Mero Acaso

Resumo: Coincidências existem? Ou será que tudo o que ocorre é pura obra do destino? O que realmente pode acontecer quando as circunstâncias pregam peças para que duas pessoas se encontrem? RinSess.

Atenção: Inuyasha não me pertence!

Capitulo Um – "Encontro casual"

Atrasado. Ele pensou, depois de olhar para o relógio no pulso esquerdo. Passou a mesma mão na testa, afastando a franja prateada que caía sobre os óculos escuros escuro que usava. Pisou com mais força no acelerador do carro, passando a quinta marcha e conseqüentemente ganhando mais velocidade. Odiava estar atrasado.

Apertou o freio à contra gosto quando o sinal vermelho do semáforo piscou. Rodou os olhos dourados por detrás dos óculos, afrouxando um pouco o nó da gravata preta. Sussurrou um xingamento quase inaudível enquanto mexia no regulador do ar condicionado para que o ambiente do automóvel ficasse mais frio, e amaldiçoando internamente o calor que aquele dia fazia, deu novamente a partida.

Suspirou cansado, observando alguns prédios da rua que passava, querendo não lembrar que seu destino era do outro lado da cidade. Inútil. Seu cérebro parecia fazer questão de anunciar a todo instante e com total clareza que ele estava atrasado para a sua reunião. Ah! Como odiava estar atrasado.

Era realmente inaceitável que ele, Inokuma Sesshoumaru, um dos mais ricos empresários do Japão, chegasse atrasado numa simples reunião com os investidores. Inaceitável para não dizer ridículo, quando era ele o mais interessado na mesma.

Bufou enraivecido, acelerando ainda mais o carro, o medidor virtual de quilômetros por hora passava rapidamente dos noventa para os cem, dos cem para os cento e dez. O automóvel ultrapassava os demais com total facilidade. Sesshoumaru pouco se importava se estava descumprindo o limite de velocidade ou não, se levaria uma multa ou não. Tudo o que ele queria no momento era chegar logo ao local marcado, acertar os assuntos sobre a empresa e...

Plaft! Pleft!

Ele diminuiu a velocidade automaticamente ao notar algo estranho com carro, que o incapacitava de seguir. Olhou pelo retrovisor vendo o causador do imprevisto: um buraco. Um buraco enorme no meio da pista. Perfeito. Ele pensou com ironia. Era só o que faltava.

O empresário encostou o carro na calçada em frente ao pequeno estacionamento de uma loja de roupa feminina e saiu para ver o estrago. Como esperava seu pneu dianteiro do lado esquerdo estava totalmente sem ar e encostado no chão. E como se não bastasse, não somente o dianteiro como também o traseiro. Perfeito. Dois pneus furados.

Tremenda ironia do destino. Isso não poderia acontecer com outra pessoa? Tinha certeza que isso acontecera só porque ele não podia perder tempo. Claro... Tudo porque ele estava atrasado.

Observou em volta a procura de alguma coisa que lhe pudesse ser útil. Uma oficina ou borracharia... Olhou para o relógio novamente e deixou escapar um leve rosnado. Era incrível! por que ele estava atrasado, o tempo parecia fazer questão de passar mais rápido.

Levou uma mão a têmpora, espantando as gotas de suor que se formavam. Maldito calor; maldito buraco; maldito horário! Sua vontade era de deixar essa porcaria de reunião de lado e não comparecer; ligar para os investidores e mandá-los ir pro inferno. Já não bastava o stress que todos os dias ele passava na empresa e agora tinha que se estressar com uma porcaria de pneu furado e uma porcaria de hora marcada, que por sinal já havia passado há um tempo.

Tempo. Maldito tempo. Porque ele, Sesshoumaru, não podia ter o poder de parar o tempo. Seria tão... Satisfatório em sua vida. Assim nunca estaria atrasado. Ah! Como ODIAVA estar atrasado.

"Hei! Você sabe onde tem uma oficina mecânica aqui por perto?" – ele indagou para um rapaz que empurrava um carrinho de sorvete e vestia uma roupa extremamente colorida, que na opinião do empresário, era ridícula.

"Bom, a oficina mais perto fica a cinco quarteirões daqui" – o rapaz respondeu fazendo uma cara pensativa. Tirou o boné e começou a se abanar, tentando livrar-se do insuportável calor.

Sesshoumaru bufou nervosamente, olhando mais uma vez para o relógio. Observou o rapaz pegar um picolé no carrinho, tirar a embalagem e mordê-lo com gosto.

