Fanfic escrita para o projeto Because Slytherins do it Better do forum 6v.
A caixinha de música
Jóias, bonecas, tiaras, roupas caras, tudo inapropriado, embora ela gostasse. Ela era uma criança, ora essa. Com suas pintadas unhas cor de rosa rasgou o papel de um dos últimos presentes. Revelou-se uma caixa pequena de madeira. Pansy olhou intrigada e a depositou com cuidado sobre a mesa da sala. Sentada no sofá, admirou os desenhos entalhados a mão sobre as superfícies da caixinha e pintados na cor prateada contra o fundo escuro desta. Draco percebeu que seu presente estava sendo aberto e sentou-se ao lado dela. Theodore e Blaise, que conversavam com ele, saíram da sala e foram para os jardins, onde a festa de aniversário acontecia para os adultos.
-É o meu presente - ele falou. - Não vai abrir?
Pansy abriu ansiosa a caixinha. Uma pequena bailarina que parecia feita pérola estava deitada sobre um espelho, como se dormisse. A tampa da caixa não se separava totalmente desta, formando o cenário, um palco de teatro, com cortinas azul-marinho que se abriram revelando pontinhos luminosos que piscavam aleatoriamente. A bailarina começou a se levantar graciosamente e quando ela pôs-se de pé, uma melodia suave veio de baixo da superfície do espelho. Draco viu os olhos de Pansy brilharem ao acompanhar os passos e saltos que a bonequinha dava sobre o espelho. Ela ficou com os olhos presos àqueles passos de dança até o momento em que a música cessou e a boneca fez uma reverência, anunciando que ia voltar a descansar. Pansy fechou a caixinha e desviou os olhos ainda brilhantes para o rosto de Draco.
Agora estavam sozinhos na sala, as outras crianças decidiram ir para fora também.
Pansy estava encantada com o presente, o melhor que recebera hoje, no seu aniversário de doze anos.
-Foi você quem escolheu?
-Foi - Draco mentiu.
Claro que ele não escolheria uma coisa dessas. Ele nem sabia muito bem qual era a graça das caixinhas de música, mas era bom saber que Pansy gostara dessa. Fora sua mãe que escolhera e Draco podia jurar que aquele fora o melhor presente de aniversário que Pansy recebera.
Ela sorriu e dobrou um joelho, para se sentar virada para Draco.
-Obrigada. Foi o melhor presente que eu recebi hoje.
Ele sorriu com um canto da boca ao constatar que era verdadeiro o que pensara. Sua mãe sempre escolhia os melhores presentes.
Pansy tocou a mão dele e Draco sentiu sua mão gelar debaixo da mão quente dela. Nervoso, pensou em algo para dizer, mas antes que ele fosse forçado a dizer qualquer besteira - porque só isso passou por sua cabeça -, foi salvo por sua mãe, que entrava na sala. Narcisa não reparou o olhar estranho que Pansy lançava ao seu filho, e se reparou, fingiu que não. Chamou o menino para irem embora e Pansy pareceu decepcionada. Narcisa voltou para o lado de fora da casa para se despedir das outras damas presentes no verdadeiro acontecimento social que era o aniversário de uma criança de família nobre.
Os dois estavam sozinhos mais uma vez. Draco olhou para Pansy, havia algo de esperançoso no olhar dela, ou talvez fosse o verde claro do vestido que se refletira em todo o rosto dela. Suas mãos ainda se tocavam e ele tinha que sair dali. Era incômoda a situação e ele não queria demonstrar que não sabia muito bem o que fazer.
Parou de olhar o rosto dela esperando por uma reação dele e puxou a mão para perto de si, fazendo Pansy deslizar a dela de volta para sobre sua saia. Num gesto quase automático, ela começou a desfazer e refazer o laço que ficava na altura da cintura do vestido.
-Tchau Pansy. Feliz aniversário. - Ele disse pondo-se de pé.
Ela não ficou de pé, nem esboçou muitas reações. Apenas lançou a ele um olhar decepcionado e continuou a brincar com o laço.
Ele sentou-se de novo. Mais perto dela. Isso a fez parar instantâneamente o que fazia com as mãos. Ela ficou estática, apenas seus olhos se moveram para ver o que ele faria. Então Draco pousou rápido os lábios na bochecha de Pansy. Ela corou e ele também.
Levantou-se e rapidamente saiu da sala, deixando-a para trás com um sorriso bobo no rosto. Estava apaixonada.
