Disclaimer: Bleach e os personagens não me pertencem, mas sim a Tite Kubo.

Bom, minha quarta fic, mas é a primeira que eu posto no fanfiction. Ela é UA, e bom, espero que vocês gostem dela.

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Cap. 1º - Um novo começo.

O dia já estava amanhecendo. Tinha vários tons de amarelo e laranja por todo o céu, por causa do Sol, que estava já estava refletindo os primeiros raios solares.

E lá estava a pequena, enxugando os cabelos das raízes as pontas. Não estava nada ansiosa com o primeiro dia aula na de escola Karakura. A vida inteira, nunca tivera amigos verdadeiros. Aliás, nunca teve amigos. Por mais que quisesse ter, seu jeito nunca foi compreendido pelos outros. E agora, seria diferente? "Não! Eu não preciso de amigos... Afinal, resta pouco tempo! Só preciso agüentar um pouco mais." Esse era seu pensamento. Mas estava errada. Quer dizer, totalmente errada. No fundo sempre quis ter amigos. Só que pelo seu ponto de vista, sempre iria ser ignorada por ser uma garota riquinha. E isso não iria mudar... Nunca.

-Senhorita Kuchiki, está atrasada! – dizia o motorista batendo na porta do quarto.

-Ahn... – acordou de seus "devaneios" com o barulho da porta – Já estou indo. – levantou-se da cama e vestiu seu uniforme. Achou a saia curta, curta demais para seu gosto.

-Se cuida Chappie. – falou a menina dando um beijinho no coelho de pelúcia, se retirando em seguida.

-GOOOOOOOOOOD MORNING ICHIGOOOOO! – gritava Isshin dando uma voadora em seu filho. Mas, acabou indo direto na parede. Seu filho estranhamente já estava acordado, andando por aí.

Na beira do rio, logo de manhã, era possível ver um menino de cabelos laranja sentado. A brisa da manhã agitava aqueles fios espetados. Tinha uma expressão estranha. Não estava nem bravo, e nem feliz. Para ser mais exata, ele apenas observava o rio. Parecia ter uma melancolia naqueles olhos castanhos. O porquê de ele estar ali, agora? Nem mesmo o garoto sabia. Lembrou-se de sua mãe e resolveu dar uma volta, e acabou parando justo ali. Justo naquele lugar onde sua mãe havia vivido os últimos segundos de vida. Balançou a cabeça, tentando afastar tais pensamentos. Mas era impossível. Naquele dia, não parava de chover. As coisas aconteceram tão rápido. Segundos atrás estava sorrindo com sua mãe ao lado, e em um piscar de olhos, o sorriso transformou-se em pequenas e insolentes lágrimas. Não paravam de cair; uma após a outra, depois outra e outra. Só que não podia culpar-se a vida inteira. Deveria pensar em outras coisas. Coisas de um adolescente normal. Mas Ichigo não era igual aos outros meninos de sua idade. Digamos... Ele não era tão tarado. Sim, pensava em garotas, só que nunca quis aproximar-se dela. Era tímido demais. Quer dizer, o que o impedia de chegar perto delas, já não era mais a timidez. Ainda não havia achado a garota certa, que abalara seu coração. Definitivamente, quem iria se apaixonar por um ruivo chato, feio, bobo, bravo, azedo, mal humorado, baka e tapado? "Pare de pensar nessas coisas!". Consultou o relógio sem seu pulso, para ver que horas eram.

-Nossa, estou atrasado! – tomou um susto, estava atrasado. Levantou-se e pegou seu material. Começara a correr que nem um maluco pela rua.

-Chegamos senhorita Kuchiki. – anunciou o chofer abrindo a porta do carro.

-Obrigada. – de lá, saiu uma pequena garota. Olhou o colégio. Até que era grande. "Agüente firme Rukia!" falava para si mentalmente. Soltou um suspiro e começou a caminhar. As pessoas a olhavam torto. Algumas meninas cochichavam entre si, o que de certo, deixou-a irritada. "Só por alguns tempos... Tenho que agüentar até lá". Cerrou os punhos nervosa. Começara a subir a escada. De repente, sem querer, trombara com alguém, o que fizera com que caísse sentada no chão.