"E borracharia? Tem?" – ele indagou sem paciência.

"Tem uma depois de seis quarteirões" – ele respondeu, dando outra grande mordida no picolé.

Maldição. Aquele definitivamente não era o seu dia. Olhou de relance para os pneus, mas logo balançou a cabeça, afastando a hipótese de ele próprio trocá-los. Ele poderia fazê-lo, mas perderia muito tempo. E onde ele encontraria outro pneu para por no lugar do outro? Ele só tinha um de reserva.

"Eu bem que poderia ajudar o senhor, mas tenho que trabalhar..." – o sorveteiro comentou, dando a última mordida no picolé.

"Estou vendo..." – Sesshoumaru respondeu, levantando uma sobrancelha com desdém – "Eu também tenho que trabalhar..." – murmurou impaciente, mais para si do que para o outro.

"Xiiiiiii... Está com pressa, não é?" – perguntou o outro colocando o boné na cabeça.

"Sim..." – ele respondeu, afrouxando ainda mais a gravata, sem prestar muita atenção no que o outro dizia.

"Hum... Então por que não pega o metrô?"

Sesshoumaru virou o rosto para o rapaz. Era isso. O metrô. O empresário entrou no carro apressado, sem nem ao menos agradecer o rapaz que já se distanciava pegando outro picolé. Com dificuldade posicionou o carro corretamente no estacionamento da loja pegou a maleta, saiu do carro, trancou-o e começou a correr a procura de uma estação de metrô.

Logo a encontrou. Desceu as escadas correndo, chegou à bilheteria e comprou a passagem.

"Acho bom se apressar... O metrô acabou de chegar..." – disse a vendedora entregando-lhe o bilhete.

Apressar-se. Como se não estivesse com pressa. Ele correu mais uma vez.

Entrou no metrô. Havia poucas pessoas sentadas. Suspirou aliviado e sentou-se. Pelo menos não teria que ficar naquele sufoco de lotação; Pelo menos não por enquanto, ele pensou assim que o transporte começou a se locomover.

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Suspirou novamente. Estava de cabeça baixa, olhando para os sapatos boneca que usava, enquanto caminhava a passos pequenos. Apertou com mais força a alça da mochila que caía sobre o ombro, enquanto balbuciava lamentações quase inaudíveis. Abafou com a mão livre um bocejo e finalmente fixou seu olhar para frente.

Isso era o que dava ficar estudando até tarde. Cansaço e sono. Daria qualquer coisa para chegar logo em casa, deitar em sua cama e dormir. Não estava mais agüentando; seu cérebro quase não trabalhava direito e os únicos comandos que ele conseguia produzir com perfeição eram de locomover e lamentar.

Todo seu esforço de sacrificar a noite anterior não valera em nada. Fora horrível na prova. Horrível para não dizer um completo fracasso. Estudara tanto, se esforçara tanto...

"Pra nada..." – murmurou para si mesmo, enquanto entrava junto com a multidão no metrô, que estava prestes a sair daquela estação. O transporte estava ficando cheio. Várias pessoas apressavam-se para conseguir as poucas cadeiras vagas que ainda restavam. Rin adiantou-se também reunindo forças para manter os olhos abertos e procurar algum lugar vazio. Esticou o pescoço, subindo na ponta dos pés, andou rápido ao avistar uma cadeira vazia ao lado de uma senhora.

Merda. Pensou quando um garoto sentou na cadeira. Suspirou derrotada, e esticou o pescoço novamente para encontrar outro assento. Deu meia volta para procurar do outro lado, mais pessoas entravam no veiculo, enchendo-o pouco a pouco. Droga. Não havia mais cadeiras vagas.

Resmungou baixinho, pela sua falta de atenção. Se estivesse devidamente alerta já estaria sentada a muito tempo, sendo que quando ela entrara ainda haviam cadeiras sobrando. Tudo culpa da maldita prova. Já não bastava ter perdido uma noite inteira e agora teria que viajar até sua casa de pé. Claro que isso não seria problema se ela estivesse descansada e ativa, mas como não estava, tudo o que queria era pelo menos sentar e se possível tirar um cochilo.

Ficou mais uma vez na ponta dos pés, na esperança de encontrar o desejado lugar. Tal foi sua surpresa quando encontrou um no fundo do metrô ao lado de uma janela. Não perdeu tempo, apressou-se em direção do assento, esbarrando em algumas pessoas que estavam de pé, provavelmente desistentes de encontrar algum lugar. Murmurava seguidos pedidos de desculpas, sem desfocar os olhos castanhos da cadeira.

