1. O Final?
A saga terminou como começou, com momentos de tensão. Dois núcleos de lutas maiores se formaram, ao qual terminaram de forma inesperada.
De um lado, lutavam Bellatriz Lestrange contra Luna, Hermione e Ginny, e a mais velha valia pelas três e ainda sobrava, da mesma maneira que do outro lado, onde Voldemort lutava contra Shacklebolt, MacGonagall e Flittwick, sendo o mesmo resultado.
Foi quando a história começou a mudar. De um lado, primeiramente, as três meninas estavam quase sendo vencidas, e Ginny quase foi acertada, se não fosse Molly entrar na luta.
-A minha filha não, sua vaca! - vociferou a matriarca Weasley.
Foi com assombro que todos os mais próximos das duas notaram que a ruiva não era só uma simples dona de casa, mas sim, uma ótima combatente. As varinhas giravam e estalavam, e o sorriso de deboche de Bellatriz virou um terrível esgar, e quando esta foi atingida pelo Estupefaça de Molly, não soube nem o que a atingiu, pois o complemento disparado por ela foi nada menos que o Avada Kedavra.
Os comensais mais próximos, aterrorizados com o que acontecera, tentaram fugir, mas foram pegos e presos pelos membros da antiga equipe de Quadribol de Harry, como Olívio Wood, Alicia Spinnet e Jorge Weasley.
Enquanto isso, do outro lado, os outros três não tiveram a mesma sorte. Voldemort acabara de usar um feitiço expulsório que os lançou longe... E nesse momento, quando todos os Hogwartianos pensavam que a guerra tinha acabado e eles haviam perdido, surgiu Harry de onde se ocultava com a capa da invisibilidade.
Todos os que defendiam Hogwarts exultaram. A escola ainda não estava vencida, "O menino que sobreviveu" o fez novamente, e agora estava pronto, mais do que nunca, para cumprir seu papel. Os comensais da morte praguejaram. "Quantas vezes esse pivete vai ter que morrer?", se perguntaram todos estes.
Voldemort, incrédulo com sua aparição, já se preparava para esmagá-lo quantas vezes fosse preciso.
Um olhava para o outro, e enquanto Harry estava absolutamente calmo, o Lorde das Trevas urrava por dentro de raiva. A energia desprendida naquele confronto era tão grande (psicologicamente falando), que paralisou todo o restante dos presentes ali, hipnotizados com a magnitude daquele enfrentamento.
Harry falava, expunha para o algoz de seus pais tudo o que tinha aprendido com Dumbledore, e mais. O jovem também mostrou saber o que ocorrera naquela fatídica noite da primeira queda do sonserino. Voldemort arrumava desculpas vãs, tentando se sobrepor ao seu adversário, mesmo que quem tinha armado toda aquela situação já estivesse morto. Ao passo que a fúria cega de Voldemort se tornava mais e mais visível a cada momento... E todos olhavam para o jovem Potter como se ele fosse um encantador de serpentes.
Um olhava para o outro, um não desviava o olhar do outro, e assim os dois faziam um círculo, sem nunca desviar o olhar. A discussão seguiu-se acalorada, mas ainda os dois mantendo a calma. De forma brilhante, Harry fez Voldemort entender que a varinha que ele tinha nas mãos era leal a ele, e não ao ouvinte.
Tendo ciência daquilo, e que o moleque falava a verdade, Tom Riddle perdeu a única noção de bom senso que tinha, enlouquecendo. Berrando que eram mentiras aquilo que o mais jovem falava, disparou um Avada Kedavra na direção do jovem. Para provar que não estava errado, Potter utilizou o primeiro feitiço que aprendeu para combate: Expelliarmus.
A rajada de magia vinda de Voldemort, verde, colidiu com a vinda de Harry, dourada. Agora ele entendera que a cor da magia dependia do sentimento que tinha no momento... Enquanto que o Expelliarmus dissolveu-se e foi ao encontro de Riddle à frente, o desarmando, o Avada Kedavra fez um arco pra cima, girando 360°. O primeiro impacto, foi o de ser desarmado e jogado para trás, ao qual Potter, com habilidade aguerrida de apanhador de Quadribol, pegou a varinha que voara. Foi quando ele viu a luz verde chegando perto de si.
Quando a luz o atingiu, o chão inteiro tremeu ao redor dele, derrubando alguns. A força e perícia de Voldemort tinham se virado contra ele, por causa de um único ingrediente que faltou nele, e que ele finalmente entendera em seu último momento... O amor, sentimento tão pregado por Dumbledore, e que ele se negou a ouvir.
