Nota:

Fatal Frame não pertence a mim e sim a Tecmo, que tem os direitos sobre a série.

Os personagens foram criados por nós, assim como muita coisa na história. É uma Fic feita de fãs para fãs.

Esta fic foi feita com a ajuda de um amigo, Diego, que colaborou muito com a história, personagens e enredo, portanto a fic não é só minha.

Agradecemos aos nossos amigos que foram as primeiras cobaias, Melina e Doug. O pessoal da comunidade "fatal frame" que também leu e está dando força. E eu agradeço especialmente ao meu noivo Tiago, porque ele sempre me incentivou a escrever.

Atenção também --------

Esta fic pode conter rituais violentos, aos quais nós aconselhamos quem se incomoda com cenas assim e menores de 16 anos a não ler.

PS - É minha primeira fic, por isso espero reviews apontando possíveis falhas que irei tentar melhorar sempre que possível.

No mais divirtam-se :)

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Fatal Frame Zero - The Elements of Peace

Capítulo 0 - O Pesadelo de uma Criança

Em meio a remotas montanhas no interior do Japão está Localizado o Vilarejo Izanagi. Um Vilarejo típico, simples composto basicamente por famílias de agricultores e apenas umas 2 famílias realmente influentes. De 10 em 10 anos o Vilarejo Izanagi, promove um festival com danças, músicas, baseados no alinhamento de 5 estrelas, este festival tem como intuito trazer boa saúde e prosperidade para o Vilarejo.

- Ano de 1860 -

O sol tinha um brilho incrível e o céu trazia uma paz imensa, o dia estava tão lindo que emanava felicidade para as pessoas. Todos estavam felizes, as mulheres cantavam musicas antigas enquanto faziam seus afazeres e as crianças corriam contentes. Então porque eu estava sentindo aquela angústia de que algo estava errado?

Olhei para o céu e vi os pássaros dançando e também cantando, algo estava errado, eu deveria estar feliz também, mas o que acontecia era que o sentimento de angústia aumentava e eu sentia uma pressão cada vez maior, um sentimento de culpa e dor, então tudo ficou escuro e as vozes foram desaparecendo.

- Asamiiii, Asamiii, acorda!!! -- Eram os gritos de Mayumi, histérica e desesperada.

- Ei, o que aconteceu com ela? Alguém viu? -- Perguntava calmamente Chiharu.

Estranhamente uma força fazia com que eu não pudesse responder, não pudesse me mexer, por mais que eu não quisesse que elas ficassem preocupadas, eu não conseguia fazer nada, eu apenas escutava.

- Ei, que confusão é essa? -- Eu podia escutar que Akemi se aproximava e ela parecia bem irritada.

- Eu não fiz nada! Não fiz nada, não é minha culpa! -- Era engraçado ouvir Mayumi se defendendo, ela já era acostumada a levar a culpa de tudo que acontecia.

- Eu só estou perguntando o que aconteceu Mayumi, porque ela está caída?

- Nós não sabemos -- Chiharu respondeu rapidamente, enquanto passava um paninho molhado em minha testa.

- Sayuri, você parece pálida, o que foi? Ah, Foi você né? É claro, você era a única que estava perto, como não pensei nisso antes? Você queria que eu levasse a culpa, não é? Por isso não fez nada até agora, ficou ai parada com cara de idiota, você pensa que é o que? -- Mayumi ficava cada vez mais eufórica.

- Ei, Mayumi dá um sossego, cala a boca!

- Porque Akemi? Vocês não enxergam? Quem mais poderia ter sido?

- Meninas, parem com isso, vá pedir ajuda Mayumi! Anda logo! -- Era Chiharu interrompendo a briga das duas como sempre e pela primeira vez demonstrando irritação.

- Porque eu? Por que eu? -- Mayumi distanciava-se inconformada.

- Sayuri? O que houve? -- Akemi perguntou finalmente.

- Sayuri? Sayuri????????? Eu te fiz uma pergunta!!! Responda!!!! -- Akemi começou a chacoalhar Sayuri, ela estava estática, parecia uma estátua.

- E. e...eu...nã..não..se...sei -- Sayuri finalmente respondeu, mas ela parecia hipnotizada por algo, Akemi olhou na mesma direção que ela insistia em olhar e não viu nada, teria algo saído do mato e atacado Asami? Não... Asami não parecia estar machucada.

O fato mais estranho era que eu as enxergava com uma clareza cada vez maior mesmo de olhos fechados, eu poderia sentir o que elas pensavam.

- Meninas!!! Meninas eu consegui ajuda! - Mayumi gritava enquanto corria. - Anda logo Tatsuya-san, Asami está morrendo! - Mayumi sempre exagerando.

