«...corria o mais que conseguia. Um momento de hesitação e era o meu fim. Eles eram rápidos, mas eu era mais ágil. As caixas que tinha derrubado, deram-me algum tempo. Mas não me podia deixar enganar, pois não seriam uns meros caixotes que iriam travar Devoradores da Morte.»
Da janela, as pessoas parecem-nos apenas pessoas. Para quem as vê, são apenas transeuntes, que caminham sem sentido, sem rumo, sem direcção. Ou assim pensamos nós. Desde boas a más pessoas, das mais apressadas às mais relaxadas, passando por pobres e ricos… feiticeiros e Muggles. Sim, porque nem a 5th Avenue escapa à magia, às roupas exuberantes e excêntricas e às varinhas que insistem em sair timidamente dos mantos.
«Mais uma vez ia sendo atingida por um feitiço de Atordoar. Não fossem os meus rápidos reflexos e todo aquele treino, e já tinha cedido à muito. A princípio fiquei surpreendida com o número de Devoradores da Morte que tinham enviado para me capturar. Mas no final, acho que até mereço o esforço. Desde as minhas últimas revelias, tinha-me tornado bastante perigosa para o Senhor das Trevas. Tinha-me colocado, não só a mim, mas também à minha família e amigos mais próximos, em grande perigo. Tinha sido bastante imprudente.»
Cada pessoa é uma história, as histórias são feitas de pessoas. O que nos rodeia, é o que nos molda. O que pensamos faz de nos o que somos, assim como os nossos actos, as nossas acções e escolhas. Quando se escolhe atravessar um oceano de uma ponta à outra, tudo toma outro rumo, mesmo sem querer. Pode-se dizer que foi a partir desse momento que começou a história delas.
«Eu era assim mesmo. Gostava de viver no limite. Era rebelde e mesmo sem dar um passo atraía sempre o perigo. Não me calava perante uma injustiça e não coibia de dizer o que pensava. Mas toda esta rebeldia teve o seu preço. Por vezes perdia o controlo da razão, tornando-me mais obsessiva e caprichosa. Nunca me arrependia das opções que tomei, e muito menos me arrependi daquilo que disse, mas pelo caminho perdi muito…»