O corpo já inerte do sonserino caiu ao chão com um baque surdo. O silêncio dentro do salão comunal era tão pesado, que batidas do coração do jovem Harry podiam ser escutadas à distância. Todos observavam aquilo, estupefatos. Quando viram que Voldemort não levantaria mais, mesmo que fosse somente como parte de uma essência... A era do último descendente de Slytherin havia acabado, com ele.
Ou era assim que todos pensavam.
Voltando à cena, Harry respirou fundo e, os aurores, com sua habilidade de abstrair sentimentos, pegaram grande parte dos comensais da morte presentes ali... A apreensão tinha sido enorme. Os outros aliados, vendo os aurores se moverem, se moveram também, ajudando na captura.
Os mais espertos sequer tinham entrado em Hogwarts, fugindo do lado de fora mesmo, correndo, para que pudessem escapar o mais rápido o possível. Dentre eles, estavam Bianca Selwyn e Rodolpho Lestrange, que havia abandonado Bellatriz à sua própria sorte.
O final de toda aquela batalha não saíra sem seus custos, entretanto; Apesar de alguns minutos de comemoração, eles se deram conta que nem todos escaparam da luta para contar aos seus filhos e netos. Alguns nem sequer chegariam a ter filhos, como Denis Creevey, um menino apenas, e que queria ajudar da melhor maneira, mesmo que imprudentemente.
Harry se dirigira à sala dos diretores para conversar com o retrato de Dumbledore, ao qual Rony e Mione foram com ele. Quando este primeiro entrou na sala, todos os ex-diretores, dentro de seus quadros, aplaudiram os jovens que ali entraram. O jovem Potter questionou a Dumbledore se ele seguira direitinho o plano mesmo sem saber, e ele disse sim, atrás de um grande sorriso que equilibrava seus pequenos óculos em formato de meia-lua.
Hogwarts também pagou seu preço; O Salão Comunal estava parcialmente destruído, e os corredores também mostravam destruição. Tudo ali tinha sido atingido de alguma maneira, e o céu escuro mostrava que em breve choveria... E a abóbada do salão mostrava, em sua estrutura, o quão dura fora aquela batalha.
Após terminar tudo aquilo, Harry foi com os Weasley e Hermione para A Toca, velar o corpo de Fred, Lupin e Tonks; As outras famílias faziam o mesmo. O funeral do jovem Weasley e do casal se seguiu uma semana depois da batalha, e foi silencioso. O epitáfio de Fred foi feito por ninguém menos que seu inseparável irmão, Jorge.
"Mesmo na morte, mostrou a alegria de viver lutando", foi a frase.
Os Tonks estavam representados por Andrômeda, mãe de Ninfadora, pois o pai desta última perecera como efeito da guerra, antes mesmo da batalha de Hogwarts ter começado. A bruxa trazia seu pequeno neto nos braços, que mostrou ser metamorfomago, assim como a mãe, mas não tinha qualquer característica lupina, como Remo quis.
Harry amparava Ginny, enquanto Rony amparava Hermione. Molly e Arthur se amparavam, enquanto Percy, Carlinhos e Jorge amparavam os pais. Todos choravam a morte dos três. Potter estava especialmente arrependido, pois tinha sido duro com Lupin, por causa da criança que ela levava aos braços.
O clima estava pesado, e era como deveria ser. Mas não durou muito tempo; Andrômeda foi embora para casa, levando seu neto nos braços. Após isso, quanto aos Weasley, cada um foi para o seu lado, e mesmo a família resolveu se separar para não se deprimir. Molly e Arthur foram ajudar na reconstrução de Hogwarts; Percy, Carlinhos e Gui continuaram com suas rotinas de trabalho, enquanto Jorge resolveu fazer o mesmo, trabalhar para afogar a tristeza de perder seu irmão.
Harry, Rony e Ginny acompanharam Hermione para a Austrália cerca de duas semanas depois disso tudo, para buscar os pais da morena. Ela havia obliviado os mesmos, fazendo-os pensar que nunca tiveram uma filha... E não foi difícil encontrá-los. Ao passo que o fizeram, eles se apresentaram, como se fosse a primeira vez, e os levaram para uma reunião particular, para que nenhum outro trouxa os vissem fazendo magia. Hermione já tinha estudado como desfazer a magia que fizera, e o primeiro a receber a prática dela foi uma garçonete que eles tinham obliviado para poder fugir do casamento de Gui, com a queda do ministério. Ela se lembrou de todo o horror, e quando estava prestes a desmaiar, ela foi obliviada novamente.
Nesta reunião particular, as portas foram trancadas, e quando os dois iam começar a gritar, foram silenciados. Hermione se preparou, e depois de respirar fundo, aplicou o feitiço. Em um primeiro momento, os olhos dos dois desfocaram, mas voltaram mais rápido do que quando foram obliviados.