Tatsuya Takashi, pai de Akemi, ele era o sacerdote maior e possuía um grande poder espiritual, eu poderia senti-lo aproximando-se do local onde eu permanecia caída e imóvel.

- Otousan! Que bom, ajude Asami, por favor! - Akemi se acalmava um pouco, ela que estava um pouco eufórica, agora tinha uma voz mais leve.

Eu podia ver, ele estava fazendo um "benzimento", e ao contrário do que acontecia com as outras meninas, eu não podia escutar nada, nenhum pensamento e ao menos ver a imagem nítida dele, eu via apenas um borrão. A única coisa que eu sentia era a energia que ele emanava.

Comecei a me sentir melhor, ao mesmo tempo em que me perguntava o porquê de Sayuri estar estática e assustada, ela era a minha melhor amiga e até aquele momento não tinha conseguido sequer de mexer direito para fazer alguma coisa.

Abri os olhos, senti o clarão do sol dar pontadas, era um pouco dolorido. Aos poucos comecei a enxergar tudo nitidamente, desta vez pela minha real visão eu não via elas de cima como anteriormente. Então olhei para direção que Sayuri insistia em olhar. Eu vi um vulto, parecia uma mulher e ela parecia estar triste, eu podia sentir seu coração pesado e sua alma transpassava um sentimento de dor; então fiz a única coisa que consegui, comecei a chorar compulsivamente. Senti um forte abraço, era Sayuri, ela também estava chorando. Então ela sussurrou nos meus ouvidos:

- Asami Chan, eu não consegui te proteger! Eu falhei, eu não sou uma boa amiga.

O vulto havia desaparecido quem era ela afinal? Porque estava tão triste, porque ela me fez chorar?

- Sayuri, você é minha melhor amiga, não fale estas coisas - Falei com uma voz firme.

- Não, eu não sei se irei conseguir Asami - Porque ela estava tão estranha? Porque isto soava tão triste?

- Sayuri, você está me deixando triste - falei sorrindo, ela me retribuiu o sorriso

- Eu farei o possível então Asami!

- Você já faz mais que isso - Eu a abracei, nós rimos, mas aquela tristeza não tinha ido embora, ela parecia ficar cada vez maior. Mas eu forcei ainda mais o meu sorriso, minha melhor amiga já estava preocupada demais.

As meninas começaram a rir junto e eu pude ver Takashi se distanciando do local. Mas algo parecia comprimir meu coração cada vez mais, um sentimento de culpa e de dor. Olhei novamente para o local onde o vulto estava e eu pude ver, desta vez nitidamente, era uma mulher, ela sangrava então ela gritou! Eu senti uma dor profunda, tudo ficou escuro novamente. Aquela dor estava mais forte do que nunca!

De repente, eu estava em um lugar escuro, o cheiro forte de mofo misturando-se com água, parecia estar perto de um rio. Devagar minha visão tomou forma e então eu vi Sayuri, estava com os pés e as mãos amarrados. Ela não estava sozinha, alguém estava do lado dela, esta pessoa vestia roupas cerimoniais e segurava uma enorme estaca. Eu senti o desespero tomar conta do meu coração, gritei com todas as forças! Mas eu não podia fazer nada. A estaca foi encravada e tudo ficou escuro novamente. Abri os olhos novamente eu vi Yuudai. Com aquele olhar sereno de sempre, ele me sorriu. Senti que tudo estava bem por um momento, então outra pessoa atrás dele. Vestia vestes cerimoniais, mas era muito mais assustadora que a anterior, ela levantou a espada. - Não!!! Yuudai! Fuja! - Mas era como se Yuudai não me ouvisse, ela continuava sorrindo. A espada foi se aproximando lentamente dele, vi uma cicatriz em forma de pentagrama nas mãos daquela misteriosa pessoa. Dor, angústia, lembranças doloridas, imagens distorcidas e o escuro novamente.

- Ano de 1870 -

Abri os olhos, estava em meu quarto. Olhei ao redor ainda tentando me recuperar do sonho, era apenas um sonho? Mas ao mesmo tempo parecia tão real e meu coração ainda sentia todo o peso daquela angústia, parecia que algo muito ruim tinha acontecido e algo muito doloroso estava para acontecer. Sonhos, pesadelos, ultimamente os meus pareciam ser reais. Aquelas meninas... Era como se eu conhecesse cada uma delas. Não poderia ser um sonho qualquer. Sayuri, eu me lembro dela, nós costumávamos brincar, mas é apenas o que eu me lembro. Não poderia ser um sonho, eu sentia ruim iria acontecer. Não! Yuudai era tudo para mim! Eu não poderia deixar nada acontecer com ele. Meu coração se apertou novamente e fez com que eu levantasse desesperada, enquanto corria até o escritório de antiguidades eu só pensava no pior, só pensava em nunca mais ver aquele sorriso sereno.

