N/A: Antes do capítulo, cabe aqui, primeiramente, um pedido de desculpas por ter abandonado a fic. Também quero esclarecer que reescrevi o primeiro capítulo. Espero que gostem!
Capítulo 1: O Queijo.
"Não, meninas... Por favor... Eu não posso fazer isso. Não quero ir..." – Choramingava uma ruiva enquanto duas garotas a empurravam para o banheiro e outra olhava a cena com a cara de dó.
Ginevra Molly Weasley, Luna Lovegood Scamander, Rebecca Eve Anderson e Sarah Leah Cooper - ou, respectivamente, Gina, Luna, Becky e Sarah - eram amigas desde os tempos de Hogwarts, quando dividiram o mesmo dormitório na Grifinória, exceto Luna, que pertencera à Corvinal.
No auge de seus vinte e três anos, o mundo bruxo estava em paz desde a derrota de Voldemort por Harry.
Ginny, ruiva de cabelos lisos no meio das costas, se formara na escola de aurores e trabalhava com Harry – seu então noivo – e Ron no Ministério da Magia. Hermione, sua amiga e cunhada, tornara-se professora de Porções em Hogwarts.
Luna, com seus cabelos loiros compridos e cacheados, ainda possuía aquele olhar sonhador característico. Assumira o cargo de editora-chefe na revista de seu pai, O Pasquim.
Sarah, loira e de cabelos curtos, tornara-se enfermeira do St. Mungus. Sempre fora a mais racional das quatro. Apesar disso, sempre acobertava Becky em suas loucuras. Talvez por ser racional demais, apaixonava-se fácil e desapaixonava-se mais fácil ainda. Praticamente toda semana aparecia com um namorado novo.
E Becky, morena de longos cabelos lisos, era repórter do Profeta Diário, responsável pela coluna social, tendo, portanto, passe livre para as melhores festas que aconteciam no mundo bruxo. E ela não deixava de aproveitar nenhuma. Por sua natureza rebelde e desapegada, afirmava ter alergia a relacionamentos sérios. Gostava de experimentar todos os "tipos, cores e sabores" que se oferecessem.
Desde que saíram de Hogwarts as quatro amigas dividiam um modesto apartamento, localizado numa rua bruxa próxima ao centro de Londres.
Com o fim da guerra, Harry decidira assumir o que sentia por Ginny, e, depois de um pedido formal durante um almoço de domingo na Toca, os dois assumiram o relacionamento sério.
Na relação deles, as brigas eram raras, devido às grandes semelhanças de gostos e personalidades de ambos. Quanto ao quesito "cama", não haviam grandes aventuras ou selvageria, como relatavam Becky e Sarah em suas aventuras. Eram românticos e sempre muito carinhosos, mas com momentos intensos e ofegantes, claro. Eram "normais", para Ginny.
Harry propôs casamento à Ginny no dia em que completaram cinco anos de namoro. Ela aceitou, mas, apesar de amar muito Harry e da imensa vontade em construir uma família com ele, esperou estar mais velha e mais estável profissionalmente para assumir finalmente casar-se com ele.
Becky e Sarah achavam o namoro de Ginny sem sal e sem graça, mas apoiavam sempre a amiga. Incentivavam-na a pôr um pouco mais de fogo na relação. Já Luna, sonhadora e romântica, encarava o casal como se fossem os próprios personagens dos contos de fada trouxas.
Finalmente data do casamento fora marcada. Seria dali a um mês. Já estava tudo pronto para a cerimônia e para a festa.
Entretanto, as garotas achavam que ainda faltava algo.
"Não adianta reclamar, Ginny. Você vai ter sim uma despedida de solteira." Falou Becky, autoritária, enquanto tentava convencer, ou melhor, empurrar a noiva para dentro do banheiro.
"Você acha que os garotos não prepararam uma despedida bem animada para o Harry?" Qualquer argumento para convencer Ginny seria válido nesse momento.
Estacando na porta do banheiro, a ruiva virou para as amigas e choramingou:
"Por que vocês acham que os garotos fariam uma coisa dessas?" Uma insegurança tomou conta dela.
"Primeiro, porque são garotos..."
"Segundo, estamos tratando de Weasleys, principalmente o Fred e o Jorge..."
"E não é uma dúvida. É uma certeza. Eles estão preparando essa festa" Luna finalmente se manifestou, fazendo o comentário de forma casual.
A ruiva estava quase aos prantos. Não aguentava imaginar a cena do Harry, seu Harry, no meio de um monte de garotas seminuas, se não nuas, aproveitando-se dele, e até, quem sabe, fazendo coisas que ela sabia que jamais teria coragem de fazer com o moreno.