-Me desculpe... Eu... - o que era aquilo? A menina a sua frente. Tão pequena. Os olhos azuis como o mar e os cabelos negros. Aquela pele, que parecia de porcelana. O ruivo ficara de boca aberta. Nunca tivera visto algo assim... Delicado. Tentou falar, mas as palavras não saíram. Estendeu a mão a ela, para que se levantasse.

-Eu que peço... Desculpas... – a última palavra saiu muito baixo, o que fez com que o menino a sua frente não escutasse. Aqueles fios espetados laranja. "Diferente". Foi essa a primeira impressão que teve. Ele parecia totalmente diferente dos outros meninos que já vira. Pegou aquela mão que estava estendida a sua frente e levantou-se com cuidado, sem tirar os olhos daqueles olhos castanhos claros. –O-obrigada. – falou quase que num sussurro. Não soube de onde arranjou forças para pronunciar aquela palavra.

-Não foi nada... – aquele toque em sua mão. Sentiu seu coração pulsar fortemente. Aquela sensação. Nunca tivera sentido antes. Era algo totalmente novo. Era uma sensação agradável. – Eu... Eu preciso ir. – disse igual a um robô. Estava totalmente perdido naqueles olhos azuis. Parecia até estar se afogando naquela imensidão azul.

-Eu também. – deu um pequeno aceno e virou-se em direção oposta ao garoto. Começou a caminhar pela escola sem rumo, totalmente perdida. "O que foi aquilo?". Levou sua mão até o coração. Batia totalmente acelerado. Conseguiu, pela primeira vez, dar um sorriso sincero, sem ao menos perceber.

Ichigo subia lentamente as escadas. Ainda estava perdido, pensando naquela garota. Nunca ninguém havia mexido tanto com seus... Hormônios?! Talvez, mas já não eram mais os hormônios, os sentimentos também estavam misturados. "Para de pensar naquela... Qual era o nome dela mesmo?" havia se esquecido de perguntar o nome dela. "Seu burro!". Xingava a si mentalmente. Havia ficado tão distraído naqueles olhos azuis lindos.

-ICHIGOOOOOOOOOOOOOOOO! –gritava Keigo animadamente como sempre. O ruivo nada respondeu, estava totalmente perdido em seus pensamentos. Na verdade, estava ocupado demais pensando nela.

-Bom dia Kurosaki-kun! – falava Inoue alegre como sempre e ao lado de Tatsuki.

-Ahn... Bom dia. – acordou de sua 'pequena transe' e sentou-se em seu lugar. Estranhamente, deu um pequeno sorriso, de modo que a sala inteira não entendeu nada.

-ICHIGOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Keigo tinha um sorriso malicioso no rosto – Que cara de lesado é essa? Já sei! Encontrou alguma garota bonita por aí, né? – disse dando um tapinha nas costas do 'amigo'.

-Hum... Não enche Keigo. – falou em um tom sereno. Até Inoue que é meio avoada percebeu alguma coisa de diferente.

-I-I-Ichigo! Você não me bateu! – tinha lágrimas nos olhos – Isso significa que-- nem terminou de falar e levou um soco.

-Estou um pouco distraído, só isso. – fechou o semblante, ficando com aquela expressão azeda e mal humorada de sempre.

-Alunos cretinos! Sentem em seus lugares agora, a menos que queiram repetir de ano! – dizia a professora normalmente – Felizmente temos uma notícia hoje.

Ichigo não estava nem ai para o que a professora dizia ou fazia. Simplesmente observava as coisas do lado de fora da janela. Queria ao menos, tentar pensar em outra, sem ser ela.

-Hoje temos uma aluna nova, para os alunos tarados darem em cima dela. – deu um sorrisinho e olhou para Keigo – Ela irá se juntar a nossa turma, até vocês, alunos cretinos, se formarem e forem embora me deixando em paz!

-Gota na cabeça de todos

-Pode entrar Kuchiki Rukia.

-Bom dia pessoal. – disse com uma voz falsa e enjoada. Nenhum menino piscava. Aquela garota era tão...

-"Droga! O que ela fez que até a voz dela eu estou escutando..." olhou para frente e se deparou com aquela garota. Ela tinha olhos azuis, pele parecida com porcelana, baixinha e cabelos negros. "Aqui...". Novamente, aquela sensação voltou e tomou conta do corpo do garoto. Não conseguia falar nada, estava em estado de choque. Por que, aquela simples menina mexia tanto com ele?

