Título: Despedaçando
Par: Lucius x James / Remus x Sírius / Severus x Lucius
Gênero: Romance / Drama / DeathFic
Agradecimento Especial: ao Designer J pelas informações que eu precisava a respeito da época dos Marotos, sem ele, não teria saído essa estória.
Aviso: Harry Potter e personagens pertencem a J. K. Rowling todos os direitos reservados. Fic sem fins lucrativos.
Classificação: Slash / Yaoi / Homem x Homem
Contém Spoilers.Nota da Autora:
Devo esclarecer que esta é uma fic paralela à Incógnito. Nesses capítulos, descreverei o relacionamento de Lucius Malfoy e James Potter, como se conheceram e o motivo que levou o patriarca dos Malfoys a odiar os Potters e os trouxas, até sua ascensão como Comensal da Morte. Depois terá Lucius e Severus.
Eu fiz questão de separar Despedaçando da fic Incógnito, pois tem muita gente que não curte muito Lucius, Severus e James. Para não comprometer a leitura então achei melhor separa-los.
Não segue o livro original e muitas coisas eu alterei para se encaixar no contexto, portanto, se diferenciará em muitos aspectos. Então, é uma Realidade Alternativa que resultará no óbvio, caso contrário, Harry Potter não existiria como Harry Potter e nem existiria Draco Malfoy.
Só lembrando.
Não interfere em Incógnito, e também não é interferida por ela, sendo assim, não há necessidade de ler. Caso queira, sinta-se à vontade, pois ela pode até complementar sobre a vida e alguns acontecimentos relacionados aos pais dos rapazes.
Boa leitura.
Capítulo 1 – Novos Alunos
James Potter estava apoiado um braço na janela de sua cabine e olhando distraidamente a paisagem passar apressada. Ao seu lado, com a cabeça encostada em seu ombro e dormindo tranqüilamente estava Lily Evans, um livro aberto caído em seu colo. No banco a sua frente estava Sírius Black, seu melhor e inseparável amigo, Remus Lupin, seu apoio nos momentos mais difíceis e Peter Pettigrew o complemento da turma.
Estavam no trem que levava a Hogwarts e era o início do sexto ano, e só mais dois anos e estariam formados, já pensava em aceitar ser um jogador profissional de Quadribol e representar a Inglaterra mundo afora, pois era a coisa que mais sabia fazer, senão a única, do jeito que era atrapalhado.
- Aqui está monótono, irei ver quem estão nas outras cabines, já volto – comentou Peter antes de deixar os amigos e sumir pelo estreito corredor do trem.
- Realmente está chato – declarou Sírius com ar enfadonho. – Que tal a gente bolar algo pro seboso? – disse retirando da capa um livro de capa de couro vermelho desbotado e dando um sorrisinho a James.
- Não seria nada mal – comentou o rapaz. – Será no Salão Principal?
- Não no Salão Principal, hoje é começo de aula e Dumbledore estará mais atento que em qualquer outro dia, resumindo, ele não tolerará nossas brincadeirinhas inofensivas logo de cara. Que tal algo para o primeiro dia de aula, na sala do professor de Feitiços?
- Falando em novos alunos – interrompeu Remus. – Eu soube que terá alunos transferidos de outras escolas.
- Oh! É verdade – concordou James. – Eu li algo no Profeta Diário.
- Sim, e terá alunos até de outros países, pelo que me disseram. Bruxos importantes que se mudaram para a Inglaterra com a expansão bruxa de nosso país e investimentos altos. – complementou Remus.
- Estrangeiros? Isso será divertido! – Sírius sorriu.
A conversa sobre esse fato tomou suas mentes até chegarem ao destino. Desembarcaram na estação e logo foram empurrados para as carruagens que levariam ao castelo, enquanto os alunos mais novos eram guiados para os barcos.
Depois de todo o percurso e se acomodarem em seus dormitórios na Torre da Grifinória, foram anunciados que eram para descerem ao Salão Principal para o banquete de boas vindas e a seleção dos novos alunos.
Na mesa da Grifinória, assim como em todo o salão, o assunto era o mesmo – a vinda dos novos alunos transferidos. Não era comum isso, portanto, todos estavam eufóricos, pois pelo que escapou dos professores, entrariam alunos do quinto, sexto e sétimo ano escolar. E todos os adolescentes estavam ansiosos por rostinhos novos e atraentes para conhecerem.
