Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas por J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.

Fic escrita para a Dannipel no Amigo Oculto 2009 da Potter Slash Fics.

Personagens: Harry/Ron e Draco

Avisos: AU/linguagem/lobos/ação/cenas de flashback em itálico, não necessariamente em ordem cronológica.

Fiz uma capa para esta fic. Você pode encontrá-la no meu LJ: http : // pics. livejournal .com/cy_malfoy/pic/000010sf/


Feelings

Capítulo I

Is it you that makes me feel this way?
Or is it my own feelings?

Os dois homens desciam juntos pelo corredor escuro, longo e estreito a passos largos. A única fonte de iluminação era uma fraca e trêmula luz mais adiante, que passava pelo vão do que esperavam ser, enfim, uma porta. Em momento algum eles conversaram ou trocaram olhares.

O mais alto alcançou a pesada porta de metal primeiro, empurrando-a sem muito esforço, entretanto. A porta cedeu facilmente, o que não surpreendeu o homem. Isso significava que eles já estavam sendo aguardados.

Pisaram numa ante-sala oval de chão de pedras e que terminava em portas duplas de madeira no lado oposto, para descobrirem que a luz trêmula provinha de archotes presos magicamente às paredes. O homem mais baixo fechou a passagem atrás de si e continuou direto em frente, rapidamente sendo seguido por seu companheiro. Tirou o que parecia ser uma moeda de prata de um dos bolsos do comprido casaco preto, enfiando-a sem hesitação numa pequena e quase imperceptível falha na madeira polida. As portas se abriram com um clique e os dois homens as empurraram, entrando rápidos no novo cômodo antes que elas batessem novamente.

A música alta e o som de desordem do Sex and Candy¹ logo chegaram aos seus ouvidos, e o cheiro de suor e cigarro que invadiam violentamente suas narinas eram insuportáveis. A dupla permaneceu parada no lugar por um tempo, tentando acostumar olhos e ouvidos à orgia de corpos e sons do novo ambiente.

Mas eles tinham pressa, e após algum tempo separaram-se. Ainda sem trocarem uma palavra ou ao menos um olhar, cada um seguiu para um lado, sabendo exatamente o que tinham de fazer.

--

Draco Malfoy odiava o seu trabalho.

Ele odiava se meter em boates que cheiravam a suor e sêmen, e odiava lidar com gordos carecas que passavam o dia trepando com as amantes enquanto as esposas estouravam seus GrigoCards.

E ele odiava ter que usar a força.*

A parte bruta combinava melhor com Weasley, ele sempre dizia.

Assim que se afastou de Ron às portas da boate, começou a subir as escadas que levavam ao mezanino do salão alcançando um corredor tão apinhado quanto estavam o bar e a pista de dança. A música ali parecia ainda mais alta, entretanto, e ele descobriu que isso era efeito de potentes caixas de som espalhadas pelo teto. Amaldiçoou internamente os trouxas.

Lançou um olhar letal para a criatura – ele não tinha certeza se era homem ou mulher – que se aproximou dele cheia de dentes, possivelmente numa tentativa de convidá-lo para dançar, provavelmente numa tentativa de arrancar sua roupa ali e naquele momento. Ainda presenciou o início do que terminaria em um ménage em cima de uma das mesas, e – embora ele tivesse a certeza de que se esqueceria de comentar aquilo com Weasley mais tarde – teve sua bunda molestada por uma mão que só podia ser de alguém de tamanho equivalente ao de Hagrid, ainda que ele nunca fosse ter certeza. Não teve coragem de olhar para trás.

O final do corredor guardava uma porta de madeira envernizada, e Draco entrou por ela sem bater. Sorriu debochado, mesmo que sem vontade, para a cena previsível dentro da sala: uma loira que não era loira tinha descartado a parte de cima da roupa e rebolava como se não houvesse amanhã no colo de Auron, o gordo careca dono da boate, fazendo os sons mais exagerados possíveis: os olhos fechados ou para evitar a cara feia do amante ou para imaginar o que faria com o dinheiro da noite. Possivelmente os dois.

- Porra! Q-Quem diabos é... - começou Auron ao perceber o loiro parado à porta, de braços cruzados. Ele tentou empurrar Marie - a loira - e fechar o zíper da calça ao mesmo tempo, conseguindo apenas a proeza de ficar mais ridículo à vista de Malfoy. – Como você entrou aqui?