-Pode sentar-se ao lado do Kurosaki. – ao olhar para o garoto, sentiu suas pernas tremerem. Estava nervosa? Não! Com certeza não... Se conheceram a apenas alguns segundos atrás.

-"Kuchiki Rukia é? Diferente..." – pensou ele. Acompanhou com os olhos aquela menina sentar-se ao seu lado.

-Bom dia. – sussurrou para o menino.

-B-bom dia. – ele não soube de onde veio coragem para falar alguma coisa. Estava com uma cara de bobo. Lesado, para ser mais exata. Nos primeiros minutos, não acreditou que eles eram da mesma saca... Coincidência demais? Quem sabe. Mas, pela primeira vez, havia gostado de ter ido para a escola. Logo, Ichigo percebeu sua cara de lesado, e fechou o semblante, ficando mal humorado como sempre.

Durante a aula, ela não se atreveu a olhar para o lado, mas sabia que estava sendo olhada, de forma que sentiu suas bochechas queimarem levemente.

O ruivo sempre dizia que não iria olhá-la, mas sempre desviava seus olhos castanhos naquela pequena criatura "delicada". A cada minuto que passa os corações se afligem. Parecia que o tempo não passava o que os deixavam nervosos. Finalmente para alegrias de todos, quer dizer, indivíduos impacientes, o sinal do intervalo tocou.

-"Por que o Kurosaki-kun está assim? Será que eles..." – pensou a ruivinha, com uma certa melancolia nos olhos. Sabia que não era correspondida. Sabia exatamente disso, mas não queria acreditar. Ou pelo menos, fingir não acreditar.

-ICHIGOOOOOOOO! – disse Keigo rodopiando pela sala, com um lanche em suas mãos.

-O que? – perguntou mal humorado com sempre.

-Você viu a nova aluna?! – seus olhos brilhavam – Ela não é linda?

-Tanto faz. – virou o rosto.

-Como assim, 'tanto faz'? Hei... Espera Ichigo, não me deixe falando sozinho aqui! – começou a correr atrás do ruivo.

A pequena apenas seguia cada passo do garoto com aqueles imensos olhos azuis, sem sair do lugar. Por um momento pensou em falar com ele, mas... O que acharia dela? Provavelmente muito atirada. Resolveu então descer logo para o pátio. Na verdade, estava com medo. Medo daquelas pessoas esquisitas, olhando igualmente a ela. Respirou fundo e começou a caminhar. Pelos corredores só dava para ouvir risadinhas maliciosas, ou simples olhares de inveja, por parte das outras garotas. A cada passo que dava, pareia que seu corpo ficava mais pesado. Cerrou os punhos nervosa. Felizmente, para a alegria da garota chegou ao pátio. Quer dizer, infelizmente. O número de pessoas que a encaravam triplicou, para o desespero dela. Suas pernas começaram a tremer, elas não queriam se mover. Por sorte, avistou um grupinho de garotas sentadas que eram de sua sala. Uma daquelas garotas avistou Rukia, que deu um pequeno sorriso no canto dos lábios e um aceno, mas a garota virou o rosto, deixando a pequena sem graça.

-Hunf – virou o rosto Michiru – Aquela aluna nova acha que já somos conhecidas. – comentou com o grupinho de garotas.

-Será que não deveríamos chamar a Kuchiki-san para lanchar conosco? – perguntou Inoue, sorrindo alegremente como sempre – Ela parece ser tão legal, e está sozinha. – lamentou.

-Não! – protestou uma das meninas – Não viram a pose dela de riquinha? Até parece que ela iria querer ser amiga da gente.

-Mas... – Inoue ainda insistia.

-Não se preocupe Orihime. – Tatsuki a acalmou – Acho que agora ela já tem com quem conversar. – apontou para a garota.

-Kurosaki-kun... – conseguiu murmurar. Por que daquele sentimento? "Será que..." – Quem bom que ela tem alguém para conversar! – forçou um sorriso e continuou a comer um de seus lanches malucos, porém, não tirava os olhos deles.

Depois de ser totalmente ignorada por uma das garotas, Rukia decidiu sentar-se na grama. Agora ela tinha mais certeza do que nunca, que nunca teria amigos. Lamentou-se por isso alguns minutos. "Eu não preciso delas... Afinal..." – seus pensamentos foram interrompidos por um barulho. Não ousou olhar para trás, mas sabia quem era.

-O que está fazendo aqui? – perguntou seca.