Parou de andar; sua esperança findou quando constatou que havia uma maleta sobre a cadeira. Encarou a figura de cabeleira prateada sentada no assento ao lado, trajando roupas sociais e óculos escuros. Devia pertencer àquele executivo. Será que ele estava guardando o lugar para alguém?

Observou o homem passar a mão sobre as madeixas pratas, enquanto segurava o celular no ouvido. Ele parecia um pouco nervoso. Aguardava alguém? Não custava nada perguntar... Aproximou-se temerosa, enquanto o homem retira os óculos do rosto, colocando-o em um dos bolsos do blaser e enquanto mexia atento no aparelho telefônico.

"Sumimasen, senhor... Tem alguém sentado aqui?" - indagou. Sentiu o ar fugir dos pulmões e um leve rubor nas bochechas quando o homem a encarou. Nunca na sua vida havia visto um homem tão bonito como aquele. Nunca havia visto olhos como aqueles... Dourados, contrastando com total perfeição com os longos fios prateados. Os traços fortes e bem desenhados davam a ele um ar misterioso e completamente... Encantador. Rin se sentiu totalmente desconcertada com o simples olhar do homem que a analisou por alguns segundos; esqueceu completamente seu cansaço e agonia, que deram lugar a uma estranha sensação no peito.

O empresário observou a garota. Seu uniforme azul marinho não deixava transparecer dúvidas de que era uma colegial. A mochila azul - bebê tombava no ombro esquerdo, as meias ¾ brancas quase encostavam à barra da saia, mas terminavam antes dos joelhos, deixando-os a mostra. Os olhos castanhos o encaravam com atenção e expectativa, a espera de uma resposta. Se ele tivesse olhado para ela com mais atenção perceberia que não era apenas expectativa que transparecia no olhar brilhante da garota e sim um certo encantamento.

"Iie..." – ele respondeu num tom indiferente, retirando a pasta do assento, permitindo que ela sentasse.

"Arigatou gozaimasu" – ela murmurou, passando desajeitada por ele e sentando-se timidamente ao seu lado, ainda impressionada com a beleza do homem. Procurou olhar para frente para que ele não percebesse seu acanhamento; ele, por sua vez, pareceu não notar, pois logo colocara o celular no ouvido. Ela repousou a bolsa sobre os joelhos, enquanto soltava outro suspirou de cansaço. Ouviu o homem soltar um xingamento baixo. Arriscou mais uma olhadela, e o viu guardar o celular no bolso e passar mais uma vez a mão no cabelo.

O metrô deu a partida.

Sesshoumaru não percebeu o olhar tímido que a garota lhe lançara. Estava completamente distraído com o horário. Desde que chegara ao metrô tentava falar com os investidores para explicar seu atraso e dizer que já estava a caminho, mas claro que tudo tinha que dar errado. Ele não tinha o telefone dos investidores no celular, estava na agenda. E onde estava a agenda? Esquecera no carro. Saíra tão afobado que esquecera completamente de pegar a porcaria da agenda e pra completar, sua secretária não atendia o maldito telefone, provavelmente aproveitara a saída do chefe para por o papo em dia com as colegas.

Ele tombou o corpo para trás, encostando a cabeça na cadeira e respirou fundo, fechando os olhos para tentar esquecer de todos os seus incidentes naquele dia. O barulho de pessoas conversando chegava aos seus tímpanos, incapacitado de relaxar. Uma estranha sensação o invadiu, como se estivesse sendo... observado.

Abriu os olhos âmbar e inclinou levemente a cabeça para o lado, encarando os orbes chocolates que o miravam. A garota desviou rapidamente o olhar, virando a cabeça para frente; sua face completamente vermelha. Colocou uma mexa do cabelo negro para traz da orelha, envergonhada por ter sido flagrada.

O empresário continuou impassível. Endireitou-se na cadeira desviando também o olhar da garota que agora brincava desconcertada com uma mexa do longo cabelo ondulado. Ela ajeitou a franja negra e olhou-o novamente, mais dessa vez de esgoela. Ele consultava o relógio de pulso.

Rin olhou para o chão, temendo ser pega novamente a observá-lo. Estava totalmente sem graça, por ele ter percebido. Já não bastava ser tímida de natureza, agora estava ainda mais com o flagrante.