As três observaram a ruiva muito corada devido aos seus pensamentos e desataram a gargalhar.
"Não importa agora, ok? Apenas confia na gente. Vai logo tomar seu banho enquanto separamos sua roupa e a maquiagem." Concluiu Becky, encerrando o assunto.
Ainda resmungando, porém dando-se por vencida, Gina se dirigiu ao chuveiro. As garotas foram até o armário de Becky para escolher o figurino da noite, afinal, sabiam que no de Ginny só haveria roupas muito comportadas.
Ao sair do banheiro, enrolada na toalha, viu suas amigas sentadas na cama de Sarah. Ao verem-na parada ali, começaram uma intensa movimentação no quarto.
Becky colocou um pacotinho na mão de Ginny e mandou-a vestir, enquanto Sarah retirava a toalha que enrolava os rubros cabelos de Ginny e secava-os com a varinha.
Ao abrir o pacote, Ginny colocou seu conteúdo na palma da mão tentando identificar aquilo que ela julgou ser apenas um retalho de renda.
"Pra que é isso?"
Becky e Sarah reviraram os olhos.
"Tadinho do Harry. Acho que ele nunca saberá o que é uma lingerie descente." Disse Sarah.
"Pelo menos não pelas mãos de Ginny, certo?" Completou Becky, maliciosa, fazendo Ginny corar intensamente com o comentário. – "Vista-se logo. Estamos atrasadas. E não reclame da calcinha. Ela deveria ser vermelha, e não branca. Mas a Luna achou que combinaria mais com sua pureza."
As garotas riram alto, conseguindo deixar a noiva ainda mais vermelha.
Retornando ao banheiro e observando melhor o pequenino pedaço de pano em suas mãos, Ginny conseguiu discernir uma calcinha fio-dental de cor branca e, sem alternativas, vestiu-a. Saiu do banheiro mais corada do que entrara, segurando firme a toalha em volta do corpo.
Não pôde deixar de notar as risadinhas que as colegas abafavam, mas não teve tempo de brigar com elas. Sem ao menos darem espaço para ela reclamar, arrancaram-lhe a toalha e vestiram-na com um vestido prateado. As costas nuas exalavam sensualidade, e as coxas bem torneadas de Ginny ficaram expostas devido ao cumprimento da vestimenta.
Ela se sentia nua.
"Becky, como você consegue usar algo assim?" – Sabia que aquele vestido só poderia ser da amiga. – "Estou me sentindo uma prostituta! Desculpem-me, meninas, mas não vou sair vestindo isso". – Choramingou Ginny
"Ginevra, relaxe. Será uma noite só com. suas amigas, ok?" – Disse Sarah, tentando amenizar a situação e forçando-se a esconder um sorriso maroto.
"Então você deve ter algum fetiche sexual comigo. Se sua intenção fosse ser só "nós", não precisaria de toda essa parafernália." – Ginny fez todas gargalharem, e também não se conteve.
"Becky, se você estiver passando por problemas financeiros, pode nos dizer. A gente te ajuda." – Manifestou-se Luna enquanto observava o vestido que Ginny usava.
"O que você quer dizer com isso, Lovegood?" – Disse Becky estreitando os olhos. "Meu armário está abarrotado de roupas e todas de ótima qualidade."
"Mas tem muito pouco pano aqui. Não precisa fazer tanta economia." – Concluiu Luna enquanto apontava para o vestido prateado, fazendo todas gargalharem novamente.
"E então noivinha, vai nos deixar terminar a produção?" Perguntou Becky, ignorando o comentário da loira e não dando espaço para Ginny apegar-se àquele comentário.
"Ok, ok. Vocês venceram." – Disse a ruiva, enquanto se sentava em frente ao penteador, deixando Sarah cuidar de seus cabelos e Becky maquiá-la.
Ao terminarem, as meninas foram se arrumar também.
A ruiva foi até um espelho de corpo inteiro e observou a imagem ali refletida. Sua pele alva estava exposta pelo vestido prateado, que delineava e acentuava suas curvas. Os cabelos estavam soltos, com cachos nas pontas. A maquiagem consistia de um leve esfumaçado nos olhos e uma boca num tom acobreado. Agradeceu a Merlin por não terem colocado um batom vermelho.
Para finalizar, calçou sandálias pretas de salto prateado, com tiras trançadas nos tornozelos.
Observou, então, suas amigas que também terminavam de se arrumar.