Aos poucos, tinham as memórias dos últimos tempos retornando, e com o passar dos minutos entenderam que quem estava ali à frente era sua filha, com três dos amigos. Eles começaram a chorar, confusos, com as duas memórias que tinham, quando pensavam que não tinham ela como filha, e ela explicou aos mesmos o que acontecera.
Emocionados pela iniciativa de proteção, eles se emocionaram, e abraçaram Hermione. Ela, aliviada, esperou um pouco e contou tudo o que aconteceu, desde o momento em que eles foram obliviados até o momento que eles foram buscá-los.
Para quebrar a tensão, Rony tomou coragem e pediu oficialmente a mão de Hermione em namoro, à moda trouxa. Ele já planejara isso e estudara antes de eles terem ido buscar Harry na Rua dos Alfeneiros... Harry, por ter vivido entre os trouxas, sabia exatamente o que ele estava fazendo, e explicou tudo à Ginny.
Hermione ficou espantada, ele já fizera a mesma coisa com os próprios pais, e agora isso... Mostrou que realmente a queria por perto. Após mais algum tempo de conversa, todos voltaram à real casa da morena.
Com isso, os três voltaram À Toca, e Harry avisou que iria arrumar algumas coisas, assim como tomar posse e se mudar de sua casa. Logo, Rony e Mione se prontificaram a ir junto, mas dessa vez Harry disse que queria ir sozinho. Quando os dois insistiram, dessa vez Molly interveio.
-Quero que pensem um pouco. Harry quer fazer isso sozinho, e dessa vez concordo com ele. Achar e destruir as horcruxes de Voldemort exigia ajuda, e vocês três o fizeram com dificuldades. Só que dessa vez, ele precisa fazer isso sozinho. Claro, se depois quiserem ajudá-lo a arrumar a casa, estão livres pra isso.
Harry sorriu. A sra. Weasley o entendera perfeitamente e o ajudava a fazer Rony e Mione entenderem que esse momento era só dele. E, depois da intervenção da matriarca dos Weasley, os dois entenderam, um pouco à força, mas entenderam.
Assim, se despediram. Harry desaparatou, aparecendo no centro da vila de Godric's Hollow. O lugar ganhou um pouco mais de vida, e a casa, antes de Batilda, agora estava interditada, com o andar de cima ostentando uma janela destruída. Harry relembrou vividamente o episódio em que sua varinha tinha sido destruída por um feitiço detonador lançado por Hermione, e em seguida fugindo por desaparatação.
Por algum motivo, o vilarejo parecia mais cheio do que parecia comportar, por causa do que acontecera à Batilda e à casa dela. Não havia pessoas nas ruas, mesmo que as casas parecessem cheias; Isso deixou o moreno relativamente mais tranquilo, porque este ano prometia ser muito pior que os outros em matéria de assédio.
Ao andar calmamente pelas ruas pedregosas do vilarejo ao final da tarde, Harry se sentia de certa forma aliviado, pois via que estava finalmente de volta pra casa, embora não se lembrasse de nada do pouco tempo que vivera ali. Ele se sentia livre de grilhões muito pesados, uma corrente de ódio muito grande e muito forte que havia se quebrado com o fim de apenas um homem.
Harry foi subindo a ladeira de acesso, passando pelo caminho cheio de grama baixa nos cantos, e ele chegou à estátua que, de longe, parecia uma massa disforme à luz (e um memorial de guerra com sua ausência), mas tomou forma assim que chegou mais perto. Detalhes que não tinham sido vistos anteriormente pela falta de luz puderam ser visualizados com mais facilidade; As expressões de calma das estátuas de seus pais, o pequeno cordão que ele bebê usava no pescoço, as mechas do cabelo comprido de Lilian... Harry ficou muito tempo olhando, ele não soube precisar o quanto.
Depois disso, retomou a subida da elevação que levava ao pequeno planalto em que o chalé dos Potter estava, e no meio do caminho conseguiu notar que estava sendo seguido. Aproveitando a deixa, virou-se abruptamente e viu que era uma bela garota, olhos azuis, corpo curvilíneo (apesar de parecer ter a mesma idade que ele) e cabelos de um negro intenso tal qual azeviche.
A garota olhava para ele intensamente, e isso desconsertou Harry no mesmo instante.
-Harry Potter? - perguntou a jovem timidamente.
O moreno gelou na mesma hora. Fora exatamente assim que Nagini, vestindo a pele de Batilda, se aproximou dele, e como ele sabia ofidioglossia, não sentiu nada quanto à conversação, para ele, estava tão inteligível quanto qualquer um falando inglês perto de si.