-Rukia?! Como-

-Não deveria ser Kuchiki para você? – mais uma vez fora grossa. Não queria ter dito aquilo, mas saiu sem querer.

-Nossa... Eu venho aqui ver como você está e é assim que me responde, baixinha? – respondeu bravo. – Eu nem deveria me preocupar com você!

-Então... O que faz aqui ainda? – ainda estava sentada de costas para ele, com as pernas estendidas. Num movimento, encolheu-as encostando em suas coxas, fazendo com que sua saia se levantasse um pouco e quem visse, tivesse uma bela visão.

-Ora, sua... – olhou para a menina a sua frente e sentiu suas bochechas queimarem levemente. Agora tinha uma boa visão. Aquelas pernas. Aquela pele que parecia de porcelana. É tão... Dá vontade até de... Tocá-la. "Ichigo! Você não é igual ao seu pai e nem ao Keigo!" – gritava mentalmente consigo, mas não conseguia desviar seu olhar.

-Ainda está aí? – não ousou olhar para trás, para a sorte do garoto que estava corado.

-Por que você é assim? – perguntou se sentando ao lado dela.

-Assim como? – fitava os próprios pés.

-Parece que quer manter as pessoas afastadas de si. – encolheu as pernas e as abraçou.

-É... – estava sem respostas. Como ele sabia tantas coisas sobre si, apenas conversando alguns minutos? – É impressão sua.

-Deve ser isso, - suspirou – Você é só uma tampinha magrela e chata.

-Como é que é? – encarou o garoto cheia de raiva – Seu moranguinho azedo!

-Mo o que? – ficou irritado com aquele xingamento – Sua-

-ICHIGOOOOOOOOOOO! – gritou uma garota que pulou nas costas do garoto, que caiu.

-O que foi Lumi?! – perguntou um pouco bravo se levantando.

-Você é muito mau, Ichigo! Eu só vim aqui falar oi para você, e é assim quem fala comigo?! – virou o rosto e fez bico.

-Desculpe... – falou um pouco sem jeito, colocando uma das mãos naqueles cabelos laranja.

-Hum... – olhou para o ruivo e viu uma criatura pequena ao seu lado – E quem é essa aí? – apontou para a pequena.

-É a nossa nova colega de classe, baka!

-Ah sim! – deu um sorriso meio sem graça – Eu sou Nekuzama Ayumi, mas pode me chamar de Lumi, Kuchiki-san! – disse a garota com as mãos atrás das costas e dando um sorriso amigável para Rukia.

-Prazer, Ayumi... Digo, Lumi-chan. – deu um sorriso para ela.

Lumi era um pouco mais alta que Rukia. Tinha cabelos castanhos escuros, um pouco mais compridos que os de Chizuru. Tinha duas mechas verdes que vinham da nuca, e na frente, duas enormes pontas. Seus olhos eram cinza marejado, bem claros. Estava sempre usando maquiagens de cores fortes. Hoje a cor de sua sombra de olho era verde, com lápis preto bem forte e rímel azul. Nos lábios, tinha apenas um gloss um pouco rosado. Suas unhas estavam pintadas de laranja e usava uma faixa de bolinhas no cabelo. Nas meias, invés de usar pretas ou brancas como todas as outras garota, usava meias listradas verde e rosa. Isso a diferenciava das demais garotas. Ela não era delicada. Estava sempre colorida e alegre. Mas ao mesmo tempo, poderia ser vingativa.

-E então, você tem quantos anos, Rukia? – perguntou sentando-se ao lado deles. Ou melhor, entre eles.

-Tenho 15, por quê? – estranhou.

-Por que parece que você tem 10 anos! – respondeu Ichigo sarcástico.

-Humpt! – cruzou os braços brava – Melhor do que aparentar ter 50 anos como você! – mostrou a língua.

-Ora, sua baixinha... – virou o rosto em direção oposta a ela.

-Morango azedo! – retrucou.

-Baixinha! – gritou.

-Morango! – também estava gritando.

-Gota.

-Acalmem-se, por favor! – pediu Lumi.

-Eu vou para a sala, já que o sinal tocou. – a pequena se levantou extremamente irritada e saiu andando.

-Eu também vou. – disse o ruivo se levantando e ajudando Lumi a fazer o mesmo. – O que foi? – perguntou olhando para a garota, que não parecia nada alegre.

