A Pluma de Maet

(by Mistress Alice)

-Você é a minha vida, sabia?

-Não concordo. Você é a minha. Só amo você mais que tudo.

Então nós rimos juntos. Era um tipo de discussão que ocorria por horas, até um dos dois resolver se insinuar e acabarmos em sexo. Sempre.

Mas ainda assim, eu tenho que ir falar com o Thanatos. Só ele pode me ajudar...

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-Quero um abraço. – E sem eu poder falar nada, Gordon apertou meu corpo contra o dele, com os braços em volta da minha cintura, no dito abraço. Como eu poderia negar?

Virei o meu rosto, segurando o dele para lhe dar um selinho. Amava aquelas atitudes carinhosas dele.

-Faraó, você vai ficar comigo no quarto não é? Preciso trabalhar ainda.

-Sim, claro que irei. – Disse, quando notei que alguém entrou pela porta da sala. Sorri abertamente.

-Oi! – Disse ele, rindo e sorrindo.

-Oi, Said. – Respondi. Não tinha como não dar atenção àqueles olhos claros egípcios hipnotizantes. E acho que Gordon fingiu não vê-lo. Senti-o esconder o rosto nas minhas costas como uma criança tímida. Porém, me pareceu que o clima ficou um tanto vago naquele instante, já que Gordon tinha muito ciúme quando ele se aproximava de mim.

-Senti seu cosmo, vim procurá-lo. Os meninos querem saber se você quer sair hoje à noite para comer comida árabe.

Gordon não se incomodava que eu saísse com os meus amigos. Nosso relacionamento sempre foi sossegado e um tanto quanto... Liberal.

Mas ainda assim, senti meu marido gemer discretamente atrás de mim. Ele reprovou a idéia.

-Sim, aceito. – Notei que o sorriso do árabe se abriu ainda mais.

-Até mais tarde então. –Assim, ele saiu. Said não era um homem inconveniente e não provocava nada de ruim no meu relacionamento. Mas isso não excluía o fato de que eu tinha que respeitar a vontade do meu marido.

-Porra viu.

-Gordon... – Fiz ele me soltar, até que virei parte do meu corpo à frente dele. – Se não quiser que eu vá, eu não vou.

-Você sabe que foi ele convidar na minha cara...

-Não há motivo para ciúme... Eu mesmo vi que me ligaram, mas não retornei.

-Ele é seu ex e te abandonou.

-Gordon, já disse que não é nada disso. Nós precisamos terminar por que ele tinha que morar em outro lugar por conta do trabalho, e o eu não pude ir com ele. – Segurei o rosto dele com ambas as mãos e lhe dei um selinho.

-Ainda não sei se ele merece o meu perdão.

Ele falou muito sério, e eu ri divertido. Meu marido se dói demais com as coisas que acontecem comigo.

-Amor, ele é egípcio também... Tem o mesmo sangue que o meu... É lindo mais do que eu... – Meu tom era um pouco malicioso. Ele não resistia nem ao tom e nem a árabes.

-Não. Você é mais lindo que ele, e eu não sei se faria à três com ele.

-Então vocês deveriam se conhecer melhor. – Meu tom permanecia o mesmo.

-Eu iria enforcá-lo durante um jantar romântico.

-Gordon! – Agora eu estava irritado com aquela teimosia.

-Não sei se tenho uma opinião formada sobre ele.

-É por isso mesmo, deveriam ter se conhecido melhor.

-Você realmente quer isso? – Ele me olhou sério, e vi uma mão dele se aproximar do meu rosto e tocar, com carinho.

-Só não quero que o trate assim. Diferentemente de outros, ele é um ex inocente.

Então o observei ficar em silêncio, até que respirou fundo e me pareceu que ele iria falar.

-Tudo bem... Eu esqueço isso.

-Bem. – Me preparei para poder levantar, e então trazê-lo comigo. – Vou dar uma organizada e então tomar banho para me arrumar.

Ao se levantar, Gordon me enlaçou pela cintura, e começou distribuir beijos pelo meu pescoço.

-Está manhoso... – Continuei, notando a atitude lenta e protetora dele.

-Eu seria capaz de trancar você... No seu quarto... E só eu ter acesso. – Ele finalizou mordendo meu ombro por cima da camiseta.

-Você faz isso só porque eu te acho perfeito. – Dei um suspiro para depois sorrir. – Está bem, gato, vamos subir e fazer sexo.

-Estou ficando cada vez melhor nisso. – Ele riu travesso.

Então me afastei do meu sagitariano, e o puxei pela mão, para subirmos as escadarias até os dormitórios, e por fim, para o meu quarto.

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Notas da Autora:

Pretendia fazer uma história completa logo de cara, talvez com um ou dois capítulos extras, mas como faz tempo que deixei essa história em aberto, resolvi mudar. Manter a história que farei entre eles, mas mudar o esquema. Enfim, mudança feita, para eu não perder a idéia e descartar a história.

Como de costume, Saint Seiya não me pertence, e sim ao Masami Kurumada.

História baseada (como de costume aqui no meu perfil) em jogos de RPG que faço com uma amiga. E como está suficientemente explicado, nesta, Pharaoh de Esfinge e Gordon de Minotauro são casados, mantendo a vida dele como Espectros, e dentro do Castelo de Hades.

Said pertence a essa amiga minha. Além de OC, ele é igualmente egípcio, Espectro e lindo como o Pharaoh (Faraó, enfim), e ex-namorado dele também. Em outras palavras, não use sem a permissão dela. E nem a minha. Ué.

Nota ao título: Faraó possui A Balança da Maldição como golpe, e ao usá-lo, o coração do oponente é pesado em uma balança, na tentativa de ser mais pesado ou mais leve que a Pluma de Maet (Deusa Egípcia da Justiça). Portanto nada mais apropriado a essa história, já que o próprio egípcio fará isso com o seu coração. Ou não...