Nota da autora: os personagens e a história não pertencem a mim. A autoria pertence à nossa querida JK Rowling e é com muito prazer e humildade que ofereço minha imaginação para dar vida a seus personagens e proporcionar bons momentos a vocês, queridos leitores.

Espero que gostem. Sua opinião é muito importante!

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James Potter geralmente mantinha um sorriso maroto no rosto, mas naquela tarde específica ele não conseguiu esboçar um único sorriso decente sem parecer forçado ou extremamente arrogante. Enquanto descia sozinho o caminho de pedras em direção à orla da floresta negra, o garoto avistou a figura larga e calorosa do seu amigo gigante. Suspirou aliviado enquanto se apressava para encontrar-se com Hagrid.

O gigante pareceu ocupado dando comida para um grande animal branco que parecia uma mistura de cavalo com pássaro e que James identificou como sendo um hipogrifo. Ciente do perigo de simplesmente aproximar-se do bicho, mesmo com Hagrid ao lado, James parou a alguns metros.

- Hey, Hagrid. – chamou.

Hagrid brigava com o hipogrifo sobre bicar sua mão antes de virar-se para trás e ver que aluno estaria fora do castelo perto de anoitecer. Quando viu o jovem maroto, esboçou um grande sorriso, parcialmente feliz, parcialmente reprovador.

- James! O que faz aqui a essa hora, você deveria estar no castelo. Se algum professor te pegar você receberá uma detenção. – disse enquanto dava pequeno tapinhas na cabeça do animal que alcançava sua mão para mais uma doninha morta. - E não preciso que Filtch fique ainda mais no meu pé por ajudar você e seus amigos a mantê-lo ocupado sábados à noite.

- Sinto muito. – falou James sem realmente se sentir culpado por tal fato e, olhando com apreensão para o hipogrifo, deu um passo à frente. – Eu realmente preciso conversar com você.

- Alguma coisa aconteceu? – Hagrid parece preocupado com a seriedade do menino.

- Ahm. – James começou, sem saber o que realmente falar e passou a mão no cabelo. – Na verdade, eu diria que é algo recorrente, mas potencialmente preocupante.

O hipogrifo parecia irritado com a falta de atenção e comida e arqueou as asas numa tentativa de fazer com que Hagrid olhasse para ele. O gigante ergueu as duas mãos tentando acalmar o bicho.

- Calma garota, calma. – ele pegou o restante das doninhas mortas que estavam penduradas perto da porta de sua cabana e jogou dentro do que parecia ser um grande ninho feito de galhos, folhas e penas. Virando-se para James ele disse: - Ela anda irritada ultimamente. – verificando se o hipogrifo estava em seu ninho como ele pretendia que ele ficasse, virou para o garoto novamente e começou a andar em direção à cabana. – Helga não parece muito feliz desde que foi separada do seu bando.

- Helga? – perguntou James enquanto entrava na cabana e se sentava no sofá perto da janela.

- É o nome que dei pra ela. - disse apontando para o hipogrifo da janela. – Dumbledore perguntou se eu gostaria de cuidar dela já que todo o bando foi encontrado morto há um tempo atrás. Acredite ou não, ela tem apenas alguns meses. – suspirou emocionado. – Eles crescem tão rápido.

James teve que segurar o riso. De longe Hagrid poderia ser ameaçador, mas quem o conhecesse saberia que o gigante estava longe de ser isso. Hagrid pigarreou enquanto limpava uma furtiva lágrima que escorria para sua barba.

- Então. – começou a falar. – O que te traz aqui, jovem James?

James suspirou e olhou para as próprias mãos que se contorciam nervosamente em seu colo.

- Lily. – disse simplesmente. Após uma pausa que Hagrid achou ser consideravelmente longa, James voltou a falar. – Eu não sei o que houve. Lá estávamos nós, como de costume, nas nossas costumeiras brigas e declarações de amor disfarçadas como ofensas (Em relação a isso, Hagrid tinha sinceras dúvidas), e Lily simplesmente saiu correndo. O mais estranho é que ela parecia que ia chorar e foi aí que comecei a me preocupar.

Hagrid observou o garoto suspirar novamente e tentou organizar as informações enquanto esquentava água na chaleira.

- E exatamente como foi essa última discussão? – perguntou o gigante voltando a se sentar com Fangs ao seu lado, babando em suas botas.

- Bem. – nesse ponto James sabia que perderia a moral da conversa, mas decidiu que era importante contar exatamente o que houve para que Hagrid pudesse oferecer qualquer conselho válido.