Sentiu o cansaço a invadir novamente, levou a mão aos lábios para abafar mais um bocejo e encostou levemente sua cabeça no vidro da janela ao seu lado. Uma soneca até lhe cairia muito bem, depois, quando chegasse em casa, tomaria um demorado e relaxante banho e dormiria a tarde toda; esqueceria completamente da prova e da vergonha que acabara de passar.

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"As portas serão fechadas!" – o empresário ouviu alguém pronunciar. Observou as últimas pessoas, que desejavam descer naquela estação, saírem apressadas do metrô.

Ele respirou fundo, agradecendo internamente por estação que iria descer já estar perto. Pegou o celular mais uma vez e discou o número do escritório, desejando que sua secretária já tivesse terminado a pequena prosa com as amigas e resolvido finalmente voltar ao trabalho.

"Escritório do Inokuma-sama" – ele ouviu a voz da mesma do outro lado da linha.

"Kagome, posso saber onde você estava? Estou a mais de vinte minutos tentando falar com você..." – ele murmurou baixo, mas com frieza; num tom que deixaria qualquer um, no mínimo, intimidado.

"Se- Sesshoumaru-sama... Eu...Eu" – a secretária hesitou, receosa.

"Esquece... Depois falamos sobre isso... Quero que ligue imediatamente para os investidores da reunião que tenho agora, diga a eles que houve um imprevisto com o carro, mas que já estou a caminho, entendeu?" – ele falou simplesmente, sem querer perder mais tempo com a secretária. Tinha que informar seu atraso o quanto antes para que os outros empresários não fossem embora.

"Mas o senhor ainda não chegou? Já faz um tempo que saiu... O que houve com o carro? Não foi uma batida, ne? Kami-sama! O senhor está bem? Está machu...?"

"Imediatamente, Kagome..." – ele falou num tom imperativo, acabando sem cerimônias com a tagarelice da outra.

"Ah... Hai" – ela balbuciou, finalmente se dando conta que o chefe estava com pressa – "Sayonara" – murmurou desligando o telefone.

Sesshoumaru guardou novamente o celular no bolso e cruzou os braços. O transporte deu a partida novamente. Observou desinteressado duas crianças sentadas em dois assentos do outro lado do corredor, brincando alegres com suas bonecas. Arqueou uma sobrancelha, quando elas forjaram um beijo entre o casal de bonecos. Essas crianças de hoje em dia estão cada vez mais espertas... Pensou descontraído, enquanto as duas meninas riram tímidas.

Sentiu algo bater levemente em seu braço. Virou o rosto e observou um pouco surpreso a garota, que estava sentada do seu lado, com a cabeça repousada em seu ombro. Abriu a boca para reclamar, mas calou-se quando ouviu suspiro suave vindo da jovem. Ela estava dormindo.

Fitou-a por alguns segundos, estranhando seu próprio comportamento. Ela era uma bela garota. Tinha traços delicados e até um pouco infantis, seus cabelos negros contrastavam com a pele branca, seus lábios rosados estavam levemente abertos no momento, o que dava a ela um ar sereno.

O metrô deu um sacolejo. Rin acordou abrindo os olhos devagar. Sentiu sua cabeça apoiada em algo macio, diferente da dura janela de vidro. Soltou uma exclamação baixa quando seus olhos se depararam com uma... gravata preta.

Tirou imediatamente sua cabeça do ombro do homem num movimento desajeitado que acabou por derrubar a mochila que estava em seu colo. Mirou totalmente corada os olhos frios e dourados do executivo, que continuava com a mesma expressão impassível que o vira antes.

"Su-su-sumimasen" – ela balbuciou completamente envergonhada – "Eu... Eu... Estava dormindo... Não queria, realmente não queria..." – ela tentava formular uma frase coerente, mas não conseguia. Estava totalmente hipnotizada pelos olhos apáticos do belo empresário.

"Não tem problema" – ele falou indiferente; seu semblante sem se abalar por nenhum segundo, enquanto encarava o rosto vermelho da outra.

"Gomen..." – ela desculpou-se mais uma vez, mordendo levemente o lábio inferior. Estava se sentindo uma completa idiota. Já não bastava ter sido flagrada fitando-o, agora cometera o maior pejo que poderia cometer. Encarava as íris âmbar, se perdendo completamente na intensidade e frieza das mesmas; não conseguia falar nada, não conseguia pensar direito. O que estava acontecendo? Por que estava agindo como uma completa estúpida na frente dele? Porque não conseguia desculpar-se direito? Porque seu coração estava palpitando tão fortemente? Porque não conseguia parar de olhá-lo?