Dumbledore ergueu-se e confraternizou como de costume, falando palavras de afeto, agradecimentos e atenções em relação às normas escolares. Dito seu discurso, e com o chapéu seletor em seu lugar na frente de todas as mesas, ele acenou para que viessem os alunos a serem selecionados.
Primeiramente viera a fila dos alunos novos. Garotas e garotos espantados, olhando ao teto encantado e às velas suspensas por magia, olhares assustados ao amontoado de pessoas em cada mesa olhando para eles em silêncio enquanto um por um eram chamados e obrigados a sentarem na cadeira e aguardar o chapéu a lhes indicar suas novas famílias, seguidos de aplausos.
Meia hora depois, o último aluno foi selecionado e Dumbledore ordenou que entrassem os transferidos. Nessa hora, todas as cabeças curiosas, se voltaram à porta onde uma fila de cerca de vinte alunos adentravam até perto da professora com a lista em mãos.
- Finalmente – murmurou Sírius, tentando ver alguém interessante para atazanar.
- Até que são bastante. Quantos entrarão no sexto ano? – perguntou baixinho James, observando os novos alunos no geral.
Lily o cutucou nas costelas. – Não esqueça que sou sua namorada. Nem tente encontrar alguma outra estrangeira por aí.
Remus sorriu com o comentário ciumento e a submissão de James. Olhou a todos os novos alunos sem muito interesse, mas alguém, no fundo, ocultado pelos demais o chamou a atenção, só que não conseguia ver quem era na posição que se encontrava.
O primeiro foi chamado e todos viram uma garota de longos cabelos castanhos e olhos cor de mel que viera da França sentar na cadeira e colocar o chapéu. Ela era muito bonita e a maioria dos rapazes, e algumas garotas, estavam torcendo para que caísse em suas Casas. O chapéu prontamente gritou em alto e bom som – Lufa-Lufa, sétimo ano.
Aplausos e alguns assobios vieram em seguida. Depois foi a vez de um rapaz negro, que viera da África do Sul, parecia muito centrado e rico, pelas vestes. O chapéu mal encostou em sua cabeça e já o selecionou – Corvinal, sexto ano. Realmente ele transparecia muita inteligência. Mais aplausos.
Depois de alguns outros, finalmente viera a tal pessoa que Remus tinha tentado ver. A professora chamara claramente pelo nome.
- Lucius Malfoy transferido da Sibéria, sua vez – e indicou o acento.
O rapaz passou pelos que ainda faltavam ser chamado com passos firmes e andar elegante, cabeça erguida, sem um pingo de constrangimento ou vergonha, como se tudo pra ele fosse natural. Essa postura que intrigou Remus desde o início. Alto, de cabelos de um louro tão claro, quase platinados e longos, que se prendiam num baixo rabo de cavalo em fita preta. A pele tão clara se destacava às vestes preta em detalhes prata, com a capa a esvoaçar ao redor de seu corpo conforme caminhava e sentava. Segurando delicadamente as bordas do chapéu e o olhando com interesse, que jurava que o chapéu corou, se isso era possível, o posicionou na cabeça. O chapéu Seletor soltou um suspiro e se derreteu na cabeça loura, mas logo se recompôs ao ser encarado com reprovação pela velha professora.
- Sonserina, sexto ano! – ele falou então e a mesa mencionada rompeu em aplausos.
Pelo jeito, o rapaz já marcava presença. Deixando cuidadosamente o chapéu em seu lugar, o futuro sonserino seguiu à sua mesa e foi recebido pelos alunos do sexto ano, que prontamente abriram espaço para que se sentasse.
- Mais um sonserino – reclamou Sírius olhando ao outro lado do salão.
- Ele parece... Diferente – James comentou casualmente enquanto olhava o loiro.
Remus observou a familiaridade como ele tratava os outros sonserinos e como os outros o tratavam. – Ele parece conhecer Hogwarts e seus companheiros do sexto ano. – comentou.
O restante foram selecionados, sendo que ao final, apenas dois alunos foram para a Sonserina, e cinco para a Grifinória, o restante se dividiram entre a Corvinal e Lufa-Lufa.
