalmente romance, mas é, de certa forma, deprimente quando os comparamos a realidade. A protagonista e o garoto fofo sempre acabam juntos, no final, o que sempre leva Ninna, minha melhor amiga, a comentar: "Por que isto só não acontece comigo?", e o que sempre me leva a responder: "Por que você vive em um mundo real?", retórica e ironicamente, claro.

Não estou reclamando, de modo algum, eu nem ao menos estou procurando por um namorado.

Pelo menos, não depois de ter que presenciar cinco meses de drama com o namoro da Mary Mofat. Pobrezinha, sinto pena dela até hoje. Garotos trazem muitos problemas.

O que eu quero dizer, é que, bem, toda garota já rezou pra que sua vida fosse um livro – ou um filme, e de preferência, um daqueles com final feliz. Elas são tão diferentes do mundo real, chega a ser incomum.

E eu não pretendo levar nem um pouco em consideração aquela frase. Sim, a frase preferida de Ninna, na qual ela não passa um maldito dia sequer sem repetir: "Existe alguém para cada um de nós". Juro que vou estampá-la em uma camiseta para dar de presente. A frase, eu quero dizer. Quem sabe assim, ela se motiva a acreditar nesta frase mais veemente, já que eu não acredito.

Nunca fui muito romântica, apesar de gostar de ler romances. Um estranho paradoxo. Eu acho que esses romances bonitinhos são apenas para os livros mesmo. Nunca vi algum caso assim realmente ocorrer. Bom, talvez um ou outro.

Levantei decidida a me tirar dessa depressão. Eu quis dizer, desses pensamentos extremamente complicados sobre o amor e seus desastres.

Fazia uma tarde domingo quente e ensolarado; uma leve brisa fresca adentrava pelas vidraças abertas de minha varanda, fazendo com que as cortinas dançassem ao seu ritmo. Do meu quarto era possível ouvir as vozes animadas e as risadas das crianças que se divertiam na rua, tendo como fundo musical o canto dos pássaros.

Eu me sentia entediada. Suspirei preguiçosamente, e saí do quarto, descendo a escadaria de mármore branco até chegar à sala de estar. Minha mãe estava sentada no - aparentemente - confortável sofá, lendo uma revista que, ao meu ver, parecia ser sobre moda.

Não precisei dar explicação alguma de onde pretendia ir ao atravessar a porta de carvalho que dava para o jardim da frente. Minha mãe sabia que eu era a filhinha do tipo responsável e ponderada demais para cometer algo impensado ou ir a algum lugar inapropriado. Eu só não saberia dizer se isso era bom, ou ruim.

Sentei em um dos balanços no canto esquerdo do jardim. Este tinha um pneu como acento, que fora improvisado muitos anos atrás, pelo meu pai. Balançava-me fracamente, olhando a rua de forma distraída, quando, de repente, algo com um barulho em forma de ronco estridente, grande, e totalmente feito de metal, chamou minha atenção.

Um caminhão de mudança estacionara fronte a casa à esquerda da minha. O motor soltando alguns solavancos, enquanto o motorista manobrava de forma a deixá-lo o mais próximo possível da calçada.

Então, havia alguém se mudando? Foi extremamente rápido, quero dizer, o Senhor e a Senhora F. - o casal de meia-idade, sem filhos, que moravam ali - mudaram-se na semana passada para um sítio sei-lá-aonde, a fim de aproveitar melhor a aposentadoria. Eles diziam que a casa era grande e moderna demais para um casal de velhos. Que pena, eu simpatizava com eles. Mas de certo modo, eles tinham razão, a casa ao lado não era bem uma casa, eu a definiria mais como uma mansão, eu acho. Além de ser grande, era extremamente bonita, com aquele ar sofisticado, digamos assim.

