O DESAFIO 2011 do TOLKIEN GROUP - confraria que reúne gente tão fascinada pela obra de Tolkien que, após devorar filmes, livros e todo material disponível sobre o assunto, continua com fome de histórias relacionadas ao universo que o grande Professor nos legou - este ano toma como inspiração os 10 anos do lançamento do primeiro filme da trilogia de PJ (momento-chave da conjuração deste fanatismo bem humorado mas respeitoso que nos uniu).
Começamos com uma fic de Giby, uma hobbit de Bri em cuja estalagem são contadas as mais divertidas histórias. Essa é uma delas:
Glorfindel no País das maravilhas
Num buraco no chão vivia um hobbit
Era uma tarde ensolarada em Valinor. Glorfindel e Erestor estavam sentados aos pés de um salgueiro.
O Matador de Balrog estava entediado e assistir Erestor entretido em mais uma de suas leituras não ajudava a espantar o tédio.
Glorfindel olhou ao redor na vã esperança de encontrar alguma emoção naquele marasmo.
De repente, uma moita próxima aos elfos começou a se agitar.
Glorfindel levou as mãos à espada pronto para entrar em ação, mas da moita saiu um hobbit; Frodo Bolseiro.
O matador do Balrog não estranhou a presença do hobbit em Valinor, tampouco estranhou ele andar apressado consultando um relógio de bolso e repetindo a frase "Estou atrasado, estou atrasado.".
Estranhos eram aquelas orelhas de coelho e o rabinho de pompom...
'Desde quando hobbits tem rabinhos felpudos saindo dos fundilhos?' Pensou o elfo. Curioso, Glorfindel decidiu seguir o hobbit, afinal Erestor não ia se importar em ficar sozinho.
Frodo correu para um buraco no chão e meteu-se nele. O elfo não pensou duas vezes, meteu-se no buraco atrás do pequeno hobbit.
Era um túnel estreito e comprido, Glorfindel foi obrigado a engatinhar como um bebê para avançar.
"É assim uma toca de hobbit?" perguntou o elfo. "Imaginava que fosse muito mais confortável que isso," completou com desdém.
O túnel virou um buraco enorme e Glorfindel caiu nele. O buraco era muito fundo, parecia não ter fim.
"Era só o que faltava! Me espatifar de novo!" resmungou o elfo.
Ao olhar para as paredes do buraco percebeu que elas estavam repletas de estante de livros.
'Erestor ia adorar cair aqui.' pensou.
Um livro chamou sua atenção o matador do Balrog pegou-o e leu o titulo:
Balrogs alados existem ou serão apenas galinhas flamejantes?
"Hobbits idiotas!" gritou o elfo, ele ai atirar o livro no fundo do buraco. Um sorriso maligno brincou em seus lábios quando imaginou o livro acertando em cheio o cocuruto do Frodo, mas desistiu da ideia, se o livro não acertasse a cabeça do hobbit orelhudo Glorfindel ficaria de péssimo humor, por isso o elfo devolveu o livro no mesmo lugar.
"Como eu consegui fazer isso?" perguntou o Matador do Balrog e, antes que conseguisse achar uma resposta, caiu sentado no chão.
"Que aterrissagem mais indigna! " Glorfindel levantou mal humorado olhou ao redor, estava numa ampla sala com um pé direito enorme e lá em cima, no teto, o buraco por onde caiu.
A sala era bem iluminada com várias portas O elfo tentou abrir porta por porta, mas todas estavam trancadas ou quase todas. Espremida entre duas portas havia uma portinha tão pequenininha que mais parecia a toca de um rato.
"Aposto que essa é a única que não esta trancada," comentou Glorfindel enquanto ajoelhava-se para abrir a porta. "Ótimo! Só ganho aposta quando não tem ninguém por perto para testemunhar."
O elfo deitou no chão para espiar pela porta aberta e viu um belo jardim e Frodo correndo para o horizonte repetindo sua ladainha "Estou atrasado! Estou atrasado!"
Glorfindel levantou irritado. Como um elfo grande como ele iria passar por aquela portinha e, mais importante, como o pequeno hobbit conseguiu passar por aquela portinha? Se conseguisse descobrir como Frodo fez aquela façanha com certeza conseguiria repeti-la.
O elfo olho ao redor e reparou numa mesa, sobre ela um prato com um doce e uma garrafa com um licor rubro.
No doce estava escrito: coma-me e na garrafinha: beba-me.
Glorfindel analisou os alimentos, ele estava com fome e o doce parecia bem apetitoso. Sem pensar duas vezes deu uma bela mordida no doce.
Era doce demais para o paladar do elfo, assim que engoliu ele começou a crescer, cresceu tanto que bateu a cabeça no teto.
O buraco pelo qual caíra estava próximo, mas estava tão pequeno que mal cabia o dedo indicador do elfo.
"Se o doce me fez crescer o licor deve me encolher."
Glorfindel pegou garrafa de licor e tomou todo o líquido, como previsto ele encolheu, encolheu tanto que agora a portinha era um portal. Tão grande que um Balrog passaria tranquilamente por ele.
Cenas do próximo capítulo...
Conversa sem pé em cabeça
Assim que Glorfindel atravessou o portal ele percebeu que estava com um pequeno problema, na verdade pequeno era o problema, ele estava tão minúsculo que o bucólico jardim parecia uma floresta tropical.
"Era só o que faltava! Daqui a pouco aparece um bando de micos leões dourados."
"Aqui não tem nenhum mico," respondeu uma voz misteriosa. "E o único dourado que vi por aqui foi você."
...
