Música que que frequentemente ouvi enquanto escrevia

Amour - Rammstein, Sex on Fire - Kings Of Leon, Meds - Placebo, Sally's Song - Amy Lee, Snuff - Slipknot, Stop crying your heart out – Oasis.

Minha primeira reflexão antes de pegar papel e caneta

Mr. World não é um justo psicólogo. É só um pai furioso que te bate mesmo que você tenha a razão.

Introdução

Vamos falar de "protegidos" e "não protegidos".

Protegidos são os que tiveram amor, apoio (seja financeiro ou emocional)e paz. E não protegidos são os que não tiveram.

Não me refiro a sorte. Me refiro a estar "protegido" e "não estar protegido" quando surge um problema. Porque quando surge um problema percebemos se realmente temos alguém, se somos amados, ou se estamos sozinhos.

E se estamos sozinhos, somos desprotegidos. E se estamos desprotegidos, há apenas duas opções: ser forte, ou ser fraco.

Eu estava brincando de caracterizar pessoas e analizar seus comportamentos, como se eu soubesse de tudo e fosse a dona da verdade. Não sei se estou certa ou errada, mas minha humilde filosofia exposta abaixo foi o que me deu base para imaginar todos os capítulos seguintes que escrevi quando tinha apenas treze anos, e segui aos quatorze. Por minha imaturidade quando comecei, sei que muitas coisas poderiam ser melhoradas e que hoje eu saberia expressar muito melhor partes em que eu não tive sucesso fazendo-o, mas para bem ou para mal, eu já considero essa história como um projeto terminado.

Bem... Aqui vai:

Categorias de Desprotegidos

1- Os fortes

a) Fortes que seguem a vibe: Aceitam as coisas como elas são, sendo ou não injusto. Se a glória é dada ao assassino, ao ladrão, ou aos que humilham, se tornarão isso.

b) Fortes que aguentam: Suportam a dor, suportam as injustiças e seguem seu próprio caminho. Costumam ser rancorosos, a terem traumas, e recaídas, tornando-se fracos em ocasiões. As pessoas costumam admirá-los, pois geralmente expõe tudo pelo que hão passado, e mostram sua situação de fortaleza atual.

c) Fortes que se rebelam: Igual que os "fortes que aguentam", mas com uma grande diferença: não se calam. Brigam, gritam, lutam pelos seus direitos, não suportam as injustiças, não se acomodam. Ainda não perderam a esperança de melhorarem suas vidas. Costumam ter um grande coração, a ficarem afetados com o problema dos outros. A maioria deles só quer que as coisas sejam como deveria ser: paz, humanidade, amor, e justiça.

2- Os fracos

Não se escondem. Talvez se esqueceram de irem comprar o tal escudo mágico da fortaleza. Demonstram toda a sua dor e fraqueza emocional. Não sabem como se controlar. São os que mais explicitamente gritam por socorro. É visível. Uso de drogas, dias fora de casa, tentativas de suicidio, comportamentos enfermiços... Muitos chegam à luz através de um doloroso processo, um processo que poderia perfeitamente ser diferente. Quando finalmente encontrarem alguém que lhes dê apoio e se sentirem protegidos olharão para trás. E quando fizerem isso e verem todos os estragos que fizeram, passarão o resto de suas vidas culpando-se, e perguntando-se "Por que eu não fiz diferente, se eu podia?" Eles sabem que tudo poderia ter sido evitado, sabem que tudo poderia haver sido mais bonito e apreciável, se eles houvessem querido. Se eles houvessem pensado, se não fossem tão impulsivos...

No fundo, nenhum desprotegido teve a culpa de seus danos. A culpa foi do conjunto. A culpa foi do mundo, do preconceito, da ignorancia de alguns, da exigência de igualdade para pessoas com situação econômica, emocional, e física diferentes. A culpa foi dos insultos, das gozações, dos julgamentos precipitados, da ruindade de uns que se divertem destruindo os outros.

Todos iguais? Mero conceito equivocado. Ninguém é igual. Não se deve exigir isso de alguém. Não se deve exigir nada de ninguém além de respeito, flexibilidade, caridade e amor. Nada. Porque quando se exige, é quando surgem os problemas.

Quando um "fraco" não tem do seu lado alguém que o ajude, um protegido, ou alguma categoria elevada de "forte", a situação é catastrófica. E se pior que isso, tem ao lado um "forte que segue a vibe"; a situação é desastrosa. Penosamente desastrosa...

Pré-Prólogo

A promessa

Estrondava na sala o barulho da música natalina. A neve caía do lado de fora da casa numa fria manhã alemã. Era dia seis de janeiro. Um dia feliz no calendário europeu, onde os nativos abrem os presentes deixados pelos reis magos, caso hajam sido bons no último ano.