Assim que o caminhão de mudanças desligou o motor, um outro carro estacionou logo atrás, um carro comum - se é que eu posso chamar uma Mercedes S55 AMG, preta, de comum - que, era óbvio, era do novo dono da mansão. Ele desceu do carro para instruir os homens que estavam no caminhão que logo começaram a esvaziá-lo.

E quando eu, ainda entediada, achava que as surpresas do dia haviam se esgotado, percebi o quanto estava enganada.

Calma e tranquilamente - como se o próprio carro estivesse desfilando - um Aston Martin V12, prata, estacionou logo em frente ao caminhão, de forma a deixar parecer que a vaga (que não era bem uma vaga) fora feita especialmente para ele.

Caramba, um ASTON MARTIN! Eu não acredito.

Pois é, esse meu conhecimento - inútil - sobre carros se deve graças aos inúmeros finais de semana na qual eu fui obrigada a assistir a Car and Driver, juntamente com o meu pai, já que, sábado à noite eu nunca arranjava nada melhor para se fazer.

Mas o Aston Martin nem de longe me deixou tão surpresa e paralisada quando quem saiu de dentro dele. Um garoto, com mais ou menos a minha idade - 17 anos -, ou, eu poderia afirmar até que ele era um ano mais velho; era realmente alto, quer dizer, não tão alto, mas alto.

Urgh, fiz confusão.

Não era musculoso, muito menos magricela; mas eu poderia facilmente dizer, olhando através das caras e belas roupas de grife, que seu porte era de um excelente jogador de futebol. Os cabelos cor de cobre - extremamente bagunçados, mas de um modo natural - ganhavam algumas mechas douradas quando o sol refletia neles.

Era um dos garotos mais lindos que eu já vira na vida. Parecia até um modelo de passarela.

Ele poderia muito bem ser um modelo de passarela da Abercrobie & Fitch, se ele quisesse.

Fiquei olhando para ele - completamente abobada e boquiaberta, como uma verdadeira idiota - enquanto ele caminhava - ou seria desfilava? - até onde seu pai estava. Depois de trocarem algumas palavras ele virou-se para retornar ao carro e foi quando ele, finalmente, me viu. A idiota de cabelos castanhos que estava praticamente babando nele.

Tratei de tirar qualquer traço de deslumbro e/ou fascínio de meu rosto, mudando-o apenas para uma expressão de casual curiosidade. Ele me encarou por alguns segundos, no qual, de longe, pude ver que seus olhos eram verdes. Depois de estranhos segundos nos encarando, no qual meu estomago rodopiava desconfortavelmente, eu abri um tímido sorriso de quem diz boas-vindas.

Qual é, eu só queria ser educada. A primeira impressão é que fica...

Após o que me pareceu um ano depois, ele abriu um meio sorriso, um sorriso torto, do tipo que agradece as boas-vindas. Que tipo de sorriso era aquele?

Por um algum motivo completamente desconhecido por mim - ou que eu ESPERO que seja desconhecido - meu coração falhou algumas batidas, e eu realmente esqueci como se respirava. Minhas narinas dilataram a procura de ar, e quando meus batimentos voltaram a funcionar corretamente, eles estavam mais rápidos e contínuos do que o normal. As borboletas no meu estomago voavam e se debatiam, como se quisessem fugir dali. Eu sentia meu rosto levemente quente, e ainda esquentando cada vez mais.

Tão logo que ele sorriu, ele entrou no seu belíssimo carro, ligando o motor e saindo da vaga, desta vez de forma não tão calma e tranquilamente, mas com ousadia e muita velocidade. Quem sabe ele não estava testando as capacidades do pobre - que de pobre não tem nada - carro.

Ainda meio abobada, retornei ao meu quarto, cansada de surpresas por hoje. Eu estava irritada com o fato de pensar naquele garoto mais do que eu gostaria, ou deveria.

A essa altura o sol já estava se pondo e amanhã cedo eu teria aula. Tomei então, um banho bem demorado e relaxante, colocando um pijama qualquer que encontrei em minha gaveta. Formei minha costumeira playlist no computador e deixei tocar num volume não tão alto, enquanto organizava a papelada na minha escrivaninha.

