O Ministério dos Imbecis adverte: Um imbecil escreveu isso quando não sabia mais o que fazer com o tema "leite".
Não existem níveis seguros para o consumo destas substâncias. Favor proceder com cautela. Não nos responsabilizamos por nada, exceto, pela imbecilidade.
E descobri que o Byakuya é meu bode expiatório. Temas insanos? É com ele.
Fanfic participante do concurso Queen of Hearts. – Porque Jlucas e Kurama tão ficando fodinhas. XDDD
Leite tipo A
- Heh. Você bebe leite tipo A.
- E isso é um problema exatamente porque...?
- Não é um problema. Só que combina com você, sabe? Esnobe e tal.
Byakuya quase, por muito pouco mesmo, não acabou jogando o maldito cestinho de compras em Ichigo.
- Porque, bom, sejamos francos, leite é leite. Tipo A, tipo B... São só desculpas pra te fazer pagar mais por uma coisa que tem um "tipo A" no rótulo.
- O sabor dos diferentes tipos de leite, segundo me consta, diferem bastante devido aos diferentes processos realizados. Isso sem mencionar a evidente qualidade superior de um produto que é pasteurizado imediatamente antes de ser embalado e distribuído.
- Eu não acredito que vocês dois conseguem discutir por causa dos tipos de leite. – comentou Rukia, massageando a ponte do nariz para evitar a enxaqueca – Sério. Daqui a pouco vão discutir sobre o papel higiênico.
- Não há o que discutir sobre essa questão, Rukia. É mais do que evidente que o de folha tripla com relevos e aroma de lavanda é o mais adequado.
Houve um silêncio extremamente constrangedor naquela fila para o caixa.
- Claro, porque até a merda de um nobre tem que ter um destino grã-fino.
- Sua rudeza é atroz, Kurosaki Ichigo. Alguém poderia imaginar que entre usar um produto com qualidade evidentemente superior em detrimento do que, na melhor das hipóteses, – nisso Byakuya tomou um rolo de papel higiênico do carrinho que Ichigo empurrava e ergueu-o de maneira bastante visível – é mais adequado para lixar cabeças de pregos.
- Até hoje eu nunca ouvi queixas de sua parte, Byakuya.
Os pedestres pararam de falar, consternados. Alguns clientes deram meia volta e decidiram que não precisavam comprar nada hoje.
- Um bom convidado jamais comenta sobre o estado das instalações de seu anfitrião, não importando o quão deploráveis elas se apresentem.
A explosão súbita de reiatsu sacudiu latas e pacotes nas prateleiras.
- Ah, é mesmo? Então, senhor "Leite tipo A", saiba que não será mais convidado para essas "instalações deploráveis" tão cedo!
Renji queria morrer. Rukia estava tentando desesperadamente tirar o amigo de dentro do freezer.
- Renji, se quer um sorvete, escolha como uma pessoa civilizada, usando o tato e não o paladar ou o olfato. – Byakuya comentou, sem olhar para o seu fukutaichou – E, Kurosaki, se assim desejas, ótimo. Eu e meu leite tipo A podemos tranquilamente encontrar novas instalações aqui em Karakura.
- Che. Já vai tarde.
O capitão e o shinigami substituto se entreolharam por alguns instantes, ambos com profundas expressões de desprezo em suas faces.
- Isso não é uma ameaça vazia, Kurosaki Ichigo. Eu falo sério. Ou você se desculpa ou...
- Bom, então me desculpe por dizer que você é um esnobe que toma leite A. Porque, evidentemente, você não é.
Os postes da rua sentiram a agulhada daquela ironia bem aplicada.
- Ahm... Me desculpem, mas os senhores podem passar as compras agora? – o valente caixa tentou agilizar o serviço antes que o gerente se recuperasse do choque de ver dois homens discutindo sobre leite e instalações em altas vozes dentro de seu querido mercado.
O pobre caixa soltou um ganido ao receber a carga total de ira contida, desprezo e "inseto prepotente, não é capaz de compreender que estamos tendo uma discussão importante aqui?" de um Kuchiki irado.
- Assim seja, Kurosaki Ichigo. Este esnobe, como tão habilmente descreveste, levará seu leite tipo A para alguém que saiba apreciá-lo verdadeiramente, sem as limitações de uma criação inferior e sem os prejuízos derivados do uso prolongado de produtos de terceira categoria. Longa vida, francamente. – encerrou Byakuya, com um olhar de nojo para o carrinho de Ichigo.
- O que há de errado com o leite longa vida?