Coloquei a mão na porta de correr, meu coração batia acelerado, comecei a empurrar, minha força estava menor que o medo que crescia talvez eu não pudesse suportar o que iria ver, isso era tudo o que eu conseguia pensar. Abri a porta, apertei os olhos e comecei a abri-los lentamente, Yuudai estava caído, minha mente gritou então eu enxerguei mais claramente. Yuudai estava dormindo sobre os manuscritos antigos que ele insistia em decifrar. Eu não sabia se sentia alívio ou se ficava ainda mais brava, ele poderia pegar um resfriado do jeito em que estava. Peguei uma manta e coloquei sobre ele, enfim tudo não passava de um sonho ruim. Eu me sentia aliviada e um tanto idiota, eu não era mais criança para me assustar assim tão fácil.

Resolvi fazer um chá, assim me acalmaria e isso seria bom para Yuudai, ele não demoraria a acordar e um chá quente é um dos melhores remédios contra resfriados. Yuudai já estava velho, era como um pai para mim e eu cuidaria dele, assim como ele cuidou de tudo desde aquele dia, o dia em que me encontrou. É estranho que eu não me lembre muito da minha infância, as únicas lembranças que tenho são de Sayuri. Será que um dia vou me lembrar? A única coisa que Yuudai me disse, era que me encontrou no meio da floresta e resolveu cuidar de mim até achar minha família, ele procurou por anos por alguma coisa, nada encontrou, era como ele dizia o destino parecia não querer que eu me lembrasse e então era melhor esquecer. Ele me apresentava como filha dele. Assim conheci muitas pessoas amigas, era estranho, mas eu não nunca senti muita vontade de lembrar o que aconteceu antes. Agora eu sentia que precisava lembrar se Sayuri estava em meu sonho, talvez meus sonhos quisessem me mostrar algo. No que eu estava pensando? Era melhor fazer o chá e esquecer-se disso tudo.

Deixei a água fervendo e fui lavar o meu rosto, precisava tirar aquela história de uma vez da minha cabeça. A água me traz tranqüilidade é disso que eu preciso. Sentindo a água sobre o meu rosto, finalmente comecei a relaxar e quando meu coração ficou menos aflito, uma dor o invadiu parecendo uma faca afiada. De repente o lugar onde estava escureceu eu vi a menina de nome Chiharu amarrada sobre a água, fechei meus olhos fortemente, isso não podia ser real. Aquela angústia novamente, aquela pressão, o desespero e a dor, mas desta vez não era um sentimento de culpa, era um ódio mortal, era muito mais doloroso. Olhei no espelho e ao invés de me ver, vi aquela pessoa que matou Yuudai no meu sonho, não, eu só deveria estar sonhando novamente, provavelmente eu iria acordar e tudo estaria normal. Então ele esticou os braços e agarrou o meu pescoço. Eu só pude ver novamente aquela marca do pentagrama, antes que a dor tomasse conta do meu coração.

Ano de 1860

Alguém chorava compulsivamente, enquanto eu espiava por uma porta entreaberta. Era a minha mãe, ela estava acompanhada de outra pessoa que minha visão não alcançava.

- Takashi, por favor, ela é apenas uma criança, não é justo!

- Megumi, você sempre soube que as coisas acabariam assim para ela, todos sempre soubemos. Mas você insistiu em tratá-la como uma criança normal acima de tudo, não é?

- Não! Ela não irá mais participar da cerimônia, está decidido. Eu decidi!

- Você está brincando com fogo Megumi, você tem influência aqui, mas quem decide não é você, sou eu! Não faça joguinhos tolos!

- Não Takashi, eu imploro, por favor.

- Está decidido, ela irá. - ele colocou as mãos sobre os ombros de minha mãe e eu pude ver aquela mesma cicatriz em formato de pentagrama em uma de duas mãos. Eu me senti atordoada, quando percebi que ele me encarava. Tudo ficou escuro.