-Estou de olho em você, baka! – disse brava.

-O que eu fiz? – não entendeu.

-Não pense que você está livre de mim tão cedo, hein? – dito isso, colocou suas mãos no rosto do ruivo e o aproximou do seu, fazendo seus lábios se tocarem.

-Lumi... – ruborizou levemente – Será que não entendeu? Eu gosto de você, mas-.

Nem conseguiu terminar de falar, foi interrompido por mais um beijo. Ichigo tentou resistir, mesmo sabendo que aquilo era errado. Não podia deixá-la mais iludida, mas não conseguiu resistir a aquele beijo. Colocou suas mãos na cintura dela, e abriu lentamente os lábios, dando abertura para algo mais profundo. Ficaram uns minutos alheios ao mundo e por fim, se separaram ofegantes.

-Acho melhor... Nós irmos para... A sala de aula. – disse o garoto, voltando ao controle de seu corpo e de suas ações.

-É mesmo. – concordou um pouco sem graça e saiu correndo, deixando o ruivo perplexo para trás.

-Essa garota. – murmurou para si. Enquanto caminhava d volta para a sala, lembrou-se de como conheceu aquela garota. Há mais ou menos um ano atrás, foi a uma festa de aniversário de Keigo. E se arrependeu profundamente por isso. Lá, os garotos o forçaram a beber vodka, deixando-o embriagado. Depois de um tempo, a garota apareceu na festa. Era prima de Keigo. Eles começaram a conversar, e como ele já estava bêbado, não conseguiu responder pelos seus atos e beijou a garota. Nos mês seguinte, ela havia se mudado para a sua escola. Não que ele fosse gay, mas não gostou de tê-la beijado. Além de quê, não sentia nada a mais por ela do que uma simples amizade.

Ao chegar a sua classe, percebeu que todos riam da sua cara, mas não sabia o por que.

-Alunos cretinos! Não riam do Kurosaki, só por que ele decidiu passar batom! – disse a professora séria, repreendendo os alunos.

Ichigo não sabia onde enfiar a cara. Rapidamente limpo os lábios. Ficou um bom tempo se perguntando como aquilo teria acontecido. Lembrou-se de ter beijado Lumi. Olhou para ela com o canto dos olhos, deixando-a sem graça.

Finalmente, o último sinal tocou, para a alegria do garoto que não agüentava mais ouvir risadinhas e piadinhas maldosas sobre o ocorrido mais cedo. Saiu apressado da sala, sem se despedir dos amigos e viu uma pequena andando solitária pelo corredor.

-Hei Kuchiki. – chamou a garota, correndo atrás dela.

-Ah, é você. – encarou o ruivo.

-Por que você saiu rápido da sala? – estranhou.

-Não sei... Tenho a impressão de que todos me olham de um jeito estranho. – cabisbaixa.

Não sei por que. – bufou – Você é uma garota igual a todas as outras.

-Hum... – "Igual a todas as outras... Isso que eu queria ser". – Obrigada.

-Pelo que? – não estava entendendo.

-Nada... Você nunca entenderia... – levantou a cabeça e forçou um sorriso no canto dos lábios.

-Kuchiki, você é maluca, sabia? – disse brincando. Aquele sorriso, mesmo sentindo que era falso, de alguma forma, confortou seu coração.

-Pode me chamar de Rukia se quiser.

-Hum. – terminaram de descer as escadas. A garota se sentou em um banco que tinha na frente da escola, esperando pelo seu carro.

-Até amanhã, Rukia. – continuou a caminhar, sem olhar para trás e pegou seu mp³.

-Até amanhã, Ichigo. – despediu-se do garoto e ficou esperando o chofer, que não demorou em chegar. No caminho inteiro ficara calada, apenas observando a paisagem e as pessoas pela janela.

-Chegamos senhorita Kuchiki. – disse o chofer abrindo a porta e ajudando a garota a descer.

-Obrigada. – agradeceu gentilmente e subiu correndo até seu quarto. Chegando lá, a primeira coisa que fez foi tirar os sapatos e se jogar na cama, abraçando o Chappie.

-Sabe Chappie – disse com um meio sorriso e aqueles olhinhos quase se fechando de sono – Acho que eu vou gostar dessa escola. – depois disso adormeceu, com a brisa da tarde entrando pela janela e agitando suas mechas de cabelos negros.

Continua...