Primeira aula, Feitiços com o mais velho professor da escola.
Os cinco amigos seguiam pelo corredor muito animados, certamente planejando algo maléfico para certo sonserino, e vejam só, primeira aula junto com a Sonserina, para deleite de Sírius Black.
Mais a frente dos grifinórios, estava certo rapaz de cabelos negros caindo até a altura do queixo, andando a passos rápidos e abraçado seus materiais como com medo de perde-los.
- Bom dia seboso! – gritou Sírius pelo corredor dando uma risadinha maliciosa.
O sonserino olhou de esguelha por cima do ombro, os fios a tampar-lhe a face e ignorando, passou a caminhar mais rápido, se enfiando na sala de Feitiços e se sentando em seu lugar ao fundo, sempre sozinho, perto da parede.
Em seguida entraram os Marotos e se sentaram não muito perto do alvo, mas também não muito longe, apenas a distância suficiente para uma brincadeirinha.
Um pouco antes de começar a aula, entrou Lucius Malfoy e se sentou ao fundo, perto do isolado sonserino, mas com a distância de uma cadeira. Também ficou isolado e sozinho, o que fez Remus erguer uma sobrancelha.
"Ante-social?" – pensou.
- Sejam bem-vindos! – cumprimentou o professor aos novos alunos. – Hogwarts é maravilhosa e tenho certeza de que todos vão adorar! – seus olhinhos passaram a cada rosto novo, parando no semblante fino e delicado do rapaz aristocrático e soltou um sorriso. – Oh! Lucius Malfoy! Que bom tê-lo de volta à nossa escola!
O que era suspeita, se transformou em verdade. Então, o loiro realmente já conhecia Hogwarts e a turma de sexto ano da Sonserina. A Grifinória começou a cochichar, também não entendendo nada.
- Obrigado... – agradeceu modestamente num tom suave.
- Ele já estudava aqui? – James perguntou o que a maioria dos alunos estavam querendo saber.
- Sim... O senhor Malfoy iniciou as aulas em Hogwarts, até completar o quarto ano, mas depois, por motivos de negócios de seu pai, mudou da Inglaterra com a família. E vejam, depois de um anos, eis que retorna! – era impressão sua, ou o professor parecia... Encantado?
Era impossível, batucava Remus e James. Como não se lembravam dele? Era muito improvável não deixar de notar alguém como ele. Apesar que os Marotos prestavam mais atenção em vítimas mais divertidas, como Snape.
No meio da aula, Sírius aproveitou a distração do professor, e com um movimento de varinha apontando para os materiais do seboso, sussurrou:
- Waddiwasi! – e os livros voaram contra o corpo do sonserino, fazendo com que caísse de sua cadeira, espalhando os pergaminhos e sujando-se de tinta.
A sala caiu em gargalhadas, quando Snape se levantou irritado, o cabelo pingando tinta e parte do rosto manchado.
Sírius não se agüentava da cara de Severus, o olhando com ódio. Debruçou-se sobre a carteira enquanto segurava o estômago de tanto rir. A maioria dos alunos até choravam achando graça da carranca de Severus.
- Silêncio! – exigiu o professor, sem perceber que fora uma arte dos garotos grifinórios.
Mais uns minutos de risadas, e logo, os alunos voltaram a atenção à aula. Severus recolheu seus materiais e sem esperar pelo fim da aula, saiu da sala em passos pesados.
Lucius olhava para porta, onde o sonserino acabava de sumir, e depois, olhou para Potter e Black. Lembrava-se que esses grifinórios atazanavam Severus Snape desde o primeiro ano. Balançou a cabeça e voltou a anotar sobre a aula de hoje.
No almoço, Sírius comentava e ria com os amigos, da reação do seboso. Nunca se cansaria de perturba-lo. Olhou para a mesa da Sonserina e não viu Snape. Certamente estava enfiado em algum outro lugar. Sempre antipático até com os próprios sonserinos.
Snape estava sentado perto do lago, comia uma maçã enquanto lia seu livro de Poções. Não havia ninguém por perto e achava melhor ficar longe dos outros, que adoravam tirar com sua cara. Mas a raiva ainda o consumia. Fechou o livro com um baque e passou a vista pelo redor, tentando se concentrar, ao invés de ficar se remoendo por causa daquele estúpido grifinório.
