Eu estava há alguns meses namorando Draco Malfoy. As pessoas não tinham aceitado muito. Os meus amigos mais íntimos haviam entendido, sobretudo depois do que eu disse ao Harry, o Rony e a Gina. Mas claro que eu sabia que eles não tinham exatamente gostado disso. Ainda me lembro do dia que saímos do meu quarto pra jantar depois do nosso primeiro beijo.

Flashback

Draco e eu adentramos o salão principal de mãos dadas. Todas as pessoas de todas as casas que já haviam chegado ao salão olharam para gente. Draco segurou o meu rosto entre as mãos e depositou um beijo leve nos meus lábios.

- Boa sorte. – ele disse.

- Para você também – eu ensaiei um sorriso.

Fomo cada um para nossas mesas, sentei-me com Harry, Ron e Gina.

- Nossa amiga, ta matando cachorro a grito mesmo – Disse Parvati.

- Né, a seca devia estar difícil de aguentar – Disse Lilá.

- Até o Rony, que não é lá essas coisas, ainda é melhor do que ele. – Brincou Simas, arrancando risadas de Dino.

Levantei a minha cabeça pra eles, eu era uma grifinória, eu tinha que ter coragem. Sorri e disse com simplicidade:

- Eu gosto dele.

- Ele gosta de você? – Neville perguntou.

- Claro que sim. – Luna respondeu por mim.

Ninguém mais disse nada sobre o assunto, mas pela reação inicial eu sabia que os grifinorios não tinham gostado muito disso. Olhei para Draco na mesa da Sonserina, ele olhava espantado para uma Pansy gritando:

- Aquela Granger sabe tudo?

- Calma Pansy. – ele disse baixo.

- Aquela girfinoriazinha ridícula. – Ela gritou mais alto.

- Draco, foi uma escolha realmente péssima – disse Nott.

- Certamente se esperava mais de Draco Malfoy – Disse Zabine.

- Achei que você detestasse essa menina – disse Goyle.

Draco olhou para os três. Pelo jeito ele ainda não tinha parado para pensar em como enfrentaria seus amigos sonserinos.

- Ela é amiga do Cicatriz. Daqueles Weasley traidores de sangue – Continuou no mesmo tom, a vaca da Pansy.

- Cala a boca Pansy – Disse Draco ficando de pé, perdendo a paciência.

- ELA É UMA IMUNDA SANGUE-RUIM. – e o grito de Pansy ecoou por todo o salão.

O que aconteceu depois foi tão rápido que nem sei se as pessoas acompanharam, mas Draco pegou a varinha e apontou pra Pansy. Eu vi Minerva levantar. Zabine puxou a varinha de dentro das vestes e apontou para Draco. Eu levantei e parece que Gina e Luna tiveram a mesma ideia pois todas nós desarmamos Zabine que caiu para trás com a força do feitiço triplo. Draco se distraiu e foi o bastante para Pansy puxar a varinha, ela apontou para Draco e o desarmou. Draco virou-se novamente pra Pansy mas então ouviu-se a voz de Harry Potter:

- Largue essa varinha Pansy.

Harry e Rony tinham a varinha apontada para ela. Draco estava, com falta de outra palavra para caracterizar, incrédulo.

Depois Minerva chegou aplicando detenções e tirando pontos dos que participaram do show do jantar.

Depois disso ninguém disse mais nada a Draco nem a mim, mas era obvio já que olhavam para nós e faziam comentários. Estávamos preparados para isso, era bastante obvio que seria assim não é? Eu sabia quem Draco realmente era e não importava o que a escola toda pensasse. Claro que eu me sentia um pouco mal com esse negocio de Sangue Ruim. Eu nunca tinha me importado com isso, nem na época da guerra, sempre tive muito orgulho dos meus pais e de quem sou e eu nunca vou deixar de ter. Eu sabia também que Draco não se importava mais com isso, mas os sonserinos não estavam deixando ele em paz por causa da minha origem. Apesar dele não falar no assunto, essa historia toda estava me deixando irritada. Ao que parece Pansy fez um drama incrível sobre o Draco ter deixado ela para ficar comigo, se fazendo de vitima traída que quer vingança. Recebendo apoio de vários imbecis que babam por ela. Os amigos mais íntimos do Draco não tomaram uma posição no movimento sonserino Anti-Dramione mas deixaram claro a Draco que eles haviam achado a escolha terrível e estavam se afastando dele.

Eu ficava imaginando que se tinha sido assim com os sonserinos na escola o que aconteceria quando os pais de Draco soubessem disso? Narcisa Malfoy provavelmente não iria querer o filho dela comigo e o pai dele, quando sair de Azkaban e descobrir, vai ser capaz de me matar.

Era nisso que eu estava pensando deitada no meu quarto de monitora-chefe. Draco estava tentando me convencer de uma idéia absurda. Uma idéia absurda que eu acho que acabou fazendo com que ele ficasse meio chateado comigo.

Flashback

- Hermione... – ele disse sussurrado fazendo todo o meu corpo arrepiar quando estávamos abraçados em frente ao lago num sábado a tarde.

- Huuum – eu disse, para que ele continuasse.

- O natal está chegando, euu...- ele fez uma pausa pra respirar – queria que você ficasse comigo.

Eu olhei para ele:

- Claro que vamos passar juntos, se você não quiser ir para casa dos meus pais a gente pode ficar em Hogwarts. – eu disse e pensando na minha mãe completei brincando – Claro que minha mãe ficará profundamente magoada de não poder fazer milhões de sanduíches naturais para o Draco querido dela.

- Estava muito bom aquele sanduíche. – Draco disse rindo.

- Você comeu? – eu perguntei.

- Claro que eu comi. – ele respondeu como se fosse obvio. Mas novamente ficou serio – Mione, eu queria que você passasse o natal na minha casa.

Olhei para ele com os olhos arregalados e o corpo tenso. Tentei a principio não magoá-lo:

- Na mansão dos Malfoy?

- Desde a ultima vez que eu conferi eu era um Malfoy. – ele respondeu desdenhosamente.

- Draco meu amor, você tem total consciência de que a sua mãe não vai realmente morrer de felicidade e fazer sanduíches pra mim não é? – eu disse com medo de ter magoado o meu namorado, mas caramba eu estava sendo realista não é?

- Ela não vai envenenar os seus sanduíches, Hermione – dele disse irritado.

- Desculpe – eu disse – Mas você sabe que ela não vai gostar de mim, não sabe?

- Hermione, você namora a mim e não a minha mãe. E aquela casa também é minha. Mais minha do que dela, na verdade, visto que sou um Malfoy pelo sangue e ela é pelo casamento. – ele respondeu.

Coloquei a mão no rosto dele e fiz um carinho, ele estava ali assumindo uma posição por mim. Mas mesmo assim ainda não dava para me sentir bem.

- Draco, seus pais ainda são os donos da casa – eu disse – eu não tenho direito nenhum de ir sem a permissão deles e não é uma coisa que eu vou fazer.

- Meu pai está na prisão – disse ele a contragosto – E eu já falei com a minha mãe. Ela permitiu.

- Você deu as informações sanguíneas para ela? – eu disse desconfiada.

Ele revirou os olhos.

- Sim, Hermione. E então? Você vai?

- Vou pensar Draco.

E era isso que eu estava fazendo, pensando. Eu tinha certeza que não estava pronta para enfrentar a família dele, mas um dia eu ia estar? Acho que não. Era um mal necessário. É claro eu também não queria decepcionar o Draco. Achei melhor decidir antes que eu me arrependesse e fui concretizar a minha decisão.