Albert Auron era um velho conhecido do Departamento de Execução das Leis da Magia. Bruxo traficante que abastecia as lojas da Travessa do Tranco e que tinha em sua ficha coisas como extorsão, contrabando, suborno, formação de quadrilha, e uma lista comprida que Draco não fazia questão de decorar, ainda que lembrasse que 'tráfico' aparecia muitas vezes ao longo dela, cada hora se referindo a algo, inclusive pessoas.

Os negócios ilícitos de Auron fora seu primeiro caso como auror. Terrível. Ele e Weasley estavam tão nervosos na primeira batida que não conseguiram sequer desarmar meia dúzia do bando de retardados que trabalhava para Auron e ainda por cima perderam a quadrilha, atirando no lixo todo o plano perfeito que Ron passara a noite elaborando. Moody, chefe da equipe de Ron e Draco, colocou os dois para tirar fadas mordentes de arquivos antigos por duas semanas antes que eles pudessem voltar ao caso.

Afinal, Ron e Draco aprenderam com o tempo, Auron era mais esperto do que aparentava. Para as acusações valerem no tribunal, seus crimes precisavam de flagrante e, sem carregamento, os aurores não tinham provas. Sem provas, Auron não podia ser preso. Obviamente ele não trabalhava sozinho e pegá-lo era como pegar um específico grão de areia no deserto. Era frustrante.

Aquela inclusive era a primeira vez que Draco via Auron pessoalmente. Não que fosse uma visão agradável.

Aquela noite, entretanto, Malfoy e Weasley não estavam ali para tratar de drogas e mercadorias sem nota fiscal. Por incrível que pareça, quando a dupla finalmente tinha os dedos em volta do pescoço de Auron, tinha que deixá-lo escapar pelo bem maior.

Ainda que Draco nunca fosse admitir aquilo em voz alta.

- Cadê o Potter? - perguntou sem rodeios assim que Marie saiu apressada da sala, abotoando de qualquer forma o pedaço de pano que cobria os seus seios.

Auron não parecia nem um pouco feliz com a presença de Draco ali, o que apenas piorava suas feições feias, e Malfoy podia dizer que em sua mente estavam passando as piores punições que daria para o infeliz que permitiu que ele entrasse. Fez uma anotação mental para obrigar Weasley a dar abrigo para o tal informante, quem quer que fosse.

Auron, embora com muita raiva, não iria desistir tão fácil. Tirou um lenço amarelado de seu terno amarelado e secou o suor da testa.

- Potter? Quem é Potter? – tentou sorrir simpaticamente, conseguindo apenas entortar mais o rosto.

Malfoy suspirou, coçando a sobrancelha. Ele realmente odiava seu trabalho.

--

Ronald Weasley desviou do que poderia ser uma única entidade dançando ou duas mulheres tentando se fundir, ele não tinha certeza. Passou por um casal de bruxos góticos que arriscava os passos de uma dança esquisita – que, se lhe perguntassem, ele chutaria ser a de acasalamento, - e por um cara enorme e de expressão mal encarada que tentou tirá-lo para dançar. Ele teve um momento difícil com esse, que terminou numa promessa de que, "sim, ele dançaria, só precisava ir ao banheiro primeiro." Precisou de cinco voltas pela boate para despistar o "grandão", fazendo uma anotação mental para propositalmente se esquecer de comentar essa parte da noite com Draco quando o encontrasse. Com muita dificuldade, Ron alcançou o bar, espremendo-se entre uma fada madrinha na fossa e um vampiro que parecia estar com problemas em escolher por qual das três doses de tequila à sua frente ele começaria.

Um barman se aproximou dele secando um copo e Ron perguntou onde ele poderia encontrar Jansen. Ele apontou para um ponto mais atrás do bar, mostrando o homem. Ron rapidamente se afastou dele, ainda lhe lançando olhares assustados, indo na direção do barman careca. *

Jansen ergueu a cabeça, desinteressado, quando Ron o chamou. O auror bateu os papéis que pegara da pasta de Harry em cima do balcão do bar. Ele percebeu que o rapaz empalidecera ligeiramente, mas Jansen foi mais rápido e acenou para que ele o seguisse para trás do bar.