- Além de ser submetido a uma fervura drástica, que corrompe o sabor e o aroma, além de matar quaisquer tipos de microorganismos benéficos? Nada.
Alguns clientes discretamente colocaram suas caixinhas de leite de volta na prateleira e se dirigiram pesarosos ao freezer que continha as garrafas de leite A.
- Nossa. Como você entende tanto sobe leite? – perguntou Ichigo, nitidamente surpreso.
- Shihouin Yoruichi era deveras pedante a esse respeito. Talvez "neurótica" fosse um termo mais adequado, no entanto.
Ichigo riu.
- Eu não consigo imaginar Yoruichi-san sendo neurótica.
- Acredite, você não quer. Um ataque de cólera como aquele foi o suficiente para os traumas de uma vida inteira.
Renji e Rukia pareceram entrar num consenso quanto a vergonha extrema que estavam sentindo e saíram de dentro do freezer com um pote de sorvete cada um.
- Então... Você não vai passar as compras pelo caixa?
- Sim, claro. – comentou Byakuya – A não ser que queiras ir antes?
- Não, eu... esqueci uma coisa lá atrás, eu já volto.
O capitão deu de ombros e chamou a atenção do caixa, que chorava agarrado a um maço de cigarros bastante deformado, e começou a tirar suas compras de dentro do cestinho. Levou alguns minutos até que o pobre estivesse em condições de fazer qualquer coisa, o que Byakuya suportou com paciência aparentemente infinita. Nesse meio tempo, Ichigo estava de volta (os demais compradores que estavam na fila estavam transtornados demais para erguer acusações contra o suposto fura-filas).
- Pronto.
-... Porque trocaste seu leite longa vida pelo tipo A? – perguntou o capitão, arqueando uma sobrancelha inquiridora para Ichigo e fazendo metade da fila atrás dele soltar gemidos de susto.
- Bem... Se você diz que é melhor e Yoruichi-san também... Quem sou eu pra discutir?
- Entendo. Então a opinião de Shihouin Yoruichi vale mais do que a minha?
- Bom, claro que sim. – ouviram-se súbitas golfadas de ar sendo inaladas, provavelmente devido ao pavor – Afinal, ela foi sua mestra; nada mais certo que ela saiba das coisas.
Byakuya piscou.
- Sua lógica é, na pior das hipóteses, assombrosa, Kurosaki Ichigo. Mas não pense que eu vá trocar de papel higiênico.
Nisso. Ichigo ruborizou-se a ponto de competir com os cabelos de Renji.
- Ehm... Eu... Na verdade... eu peguei um pacote desses. Tentar não vai doer, não é?
- Não, não vai. – o sorriso do lorde Kuchiki causou três ataques cardíacos nos demais compradores.
Omake 01
Rukia se jogou contra as pernas de Renji para evitar que ele se atirasse de cabeça no meio da rodovia movimentada que passava na frente do mercado.
- Qual o problema dele? – perguntou Ichigo.
- Não faço a mínima idéia. – disse Byakuya, quase revirando os olhos. – É assombroso presenciar tal comportamento espasmódico. E que mal lhe pergunte, você lembrou de pegar as cerejas?
- Em calda, da marca mais cara. Isso você me ensinou bem. – disse Ichigo com um sorriso.
Para espanto dos dois, Rukia soltou as pernas de Renji e começou a soluçar.
Omake 02
- Sinceramente, Renji, se você quiser morrer atropelado, ótimo. Mas poupe o orgulho combalido de Gotei 13 de ver um de seus fukutaichous nocauteado por uma... lambreta. A pobre menina deve ter se machucado mais do que você.
- Mil...mil...desculpas, Kuchiki-taichou. – disse Renji, se segurando para não gemer de dor.
- Que seja. Agora, vamos, antes que o leite estrague.
Byakuya teve que jogar Renji contra a calçada para evitar que mais lambretas fossem atacadas.
Omake 03
Renji e Rukia caminhavam a frente (tecnicamente Renji mancava) de um casal aparentemente muito feliz, com direito até mesmo a risadinhas de cumplicidade e outros ruídos insanamente pegajosos e constrangedores.
- Não olhe para trás, não olhe para trás, não olhe para trás!...
E então um som de algo sendo lambido.
- HEEEEIIII!!! PORQUE VOCÊ FEZ ISSO!!!???
- Senti vontade. Suas orelhas são deveras atraentes, Kurosaki. E... apesar da possibilidade de parecer um esnobe, temos que lembrar de comprar cotonetes amanhã.
- HIC! HIC! HIC! HIC!
Ehm, sim, era isso. Quase mais omakes do que fic.
(aparece o Gaguinho)