E para a minha total sorte - ou, quem sabe, falta dela - eu decidi reabrir as cortinas que cobriam as vidraças em minha varanda, e assim que o fiz, arrependi-me quase que instantaneamente. Quase instantaneamente, porque, bom, assim que eu vi que a varanda do meu quarto era em frente à varanda do quarto do meu novo vizinho, eu praticamente surtei com o que provavelmente eu poderia ver do outro lado.

Espera aí! Desde quando eu ficara tão pervertida?

Influência das amigas, pode ter certeza. Eu não sou assim.

Bom, como posso eu, na verdade, ter descoberto que o quarto fronte ao meu era de meu mais novo vizinho? Será porque ele estava ali, em pé, remexendo - ou arrumando? - alguma coisa nas gavetas da escrivaninha? Preciso completar que ele estava completamente à vontade, seminu, utilizando apenas uma calça jeans?

Quando imediatamente me dei conta disso, senti meu rosto ferver novamente, e me virei na hora. Meu Deus, o que eu estava fazendo? Essa não era eu. Eu não ficava espiando meus vizinhos seminus antes - e nem queria, pra falar a verdade, eu não tinha nenhum vizinho muito bonito mesmo, pelo menos, não até agora -, eu não corava com um simples pensamento indevido sobre esse suposto vizinho, nem tinha borboletas sobrevoando meu estômago quando isso acontecia.

De repente, senti-me tomada por uma raiva infundada.

Como ele pode simplesmente ter chego, e causado esse tipo de comportamento em mim? Quem era ele pra fazer isso? Não, eu não posso deixar que ele tenha esse tipo de influencia por mim. É humilhante.

Eu nem ao menos sei o nome dele! Que ridículo.

Fiquei ali, divagando sobre minha raiva – ainda - infundada, de costas para a varanda, com uma das mãos massageando minha têmpora. Eu não queria ser indelicada, espionando meu vizinho, e eu não seria.

Girei meu corpo para tornar a fechar as cortinas, mantendo a privacidade dele apenas para si, quando senti como se um balde contendo uma água incrivelmente fria tivesse caído sobre mim.

Céus, eu tinha esquecido, ou melhor, não tinha pensado nisso! Como eu pude ser tão estúpida? Era ÓBVIO que se eu podia vê-lo da minha varanda, ele também poderia me ver da varanda dele!

E era isso que ele estava fazendo agora. Estava olhando pra mim! Seu rosto parecia intrigado, curioso, a testa levemente franzida. E ainda assim, ele conseguia parecer o modelo da Abercrombie.

Olhei-o sem conseguir conter minha surpresa e meu desespero. Ótimo, agora ele deve achar que eu sou a vizinha louca e pervertida que fica espionando ele seminu, enquanto ele arruma o próprio quarto. Fantástico!

Meu olhar era um silencioso pedido de desculpas, e eu rezava internamente para que ele compreendesse, e nem por isso passasse a manter as cortinas fechadas, ou mudasse de quarto.

Não que eu pretendesse continuar a espioná-lo, longe de mim, eu só não queria que ele fizesse isso pensando que se não fizer, a vizinha pervertida dele irá observá-lo.

Aproximei-me da janela, pronta pra fechar as cortinas, mas antes que eu pudesse fazê-lo, o garoto a cerca de 10 metros de distância de mim fez a coisa mais estranha, e a que eu menos achava provável dele fazer naquela hora.

O infeliz riu.

Sim, ele começou a rir. Não uma risada escandalosa, como quem tira sarro, mas uma pequena risada reservada, de quem acha a situação realmente engraçada.

Podia sentir minhas bochechas corarem, meu rosto esquentando à medida que o ouvia rir.

Eu queria desaparecer.

Dei-lhe um pequeno sorriso extremamente constrangido, sem saber o que fazer, e fechei as cortinas.

