Fechou os olhos, um mês atrás rezaria antes de dormir. Mas esta noite, não o faria.
César não era religioso, nem gostava de ir à Igreja para ser sincero, mas o habito de orar todas as noites o ligava à falecida mãe. Ela o ensinara desde guri, a agradecer e pedir à benção ao Todo Poderoso.
Na noite que acabara de chegar, não rezaria. Não havia nada que gostaria de pedir à Deus. Paz? Amor? Saúde? Sossego? Era um morto-vivo, lutando uma guerra de diabos.
Era uma aberração.
A mulher que amava – que sempre amou – nunca se quer o olhara de forma diferente. Eliana sempre fora apaixonada por Thiago, seu melhor amigo.
E agora ambos também eram aberrações.
Não tinha ambições terrenas, não tinha que o esperasse voltar para casa, nem alguém de quem sentisse saudades.
O velho Césão de Amarração tinha ficado para trás, havia morrido nas garras de Don Afonso, o maldito Don Afonso. Aquele bicho de estimação do Demo.
O corpo que descansava no momento era uma réplica, não das melhores, mas servia para o que tinha vindo fazer.
Guardado pela escuridão César não sentia nada. Só queria lutar. Ansiava à guerra. Queria levar para o inferno cada vampiro filho de uma puta que cruzasse o seu caminho.
Desejava vingança.
E nessa aventura Deus não poderia ajudá-lo.