Becky estava com um vestido preto muito justo ao corpo, com um generoso decote. Sarah usava minissaia preta e blusa de seda azul. Luna, saia vermelha de couro e blusa preta.
Quando todas estavam prontas, seguiram até a sala de estar e seguraram um chapéu cafona, a chave de portal que as levaria até a boate que Becky e Sarah haviam escolhido.
Depois da horrível sensação de serem puxadas pelo umbigo, aparataram numa rua bastante movimentada. Viam jovens bruxos de todos os estilos passando por ali. E as quatro não passaram despercebidas. Todos os garotos se viravam para olhá-las ou soltavam alguma cantada enquanto elas passavam, em direção à entrada da boate.
Misty era a casa noturna mais bem frequentada do Sul da França. Tinha a fachada pintada de roxo e um grande letreiro luminoso.
Conferiram seus nomes numa lista que a recepcionista tinha em mãos e, em seguida, entraram na casa.
A música tocava alta, num ritmo frenético e contagiante, sendo acompanhada pelas luzes e lasers coloridos, os quais iluminavam de forma disforme o local. Havia muita gente ali, e passou um pensamento na cabeça de Ginny que a fez parar, no meio do caminho:
"E se alguém me vir aqui e contar ao Harry?"
Imediatamente ela virou-se para a porta por onde acabara de entrar, decidida a ir embora, mas foi impedida pelas amigas.
"Relaxa Ginny. Não tem ninguém conhecido aqui." – Falou Sarah como se lesse os pensamentos da ruiva.
"Esquecemos de te contar, querida, estamos no sul da França, longe de qualquer olhar curioso ou de qualquer conhecido." – Falou Luna parecendo bem animada.
"Preciso de álcool." – Foi tudo o que a ruiva conseguiu dizer.
Estampando um sorriso perigoso nos lábios, Becky as encaminhou até o bar, onde pediu uma rodada de tequilas.
Depois do ritual da bebida, Ginny pediu outra, e as amigas, surpresas, acompanharam-na. Ela já se sentia um pouco alegre.
As quatro garotas se encaminharam para a pista de dança. Começaram se animando e mexendo o corpo com leveza e sensualidade.
Depois de algum tempo, Becky observou o "queijo" no meio da pista, cravado pela barra de ferro de Pole Dance. Uma dançarina, contratada da boate, fazia algumas acrobacias e dançava de forma provocante, enlouquecendo os homens que estavam ali perto.
Mais uma vez com um sorriso fino nos lábios, Becky cochichou algo rápido com Sarah e se afastou. Ginny rolou os olhos, imaginando que a amiga iria começar a atacar, literalmente, os garotos naquela boate.
Algum tempo depois, Becky voltou com um sorriso vitorioso no rosto. Ginny constatou que já devia ter 'traçado' o primeiro.
Quando a música acabou, a voz do DJ se fez ouvir no microfone.
"Boa Noite bruxos e bruxas de todo o mundo. Obrigado pela presença de todos e peço licença à vocês para cumprimentar alguém especial: nesta noite, temos a companhia de uma noivinha em sua despedida de solteira!"
As pessoas vibravam. Ginny corou imediatamente e olhou furiosa para Becky, contendo sua vontade de matá-la, pois, devido às tequilas, não sabia se conseguiria chegar até a amiga para esganá-la sem tropeçar nos próprios pés. A morena tinha um sorriso largo no rosto e as duas outras loiras sorriam também.
"Ela está aqui." – Gritou Luna apontando para a loira.
Um círculo se formou ao redor de Ginny, enquanto um forte holofote era colocado sobre a garota. As pessoas sorriam, aplaudiam e falavam algo encorajador para ela, mas que Ginny não conseguia discernir. Os rapazes sorriam com malícia no olhar.
A voz do DJ voltou a ser ouvida.
"E como é de costume em nossa boate, a noivinha vai para o QUEIJO!"
Todos aplaudiam e vibravam, inclusive as amigas de Ginny, enquanto ela encarava de uma a uma com um olhar suplicante, buscando socorro.
Antes que pudesse contestar qualquer coisa, a ruiva sentiu várias mãos levando-a em direção à plataforma. A dançarina deu espaço a ela e saiu rindo da cara absolutamente apavorada da garota.
Suas amigas apareceram e lhe entregaram uma dose dupla de tequila. Percebendo que não teria escolha, Ginny tomou de um gole só as duas doses e respirou fundo enquanto sua cabeça girava. Era preferível estar completamente embriagada para não conseguir lembrar-se de nada do que fizesse naquela noite.