O que diabos havia acontecido aqui?

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- Ah, amiga, estou indo na sua casa hoje! – exclamou Ninna, na manhã seguinte, assim que eu contei sobre ter ganhado um novo vizinho.

- Você fala como se não fosse apaixonada por alguém, eu em! – falei fitando-a surpresa.

- E eu não sou! – falou com desdém.

- Aham, ta bom.

Eu que sei que toda vez que Alex – o capitão do time de basquete da escola – aparece, minha amiga aqui fica a beira de um colapso nervoso.

Ela ostenta uma quedinha – que eu chamaria mais de desabamento – por ele desde o 8º ano, mas é só quando ele aparecesse que ela resolve entrar no papel de envergonhada e sair correndo.

E depois, quem ela fica enchendo com lamúrias, por não ter conseguido dizer nem 'oi', sou eu.

Não que eu reclame, amigas são pra essas coisas mesmo.

- Além do mais, - continuou ela – olhar não arranca pedaço.

- Ainda bem. – falei sincera. Ninna olhou-me curiosa, mas eu não pretendia responder seu olhar.

É ridículo imaginar isso, mas, eu não gostaria nem de pensar no assunto, quer dizer, se olhar realmente arrancasse pedaços.

Abri meu armário escolar, amontoando os livros da qual eu não usaria mais, retirando os que eu usaria depois, e fechando-o com um pequeno baque metálico.

Estava na hora do almoço, e depois eu teria que agüentar uma aula inteira de trigonometria. Assustador. Eu conseguia ser péssima em trigonometria, simplesmente porque essa matéria é insuportável.

Tudo bem, não tão insuportável, mas terrível, ainda assim.

Eu estava caminhando em direção aos refeitórios, com Ninna ao meu lado, completamente alheia ao meu redor, quando algo que ela falou chamou a minha atenção.

- Quem será esse garoto novo a quem todos não param de falar? – perguntou-se Ninna pensativa.

Tudo bem, quais são as chances? Quero dizer, um garoto novo, nessa época do ano?

De repente, uma única pessoa veio a minha mente...

Não, claro que não, ele não...

Está aqui!

Eu não acredito. Ok, repito, quais ERAM as chances disso acontecer?

Eu acabei de entrar no refeitório, louca de fome – hoje eu não tomei café da manhã -, e a primeira coisa que eu vejo, fez com que meu apetite mudasse. Meu estomago rodopiou desconfortavelmente e uma terrível náusea invadiu meu corpo.

Ali, bem no meio do refeitório, estava ele, com aquele sorriso deslumbrante, aquele jeito terrivelmente galanteador, cercado por uma tropa de garotas, e PIOR - o motivo principal de minha náusea súbita -, ele estava com Lauren Mallory agarrada ao braço dele, toda sorrisos, numa tentativa obvia de conseguir muito mais do que um braço.

Qual é, Lauren Mallory! A vaca número um do colégio, a garota mais fútil, nojenta e ambiciosa que eu já conheci em toda a minha vida!

Senti raiva por tudo aquilo. Raiva, principalmente, de mim mesma, por me permitir ficar irritada com aquela situação. Isso era totalmente previsível.

Todos os caras babavam por ela mesmo quando ela os ignorava, imagina quando ficava 'jogando' charme? E era mais previsível ainda que Lauren fosse se jogar em cima dele. Além de lindo, é rico.

Não que dinheiro importe pra mim, mas, hello?! Nós estamos falando da garota mais fútil, nojenta e ambiciosa que eu já conheci.

Minha vertigem ameaçou ficar pior e eu logo puxei Ninna – que reclamava de fome, é claro – para longe daquele refeitório estúpido.

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Sinceramente, por que eu estou com raiva?

Aqui fora, respirando o ar puro – que de puro não tem quase nada, se é que me entendem – de Londres, observando o belo jardim de uma das melhores instituições de ensino do país; muitos queriam, poucos têm a sorte.