Ao longe, avistou uma figura alta e de longos cabelos platinados, que voavam junto com a capa negra. Conhecia aquela figura de longe.
Lucius Malfoy...
Lembrava-se quando o conheceu como se fosse ontem. Estava sentado num dos vagões do trem para Hogwarts, última cabine, sozinho, como sempre, enquanto as demais cabines estavam abarrotadas de gente, rindo e conversando alegremente, se conhecendo e fazendo novas amizades. Se importava com isso, sempre se importou, mas era algo rotineiro, ser deixado de lado, ainda mais quando não se conhecia ninguém ali.
As pessoas iam mais pela aparência. Grudando naqueles que tinha feições atrativas, sorriso explícito ou bom de conversa. Tudo que ele não era ou possuía.
Cinco minutos de viagem, quando sua cabine se abriu, fazendo com que erguesse os olhos do livro que estava lendo, para se deparar com uma criatura alva e delicada como uma aparição.
- Posso ficar aqui? As outras cabines já estão lotadas. – viera-lhe a voz suave, ainda infantil.
- Se quiser... – deu de ombros, voltando os olhos para o livro.
Mas não continuou a ler, prestava atenção naquela figura loura. Os cabelos eram lisos e chegavam até o ombro, tinha uma franja que lhe escondia os olhos num rosto oval, bem delicado. A pele era tão branca, que se confundiria com a neve. Viu quando se sentou a sua frente, a capa preta se espalhando ao seu redor e erguer seus olhos claros, num azul acinzentado reluzentes em sua direção.
- Qual o seu nome? – a voz suave e baixa se fez ouvir novamente.
- Severus Snape.
- Sou Lucius Malfoy. Prazer em conhece-lo – disse a criatura, estendendo uma delicada mão de dedos longos.
Severus ficou chocado e apenas retribuiu o gesto por impulso, sentindo os dedos frios contra sua mão quente. Aquela criatura era um menino? Jurava que era uma menina. Nunca tinha visto um menino tão franzino, e tão delicado como uma garota. Lucius era baixo, mais baixo que ele próprio e tão magrinho que a capa o cobria quase por completo. Então, se sentiu mais feio do que nunca. Voltou a enfiar a cara no livro, evitando olhar para seu acompanhante.
Lucius realmente sabia ser educado, e não o atrapalhou mais, já que estava lendo. Ou melhor, fingia estar lendo. Passados alguns minutos, olhou por cima do livro e viu como o menino apreciava a paisagem, cabeça erguida, nariz empinado e modos frios. O que era até estranho, vindo de uma criança. Sua postura autoritária não combinava nada com seu corpo infantil.
- O que está lendo? – o olhar azulado se direcionou aos seus.
Severus quase engasgou, pego de surpresa, mas não deixou ser notado. – Hogwarts, escola de magia e bruxaria.
- Você não fala muito não é? – Lucius inclinou levemente a cabeça, para um lado, enquanto o analisava.
Snape apenas negou com a cabeça e Lucius buscou sua bolsa, a abrindo e retirando um livro de capa de couro desbotado.
- Tome – ofereceu ao outro.
- O quê? – Severos ficou confuso, mas não pegou.
- Estou te dando, já que você gosta de ler. Se chama: A Arte de Criar Poções, talvez te agrade.
- Em troca de quê? – perguntou desconfiado.
- Em troca de me poupar essa leitura e o peso desse livro em minhas bagagens – esclareceu num vago sorriso de escárnio, notando a desconfiança do outro.
- Obrigado – agradeceu encabulado, nunca ganhara nada, era uma sensação estranha.
Folheou o livro e notou que haviam várias poções descritas e diversos ingredientes para estudos. Era muito interessante e pedia alto raciocínio. Tudo que gostava.
- Não tenho nada para te dar... – soou um pouco pesaroso.
- Não precisa, já disse que me faria um favor me poupando desse livro. Além de eu já possuir de tudo e o que não tenho, posso comprar – deu de ombros, como se fosse a coisa mais comum do mundo.
