Eu me inspirei na música Silent Wish, do Rock Musical Bleach, para escrever esta singela fic! Espero que gostem!
Aquelas belas pétalas róseas caíam sobre o gramado da mansão. O branco daquela neve realçava impecavelmente aquela pele e aquele olhar tristonho. Mirei durante dois anos, aquela mesma face, a qual raramente cedia a um sorriso.
Fingindo ser fria, você é a mais apaixonada que todos
Você não é alguém que eu possa odiar.
Aquela depressão consumia aquela criatura devido à morte de um ente querido durante aquela sangrenta batalha, Kurosaki Ichigo. Aquele garoto foi um obstáculo na minha vida, que afastou minha valiosa irmã de meus braços e minha proteção. Eu olhava para aquele rosto, eu via minha amada Hisana olhando docemente para mim, mas aquilo não passava de uma simples ilusão. Era Rukia e seu jeito gracioso e nobre de ser. Antigamente, o amor fraterno era o mais provável. O que era para ser um simples amor que um irmão sentia pela sua irmã, transformou-se em uma chama inapagável e incontrolável em meu ser.
O delicado aspecto dos seus olhos abrange este desajeitado eu.
Aproximei-me daquela figura. Estava debaixo de uma cerejeira. Seu gentil olhar refletia naquele límpido lago. Ao ver meu reflexo, sua feição altera-se.
- Nii-sama? – olha em direção aos meus olhos.
Sento-me ao lado dela. Aquele estranho olhar me incomodava, aquela sensação de ser uma pessoa estranha me consumia.
- Não me olhe desse jeito, Rukia.
- Minhas sinceras desculpas, Nii-sama. – abaixa a cabeça.
- Também não precisa fazer esta reverência comigo. – digo colocando a mão direita em seu queixo fazendo-a olhar para mim.
- Ahm, sim. Perdão. – diz voltando em sua posição de início.
- Algo a perturba? Ainda é aquele garoto?
- Não. Eu já me acostumei a não ter mais o Ichigo por perto, apesar das saudades que ainda sinto dele.
- Então por que ainda estás com esta feição tão abalada?
- Eu ando meio confusa, com os meus sentimentos. – passa a olhar para mim. – Eu ando meio estranha ultimamente, quando, eu...
- Sinta-se livre para falar. – pego naquele gélido par de delicadas mãos. – Não me esconda nada.
- Quando eu olho em seus olhos, meu mundo parece mudar de alguma forma. Suas palavras e seus olhos me transmitem muita vontade de viver e a feição de seu rosto me imprime uma certa paz que nunca havia sentido antes. Eu acho que... Estou apaixonada.
Naquela noite em que nós conversamos e revelamos nossos sentimentos.
Ele não vai mais desaparecer.
Aquelas gentis palavras, aquela feição desesperada e aquele brilho nos olhos. Havia algo a mais ali que fez aquela minha chama interior acender-se ainda mais.
- Minhas sinceras desculpas, Nii-sama. – levanta-se rapidamente com um líquido cristalino escorrendo em seu pálido rosto.
- Não. – seguro seu braço.
- Nii-...
- Não quero que vá, por favor. – digo levantando-me.
Aproximei-me dela, limpei aquelas lágrimas e fitei-a profundamente.
- Não precisa ficar desse jeito. Eu também sou louco por você, Rukia.
Aquelas enormes safiras brilharam meigamente para mim.
Tudo está sumindo.
Mas no segundo em que nós desaparecermos, eu quero olhar para o mesmo céu.
Sorri docemente para aquela, garota? Não, mulher. Para mim, mulher soa independência, força, perfeição e poder. Garota soa imprudência, inexperiência e incapacidade, coisas que jamais vi em Rukia.
Eu aprecio muito o milagre que eu...
Fui capaz de encontrar em um canto desse mundo.
Palavras não podem descrever meus sentimentos.
Ela aproxima-se ainda mais de mim e envolve seus esbranquiçados e frágeis braços em meu peito e meu pescoço, enquanto eu envolvo meus braços em sua delicada silhueta. Selamos um beijo abrasador, prazeroso e especial. O vento parecia ficar mais forte, mas ao mesmo tempo delicado. O próprio vento ficou encarregado de jogar aquelas pétalas sobre nossas cabeças. Não, definitivamente não era mais Hisana e nem a minha irmã que estava aconchegada em meus braços, era Rukia, a mulher que transformou meus sentimentos e acalmou a minha angústia.
Desejo silencioso.
Vamos arremessá-lo ao vento.