Ano de 1870

Lentamente abri meus olhos, eu estava caída no chão. Era tudo muito estranho, como comecei a dormir aqui? Estou doente? Enquanto me perguntava o que acontecia escutei um grito! Era Yuudai! Não, dessa vez era tudo real! Ou minha imaginação e meus sonhos tinham tomado canta de minha mente. Eu corri até o escritório, desta vez derrubando a estante onde Yuudai guardava algumas de suas antiguidades mais raras, nem liguei para isso, apenas corri o máximo que pude, estava aterrorizada. Desta vez a porta estava aberta e de lá eu enxerguei, Yuudai sendo segurado por aquele vulto com vestes de cerimônia, a expressão de Yuudai estava tomada por um desespero que eu nunca vi antes! E então ele gritou com toda a força que tinha:

- Asami fuja!!! Você precisa fugir!

- Não, eu não abandonarei você! Não! - Eu não podia fazer o que ele pedia não depois de tudo o que ele fez por mim.

Então eu vi, o vulto quebrou o pescoço de Yuudai e senti Yuudai não estava mais em meu mundo, pude sentir a alma de Yuudai desaparecendo. Então eu corri novamente o máximo que pude, senti uma dor terrível em meu pé, eu tinha tropeçado em algo. Era a câmera, a câmera que Yuudai dizia ter encontrado no dia em que me achou caída na floresta, eu precisava de uma lembrança forte, peguei a câmera e resolvi correr o máximo que era capaz. Entrei na floresta, por mais que eu corresse aquela energia horrível ainda me seguia e ela se tornava cada vez maior, mas eu precisava correr, eu precisava continuar, por Yuudai. Então eu vi Sayuri, sim era ela e em seguida em um clarão fez meus olhos queimarem, a energia negativa finalmente desapareceu. Eu senti uma calma novamente em meu coração e percebi que eu tinha que seguir Sayuri, ela queria me mostrar algo, eu sentia isso, era como se ela conseguisse passar seus sentimentos para o meu coração. Andamos pela floresta por algumas horas que pareciam intermináveis, então ela parou, virou-se para mim:

- Asami Chan, só você pode acabar com essa dor...

Sorriu e desapareceu.

Olhei para o local onde ela estava então eu percebi, em meio às árvores e matos, uma pequena entrada. Desesperadamente eu fui tirando os galhos e matos que a encobriam. Agora eu podia ver claramente, era um pequeno portal feito de madeira, com 5 elementos desenhados e um pentagrama no topo. E eu finalmente me lembrei, era perto daquela entrada que Yuudai tinha me encontrado 10 anos atrás, eu finalmente me lembrei daquele dia.

Ano 1860

Era tudo muito dolorido, eu não lembrava como tinha ido parar lá. Estava escuro, eu podia escutar os corvos mais adiante e alguns uivos de animais. Eu tinha medo, muito medo. Então escutei um barulho se aproximando, pareciam rodas e passos. Resolvi me fingir de morta, não havia mais jeito, estava fraca e não tinha mais nenhuma idéia do que fazer. A pessoa se aproximou, então por curiosidade abri meus olhos, vendo pela primeira vez o sorriso sereno de Yuudai. Ele me ajudou a levantar e sorriu novamente. Então eu vi que ele puxava uma espécie de carriola cheia de coisas, o que seria tudo aquilo? Enquanto eu me indagava curiosa, ouvimos um barulho seguido de uma luz intensa, ele sorriu e encaminhando para a carriola disse:

- Pensei que ela estava quebrada, esta câmera. - disse pensativo, tentando dispará-la novamente e se aproximando de mim.

Então eu não contive minha curiosidade.

- O que é isso?

- Ah, eu encontrei ela nas redondezas, não é linda? Eu acho que está quebrada realmente, porém ela parece única, os adornos, e ela também têm um mecanismo um tanto esquisito - Completou rindo.

- Ahn, ela é bonita - Consegui dizer

- Quer pegar ela para ver?

- Hum, eu posso? - Falei cheia de curiosidade.

Então ele me deu a câmera.

- Pode sim, apenas tenha cuidado. - Ele me disse sorrindo novamente.

Do jeito em que peguei na câmera eu senti uma energia espiritual grande e ela disparou novamente. Eu assustei e quase deixando que ela caísse no chão, esperei por um breve momento que ele ficasse bravo, no entanto ele caiu na risada e eu também, como se aquela tristeza e medo nunca tivessem existido.

Ele parou um pouco, como se estivesse preocupado, e então ele me disse que cuidaria de mim.

Ano 1870

Agora eu estava ali, onde tudo tinha começado, finalmente entendendo porque tive uma enorme vontade de pegar esta câmera, não era pelas lembranças que eu queria guardar de Yuudai, era porque eu sabia que tudo isso tinha que acabar e eu sabia que precisava de alguma forma do poder que ela tinha. Com ela eu sentia uma segurança grande, com ela eu sentia que eu era capaz