Ron o fez, e seguiu por uma porta simples de madeira que dava num longo corredor. Ao final dele, uma segunda porta cerrava a despensa do bar.

- Sente aí – ele apontou para um engradado de whisky de fogo.

- Ele 'tá vivo?

- Não sei. Eu sou apenas o barman; eles não confiam esse tipo de informação a mim.

- E o que o Harry tinha com você?

- Eu era o informante dele. Ele me ajudou há um tempinho, quando me envolvi numas transações de Pó de Flu. 'Tava devendo um favor, sabia que ele estava atrás do Auron.

- E o que aconteceu ontem de manhã? Por que Liesel foi encontrada num galpão abandonado em Hertfordshire? O que fizeram com Harry? Porque você mandou os dois para lá?

- Não fui eu. Não fui eu quem passou essa informação pro senhor Potter. Não sei o que ele foi fazer lá, tudo o que eu sei é que esse galpão é um dos lugares que eles usam para esconder a mercadoria antes dela ser distribuída.

- E onde ele está agora?

- Não sei, mas talvez Marie tenha escutado alguma coisa.

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- O que vocês fizeram com ele? Por que o pegaram?

- Por que eu saberia onde o Potter está? O que eu iria querer com ele? – Auron perguntou de supetão.

Draco foi pego de surpresa. Ele não tinha resposta para aquilo. Na verdade, fora Weasley que praticamente o arrastou até ali, afirmando com veemência que Auron estava por trás do seqüestro de Potter pois ele tinha um informante – Draco riu nessa parte. Ele se perguntou o que a senhora Weasley diria se soubesse que o filho tinha conhecidos em boates de procedência nada familiar. Auron pareceu ter notado a hesitação do auror, pois sorriu amareladamente para Draco, caçando o lenço encardido em seu bolso.

Malfoy decidiu que não tinha tempo para aquilo tudo, e puxou a varinha do bolso. Auron voou por sobre a mesa de mogno quando o feitiço o atingiu.

- PORRA, Malfoy! – o velho gritou, caindo no chão.

- Cadê..? – Draco rosnou cada palavra. Auron soltou uma risadinha maníaca.

- Não sei... chupando seu amiguinho ruivo, talvez. Ouvi dizer que os dois gostam de brincar de casinha.

Quando Auron sorriu novamente, Draco imaginou que seus caninos tinham crescido ligeiramente. O auror se distraiu por um segundo com aquilo e foi pego de surpresa quando Auron se levantou de um salto e se jogou contra ele, o prensando na parede às suas costas.

Draco teve a sensação de que aquilo estava longe de terminar quando pêlos começaram a crescer pelo corpo de Auron.

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- Vou buscar Marie, ela deve estar lá em cima.

- Eu vou com você, Draco está lá em cima também, com Auron.

- Ah, tá. Lá em cima?

- É.

- Com Auron?

- Ahan.

- Aquele Auron?

- É.

- O gordo?

- Esse mesmo.

- O lobisomem?

- O QUÊ?! Como assim lobisomem?

- Você não sabe o que é um lobisomem?

- É claro que sei, besta.

- Então, qual a diferença?

- Você devia ter me contado antes!

- Ué, você não sabia...? – Jansen perguntou bobamente, mas Ron já corria pelo corredor, de volta para a pista.

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Quando Ronald passou pela porta de madeira da sala de Auron, encontrou Draco encolhido num canto segurando um braço ensangüentado e um lobisomem adulto transformado no meio da sala. Ele apontou a varinha para o lobo e lhe lançou um feitiço estuporante, que não pareceu sequer fazer cócegas na criatura.

O lobo, no entanto, voltou-se para ele rosnando e o auror quase não teve tempo de desviar da bocada que ele tentou lhe dar enquanto disparava pelo corredor. As pessoas no mezanino gritaram e correram em todas as direções quando viram o enorme e furioso lobo se precipitar pelas escadas.

Ron se levantou de olhos arregalados e entrou na sala destruída de Auron. Havia cacos de vidro do que fora um belo espelho, garrafas de bebidas e o lustre espalhados por todo o carpete, além da pesada mesa de mogno e seus pertences estar virada no chão e a cortina de veludo vermelho ter despencado do varão. Ron abaixou-se ao lado do loiro.