O restante do caminho passaram em silêncio. Quando chegaram em Hogwarts foi aquela surpresa para todos, ou quase todos, visto que Lucius não se impressionava com a grandiosidade do castelo. Será que de tão rico, morava em algum castelo também? Pensava Snape, enquanto eram conduzidos pela professora McGonagall. Ambos foram selecionados para a Sonserina, com um chapéu Seletor meio abobado pela piscadela de Lucius, antes de coloca-lo na cabeça. Ninguém brincava com o chapéu, ele os impressionava e os intrigava, somente o loiro teve a ousadia de mexer com ele.
No dormitório do primeiro ano, todos os alunos correram para escolher suas camas, sobrando para Severus, apenas a do final do quarto, perto da parede. Não se importava em onde iria dormir, apenas colocou seu malão perto da parede e se jogou na cama. Estava quase pegando no sono quando um burburinho o despertou, virou a cabeça e notou que era por causa de Lucius. Alguns garotos o barravam perto da porta e o loirinho era menor que a maioria deles.
- Sinto muito gracinha, mas quarto errado, o dormitório feminino é no outro corredor – disse um deles, com voz suave e melosa.
- Então não me enganei – retorquiu Lucius erguendo a cabeça. – Não os culpo por me confundir com uma garota, afinal, deve ser a primeira vez que vocês se deparam com um garoto extremamente bonito. – torceu o nariz em desagrado complementando. - A julgar pela aparência de todos vocês...
Snape tampou a boca com uma mão, evitando sorrir abertamente. Realmente a maioria dos garotos sonserinos eram feios, só se salvando um ou dois. Mas seu sorriso sumiu, quando o mesmo se aproximou de sua cama, ignorando o convite dos outros, para que se acomodasse no meio deles.
Tem alguém aqui? – apontou para a cama ao lado.
Severus negou com a cabeça e viu o loiro começar a arrumar seus pertences a seu lado. Ficou curioso, nunca vira alguém assim, arrogante, centrado, distante e individualista. Os sonserinos eram individualistas, mas nunca como Lucius Malfoy, que parecia ter nascido com todoas as qualidades do mundo e absolutamente perfeito, alguém que não precisava de ninguém, e sim, que todos precisavam dele.
Por que você prefere ficar aqui? – perguntou em meia voz.
Lucius ergueu uma sobrancelha. – Como assim?
Você é popular, todos te convidaram para ocupar as melhores camas, entre eles. Por que preferiu ficar nas do final, as reservadas para os excluídos?
Não gosto que me atormentem. Puxa sacos demais irritam – e sorriu de canto.
Severus também sorriu, não se sentindo tão só, afinal.
- Posso me sentar aqui?
Snape, que até então estava imerso em suas lembranças passadas, assustou-se e focou a pessoa que aguardava uma resposta. Era Lucius, trazia nas mãos um livro.
- Se quiser... – deu de ombros, um pouco constrangido. Passara-se cinco anos, e eles só falavam o necessário, antes de Lucius sair de Hogwarts e não se verem durante um ano inteiro. Agora que ele estava de volta, totalmente mudado, mais alto, mais perfeito e bonito, era um pouco estranho, conversar com ele.
Lucius se sentou a seu lado, com naturalidade e sem qualquer reação estranha. Abriu o livro e passou a ler tranqüilamente. Ficaram os dois sentados debaixo da árvore, lendo, enquanto o vento fazia ondas no lago e farfalhava as folhas da copa sobre suas cabeças.
- Quer dizer algo? – o olhar azul se focou ao negro, que estavam o encarando.
Severus segurou a respiração, mas se controlou rapidamente.
É estranho, pensei que você não fosse mais falar comigo...
- É exatamente por isso que estou aqui... Você não gosta muito de falar, não é mesmo? – e sorriu um pouco. – Prefiro assim...
- Assim como?
- Sem muita conversa, sem intrigas ou pessoas agredindo meus tímpanos e insultando minha inteligência, como a maioria.
Severus suspirou com a antiga sensação de não estar tão só. Voltou seus olhos para a água e depois de alguns segundos de silêncio, disse:
- Bem vindo de volta, Malfoy...
- Obrigado... Snape...
N/A: este é o primeiro capítulo, obrigada por lerem. Espero que acompanhem sempre essa fic. E, por favor, deixem reviews! Obrigada!
