Disclaimer: Tudo pertence à J.K. Rowling e a Warner Bros. Esta história é para acrescentar ao mundo que ela criou. Eventuais conflitos são acidentais e ceder a sua realidade (cânon).
Sinopse: Quando éramos deuses, sonhávamos com os gritos de gratidão. Imaginávamos os melhores momentos. Ansiávamos por eles. Fazíamos promessas tolas. Sem fundos. Sem razões.
CAPÍTULO ÚNICO – QUANDO ÉRAMOS DEUSES
Por: Alice Delacour
Vivemos nossos anos dourados. Rimos, dançamos, fizemos história.
Éramos os melhores. Os maiores. Os mais... Incríveis.
Vivíamos pelo momento, não pensávamos no seguinte.
Queríamos a vida, a glória, o louvor. E conseguimos.
Mas não pela maneira que queríamos – "Vou ser o melhor que já existiu!" "Vou ser o maior!" "O mais incrível!".
Sonhávamos com os gritos de gratidão. Imaginávamos os melhores momentos. Ansiávamos por eles.
Fazíamos promessas tolas. Sem fundos. Sem razões – "Eu posso lhe dar o mundo, se quiser".
E queríamos.
Queríamos o mundo. Queríamos tudo.
Queríamos os gritos das multidões, os aplausos, as felicitações.
Queríamos nossos nomes nos livros, ao lado de Merlin e Dumbledore – "A bruxa mais inteligente de todo o século! Estou impressionado, Evans!".
Queríamos nossos nomes no Ministério – "O mais jovem Ministro da Magia Britânico! Parabéns, Potter!".
Queríamos nossos nomes nos jornais – "O jogador de Quadribol mais bem sucedido da atualidade, sucesso Black!".
Queríamos... E queríamos tanto...
E pensaríamos – se tivéssemos a chance – que talvez... Apenas talvez... Não merecíamos tudo o que ansiávamos.
Talvez nosso futuro não fosse tudo o aquilo...
Talvez estivéssemos destinados a outras coisas...
Talvez teríamos algo melhor. Algo maior. Mais incrível.
E tivemos.
As coisas que fizemos – lutamos, choramos, oramos – nos fizeram – e nos fazem – os melhores. Os maiores. Os mais... Incríveis.
Não entramos nos livros do mesmo modo que imaginávamos. Não tivemos nossos nomes escritos no hall da fama do Ministério. Nossos nomes não foram escritos nas colunas esportivas.
Mas tivemos a vida, a honra e o louvor.
Tivemos nossos nomes gritados em plenos pulmões por multidões. Alguns nos amavam. Outros queriam nosso coração.
Fomos os melhores da nossa geração. Vivemos para ser o exemplo. Todos queriam ser nós. Queriam algo de nós.
Fomos os maiores de todos. Nossas realizações foram as que mais marcaram. Todos nos elogiavam. Elogiavam nossos feitos.
Fomos os mais incríveis da Ilha Britânica. Éramos respeitados. Temidos. Amados. Todos louvavam a nós. Chamavam-nos de deuses.
Quando éramos deuses, achávamos que merecíamos tudo.
Quando éramos deuses, acreditávamos que éramos invencíveis.
E continuamos acreditando nisso por muito tempo.
Até um por um de nós cairmos.
E enquanto cada um de nós caía, pedíamos perdão pelo que fizemos. Pedíamos misericórdia pelas nossas ações. Orávamos aos deuses, que, por ironia, nós já fomos.
Não éramos deuses. Muito menos invencíveis. Não merecíamos o que queríamos. E nem queríamos o que merecíamos.
Não queríamos ser lembrados por ter morrido pela paz.
Não queríamos ser lembrados como heróis de guerra.
Só queríamos a glória. Mas às vezes a glória vem de um jeito que não queremos.
Deixamos uma criança sozinha no mundo por causa de nossas ambições ridículas.
Morremos por mesquinharias. Morremos pelo louvor. Pelos gritos da multidão.
Se tivéssemos ansiado menos.
Se tivéssemos sonhado com menos.
Mas no fim... Era nosso destino.
Deuses foram feitos para salvar os mundos.
Salvamos o nosso.
Fizemos nosso papel. Mesmo que morremos para cumpri-lo.
Quando éramos deuses... Éramos apenas nós.
Lily Evans.
James Potter.
E,
Sirius Black.
Apenas nós.