Draco estava mais pálido do que Ron conseguia se lembrar - o que era muita coisa – e o sangue que escorria de seu braço esquerdo manchava o carpete caro sob eles. Ron engoliu em seco quando Malfoy começou a tremer.

- Você 'tá legal?

Por um momento, ele achou que Draco não fosse responder, ou então começar a chorar. Mas não esperava que ele começasse a atirar os botões da camisa rasgada e abandonada de Auron nele.

- Você não me disse que ele era um lobisomem!!! – o auror gritou, cada sílaba aumentando de tom até atingir uma nota histérica.

- Eu não sabia! – Ron respondeu, tentando se esconder atrás da mesa.

- Ele me mordeu!

- O QUÊ? – Weasley empalideceu, sua cabeça aparecendo na borda da mesa e sendo acertada por um botão bem na testa.

- ME MORDEU!

- Como?

- Com a boca, anta!

- Eu sei, besta!

- Então por que 'tá perguntando, toupeira?

- Ele te mordeu? – Ron saiu de trás da mesa e segurou o braço esquerdo de Draco.

- WEASLEY!

- Oh, meu Deus, ele te mordeu!!

- OHMEUDEUS, ele me mordeu! – Draco estava à beira do choro.

Jansen, que tinha subido correndo logo atrás de Ron e acompanhado a discussão como se estivesse assistindo a um jogo de ping-pong, piscou os olhos para eles.

- Por que vocês não param de brigar e vão para o hospital?

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Quando Draco finalmente abriu os olhos, Ron mexeu-se na cadeira para chamar a atenção do colega. Malfoy piscou, tentando se acostumar com os objetos a sua volta. Então ele parou e seus olhos voltaram para a sua esquerda, fixando-se nos dois pontos azuis bem acima de sua cabeça, escondidos por fios bagunçados de cabelos ruivos.

- Credo, Weasley.

- Oi.

O loiro esfregou os olhos com as costas das mãos, tentando se sentar, mas desistindo quando seu braço esquerdo estalou de dor. Ele inspirou algumas vezes, tentando se concentrar em qualquer outra coisa, mas o cheiro acre que ele suspeitava vir de si mesmo não ajudava. Deixou a cabeça cair contra o travesseiro, encarando o teto.

- Eu sei onde o Harry está – Ron falou depois de um longo minuto de silêncio, ensaiando um sorriso.

- Ahan. Que nem você sabia da última vez? – Draco respondeu, sem lhe encarar.

- Não, agora eu tenho um informante.

- O mesmo que você tinha da outra vez?

- Não! Estava tudo na pasta de Harry, Jansen era informante dele e me contou sobre Auron. Os golpes, as mercadorias, o seqüestro... A equipe de Harry estava na cola desse maníaco há algum tempo, mas ele não iria me contar, não é mesmo? Porque nós fizemos aquela aposta estúpida de quem encontraria Auron primeiro... Bem, Harry o encontrou e... O que importa é que Marie, a amante dele, escutou uma conversa. Escutou onde Harry está.

Draco continuou encarando a parede atrás de Ron, sem mostrar interesse no que o ruivo lhe contava. Ele não iria se importar com Weasley ou com Potter quando estava ali, amaldiçoado para sempre. Sentiu mais do que viu Ron remexer-se mais uma vez na cadeira, provavelmente sem saber o que fazer. Mas ele não facilitaria as coisas. Ele não precisava facilitar nada porque era apenas Weasley e ele não se importava.

Ron mordeu o interior da bochecha e deixou os ombros caírem. Qualquer indício de animação desaparecendo de seu rosto conforme ele encarava o de Malfoy. O silêncio que reinava no quarto era desconcertante, e o ruivo se viu querendo fugir dali.

Fugir do olhar acusador de Draco.

- O que os médicos disseram? – ele perguntou timidamente, alcançando as bandagens úmidas de ungüento que envolviam o braço de Draco e tentando ajeitá-las, mas o parceiro afastou sua mão como se faz com um inseto.

- O de sempre, Weasley, o que você acha?

- E-eu só estou perguntando...

- Alguém tem de avisar Astoria... – Draco falou rispidamente.

- Eu já chamei. Ela deve estar a caminho com suas cois-

- Então é melhor você ir embora. Ela acaba com você se te pegar aqui.

Ron empertigou-se na cadeira.

- Calma lá, não é como se fosse minha culpa, Draco.