Então, começou a contar desde o começo da manhã. Estavam todos no salão principal fazendo as provas de Feitiços quando ele e os marotos terminaram e decidiram passar um tempo no gramado para se refrescarem. Até aí tudo bem, afirmou o gigante na tentativa de animar o garoto. Continuando, James contou como tentava chamar a atenção de Lily, mas ela parecia muito entretida com as amigas para nota-lo. Sirius havia dito como estava entediado e ele mesmo, James, estava um tanto entediado também. Foi quando percebeu a presença do ranhoso, ou, como se corrigiu após um longo olhar de reprovação do gigante, Snape. E, como Hagrid mesmo sabia, Sirius e James simplesmente não conseguiam passar por Snape e não azará-lo. Hagrid suspirou, já sabendo aonde essa história levaria, mas falou para o maroto prosseguir.

- No início, - James continuou falando. – era para ser uma brincadeira leve, nada que fosse incomodar muito Lily. Eu só queria que ela olhasse pra gente, olhasse pra mim. Mas tudo ficou fora de controle quando o ranh-, quando Snape abriu aquela boca suja para cuspir um monte de meleca de trasgo. – disse com raiva ao se lembrar do incidente.

- O que ele disse? – Hagrid perguntou, enquanto colocava água em duas grandes canecas com folhas de chá e oferecia uma para o garoto que aceitou, mas não fez menção de tomar.

- Bem. Eu e Sirius estávamos cuidando dele quando Lily apareceu e disse para deixarmos ele em paz. Então aproveitei a chance de chama-la pra sair, de novo, e, de novo, ela disse que não. Snape aproveitou que estávamos distraídos e me lançou um feitiço, covarde como é, vê? Mas eu fui mais rápido e fiz com que ele levitasse. Lily obviamente ficou com raiva e me mandou bota-lo no chão e, bem, ele foi para o chão. Isso não importa tanto. – falou sob o olhar estreito de Hagrid, que balançava a cabeça. – O pior foi o que aconteceu depois. Snape já estava no chão e depois de enfeitiça-lo e desinfeitiça-lo, eu disse que ele tinha sorte de Lily estar lá. Foi aí que o ranhoso falou o que não deveria. Ele chamou Lily de sangue-ruim.

- Não, ele não fez isso. – Hagrid urrou abismado.

- Sim, Hagrid, ele fez. Quando falei para ele pedir desculpas, ela simplesmente enlouqueceu. Começou a descontar tudo em mim, como se eu tivesse culpa desse trasgo humano existir! E então saiu correndo. – James disse jogando as mãos para cima. – Agora, meu amigo, você entende? Porque eu não.

Hagrid bebericou seu chá amargo e fitou James por alguns instantes antes de começar a falar.

- James, você sabe que eu reprovo essa sua rivalidade com Snape. Entendo que tenham suas diferenças, mas isso nunca te trouxe nada de bom, inclusive sempre atrapalhou sua... – Hagrid tentou arrumar uma palavra melhor, mas não conseguiu. – relação com Lily.

- Sim, até aí eu entendo.

- Acho que Lily ficou chateada pelo insulto e que, querendo ou não, foi causado por mais um incidente que você e Sirius provocaram. – disse o gigante solenemente.

James balançou a cabeça devagar, como se digerisse a informação e começasse a considerar o que o amigo gigante falava. Fazia sentido, pensou.

- Já te disse isso várias vezes, - Hagrid recomeçou. – mas acho que você deveria repensar suas ações com Snape e as coisas que você faz e a maneira que você age que fazem com que Lily tenha certa dificuldade em se relacionar bem com você.

James apreciou a maneira gentil que Hagrid arrumou para dizer que ele, James, era um ogro com cérebro de trasgo e que era por isso que Lily o odiava. Levantando-se mais aliviado do que quando chegara, James sorriu novamente - o jeito James de sorrir - e agradeceu pela paciência do amigo em recebe-lo mais uma vez, como incontáveis outras vezes. A diferença, pensou, era que dessa vez ele de fato prestara atenção no que o gigante havia falado e levara em consideração o conselho que ele sempre dava.

Enquanto caminhava de volta para o castelo sob sua capa de invisibilidade, James não conseguia tirar aquele sorriso do rosto. Finalmente faria as coisas darem certo. Finalmente sairia com Lily.

Finalmente, no final do quinto ano de James Potter, ele começou a plantar a semente da mudança que daria frutos em seu sétimo ano.

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N/A.: Bom gente, esse foi o primeiro capítulo. Bem curtinho. Foi inspirado no episódio do quinto livro em que Harry vê a lembrança de Snape. Sempre achei que aquele momento seria um bom começo de história, explicar em que ponto que James de fato começou a prestar atenção em como ele era meio, sem outra palavra pra usar, idiota e que enquanto não mudasse, não iria ter nada com Lily. Ainda estou na dúvida se começo a escrever a partir do sexto ano ou se pulo pro sétimo, mas acredito que escolherei a opção mais difícil e começarei pelo sexto ano. Ou seja, essa fic vai ser beeem longa. Hahaha. Enfim, se gostaram ou se odiaram, deixem sua opinião, gostaria muito de saber o que vocês acharam!

xoxo