Fora de controlo.

Era assim que ela se sentia.

Uma parte dos seus pensamentos, e ela tinha de admitir que era uma grande parte, não tinham qualquer lógica, ela simplesmente não os conseguia racionalizar.

Ela podia explicar, logicamente, a atracção física. Quer dizer, bastava olhar para ele para perceber o porquê da sua produção de endorfinas aumentar descaradamente sempre que o olhava. Ou tocava.

O que ela não podia explicar ou racionalizar era o resto. A maneira como ele a olhava, o que o sorriso charmoso dele a fazia sentir, o choque que a percorria sempre que se tocavam, a vontade inexplicável de estar sempre com ele, a angústia de não estar perto dele. Tudo isto estava completamente fora das suas capacidades de entendimento, do seu controlo. As coisas que estavam fora do seu controlo assustavam-na, e ela sabia o que fazia em relação às coisas que a assustavam, que ameaçavam quebrar as suas tão preciosas paredes. Fugia.

Mas, era do Booth que se tratava.

Como poderia ela afastar-se dele?

Algo dentro dela ameaçava ruir só de pensar em nunca mais o ver mas, como ela estava acostumada, racionalizou.

Não havia razão. Não era lógico.

Eles eram parceiros. Qual seria o problema de trocar de parceiros? Com certeza existiam melhores agentes, melhores pessoas do que o Booth. Por favor, nem ela acreditava no que estava a pensar!

Não valia a pena continuar a matutar, ela odiava matutar!

Por isso, deitou-se e tentou esvaziar a sua mente mas, para um génio, nem a dormir isso seria fácil.

Como seria se não fossem parceiros?

Como seria se, 4 anos antes, ele não tivesse prometido que seriam como Mulder e a Scully?

Como seria se tudo tivesse sido diferente?