Ele se abaixou por alguns segundos, pegando a mochila que caíra e entregando-lhe. Ela sorriu levemente e corando ainda mais com o ato de cavalheirismo, pegou a bolsa e colocou-a novamente no colo.

"Arigatou" – falou alargando o sorriso. Olhou para a mochila evitando encará-lo. Ele continuou a mirá-la. Desviou o olhar ao ouvir risadas abafadas. Encarou as mesmas meninas que estavam a brincar de boneca, agora observando a cena. Elas comentaram algo entre elas olhando para ele e para a colegial ao seu lado; ao constatar que ele notou, elas coraram e fingiram ainda estar brincando.

Ele rodou os olhos, soltando um suspiro cansado. Queria chegar logo, precisava chegar logo; olhou pela milésima vez o relógio.

A garota acompanhava cada movimento dele. Olhava-o de sorrateiro, temendo ser pega de novo. Mas por mais que tentasse, por mais que quisesse, não conseguia parar de olhá-lo. Aquele homem a havia cativado de uma maneira que ela não conseguia entender. Ele era tão... tão...

"Lindo..." – ela sussurrou inconscientemente. Sentiu-se outra vez encabulada, quando seus olhos se encontraram de novo.

"Disse algo?" – ele indagou simplesmente.

"Eu... Eu não... Não falei nada" – ela respondeu, desviando o olhar logo em seguida. Idiota. Por que não conseguia falar direito?

O trem parou numa nova estação. Ela colocou rapidamente a mochila atrás das costas e levantou. Sorriu levemente quando o viu levantar-se também segurando a maleta.

Ele começou a andar apressado, acompanhando as outras pessoas que desciam naquela estação. Rin seguiu os passageiros até a saída sem desfocar a imagem do homem a sua frente. Ele pareceu nem ter notado que ela levantara também, que ela também desceria ali. Mas por que ele prestaria atenção nela?

Saiu do metrô logo atrás dele. Ele andava a passadas largas e decididas. Saíram da estação se misturando com a movimentada e agitada rua. Várias pessoas andavam apressadas, o inconfundível barulho de cidade grande entrava nos seus ouvidos, mas no momento não estava a prestar atenção em nada; apenas se limitava a mirar a cabeça prateada a alguns passos de distância dela.

O empresário se esquivava habilmente das pessoas tentando ser o mais rápido possível. Amaldiçoou pela centésima vez naquele dia o maldito calor que fazia. Como odiava o calor, como odiava multidão, como odiava atrasos. Afastou a franja dos seus olhos enquanto apressava ainda mais o passo.

Rin o viu começar a andar ainda mais rápido e adiantou-se também tentando não perdê-lo de vista. O que está fazendo, sua menina idiota? Ela não sabia. Mas se sentia completamente atraída por aquele homem. Sorte que sua casa ficava naquela direção. Poderia acompanhá-lo até onde fizesse parte da sua trajetória e...

"Oh! Gomen ne!" – ela ouviu uma mulher pronunciar, quando se chocaram.

"Tudo bem..." – ela responde, sorrindo gentilmente para a desconhecida.

A mulher também lhe sorriu e voltou a andar. Rin rapidamente voltou seus olhos para frente a procura do jovem executivo. Ele desaparecera. Ela parou subitamente de andar, esticando o pescoço para frente, ficando na ponta dos pés; as pessoas desviavam da garota, como se ela fosse um poste no meio da calçada. Cidade grande. Tão grande e movimentada, pessoas indo e vindo, mas nada dele. Ela o perdera de vista.

Suspirou conformada, soltando uma exclamação lamentosa. Nunca mais o veria. Nunca mais.

"Sua baka" – ela murmurou voltando a andar lentamente e de cabeça baixa. Talvez, se tivesse procurado com mais atenção, veria um homem de madeixas prateadas a atravessar a rua junto com uma turba de pessoas apressadas.

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N/A: Olá pessoas! Aqui está outro trabalho meu com o casal Rin/Sess ;D.

A idéia de fazer essa fanfic veio quando eu estava no ônibus voltando pra casa depois do colégio. Achei que ficaria interessante, uma história com acontecimentos do dia a dia e uma relação entre um empresário e uma colegial.:B

Espero que tenham gostado do primeiro capitulo! Mandem reviews, sim? (olhinhos suplicantes -)

Beijos,

Cath Black ;P