A música voltou a tocar. Ginny estava parada, com as costas apoiadas na barra de ferro e olhando ao seu redor. Já se sentia completamente tonta, era fraca para bebidas.
Acompanhado dos gritinhos empolgados das mulheres ali presentes, surgiu um dançarino vestido de cowboy, moreno, muito musculoso e sem camisa, apenas com um colete de couro e uma calça muito justa. Subiu junto com Ginny no Queijo e, segurando os pulsos dela sobre a cabeça, começou a dançar sensualmente, uma dança que Ginny definiu como uma dança "pré-coito".
Prensando-a contra a barra, de forma provocante, fez Ginny sentir o volume da calça de couro que ele vestia ser pressionado em sua coxa. Ela sentiu um arrepio de leve subir-lhe a espinha. Virando-a de costas, encaixou seus quadris, forçando-a a dançar sensualmente, junto com ele.
As mulheres do local vibravam com a performance do moreno, e ela pôde vislumbrar suas amigas rindo satisfeitas com o que estava acontecendo. No fim da dança, o homem pôs uma venda nos olhos de Gina e convidou outros rapazes, frequentadores da boate, para dançar com a ruiva.
A essa altura, a bebida já tinha apagado qualquer coisa da mente de Ginny. Ela estava bêbada demais para ter consciência de quem era e excitada demais para recordar-se que era noiva de Harry.
Um loiro alto, forte e de feições afiladas, estava sentado no bar de uma boate quando viu um grupo de quatro belas garotas se aproximarem. Estampou seu melhor sorriso galanteador que, instantaneamente, foi desfeito. Ele conhecia aquelas garotas. Mas não eram conhecidas de suas noitadas.
Observou com mais calma o grupo e, ao ver a ruiva que as acompanhava, soube exatamente que se tratava da namoradinha do Potter, da lunática da Lovegood e de suas amiguinhas do tempo de Hogwarts. Mas o que elas faziam ali, no sul da França?
Ficou atento à conversa que as garotas travavam enquanto tomavam duas rodadas de tequila, e observou-as se encaminharem, logo em seguida, para a pista de dança. Continuou observando o grupo com curiosidade. Talvez pudesse se divertir um pouco àquela noite, já que nenhuma das quatro, inclusive a Lovegood, era de se jogar fora. O tempo tinha feito muito bem a elas.
Ouviu quando o Dj anunciou a despedida de solteira da noiva e, em seguida, viu que apontaram para a ruiva e a encaminharam para o queijo. Então era isso, estavam ali para a despedida de solteira da Weasley.
Um sorriso malicioso surgiu nos lábios do homem. Aquela noite seria especialmente divertida com a presença da futura senhora Potter.
Levantou-se com classe e se encaminhou até a plataforma onde estava a garota, já de olhos vendados.
Esperou o dançarino cowboy sair e subiu no queijo. Fez questão de ser o primeiro a dançar com ela.
Aproximou-se devagar da garota que, instintivamente, ergueu as mãos e apoiou-as no seu tórax, numa tentativa, em vão, de mantê-lo afastado. Pôde senti-la um pouco trêmula. Delicadamente, segurou as mãos dela, colocando-as em volta de sua cintura, e puxou-a contra si. Inalou seu perfume doce, já misturado com o aroma de álcool.
Ao ritmo da música, o rapaz começou a conduzi-la de forma sensual e provocante, arrancando alguns suspiros e arrepios da garota.
Virou-a de costas e pôs a mão sobre sua barriga, puxando-a novamente contra si, sentindo o calor da pele das costas nuas dela contra seu peito, separados apenas pela fina camisa de seda preta que o loiro vestia.
Sorrindo ao sentir a ruiva estremecer mais uma vez com o contato tão próximo dos corpos, o loiro inclinou-se e sussurrou no ouvido dela:
"Boa noite, Ruivinha".
-X-
N/A: Oi genteee!
Quanto tempo, não? Nem me lembro a última coisa que escrevi por aqui.
Enfim, depois de um loooooongo tempo afastada, decidi retornar ao mundo das fics, e nada melhor do que retomar projetos antigos meus que foram deixados pelo meio do caminho.
Peço que tenham paciência comigo, pois a minha vida anda muito complicada, mas prometo que darei continuidade a essa fic.
Agradeço a todas que deixaram comentários aqui na versão antiga, praticamente implorando para que eu continuasse a fic. E foi graças a essas reviews que eu criei vergonha na cara e voltei a reescrevê-la.
Um grande beijo a todas!
Tati Black