- Oh, claro, além do fato de você não ter me contado que Auron era um lobisomem...

- Eu já disse que não sabia!

- E não é só isso, Weasley, é... Você me tirou da minha casa e eu fui... Eu não devia estar lá.

- Eu te pedi ajuda! E você ajudou.

- Aí que tá. Eu nem sou seu amigo, pra começar, por que raios você tem de complicar as coisas?

- Malf- Ron interrompeu-se. Ele não acreditava que eles estavam discutindo quando Harry estava desaparecido e Draco tinha sido mordido por um lobisomem transformado. Era como se eles tivessem voltado cinco anos no tempo e ele não pudesse mais contar com Malfoy quando Harry estava longe. – Então é isso? Você está bravo porque... porque ajudou uma pessoa?

- Não, Weasley, estou irritado porque essa pessoa foi você! – Draco virou o rosto, porque ele não podia se arriscar a olhar Ron nos olhos. – Não devia ser assim... Eu... Eu não devia me importar.

Tentar entender o sentido daquilo tudo estava além do poder de compreensão de Ron Weasley no momento. Ele já sabia que Draco estava bem o bastante para engajar numa discussão sem sentido com ele, e também sabia onde Harry estava. Logo, parecia bastante claro que ele deveria deixar Draco dormir em paz e sair atrás de Harry por conta própria, uma vez que o Ministério não o ouviria nem o deixaria se envolver na investigação. Para não carregar uma suspensão em sua ficha, Pratchett meio que o forçou a tirar férias. Devido ao afastamento médico de Malfoy, coube ao loiro apenas uma advertência verbal, embora ele também tivesse sido – de novo – afastado do caso.

Assim, Ron não teria informações do que estava se passando dentro do Departamento de Aurores, e com certeza ele que não ficaria sentado esperando Harry voltar para casa.

Levantou-se decidido e encarou o rosto sem expressão de Draco. O loiro se recusava a retribuir o olhar, então fechou os olhos, como se estivesse se preparando para voltar a dormir. Ron duvidava que ele fosse voltar a dormir tão cedo, principalmente agora que Astoria estava a caminho, com um belo sermão na ponta da língua, mas não forçou conversa. Virou-se para deixar o quarto quando se lembrou de algo que o fez voltar para o pé da cama de Malfoy.

- Ok, isto vai parecer ridículo depois do que acabou de acontecer, mas... Bem, não é como se desse para eu pedir isso a Hermione, então... – Ele viu as sobrancelhas do auror se franzirem, como se ele estivesse em um dilema interno entre fingir que estava dormindo ou acordar e berrar na cara de Weasley que não faria nada por ele. - Me faz um último favor? Esconde Jansen? Auron virá atrás dele assim que descobrir quem deixou nós dois entrarmos. Por favor?

Ron não esperou pela resposta, porque sabia que não teria uma.

Saiu da sala com uma última olhada na direção do amigo.

Continua...


Notas:

¹ - Sex and Candy é título de uma música do Marcy Playground, banda que ficou famosa nos anos noventa por causa... dessa música. XD

* - Cenas bônus: Porque vocês sabem que eu não resisto ao mais puro trash... u_u

No capítulo de hoje, descubram por que Ron saiu correndo do primeiro barman. XD

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Cena Bônus:

Ronald Weasley desviou do que poderia ser uma única entidade dançando ou duas mulheres tentando se fundir, ele não tinha certeza. Passou por um casal de bruxos góticos que arriscava os passos de uma dança esquisita – que, se lhe perguntassem, ele chutaria ser a de acasalamento, - e por um cara enorme e de expressão mal encarada que tentou tirá-lo para dançar. Ele teve um momento difícil com esse, que terminou numa promessa de que, "sim, ele dançaria, só precisava ir ao banheiro primeiro." Precisou de cinco voltas pela boate para despistar o "grandão", fazendo uma anotação mental para propositalmente se esquecer de comentar essa parte da noite com Draco quando o encontrasse. Com muita dificuldade, Ron alcançou o bar, espremendo-se entre uma fada madrinha na fossa e um vampiro que parecia estar com problemas em escolher por qual das três doses de tequila à sua frente ele começaria.

Um barman - que Ron acreditava ser o maior homem que ele já vira na vida - parou à sua frente.

- Boa noite, meu nome é Tábata. Em que posso ajudá-lo?

- O_O