Between Mind and Heart
-Não seja bobo, Moony. Onde quer que você esteja eu sempre estarei com você. –disse Sirius sorrindo.
Remus estava sentado sozinho em sua cama. Há quanto tempo estaria ali? Ele já não conseguia se lembrar. Sua boca estava seca e sua mente era um turbilhão. Seu olhar era distante e seus olhos vagavam em busca de algo. Algo...talvez uma resposta, talvez um motivo pra ser feliz mais uma vez ou até mesmo um sorriso. Não um simples sorriso, e sim, aquele sorriso. O único sorriso que tinha a capacidade de acalmar todo o seu espírito ao mesmo tempo em que ele se agitava infantilmente na expectativa de retribuir.
O tempo passava lentamente e ele só queria encontrar o lugar ao qual ele pertencia, aquele a quem ele pertencia. Aquele que o mantinha seguro em seus abraços cálidos, em seus braços seguros como muralhas e confortáveis como a brisa noturna.
Ele realmente não sabia como continuar. O que ele deveria fazer pra se sentir completo de novo? Na verdade, eles estavam incompletos, pois Sirius também não era completo sem Remus. Onde estaria Sirius agora? Será que ele ainda se lembrava das promessas que compartilharam? Remus queria ser capaz de trazer Sirius de volta e embora sua mente insistisse na impossibilidade desse fato, seu coração mantinha-se firme em cumprir essa missão.
Ao seu lado jazia uma foto e aquela era a única lembrança viva que restara. Na foto, Sirius abraçava Remus com aquele jeito orgulhoso, porém amável que só ele sabia fazer transparecer. Remus por sua vez, retribuía o abraço com um sorriso tímido, abaixando ligeiramente a cabeça e corando. Nesse pequeno espaço de tempo, Sirius bagunçava o cabelo castanho de Remus e pronunciava lentamente "Moony" que era como ele carinhosamente o chamava.
Remus pegou o retrato e o abraçou com toda a força. Então as lágrimas vieram e ele se entregou a solidão. Deitou-se lentamente com o retrato ao seu lado e chorou como nunca havia chorado. Ele não conseguia entender, não conseguia suportar. Cada lágrima que descia quente por sua face parecia arrebentar um pedaço de seu coração.
Em meio à sua solidão, Remus buscou desesperadamente em sua mente por memórias que o segurassem à vida do seu amado. Foi buscando que encontrou seu consolo, ao lembrar-se daquele inverno em que estavam sentados sozinhos em frente à lareira do Salão Comunal da Grifinória.
-Promete que nunca nos separaremos? –perguntou Remus.
-Não seja bobo, Moony. Onde quer que você esteja eu sempre estarei com você. –disse Sirius sorrindo.
Remus sorriu atordoado e sem graça e foi pego de surpresa quando o moreno colocou sua face entre suas mãos quentes e disse:
-Eu te amo, Moony. Nunca se esqueça disso. –Sirius certificou-se de selar suas palavras com um beijo carinhoso.
Remus teve a certeza de que Sirius estaria sempre com ele. Mesmo depois de atravessado o véu, se ele procurasse bem fundo, ainda podia ouvir o som de seu sorriso e enxergar claramente o brilho de seus olhos.