Eu deveria estar feliz. É isso aí, eu estou muito feliz.

- Bella, eu acho melhor você correr, sua aula de trigonometria começa em 3 minutos. – berrou Angela alguns metros de distância de mim.

Ela devia estar indo para a aula de Biologia nas estufas, pra passar por ali. Por que eu não poderia ter aula de biologia agora?

Soltei um baixo gemido de desgosto. Bom, talvez eu não estivesse tão feliz assim.

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- Desculpe o atraso professor! – falei ofegante. Eu havia corrido uns 800 metros de cansativas escadas e intermináveis corredores em menos de três minutos - sem cair nenhuma vez. Isso era um recorde

- Tudo bem, Srta. Swan. – respondeu-me o professore. – Chegou bem na hora. Pode se sentar.

Agradeci dando um pequeno aceno com a cabeça e seguindo até minha carteira conjunta com a de Alice. Sorri como cumprimento ao que ela prontamente retribuiu.

Sentei internamente agradecida, é tão bom poder me sentar. Eu estava cansada, e ainda ofegava fracamente. Corri demais, respirei de menos.

- Qual é o problema? – perguntou Alice naquele tom preocupado dela.

- Nenhum. – falei convicta. Minha respiração estava mais controlada agora. – Eu só perdi a hora e tive que correr um pouco.

Um pouco, ta bom, pensei comigo mesma. Acho que preciso praticar mais atletismo...

Alice abafou uma risada e balançou a cabeça em falsa desaprovação. Sorri automaticamente em resposta e virei minha cabeça na direção do professor. Eu já estava suficientemente perdida em trigonometria para deixar de prestar atenção.

A aula em si, como sempre, foi uma chatice, o que, em minha opinião, é um completo desperdício de tempo. E isso não é só porque eu não gosto muito de trigonometria não. Mas dessa vez eu posso dizer que eu não desgrudei os olhos do quadro, e não deixei de prestar atenção um segundo sequer.

- Isabella Swan arrasando corações. – brincou Alice assim que nós saímos da sala. Éramos as ultimas.

- Do que está falando? – perguntei confusa. E eu estava. Não havia porque essa conversa repentina.

- Do garoto novo. – Ah, ele! Mas, hein?! O que ele tem haver?

Olhei pra ela com espasmo. Não sabia do que ela estava falando, e esperava continuar sem saber.

- Você não o notou? – perguntou assim que viu a confusão estampada em meu rosto.

- Não. – menti. Ela não precisava saber da minha fuga do almoço. Muito menos que esse suposto – belíssimo – garoto era meu vizinho.

- Ele não parava de olhar pra você na aula de trigonometria. – esclareceu ela. O deboche dominava seu tom.

Fiquei olhando pra ela como se ela tivesse bebido. Engraçado, porque eu estava sentido como se eu estivesse bêbada. Meu cérebro começou a trabalhar devagar.

Parecia ter passado um tempão, quando eu podia jurar que havia escutado um 'plin' da ficha caindo dentro de minha cabeça.

Ele estava na aula de trigonometria e eu não vi?

- Como? – perguntei, tentando raciocinar alguma coisa daquela conversa. - Trigonometria?

- É, Bella! – exclamou preocupada. – Edward Cullen estava olhando pra você na aula de trigonometria.

Ela falava lerdamente, dando ênfase a cada silaba, como se estivesse falando com alguém mentalmente incapaz.

E, naquela hora, eu me encaixava nessa descrição.

- Edward Cullen? – repeti o nome debilmente. Eu havia me perdido na parte do "É, Bella".

- É o nome dele. – explicou.

De repente, todas as informações fornecidas por Alice agora adentraram minha cabeça, encaixando com as informações já armazenadas, sobre aquele garoto.

E foi, então, que tudo fez sentido. Ou melhor, não fez.

- Você endoidou! – exclamei aturdida.