Hoje era um dia especial, para além da ocasião. A família de Georg e de Gustav se encontrava na casa dos Kaulitz Trümper. O produtor David Jost era um novo amigo e, junto de sua namorada, participava da festa.

O cenário musical estava montado próximo à árvore de natal e a banda recém renomeada a Tokio Hotel tocaria em poucos minutos para a alegria dos tão conhecidos convidados.

Havia algumas porções de bebida derramadas pelo chão, laços de presentes e pratos de comida por todos os lados. Os convidados conversavam e alegremente sorriam. Não havia ninguém infeliz aquele dia, ainda que um deles se encontrasse preocupado.

Os gêmeos estavam sentados no sofá. Falavam sobre o contrato que assinaram e sobre como a vida deles mudaria. Estavam entusiasmados, finalmente o sonho seria realizado. Estavam dispostos a dar tudo deles. Mas Bill tinha medo.

"Tom." o mais novo chamou, ficando sério de repente. O loiro ainda tinha na cara resíduos de uma gargalhada antecessora ao chamado. Ele também ficou sério, imaginando o que Bill teria para lhe dizer.

"Hm?" perguntou o mais velho.

"Nossa vida vai mudar de verdade."

"É." Tom concordou como se fosse obvio. Já haviam falado isso um montão de vezes. Ele bebeu um gole da coca-cola.

"Tom." disse Bill, tornando a obter a atenção do irmão. "De verdade." o moreno repetiu, sinalando suas palavras.

"Eu sei, Bill... Sei que é de verdade. Mas a gente já falou que estamos dispostos." Tom suspirou. "Estamos, não estamos?" o loiro ergueu uma sobrancelha, desafiando Bill pela veridicidade do que haviam dito.

"Estamos. Mas eu não estou falando disso..."

"Então do que você está falando?" Tom apoiou o braço no sofá e a cabeça na mão. Seus olhos fixaram em Bill.

"Sobre a gente, sabe?" A expressão de Bill abateu-se um pouco. "Tenho medo da nossa relação mudar."

"Bill..." Tom assentiu negativamente. "É claro que não vai mudar."

"Mesmo?" Bill franziu as sobrancelhas. "Se fizermos sucesso, vai ser muita gente ao nosso redor. Poderemos ter tudo o que quisermos. Todo mundo vai querer ser nosso amigo, todas as meninas nossas namoradas e todos vão tratar a gente bem."

"E qual o mau disso?" Tom sorriu zombeteiro.

"Que você pode se iludir com tudo isso e se esquecer de que quem te ama de verdade sou eu."

"Bill, nós já conversamos sobre isso e você sabe que é você quem me importa."

"É você também quem me importa. Pra mim o mundo inteiro pode se foder se você continuar vivo."

As palavras de Bill arrancaram um sorriso tímido e feliz de Tom.

"Mas eu não quero que você se esqueça disso. Porque hoje eu acordei com um mau pressentimento."

"Qual?"

"Esse. Mas deixa pra lá. Só quero que você nunca se esqueça que sou eu quem te ama de verdade, Tom... Não se esqueça. Nossos amigos sempre nos traíram, nos zombaram e falaram mal da gente nas nossas costas. Nossas ficantes nunca foram sinceras, nosso pai nunca ligou pra gente e nossa mãe também não. Nos cria por criar, nos considera pedra no sapato no novo relacionamento dela."

O loiro suspirou.

"Eu agradeço a Deus por ter você. Você sempre foi sincero e verdadeiro comigo, e eu sempre fui com você. Do fundo do meu coração, eu vou continuar sendo, mano, mas eu preciso que você me prometa que você não vai mudar comigo porque seria a coisa mais triste de toda a minha vida e eu não sei o que me aconteceria se eu te perdesse." desabafou Bill.

"Bill." o loiro pegou a mão do mais novo discretamente. "Tá prometido."

Os dois sorriram.

"Nós vamos começar isso juntos e acabar isso juntos. E ninguém vai nos separar, nem amigos, nem namorada e nem mesmo a banda."

Bill riu. Eles se cumprimentaram com um toque de mãos seguido de um soco. "Eu te amo." declarou Bill.

"Eu também."

"Muito." completou o mais novo.

"Também amo muito."

Bill sorriu, acompanhando o sorriso que Tom já tinha no rosto. "Vamos pra lá conversar com o Georg." chamou Tom.

"Ok."

Os dois se levantaram do sofá e foram na direção do amigo, que falava com Gustav e seu pai.