Só podia. Era realmente impossível que ele estivesse olhando pra mim. Isso era algo totalmente inviável quando se tem Lauren Mallory como primeira opção.

- É você quem não está raciocinando direito. – ela falou enquanto rodava os olhos. Seu ar era de quem desacreditava que alguém pudesse ser tão tapado...

... Que eu pudesse ser tão tapada.

Mas sejamos racionais: Lauren, além de ser bem mais bonita, era popular.

E além do mais, eu nem gostava dele!

Tudo bem, pode parar de rir agora!

- Veja bem, Alice. – falei pacientemente. Eu esperava que ela entendesse. – Eu não sei se você estava no refeitório na hora do almoço...

- Sim, eu estava. - Ela me interrompeu.

- Então, você viu! – minha voz era de quem falava o óbvio. E eu falava. – Ele tem praticamente a população feminina inteira do colégio aos pés dele.

- E daí? – ela perguntou. Santo Deus! Ela ainda não tinha entendido?

E daí que eu não chego nem perto daquelas meninas que estão na mesa em que só falta ser escrito em letras tamanho extragrande: "Populares".

- E daí que metade dessa população é mais bonita e mais legal do que eu. – falei com convicção.

- Você não se vê com muita clareza não é? – perguntou cética. – A propósito: você está atrasada 15 minutos.

- O quê?! – berrei aturdida, esquecendo completamente sobre o que estávamos falando. Olhei meu relógio de pulso, e, para meu espanto, eu estava realmente atrasada 15 minutos.

Mas foi então, que eu lembrei:

- Espera ai! – acusei. – Você também está atrasada. Sua aula de oratória também já começou.

- Não tem aula de oratória hoje. – ela falou serena com um sorriso brincando em sua face. – A professora faltou.

Mas que mundo injusto!

Senti uma tremenda vontade de soltar um palavrão, mas me contive como a boa menina que sou e me pus, pela segunda vez no dia, a correr feito uma atleta olímpica em direção a minha próxima – e graças a Deus – última aula: literatura inglesa.

Bem, essa não era minha matéria preferida, mas eu me dava incrivelmente bem nela. Podia arriscar dizer que era a melhor da turma, e a professora me adorava, então, não foi nenhum problema – muito grande - entrar na sala sem levar uma bronca.

Isso porque, claro, eu era a garota responsável e ponderada. Então, nesse caso, acho que era algo bom.

O que, em minha total opinião, não era bom, era o fato de eu me achar uma completa estúpida por não conseguir parar de pensar no que a Alice havia me dito.

Era, tecnicamente, impossível que ela estivesse falando a verdade. E mesmo que tivesse, eu nem deveria me importar com isso. Mas - por mais que eu odiasse admitir - eu me importava.

E era realmente humilhante que alguém como ele tivesse esse tipo de influência sobre mim. Não, era pior do que humilhante: era patético, e nem um pouco saudável.

Continua...


Oiii!

Bom, essa é minha primeira fan fic de Twilight, e eu quis abordar um tema de um Universo Alternativo.

Primeiro eu fiz ela Lily e James, do fanfom de HP, mas resolvi mudar, por isso, se houver qualquer detalhezinho errado, desculpem-me.

E foi por pura preguiça, que eu resolvi deixar que ali continue sendo Londres. Espero que isso não vire um problema.

Eu tive essa idéia muito repentinamente, e não queria perdê-la, então, acabei escrevendo e achei que ficou divertida e resolvi postá-la.

A princípio era pra ser uma one-shot, mas mais idéias foram surgindo e ela aumentou só um pouquinho. É para durar uns 5 capítulos, no máximo.

Desculpem por acabar com esse negócio de vampiros e tudo mais, mas eu não queria fazer algo que a maioria já fazia, capaz de ficar muito parecido.

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.

Peço humildemente por reviews, elas me animam muito e me incentivam a escrever. Críticas, conselhos, elogios, são todos muito bem vindos.

POR FAVOR, reviews! :D

XoXo